40 milhões em jogo: McLaren bate Racing Point e fica em 3º no mundial
Ficamos mal acostumados na reta final do Mundial de Fórmula 1 de 2020, com as vitórias de Pierre Gasly na Itália e de Sergio Pérez em Sahkir. O Grande Prêmio de Abu Dhabi entregou o "mais do mesmo" das provas que são disputadas no modorrento circuito de Yas Marina, cuja essência sofre uma crise de identidade entre circuito de rua e um normal – caráter parecido a Sochi.
Max Verstappen liderou de ponta a ponta e conseguiu sua segunda vitória no anoMax Verstappen liderou de ponta a ponta e conseguiu sua segunda vitória no ano – a décima na carreira. Foi bom para a Red Bull terminar o campeonato numa nota alta, embora houvesse pouco em jogo. Salvo uma catástrofe de Valtteri Bottas, o vice-campeonato estava assegurado para o finlandês. O mesmo para a classificação final no mundial de construtores, com a Mercedes em primeiro e a Red Bull em segundo. Mas o que estava em jogo até foi mais interessante de acompanhar: 40 milhões de dólares de diferente da fatia do bolo aos construtores.
McLaren garante a grana e Racing Point "paga o preço" de ter Stroll
Lance Stroll foi melhor neste ano em relação a anos anteriores na Fórmula 1, isso é inegável e há méritos para o canadense. O final de prova, ao ser ultrapassado por Esteban Ocon, foi um resumo da ópera de como houve diferença entre McLaren e Racing Point: equilíbrio na dupla de pilotos. Pérez, que vinha de vitória, abandonou logo no início com problemas no motor. Sobrou para Stroll a missão de pontuar bem numa prova em que os carros laranjas de Woking pareciam fadados ao top 6 – coisa que praticamente colocaria a equipe como terceira melhor do campeonato de construtores. Para além dos louros e "bragging rights", havia 40 milhões de reais em diferença – o "a mais" que recebe o terceiro lugar no mundial de construtores em relação ao quarto.
O drama não veio na pista, mas nos boxes. Sainz sofre investigação enquanto falamos por supostamente ter ido mais lento na saída de sua primeira parada – isso, porém, não deve mudar muita coisa no final das contas, dado que se houver punição ela deve ser de 5 segundos e isso não faria o espanhol perder nenhuma posição. Lando Norris foi 5º, Carlos Sainz o 6º e Lance Stroll o 10º. Com esses resultados, a McLaren termina o campeonato em terceiro – sete pontos na frente da Racing Point.
É sim possível falar que piloto fez diferença – afinal, o carro da Racing Point foi reputado durante todo o ano como um bólido melhor. Para exemplificar a afirmação e como comparativo, Sainz foi o 6º no mundial de pilotos, Norris o 9º. Na Racing Point, Pérez o 4º – atrás apenas da dupla da Mercedes e de Max – e Stroll apenas o 11º. Acabou fazendo diferença. O canadense foi top 5 numa prova em apenas duas ocasiões. Sainz teve cinco e Norris teve seis resultados entre os cinco primeiros da corrida.
Pérez abandona no início e bom resultado de Albon pode ajudar a manutenção do tailandês na Red Bull
Como falei semana passada aqui no blog, há praticamente dois assentos ainda vagos para o campeonato de 2021 e os dois "pertencem" à Red Bull. Na AlphaTauri, a vaga de segundo piloto deve ficar com o japonês Yuki Tsunoda, que tem a Honda como fiadora e que fez bom campeonato na Fórmula 2 – Kvyat mais uma vez ficou atrás de Gasly e deve rodar. Na Red Bull, ainda há certa indecisão mas o quarto lugar de Alex Albon dá forças para o tailandês. Ele ficou em terceiro na primeira prova do Bahrein e agora um quarto lugar – desempenho satisfatório considerando as patinadas do resto do ano.
Há certa especulação de que o mexicano Sergio Pérez poderia ficar com essa vaga, mas há mais em jogo para além da qualidade do piloto. Albon corre com a bandeira da Tailândia, país de um dos principais acionistas da Red Bull – o energético é baseado numa bebida local, aliás. Ainda e mais importante, ele faz parte da academia de pilotos da equipe. Colocar Pérez no lugar seria um relevante golpe ao modelo, que já revelou Sebastian Vettel, Max Verstappen e Daniel Ricciardo. Seria interessante ver a Red Bull com mais paciência em relação a esse assento 2. Afinal, tá parecendo técnico no campeonato brasileiro. Outra coisa que pode pesar é a idade; Albon tem apenas 24 anos e teto para amadurecer. Pérez tem 30. Vejamos o que acontece. Palpite? Mantém Albon – até porque o regulamento muda em 2022 e mudanças agora não fariam tanto sentido, ainda mais com a melhora do tailandês no final do campeonato.
Se tudo der certo em meio ao cenário da pandemia de COVID-19, a Fórmula 1 volta no dia 21 de março de 2021 com o Grande Prêmio da Austrália, em Melbourne no circuito de Albert Park.
Siga-me no twitter em @CurtiAntony, no Telegram em meu canal gratuito e no Instagram em @AntonyCurti
Fonte: Antony Curti
40 milhões em jogo: McLaren bate Racing Point e fica em 3º no mundial
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.