Messi e CR7 são maiores que o título mundial

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Messi e Cristiano Ronaldo em ação pela Copa do Mundo de 2018
Messi e Cristiano Ronaldo em ação pela Copa do Mundo de 2018 Getty Images

Poucas horas se passaram da eliminação da Argentina e de Portugal, e já vejo muita gente dando adeus e discutindo o tamanho de Messi e Cristiano Ronaldo.

Dois dos maiores jogadores de futebol da história desse esporte podem estar se despedindo das suas seleções sem o tão cobiçado título mundial no currículo.

Lendo muitos comentaristas comecei a pensar se esse título realmente pode ser determinante para se definir o tamanho de um atleta. No caso dos dois, sem dúvida suas genialidades transcendem títulos ou gols. Eles por anos levaram o esporte nas costas como o Federer, Nadal e outros em diferentes esportes. Sua capacidade de encantar, levar público aos jogos, vender camisas, ajudar companheiros, fazer jogadas inesquecíveis e ficar por tanto tempo no topo permite que não tenham conquistado esse importantíssimo troféu. Mas, sinceramente, tudo isso pouco importa ao fã. O tamanho de sua cobrança é do tamanho de sua genialidade e do agradecimento de um cara que senta na frente da televisão para assisti-los.

Parece coisa escrita que os dois percam no mesmo dia, que possa ser a última Copa e que por anos tenham lutado pelo posto de melhor do mundo.

Se para muitos o título de campeão mundial é fundamental, para mim o verdadeiro ídolo deixa legado, deixa tristeza ao se despedir, mostra que é humano, erra e joga mal às vezes. Não o título que faltou.

Messi e CR7 são muito maiores e mais importantes que um título mundial. São a cara do futebol. São ídolos eternos com ou sem Mundial.

Fonte: Fernado Meligeni

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Ser tenista em 6 lições

Fernando Meligeni
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Abdicar

 Não há uma pequena chance sequer de ser tenista ou bem-sucedido sem abdicar de muitas coisas em prol da sua carreira. 

Aprender a perder

Essa é das mais incríveis virtudes que o atleta aprende. Infelizmente vivemos em um país em que o vice é ridicularizado. No meu mundo ser vice é ter vencido o mundo e perceber que ainda temos mais a evoluir. 

Saber ganhar 

Quantos atletas ou empresários você viu mudar por uma simples conquista. Quantos quebraram a cara no ano seguinte. Saber ganhar é fundamental. Ganhar, acomoda, ganhar, paralisa, ganhar, oculta erros. Os bons tratam a vitória com mais atenção que a derrota.  

Sonhar

 Nada começa ou termina sem um sonho claro. O seu sonho. Muitos riem ou tentam destruir. Poucos têm a coragem de sonhar e correr atrás. Por isso poucos chegam.

 Amar a profissão

 Sem amar a raquete, o circuito, a quadra e tudo que envolve o esporte jamais teria tido sucesso. Amar a sua profissão é das maiores obrigações pessoais que temos se queremos ser bons em algo. Busque sua paixão. Corra atrás dela e se jogue. 

Deixo uma frase da Peça Ervilha Sapo Jr 

Seu sonho pode ser de qualquer tamanho. Pode ser alto, diferente e até estranho. Mas sonhe sempre, noite e dia, o tempo inteiro. Mesmo impossível sonhe o sonho verdadeiro. 

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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A relação do jovem tenista com os juízes e as regras

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Meligeni na disputa da Olimpíada de Atlanta
Meligeni na disputa da Olimpíada de Atlanta Getty

Este é um artigo direcionado ao
tenista juvenil que sonha em ser profissional, universitário ou simplesmente
jogar seu melhor tênis.

Antes de começar o debate faço uma pergunta: Carlos, João, Claudio, Fábio, vocês conhecem as regras do tênis? 

Não falo da pontuação, que o saque tem que ser cruzado ou que a bolinha só pode tocar uma vez no chão. Falo das regras de tempo, de abuso verbal, abuso de raquetes, o que pode ou não se fazer em uma quadra. Como se dirigir a um juiz de cadeira e tantas outras regras que existem no nosso esporte. Provavelmente muitos dos nossos meninos e pais não sabem.

Aconselho aos jogadores darem uma lida e tentarem entender as regras para que em uma situação dentro da quadra possam se defender e debater com argumentos sólidos. 

Ao passarmos dessa primeira etapa vamos a mais importante. As regras são claras, mas infelizmente existe uma subjetividade. Em todos os esportes é assim. Ontem assistindo um jogo de futebol vi um atleta dizer que xingou o árbitro, mas que não merecia ser expulso porque o fez sem olhar para ele. Na final do US Open o técnico Mouratoglu aceitou que fez o coaching, mas disse em rede nacional que não deveria ter sido advertido porque todos os técnicos fazem. Nos dois casos os infratores quiseram usar da subjetividade a seu favor burlando regras. Se você acha isso certo, seria interessante entender que o atalho, a carteirada, o jeitinho tem vida curta. 

