Róger terá de jogar na intensidade 123
Gosto de interagir em redes sociais; elas costumam ser termômetro interessante para medir tendências e expectativas de torcedores. Tem muita gente sem noção, claro; porém, as observações inteligentes e divertidas compensam e são maioria.
No começo da tarde, postei no Twitter que Róger Guedes irá usar, no Corinthians, a camisa 123, isso mesmo, a cento e vinte e três. Acrescentei que, “para Pelé, Zico, Gerson, Rivellino, Tostão, Ademir da Guia, Pedro Rocha, Romário, Djalminha, Rivaldo, Alex, bastava uma 10, às vezes uma 8 ou 11... E como jogaram!”
O post provocou diversas reações. Como sempre ocorre, quando o assunto é futebol (aliás, em qualquer tema), houve quem concordasse e quem discordasse da crítica implícita no que escrevi. Alguns disseram que o moço faz isso para “aparecer”, outros argumentaram que “é direito dele” e perguntaram: “Onde fica a liberdade?” Caramba, não imaginei que chegasse a esse ponto!
Róger justificou a escolha do número um tanto bizarro. Ele gosta do 23, dia do nascimento do filho. Mas esta camisa já tem Fagner como titular. Assim, para não ferir suscetibilidades e não abrir mão de suas preferências acrescentou o 1 na frente. Não entendi direito… Em todo o caso, a direção alvinegra concordou e assim será.
“Antero, o filho é importante para ele”, disse um seguidor em minha conta. “Os meus são para mim. E os seus?” Os meus são muito importantes para mim, evidentemente. Mas nunca os misturei em minhas atividades profissionais. E os mantive sempre fora do foco.
Dentre os comentários que mais me chamaram a atenção estavam os simples e óbvios, que diziam mais ou menos o seguinte: “Se ele jogar bem, ninguém vai ligar para o número. Mas, se não corresponder, aí o número será motivo de chacota.”
Houve também quem visse, em minha intervenção, sinal de tradicionalismo. Não estão muito errados, admito. Amo, ainda, a numeração tradicional, aquela do 1 a 11, praticamente desaparecida hoje em dia. Tem, salvo engano, só em Eurocopa, Copa América e Copa do Mundo. Mas já superei essa fase e não me espanto, muito, com a profusão de números como 34, 45, 77, 88, 99, 38, 39 e assim por diante.
Róger Guedes explica escolha pelo número 123 no Corinthians; entenda
Vi até com três dígitos, mas em jogos pontuais, em geral para registrar marcas históricas. Já 123… é a primeira vez.
Sabem por que me deixa com certa prevenção essa opção? Porque não só a crítica é “conservadora”. O torcedor, e principalmente ele, é assim. Sei como funciona a cabeça do fanático, e é como alertaram alguns seguidores: quem chama a atenção por atitudes que saem do padrão médio é exaltado e cobrado na mesma proporção.
Então, para encerrar a conversa, deixo bem claro aqui duas coisas: continuo achando 123 exagerado, e coloquem isso na conta do meu “tradicionalismo”. Por outro lado, torço de coração para que Róger vingue no Timão. O moço sabe jogar bola. Teve altos e baixa na carreira; é hora - e a chance - de se firmar. Terá de fazer jus ao ineditismo do 123... Vai passar dos 110 volts por jogo!
PS. Teve um amigo, no Twitter, que fez uma pergunta brilhante: “E como vai ser, quando ele tiver de sair ou entrar durante uma partida? A plaquinha eletrônica tem três dígitos?” Verdade…
Róger terá de jogar na intensidade 123
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