'Big' Ben dá volta por cima de lesão séria, muda estilo e comanda invictos Steelers na NFL com mais cérebro que braço
Único time ainda invicto na NFL, o Pittsburgh Steelers visita seu grande rival Baltimore Ravens neste domingo, às 15h (de Brasília), com transmissão da ESPN e do ESPN App, valendo a liderança da divisão Norte da Conferência Americana. A campanha de 100% de aproveitamento marca a volta por cima de 'Big' Ben Roethlisberger, quarterback de 38 anos que sofreu uma séria lesão no seu cotovelo direito na última temporada.
Apoiado por uma das melhores defesas de toda a liga, o atleta duas vezes campeão do Super Bowl dá ao ataque dos Steelers o que faltou em 2019 para alcançar os playoffs. Porém, o Big Ben de 2020 possui estilo claramente diferente dos anos anteriores. Antes conhecido pelo forte braço, ele agora tem demonstrado ser um dos passadores mais conservadores (e cerebrais) da NFL.
O ataque coordenado por Randy Fichtner é baseado em passes curtos e rápidos. Entre os 32 quarterbacks com mais partidas nesta temporada, Roethlisberger fica em 28º na estatística jardas aéreas por tentativa (a média de distância de cada passe), com apenas 6,68 jardas. Sua média na carreira é de 8,79, o que o colocaria na 6ª posição neste ano.
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Seria especulação dizer que a mudança de estilo foi causada pela lesão no braço, mas a diferença é clara. Big Ben também é o quarterback que solta a bola mais rápido neste ano em toda a NFL, com média de 2,27 segundos para cada passe.
O que não é especulação é a dificuldade que Roethlisberger mostra para completar passes mais longos. Só na última partida contra o então invicto Tennessee Titans surgiram vários exemplos. É possível citar a última jogada do 2º quarto, quando Pittsburgh chama uma "Ave Maria". Obrigado a lançar 50 jardas, o quarterback pendurou a bola no ar e facilitou muito a interceptação do safety, deixando seu alvo Diontae Johnson longe de qualquer chance de recepção.
A sua 3ª interceptação na partida, que concedeu à equipe de Ryan Tannehill uma chance de empatar o jogo, também exemplifica a dificuldade. O veloz wide receiver JuJu Smith-Schuster era marcado por um pesado linebacker, mas o passe de Ben não ganhou a altura que deveria.
Os problemas com a força, entretanto, estão sendo mais que compensados pela inteligência. A própria jogada com JuJu é um bom exemplo: a decisão foi correta de lançar para um wide receiver sendo marcado por um linebacker. Fazer um ataque funcionar com passes curtos e rápidos não é para qualquer um: é necessário experiência e conhecimento para ler defesas e tomar as decisões corretas no menor tempo possível. Isso Big Ben tem mostrado de sobra.
Com um domínio total do ataque e cérebro para explorar os pontos fracos de cada defesa, Roethlisberger dificilmente toma decisões erradas ou lança onde não deveria. Isso é refletido na taxa de conversão de terceiras descidas dos Steelers: 51,1%, a 3ª melhor marca da NFL, atrás apenas de Bills e Saints.
A fórmula de sucesso será testada neste domingo, pois Pittsburgh terá pela frente talvez a defesa mais difícil de sua tabela até o momento (embora o Denver Broncos também seja forte nesse aspecto). O Baltimore Ravens é agressivo, costuma pressionar receivers logo na linha, dar pouco espaço no mano-a-mano e abusar das blitzes diversas e difíceis de se identificar. Não à toa, é a equipe que cede menos pontos por jogo na NFL (17,33).
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Mas os passes rápidos dos Steelers podem dificultar que as blitzes cheguem em Big Ben, que se mostra confortável em "dispensar" uma janela aberta mais longa por uma opção curta. E o coordenador Randy Fichtner também já demonstrou em 2020 ter combinações de rotas desenhadas para bater uma marcação cerrada no mano-a-mano, com wide receivers se cruzando quando necessário.
Será interessante ver como o coordenador defensivo Don Martindale adapta sua unidade para o jogaço e se ele tentará forçar Roethlisberger a passes mais longos.
Uma coisa é certa: com muito em jogo, a rivalidade promete entregar mais uma partidaça digna de Ravens x Steelers. Quem sairá por cima no M&T Bank Stadium e na liderança da AFC Norte?
Fonte: Matheus Sacramento
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