O esporte tem a função de educar, incentivar e trazer valores. Poucos ou quase ninguém no planeta consegue alcançar os primeiros lugares. Mas muitos que estão no esporte aprendem esses valores para a vida. 

Precisamos entender que a autoridade máxima dentro de uma quadra é o árbitro e ele precisa ser respeitado. Aí vem a pergunta: Fino, você nunca exagerou? Nunca errou? Sim. Muitas vezes.

Em um dia de bobeira dentro da quadra joguei uma bola sem intenção na tela do fundo da quadra e ao errar a raquetada acertei um torcedor e fui desclassificado instantaneamente. Argumentei que não tinha sido por querer, chorei na hora dizendo que foi uma fatalidade, mas tive que aceitar que a regra dizia claramente que se acertamos uma pessoa do lado de fora somos desclassificados. Estava no livro. O árbitro poderia deixar passar? Acho que sim. Mas a regra foi cumprida com rigor e eu fui desclassificado em um jogo que estava ganhando na quadra central do Estoril Open em Portugal. 

A diferença entre errar e pedir desculpas ou achar que estamos certos mesmo quando erramos é o motivo que somos colocados no esporte. 

Lembro vocês que somos colocados para aprender, para virar uma pessoa melhor, para entender os valores da vida e quem sabe virar um grande jogador de tênis no futuro.

Meninos, uma última dica: lutem até o último ponto, corram até o fim e se joguem nas bolas, mas acima de tudo sejam honestos e justos e sigam as regras

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Com as mudanças, Copa Davis morreu: perdeu o sentido, a magia e a importância

Fernando Meligeni
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Ricardo Acioly, André Sá, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e Jaime Ongins junto com a Copa Davis
Ricardo Acioly, André Sá, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e Jaime Ongins junto com a Copa Davis Getty

Estou longe de ser um saudosista ou ser contra o dinheiro.  Acredito muito na evolução do esporte e nas mudanças que o mundo obriga. As pessoas mudaram muito, hoje se reclama muito que os atletas de vários países têm pouco ou nenhum amor a bandeira, que a sociedade e dentro disso os esportistas pensam demais em quanto vão ganhar e de menos no futuro do esporte.

Com esse cenário, as competições mais tradicionais e importantes do nosso esporte estão se esvaziando e perdendo sua força. Com isso, perdemos muitas das melhores disputas no esporte.

Hoje para mim é um dia triste. A tão querida Copa Davis de mais de 100 anos perdeu o sentido, perdeu sua origem, perdeu sua magia e sua importância. Muitos vão ser contra o meu texto e meu depoimento. Muitos amigos ficarão bravos, mas acima de um comentário existe uma história e a minha verdade.

Quando você entrava em uma quadra de Copa Davis em casa ou fora dos seus domínios você ia para a guerra. Podiam ser 500 pessoas, mil ou até 13 mil enlouquecidos torcedores. Não importava. Copa Davis era a maior chance de alguém mostrar o amor ao seu país, mais oportunidade de jogar até a última gota de suor, o prazer de jogar três dias e sentir dor por 10. Os grandes jogadores e técnicos de Copa Davis eram respeitados de uma maneira diferente. Ser um leão de Davis era ter muito espirito, muita garra e muita força mental. 




Ser um jogador de Davis era amar sua pátria.

Com a mudança da nossa sociedade e das pessoas, a Davis é bem verdade que perdeu um pouco seu protagonismo. Mas que me permitam o desabafo, quem sepultou e fez que ela perdesse o interesse foi a ITF que hoje a vende dizendo que os jogadores não a jogam mais. Ao invés de facilitar e ajudar os países sedes, colocavam todos os seus patrocinadores na quadra proibindo que o país sede pudesse comercializar qualquer coisa. Deva prêmios baixos e queria que os atletas jogassem todos os confrontos, não se acertou com a ATP e com isso ficou esmagada. Resultado. Poucos top 10 jogavam a maioria dos confrontos de primeira rodada.

Por seus erros achou que o certo era vender a Davis e ter o torneio em uma semana e em melhor de 3 jogos e em melhor de três sets. Se isso não é matar a Davis é o que?

A partir do ano que vem a Davis será disputada em um local. Com isso todos os outros países vão ter que ver seus queridos países pela televisão. Ah, mas tem um bom dinheiro para as federações e para os atletas. Me permitam mas mais uma vez não concordo.

Como disse antes. Hoje é um dia muito triste.  A Davis morreu. E pior que isso. Morreu e estão usando o nome dela.

Com todo respeito deveriam ter no mínimo a vergonha de não usar o nome e dar outro nome a essa competição que começa o ano que vem.

Boa sorte a essa competição que para mim não é a Copa Davis.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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15 anos passam muito rápido

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni


15 anos passam muito rápido.

Ainda guardo as sensações que tive minutos antes de entrar na quadra para a final do Pan de Santo Domingo em 2003. 

