Por que Baltimore 'sabotou' Lamar Jackson contra Chiefs e Titans
O aguardado confronto entre Patrick Mahomes e Lamar Jackson no último Monday Night Football deixou uma mensagem clara sobre a superioridade dos atuais campeões. Mas para além da vitória por 34 a 20 do Kansas City Chiefs sobre o Baltimore Ravens, salta aos olhos a baixa pontuação do poderoso ataque liderado pelo MVP da NFL.
A situação lembra o que aconteceu na última rodada divisional dos playoffs, ainda em 2020, quando a equipe de melhor campanha da liga marcou apenas 12 pontos e foi eliminada logo em sua primeira partida de pós-temporada. Mas como Kansas City Chiefs e Tennessee Titans conseguiram esse feito? Talvez a resposta esteja do outro lado do campo, com a própria comissão técnica de Baltimore se sabotando.
As equipes de Mahomes e Tannehill têm méritos, claro. Mas vale observar como a unidade liderada pelo coordenador ofensivo Greg Roman deixou de lado seu ponto mais positivo - a velocidade de Lamar Jackson - e apostou em outro tipo de jogada (leia-se, passes) nos dois confrontos.
Os números mostram: nas duas primeiras semanas desta temporada, os Ravens chamaram 62 jogadas de corrida e 55 de passe (contando as que Lamar improvisou e correu mesmo assim). A proporção é de cerca de 1,13 corrida chamada para cada passe. Na temporada 2019, foram 553 chamadas de corrida e 481 chamadas de passe (proporção de 1,15 corrida por cada passe).
Diante dos Chiefs, foram 18 chamadas de corrida e 31 de passes. Contra os Titans? Assustador: 21 chamadas de corrida para 66 de passe.
Está claro: os Ravens se apavoram quando estão atrás no placar e começam a chamar passes, se afastando do que faz a equipe ser especial. É normal apostar mais no jogo aéreo quando se está em desvantagem, afinal, gasta menos tempo de relógio e se avança mais rapidamente no campo. Mas isso não pode acontecer na exceção que é Baltimore, uma equipe que constrói seu sucesso sobre a dinâmica de Lamar Jackson.
Que fique registrado: o atual MVP da NFL é um bom passador, longe de ser um "running back" como alguns criticavam no início de sua carreira. Mas para competir com Mahomes e os outros grandes times da NFL? Não, ele não está nesse nível lançando a bola. Ele consegue, sim, competir - e até superar - seus rivais usando sua incrível velocidade e ocasionalmente surpreendendo com um passe em play-action.
Não importa se os Ravens estão perdendo por 14 pontos, a equipe precisa seguir se baseando em seu diverso jogo terrestre, com corridas desenhadas para Lamar, read options e até mesmo com seus running backs.
Veja o exemplo do jogo contra os Chiefs. Boa primeira campanha, terminada em field goal. Na segunda, uma falta prejudicou o ataque. Na terceira, os Ravens chamaram dois passes seguidos em play-actions comuns e um passe normal. Punt. Na quarta, novamente, vários play-actions mal executados que deixaram o ataque em terceira descida longa. Punt.
Aí já estava 27 a 10 (com ajuda de um retorno de kickoff para touchdown).
Contra Tennesse foi ainda pior. Nas duas primeiras campanhas, Baltimore seguiu seu DNA e se deu mal por outros motivos: um drop de Mark Andrews gerou interceptação na primeira e o bom plano da defesa terrestre de Tennessee (coisa que os Chiefs nem precisaram) deixaram os Ravens zerados na segunda.
Mas já aí, no início do segundo quarto e com 14 a 0 no placar, Greg Roman se desesperou. Terceira campanha: play-action, passe, passe e punt. Quarta campanha: play action, passe e passe com Lamar Jackson 'salvando' uma terceira para 10 jardas com seu braço. Foi assim o jogo inteiro.
Lamar Jackson é um bom quarterback passando a bola, mas não é Mahomes. E os Ravens também não estão preparados em termos de receivers, treinamento e extensão do livro de jogadas para competir em nível de playoff colocando a maior parte da pressão no braço de seu quarterback. Veremos se John Harbaugh aprende com os últimos tropeços na próxima vez que Baltimore estiver em desvantagem.
Fonte: Matheus Sacramento
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