Uma Copa Davis para o tênis brasileiro esquecer
O time do Brasil volta do Japão com um saldo muito negativo e um gosto amargo. Fiquei pensando como escreveria este texto. Por onde eu pensava via lados negativos. Tivemos problemas na convocação, problemas com vídeos vazados com ofensas gratuitas a um top 10 que nem no confronto estava, uma atitude imperdoável de um atleta do time que repercutiu no mundo inteiro, e a derrota que nos mantém na segunda divisão da Copa Davis. De positivo? A dupla que mais uma vez foi e deu conta do recado.
Como ex-jogador e ex-capitão da Davis, fica muito difícil comentar a convocação do capitão João Zwetsch. Tenho minhas convicções, mas, como estive lá, a escolha é muito pessoal e baseada em confiança. O que fica claro é que a maneira como isso ocorreu criou um grande desconforto geral e com isso a recusa de Rogerinho, tenista número 1 do Brasil.
Os dois episódios lamentáveis foram tristes e comprometem muito mais nosso tênis que os protagonistas. O presidente da confederação colocou um vídeo interno do time onde vaza um xingamento a Kei Nishikori. Claramente era uma brincadeira, conhecendo cada um dos tenistas, sei que não tem a ver com o que eles pensam. Na pressão, uma brincadeira mal colocada é normal, mas o que não é aceitável é um dirigente sentado à mesa com atletas expor os jogadores. Pior ainda é publicar coisas do time. O conhecido fogo amigo não pode acontecer. Mais triste foi ver que em nenhum momento veio e pediu desculpas publicamente. O ‘deixa pra lá’ e simplesmente apagar a publicação não resolvem. Em uma ‘nova era’ esperávamos mais e melhor atitude.
O caso do Guilherme Clezar já foi falado demais. Nem preciso dizer que ele errou feio e está pagando pelo seu ato. Tentou se desculpar e que a atitude sirva para seu futuro como tenista é cidadão. O que posso dizer é que atleta que está em quadra representando o país tem uma responsabilidade muito grande. O que fazemos, o que mostramos repercute muito. Precisamos saber que nosso time, nosso esporte e nosso país estão acima de tudo e temos que respeitar. Foi um erro grave. Eu, como atleta, me senti ofendido, então fico imaginando como se sentiram todos os atingidos.
O resultado? Na boa, ficou em segundo plano diante de tudo que aconteceu. Aprendi na minha primeira Copa Davis que o resultado vem de uma preparação bem feita, harmonia no time, união de fora e de dentro e muita luta na hora do jogo. Se um dos lados ou pontos da preparação é mal feito, a derrota quase sempre vem.
Pergunto: merecíamos vencer? Desta vez não. Que na próxima oportunidade tudo seja diferente.
Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br
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