Caminhando para a quadra eu nem imaginava o tamanho dessa possível conquista ou derrota na minha frente. Só tinha um sentimento. Dar a vida no meu último jogo como tenista profissional.

Como tudo que faço, me entreguei de corpo e alma.

O tempo passou depressa e muitas coisas aconteceram. Formei uma linda família, realizei sonhos, corri atrás de objetivos, ganhei e perdi muito.

Posso dizer que minha vida mudou depois desse 10/8/2003. Tudo que faço tem que ter emoção, tem que ter mais de 100% de atitude e engajamento. Tudo tem que ter alegria.

Meu adversário foi o incrível Marcelo Rios. Ex número 1 do mundo, dos mais talentosos que vi jogar. Ao estender a mão depois do jogo tive a certeza que podemos ganhar de grandes gênios, podemos lutar com grandes feras. Para isso precisamos de uma tática certa, coragem, acreditar no seu tênis e muita determinação. 

É uma data incrível e quero dividir com muitas pessoas. Pessoas que desde o primeiro dia me ensinaram o valor do esporte e a sua grandeza. Todos meus técnicos, preparadores físicos, médicos, fãs, amigos, família foram fundamentais. Sem eles nada seria.

Fonte: Fernando Meligeni

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Djokovic venceu em Wimbledon e trouxe velha discussão à tona

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Novak Djokovic ganhou Wimbledon e trouxe uma velha discussão que hoje é ainda mais debatida.

É possível estar na excelência sem estar 100% comprometido?

Durante alguns meses o sérvio declarou que o tênis não era mais sua prioridade. Família, bem estar e a qualidade de vida tinha entrado em suas prioridades. 

 Ao mesmo tempo que falava em viver outras coisas, as lesões apareceram e o desmotivaram ainda mais. Ficou 6 meses sem jogar. Seu ranking despencou, derrotas para jogadores piores que ele aconteciam com muita frequência e o seu brilho no olho desapareceu.

Depois de um bom tempo decidiu mudar. Voltou a treinar com seu grande mentor, trouxe um novo time com um psicólogo e novas ideias e mais importante que tudo. Colocou como prioridade sua carreira.

Em um mundo tão competitivo e rápido ( tenista joga até os 32, 35 anos) , dar horas a menos de treino, menos atenção a alimentação, relaxar no descanso ou simplesmente ficar mais no telefone que no treino é suficiente para não ser o tenista que você pode ser.

Ele voltou com tudo. Porque ele joga muito, porque ele é inteligente e talentoso, mas acima de tudo porque ele voltou a querer e ter o tênis como prioridade. 

 Obrigado Djokovic. Você nos ensinou muitas coisas hoje.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Tradição e favoritismo não ganham jogo

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Anderson eliminou Federer em Wimbledon
Anderson eliminou Federer em Wimbledon TPN/Getty Images

Tradição e favoritismo se vence com atitude, com garra e por atletas que não querem apenas jogar. Querem ganhar.

Não é de hoje que vemos e conhecemos atletas ou funcionários ou empresários que vão ao seu trabalho simplesmente trabalhar. Eles estão certos e fazem seu trabalho. Existem também os que vão por algo a mais. Algo que procuram sem dizer, ser gritar, sem esconder. Eles querem ser mais, querem ser diferentes. São da turma que não estão na zona de conforto ou felizes em simplesmente serem bons. Querem o improvável. O que todos dizer que custa muito esforço para conseguir.

A Croácia hoje e nessa copa vem mostrando isso. Não importa a dificuldade ou se a tradição ou o favoritismo está do outro lado.

Anderson contra o Federer também fez hoje.

Favoritismo e tradição não jogam.

Quem joga é jogador e sua atitude.

Mais uma vez tivemos uma aula de atitude. Mais uma vez nos mostraram que jogo, negócio, se conquista suando a camisa e querendo mais que seu adversário.

Seja quem for, do tamanho que for e com o currículo que ele tiver.

A simples frase Não saio deste campo sem a vitória. Ou a que eu adorava “Welcome to the hell” ao entrar em um desafio te dá a certeza que você vai ganhar ou perderá para um gênio a sua frente. Nunca para sua atitude.

Fonte: Fernado Meligeni

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Rafael Nadal, o inconformado

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Rafael Nadal acaba de vencer seu 11 título de Roland Garros.

Feito inacreditável em um esporte que evolui a cada ano e é individual. 

Rafael Nadal comemora o título
Rafael Nadal comemora o título Getty

 Sua evolução e transformação nestes anos é um ensinamento para qualquer profissão. Para ele a evolução é o único caminho e a busca da perfeição a chave para se manter no topo.

 Rafa Nadal ensina e mostra aos acomodados que precisamos tentar mais e melhor. Não importa o momento que você vive. Mostra aos gênios que podem mais.

Se eu pudesse usar uma palavra para descrever o espanhol, usaria inconformado. 

O seu inconformismo permite buscar mais, mesmo em momentos onde todos parariam para celebrar.

