O segundo adeus melancólico de Mario Götze ao Borussia Dortmund
Antes de o Borussia Dortmund vencer o Wolfsburg por 2 a 0 neste sábado, o diretor esportivo Michael Zorc explicitou o que já era imaginado: Mario Götze, que ficou o jogo inteiro no banco, está deixando o clube.
No dia anterior, o técnico Lucien Favre já havia sido muito claro sobre a situação do jogador que irá completar 28 anos no próximo dia 3. “Nós jogamos no momento no 3-4-3. Falei de forma clara com ele. Não é o sistema ideal para ele. Deve-se dizer a verdade!”
Götze não tem mais espaço no Dortmund. Uma realidade inimaginável há dez anos, o que comprova que, no fim das contas, a expectativa sempre foi maior.
O camisa 10 atuou só 20 vezes na atual temporada, sendo seis como titular. Antes do sucesso de Haaland, ele chegou a ser usado como centroavante, alternando-se como Paco Alcácer. Porém, seu brilho nunca foi o mesmo de sua primeira passagem.
Aliás, o começo promissor foi o grande momento da carreira, sendo peça fundamental no bicampeonato alemão do Dortmund em 2011 e 2012, ainda que tenha perdido boa parte da segunda campanha por lesão.
Sua passagem no Bayern de Munique esteve longe de ser um desastre. Foi até boa em certo momento e de forma geral, e no aspecto coletivo nem se discute: ele conquistou mais três taças da Bundesliga e atuando reguarmente, sendo titular na maioria dos jogos das duas primeiras temporadas.
O único momento de protagonismo, no entanto, foi ‘só’ a final da Copa do Mundo, torneio em que ele mesmo admitiu que não jogou bem, apesar do gol mais emblemático de sua carreira e para uma geração de alemães.
Um problema metabólico também foi um enorme obstáculo em seu retorno ao Dortmund. De qualquer forma, ficou claro que a expectativa que ele gerou foi maior que o que entregou na carreira. Algo que, vale ressaltar, não depende apenas dele, uma vez que são os outros que depositam a esperança em algo ou alguém.
Embora tenha muito mais títulos que Marco Reus, que até hoje tem apenas uma Copa da Alemanha no Dortmund, a imagem do atual capitão do time é maior, assim como seu futebol.
Assista aos gols de Wolfsburg 0 x 2 Borussia Dortmund
Götze deixou o Borussia pela primeira vez como vilão para a torcida, sendo que o jornal Bild confirmou a transferência ao Bayern nas vésperas da semifinal da Champions League 2012-13, torneio em que os dois times se enfrentariam na final. Machucado, ele assistiu ao duelo das tribunas, e nem mesmo sua comemoração no gol de Gündogan em Wembley amenizou a reprovação que teve do torcedor do Dortmund.
Götze voltou e quatro anos depois sairá ao final da temporada como coadjuvante, que, de certo modo, pode ser visto até como pior do que sua saída como vilão. Afinal, ele não estará sendo tão notado quanto antes quando vier a fazer seu novo último jogo pelo Dortmund.
Nada apaga o que ele fez, sua trajetória no futebol é notável e sua carreira ainda tem mais aguns bons anos pela frente. Com lampejos no aspecto individual, muitos triunfos coletivos e aparecendo de forma positiva na história do maior clube alemão e ocupando um papel enorme nos registros do Borussia Dortmund.
Mesmo com tudo que alcançou, o meia ainda deixa uma sensação de que poderia ter conseguido ainda mais, já que a expectativa foi maior que a realidade - até aqui. O começo no Dortmund foi melhor do que os finais. O camisa 31 e 11 – seus números no início - foi maior que o camisa 10.
Admito que gostaria ver Mario Götze se testando em um campeonato diferente. Com quase 28 anos, ele ainda tem tempo de escrever novos capítulos em sua carreira.
Fonte: André Donke
O segundo adeus melancólico de Mario Götze ao Borussia Dortmund
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.