Obrigado, Nadal, por ensinar ao mundo que sempre podemos um pouco mais. Podemos melhorar. Mas para isso temos querer evoluir sempre.

Fonte: Fernando Meligeni

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A Copa do mundo está chegando. Não se esqueçam de nós.

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Tite em treino na Granja Comary
Tite em treino na Granja Comary Getty
A copa está aí e não vemos uma comoção como nas últimas vezes.

Era normal a menos de 10 dias do evento as ruas estarem pintadas, bandeiras colocadas nas sacadas, rodas de discussão nas praças e bares. Hoje não sentimos a vibração, o orgulho ou a alegria de torcer pela seleção.

Muitos, rapidamente vão dizer que o 7/1 é responsável ou o momento que vivemos no país. Outros dizem que brasileiro cansou de sofrer e que vai entrar na copa com as vitórias que virão.

Na minha opinião o problema é de empatia. Nos últimos anos e mesmo com a garra do Tite e sua credibilidade, a seleção não tem um líder, um cara que nos espelhamos ou que admiremos com força. A falta de um “exemplo” nos enfraquece.

Outro ponto marcante para mim é a distância da seleção e dos jogadores com o público. Entrevistas curtas, pouca proximidade, atletas que mais parecem intocáveis, e a pouca ou nenhuma credibilidade da CBF. Se por um lado eles são incríveis com a bola no pé, suas carreiras são gerenciadas mostrando que pouco importa o que o público acha ou quer ver.

Desta maneira apenas o resultado salva. O erro fica mais criticável e a paciência do torcedor menor.

Inaceitável escutar de muita gente que torce muito mais para seu time do que para sua seleção. A seleção deveria ser e é em quase todos os países o orgulho da nação.

Acredito que as seleções são uma extensão do povo. As seleções têm a responsabilidade de mostrar a cara de um país e seus jogadores precisam colocar o povo no jogo. Em uma conversa com o nosso querido Guga. Ao entrar em quadra em uma Copa Davis contra a França em Florianópolis, comentei que seria muito legal que ele convidasse com as mãos e os olhos o publico a participarem do jogo. Foi a vez que vi o público mais participativo em uma Davis aqui no Brasil. A seleção de vôlei faz isso com maestria e não é à toa que 100 em cada 100 brasileiros torcem, amam e admiram seu time. Dois bons exemplos de como se deve tratar o torcedor.

A copa está aí e nós brasileiros queremos fazer parte desse sonho. Queremos torcer junto.

Não se esqueçam de nós.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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A dura missão de voltar a ser grande

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Novak Djokovic durante a derrota para Kyle Edmund em Madri
Novak Djokovic durante a derrota para Kyle Edmund em Madri Getty

Tenista profissional e provavelmente todos os trabalhadores do mundo são movidos a resultado, dedicação, amor e confiança.

Quando estamos ganhando nem percebemos o difícil que é uma tarefa. Simplesmente nos concentramos e realizamos nosso objetivo. Jogamos no automático.

Novak Djokovic fez isso por anos. Entrava em quadra, apertava o automático e passava por cima de todos os adversários. Sua confiança impressionava, sua velocidade de pernas mais ainda. Infelizmente isso mudou. Hoje ele não consegue mais passar por cima de ninguém. Está lento e duvida o tempo todo de suas jogadas.

Ontem em mais uma apresentação abaixo da média, Djokovic perdeu e nem de perto foi o temido sérvio que todos conhecemos. Falta de treino? Falta de motivação? Falta de ambição?

Não.

Simplesmente falta a confiança nos momentos importantes. Agora ele pensa muito. Não joga no automático. Pensando demais nessa hora. Comete erros.

A busca pela confiança é das mais complicadas. Por ela precisamos trabalhar mais, focar nos detalhes, ser muito forte mentalmente e nunca esquecer o que já fizemos no passado. Nossa história é nossa maior companheira nesses momentos difíceis.

Novak Djokovic vai voltar a jogar seu melhor tênis. Mas antes disso ele nos dá uma importante lição. Não importa o quanto você é espetacular. Cuide do seu momento. Ele pode acabar com um simples erro. Uma simples decisão equivocada

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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A dura missão de voltar a ser grande

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Aos mestres, com carinho

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Lugar sagrado: a quadra de tênis
Lugar sagrado: a quadra de tênis Getty Images

Quando se entra pela primeira vez numa quadra de tênis, um filme passa pela sua cabeça: um esporte difícil, uma possível carreira de sucesso, viagens a lugares incríveis, conhecer culturas e pessoas diferentes, ficar famoso.

Com o tempo, vamos conhecendo o esporte, e o professor tem a função de lhe mostrar as coisas boas e ruins que podem acontecer nessa linda jornada.

 Como em qualquer atividade, você se depara com professores bons, ruins, normais ou tem a sorte de conhecer orientadores diferenciados.

Ter a sorte de encontrar um desses professores fora da curva te faz olhar o esporte e a vida de uma maneira bem diferente. Quanto entrei pela primeira vez para uma aula numa quadra de tênis, assim que vi meu professor, me senti acolhido.

 Lembro como se fosse hoje.

Ele foi até a porta, pegou na minha mão e disse: “Seja bem-vindo, Fernando. Aqui é um lugar sagrado, a quadra de tênis. Aqui você sempre terá alegrias e tristezas, mas, acima de tudo, você terá aprendizados. Aqui pedimos apenas uma coisa: alegria, respeito e dedicação”.

Eu tinha oito anos, e ele 18. 

Seu sorriso, sua energia e sua preocupação eram marcantes, inesquecíveis. Em poucos minutos, me apaixonei pelo esporte através do grande professor que meus pais tinham escolhido para mim. Fiquei uma hora em quadra. Ao sair, não via a hora de voltar.

Aprendi todos os fundamentos, mas muito mais do que golpes de direita e esquerda, saques e voleios, aprendi a ser gente.

Ele, sem eu perceber, me ensinou valores, me mostrou que somos todos iguais, que não existe diferença entre A ou B, cores, religiões, ideias. Em poucos meses, o incrível José Flávio Nunes virou meu segundo pai. Pegava-me na saída da escola, jogava comigo, me colocava para enfrentar adversários com mais de 50, 60 anos de diferença, me levava para o refeitório dos funcionários, me apresentava a meus amigos inseparáveis, os pegadores de bola, me levava para conhecer a casa humilde que habitava.

O Nunes, com a autorização dos meus pais, me fez virar atleta, criança e gente.

O tempo passou e fico pensando o quanto ele foi importante. Ele me ensinou a lutar em cada vitória.

Lembro também como se fosse hoje ele jogando com cãibras na Quadra 1 do clube e lutando até o último ponto de um torneio qualquer. Saiu derrotado e com olhos marejados.

Logo depois, disse: “Podia morrer na quadra, mas não entregaria o jogo nunca. Sei que sou o espelho das crianças e eles precisavam me ver cair de pé.”

Hoje, sou grato. 

Tenho orgulho de dizer que meu primeiro professor mudou minha vida.  Que ele tem uma parcela gigante nas minhas conquistas e na pessoa que sou.

Que todos um dia possam ter a sorte de ter um professor Nunes em suas vidas.

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Geração "Tudo Bem": ganhar ou perder é igual

Fernando Meligeni
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Djokovic com sua raquete quebrada em confronto com Dolgopolov
Djokovic com sua raquete quebrada em confronto com Dolgopolov Clive Brunskill/Getty Images

Ao decidir ser um atleta de performance ou um executivo bem-sucedido, deixamos muitas coisas de lado para alcançar o objetivo. Para chegar tivemos treinos duríssimos, estudos intermináveis, abdicamos de muitas coisas, dormimos pouco, comemos correndo e ao não conseguir o objetivo apenas dizemos. Não deu? Valeu a experiência? Nãoooooooooooooooo.

Pode parecer maluco o que vou dizer, mas acredito que os mais experientes precisam ter tolerância zero com essa geração. Sim, o mundo está mudando, mas não podemos deixar que nossos jovens percam o brilho nos olhos. Percam a fome por vitória. Não lutem. Simplesmente esperem a próxima chance.

No meu caso já comecei minha linha tolerância zero. Sempre com saídas, com direcionamentos, mas tocando na ferida e falando o que penso.

Para alcançar coisas grandes precisamos pensar grande, trabalhar muito, mas acima de tudo. Não aceitar nunca e ser um pouco ou muito inconformado. Sem isso não saímos do lugar.

Sou do tempo que a derrota doía demais. Que perder era fracassar. Ser derrotado tirava o sono.

Ao ver um atleta perdendo víamos uma pessoa buscando saídas, tentando alternativas e se dedicando ainda mais em cada ponto ou dificuldade.

Ao conversar com empresários, técnicos, professores todos falam que a geração aceita fácil o revés, se contenta com pouco ou simplesmente não se mata pelo objetivo. Na primeira grande dificuldade abaixam os ombros e percebem que hoje não vai ser o dia.

Muitas teses são colocadas à mesa. A facilidade que obtém informação. A educação, ou pouco tempo para educar dos pais. A geração "Reset"...

O que mais chama a atenção é que escutamos de todos os segmentos e vejo que as pessoas aceitam com naturalidade essa mudança de comportamento dos jovens.

Hoje assistindo ao jogo do Nadal contra o Thiem, o melhor do mundo contra outro top 10 vi um jogador focado e com fogo nos olhos, outro perdendo e em nenhum momento mostrando resiliência, saídas, mudando a tática, mostrando ao adversário que queria encontrar uma maneira. Resultado 6/0 6/2 e em nenhum momento vimos ATITUDE.

Quando falo com um tenista ou leio que "joguei bem, mas não deu" ou "hoje não era meu dia", ou "serviu de experiência". Admito que fico revoltado. A maneira que as pessoas aceitam a derrota, ou o fracasso me deixa maluco. Como assim tudo bem?

Onde está seu brio, sua garra, seu amor próprio?

Alguém que quer vencer na vida não pode aceitar perder com naturalidade em nada. Isso não quer dizer que vamos ser mal-educados ou não vamos reconhecer a superioridade do adversário. Mas a linha entre aceitar e encontrar alternativas é muito grande.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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A arte de fazer o simples

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Djokovic em ação durante o torneio de Wimbledon
Djokovic em ação durante o torneio de Wimbledon GLYN KIRK/AFP/GETTY

Em tempos de exposição midiática e exibicionismo, muitas vezes fazer o simples parece ultrapassado, demodê ou até no jargão esportivo jogar para não perder. Mas será que é isso mesmo?

O atleta tem várias facetas e a mais espetacular é a competência para analisar seu momento. Ao falar com um atleta muitas vezes impressiona sua auto análise, sua verdade e sua busca pela evolução.

Ao ver o Novak Djokovic voltar para o seu técnico Marian Vadja, que o colocou no patamar de melhor do mundo depois de treinadores badaladíssimos - como Becker e Agassi -, a pergunta veio à tona: será que voltar às origens no meio da crise ajuda? Será que não seria mais adequado ele contratar mais um figurão? Não será que o Vadja já passou tudo que tinha pra passar?

Vejo uma decisão muito interessante. Quando vamos crescendo no nosso negócio e no tênis não é diferente (para mim é uma empresa, um negócio é uma curtição) precisamos lembrar nossas origens, o que deu certo, o que nos fazia bem quando estávamos no auge. O Djokovic fez exatamente isso. Nos seus melhores momentos era rápido, forte mentalmente, tinha sangue nos olhos e não entregava um ponto. De um tempo pra cá, ele perdeu isso.

Ao invés disso, sua relação com o Agassi foi mais midiática que "tenistica". Seus treinos mais conversados e discutidos que eficientes. De ser o protagonista da relação virou o jogador treinado pelo Agassi. Em poucas palavras, o protagonismo mudou de lado e tirou a pouca confiança que ele ainda tinha. Contratou mal.

Muitos acham que dar um passo atrás é perder espaço. No tênis não é.

Mais uma vez o sérvio nos dá uma aula de humildade. Nos últimos anos ele vem tendo problemas físicos e pessoais. Não consegue focar apenas na profissão, no dia a dia do tênis. Percebeu seus erros e por isso fez a mudança radical.

A pergunta agora vem se ele vai conseguir ser o mesmo jogador do passado. Infelizmente essa resposta nem eu nem o Vadja vamos conseguir dar. Essa só ele mesmo com sua dedicação diária e sua fome.

Muitas vezes fazer o simples e aceitar seu erro te traz outra vez para o caminho da vitória.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Que tamanho tem o tênis do Brasil?

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Thiago Monteiro durante jogo pela Copa Davis na Colômbia
Thiago Monteiro durante jogo pela Copa Davis na Colômbia EFE

Meu pai me dizia: "Quer ser alguém na vida? Saiba qual é seu tamanho. Seu nível. Sua importância".

Ao assistir o confronto da Davis, me veio a pergunta do meu pai. 

Nosso país é engraçado: vivemos do passado. Achamos que somos o que éramos e muitas vezes somos pequenos com a empáfia de um número 1 do mundo.

No futebol somos campeões do mundo do passado e achamos que continuamos sendo os melhores. Tomamos 7 na cabeça e nossa máscara não cai. Temos um torneio péssimo, times mal dirigidos, sistemas antigos, mas somos o país do futebol. O futebol do faz de conta.  

No tênis, a mesma coisa. Qualquer crítica, lembram do Guga. Como se alguém tivesse feito algo. Aí falam que temos o número 1 do mundo de duplas que pouca gente ou ninguém dá a mínima.

Mas alguém critica (normalmente eu) e todos ficam de cara. Bravos. Como se fossemos a Espanha. Quando perdemos de uma Colômbia na Davis sem nenhum jogador entre os 200 do mundo, todo mundo tem que achar normal. Quando nossos jogadores não jogam a Davis para pensar na carreira. É normal. E nosso tênis? Ah, e ninguém pode criticar. Ou é do contra.

Fui crítico por 10 anos e disse que a gestão era pífia e que nosso esporte estava à deriva. Eu era linchado. Jogadores ficaram bravos, técnicos viraram a cara. Eu estava errado? Tivemos os piores dez anos do tênis. Sabem por quê? Porque tivemos dinheiro, ídolos, boa safra, e nossos dirigentes eram autoritários. Eram do time ou deste lado ou do outro.

A derrota veio com luta, com atitude. Mas o tênis brasileiro está ruim. É só olhar que não temos nenhum jogador entre os 100, dois entre os 200 e poucos entre os 400 do mundo. 

Na boa. Não estamos bem. Não podemos dizer que o tênis brasileiro melhorou. 

Doa a quem doer. Nosso esporte sangra. E se não se encontrar a cura. Ele morre.

Hoje vou dormir triste, decepcionado. Vivo do tênis. Amo o tênis e vejo que nosso tênis está ruim. Que nossos jogadores não jogam a Davis e que precisamos decidir quem somos. 

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Que tamanho tem o tênis do Brasil?

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Por que muitos dos nossos jogadores estão treinando fora do país?

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

O post de hoje não é crítico, na verdade ele é muito mais uma pergunta ou um chamado ao debate.

Venho percebendo que muitos ou uma boa maioria dos nossos melhores tenistas ou estão se mudando para outros países ou estão contratando técnicos estrangeiros. Cada um com sua filosofia ou motivo, mas fica claro que as coisas mudaram - e isso tem algum significado.

Antes do debate, queria deixar aqui minha opinião. Técnico não tem nacionalidade. Técnico ou é bom para o jogador ou não é. O que muda muito é a maneira de trabalhar, de se dedicar, a estrutura e principalmente o engajamento. Mas tanto aqui quanto fora achamos bons nomes. Outro ponto importante é encontrar o motivo dos nossos jogadores estarem saindo do país.

Rapidamente cito 10 ou mais nomes fora do país ou treinando com estrangeiros.

Bruno Soares, Marcelo Melo, Guilherme Clezar, Thiago Monteiro e o capitão do Brasil na Davis, João Zwetsch
Bruno Soares, Marcelo Melo, Guilherme Clezar, Thiago Monteiro e o capitão do Brasil na Davis, João Zwetsch Getty

Fora do país, lembro aqui Thomaz Bellucci, que acaba de ir morar nos Estados Unidos (IMG) e treina com o André Sá; Feijão, que acaba de se mudar para os Estados Unidos; Laura Pigossi mora na Espanha há anos; Carol Meligeni mora e treina na Argentina; Orlando e Felipe Meligeni foram para a Espanha em convênio com a CBT e a BTT; Teliana Pereira foi fazer a pré-temporada na Espanha; João Menezes mora e treina na Espanha na academia do Galo Blanco; Luisa Stefani, que voltou para a universidade.

Além deles, Rogerinho Dutra Silva e Bia Haddad viajam com treinadores estrangeiros.

Quando olhamos nosso tênis, percebemos que o número de jogadores é grande nessa condição. Mais ainda pensando que estamos falando dos melhores do país.

Será que temos respostas para isso?

Do outro lado, temos Bruno Soares, Marcelo Melo, Marcelo Demoliner e Thiago Monteiro treinando aqui no Brasil com treinadores brasileiros que viajam o circuito.

Lembro quando Thomaz Bellucci declarou que não tínhamos treinadores no Brasil: a fala caiu como uma bomba, e muitos - inclusive eu - criticamos a postura dele. Anos se passaram e pergunto: ele estava tão errado assim? Não digo que não tenhamos grandes técnicos e pessoas que sabem muito de tênis. Mas a cada ano vejo o número de técnicos disponíveis no circuito e viajando 30 semanas diminuir. Hoje é difícil encontrar um nome que queira deixar tudo aqui e acompanhar um tenista.

Na sua grande maioria, os técnicos brasileiros - além de jogadores - têm academias ou outras opções. Como o jogador brasileiro não consegue pagar um dinheiro suficiente para a tranquilidade do técnico, essa escolha fica ainda mais difícil. Aí vem o problema. Poucos se aventuram no circuito e os que já viajaram muito duvidam se é a melhor opção.

Outro ponto a ser pensado. Nossos melhores ex-jogadores não estão no meio e no dia a dia da quadra. Jaime Oncins mora e trabalha nos Estados Unidos. Guga não está na quadra. Eu não estou na quadra, Saretta não está na quadra. Mattar, Mota... Muitos que podiam ajudar tem hoje outras prioridades.

Aí pergunto a vocês: a falta dos técnicos no circuito e no dia a dia reflete no nível dos nossos jogadores? Deixo aqui duas culturas, Espanha e Argentina. Vemos grandes nomes do tênis no circuito. Na Espanha vemos Bruguera, Roig, Moya, Galo Blanco, Vicente, Clavet, Ferrero, entre outros. Na Argentina Chela, Orsanic, Coria, Mancini e muitos nomes que talvez muitos não conheçam, mas que jogaram um belo tênis e acompanham muitos jogadores.

Por último, pergunto: lá fora se treina melhor do que aqui no Brasil?

O que leva um tenista a mudar de país ou treinar com um estrangeiro?

1) menos jogadores por quadra;

2) mais jogadores para treinar e conviver;

3) maior facilidade em locomoção e com isso o jogador ao perder volta e treina mais;

4) maior presença do treinador;

5) os treinadores gostam mais de estar na estrada;

6) mais troca entre treinadores;

7) mais troca entre ex-jogadores e técnicos;

8) ao estar longe, os meninos percebem que o esporte é profissão.

Vocês concordam comigo?

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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O segredo da longevidade no alto rendimento

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Roger Federer, em partida do ATP Finals
Roger Federer, em partida do ATP Finals ESPN

Ao assistir o Roger Federer todos nós nos perguntamos quais são as características indispensáveis para ter um rendimento tão espetacular com 36 anos e conseguir enfrentar jogadores incríveis coma metade de sua idade

Atletas de alto rendimento levam seus corpos ao limite o ano todo com treinos, viagens, pressão e pouco ou nada de descanso. Então qual é a fórmula?

Acredito que na grande maioria dos casos o amor pelo que se faz passa por cima de muitas dificuldades. A vida regrada faz com que possamos tirar o melhor do nosso dia a dia. O objetivo claro ajuda a ter força e resiliência.

No caso do Federer seu amor pelo esporte transcende o bater na boa. Ele internamente no circuito luta pelos outros tenistas, aconselha jogadores jovens arrasados com as derrotas e tem claro sua importância com os diretores de torneios e principalmente com os fãs do esporte.

Sempre escutei que um atleta ou empresário completo não é aquele que alcança grandes resultados. O resultado vem e vai. Um dia você está na crista da onde é no outro você está em baixa. O que mantém um cara no topo é seu engajamento total com a causa. Dentro e fora da quadra você tem que ser diferente e contundente. Difícil? Sim. Por isso existem tão poucos diferenciados. Por isso existe apenas um Roger Federer.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Carta aos pais e jovens tenistas. É preciso parar de estudar para ser um tenista?

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Torneio juvenil de Wimbledon
Torneio juvenil de Wimbledon Getty Images

Depois que escrevi meu último texto falando das diferenças entre jogar tênis e ser tenista, recebi algumas mensagens interessantes e preocupantes. Não é de hoje que sei que minhas falas repercutem e fazem país e jovens discutirem em casa. Técnicos e famílias debatem alguns assuntos que coloco aqui. Por um lado fico muito feliz, mas não fujo da responsabilidade que isso traz. Tenho que ser muito claro em alguns assuntos. Por isso decidi escrever mais uma vez sobre estudos.

Muitos de vocês devem saber que eu parei de estudar muito cedo. Meus pais me mandaram para Argentina, para treinar, assim que terminei a oitava série e nunca mais voltei a escola. Em uma decisão extremamente perigosa eles acreditaram no meu sonho e na minha vontade de ser tenista.

Mas será que foi uma decisão certa? Hoje eu tenho dúvidas. Para mim foi, mas a chance de dar certo é muito pequena para as possíveis consequências.

Falado isso, vamos aos fatos.

Eu acredito e vejo que temos muitos pais fazendo os meninos pararem de estudar com 12, 13 ou 14 anos. Na sua grande maioria, com o discurso que o menino ou menina vai ter mais tempo para treinar e se dedicar ao esporte. Faço aqui a primeira pergunta.

Será que esse menino treina todo esse tempo bem? Será que ele precisa de 6 horas diárias de treinos intensivos? Ele aguenta esse tranco?

Quando falo que ser tenista é abdicar de coisas, trabalhar duro, pensar em tênis e ser comprometido, na verdade pode até ser exatamente o contrário de parar de estudar. Na minha visão se o menino conseguir treinar com excelência por duas horas e meia e mais uma boa parte física todos os dias, ele está no caminho certo para se tornar um tenista. O problema é que, com 14 anos, nossos tenistas treinam entre 45 minutos e 1 hora bem treinada e com intensidade. O resto é preenchimento de horário. Poucos ou quase nenhum tenista juvenil no Brasil consegue treinar por 4 horas e que esse tempo tenha valido a pena. Então: pra que parar de estudar se eles não treinam o tempo que precisa?

Outro ponto a ser considerado. Vocês imaginam a pressão que se coloca em um garotão que parou de estudar tão cedo para ser algo na vida? É como dizer que ele não tem plano B na carreira. Ou é tenista ou vai ficar atrasado em relação ao mundo. Acredito que essa pressão é muito grande e desleal ao seu filho com a pouca idade que ele tem.   

Mais um ponto importante. O estudo te traz inteligência, informação, abre sua cabeça. Tenista fica muito alienado dentro de uma quadra. Quantos dos meninos dessa idade hoje ficam 70% do tempo no celular mandando mensagem e papeando com amigos durante o dia. Vocês não acham que colocar mais tarefas no dia vai fazer do seu filho mais inteligente? Mais capaz? Sem falar na alternativa se ir para um tênis universitário se ele perceber que o profissionalismo está longe para ele.

Mesmo quando treinamos duro, temos muitas horas livres. Não vejo motivo para profissionalizar um menino com essa idade. Acredito que não se pode queimar etapas e precisamos puxar ao máximo o treino, a física, o estudo e mostrar ao garoto que a vida dentro ou fora das quadras é dura e competitiva.

Por último queria deixar claro que este é um esporte para poucos. Não o subestimem achando que simplesmente porque seu filho ganha um torneio estadual ou brasileiro que ele vai ser um Federer ou um top 100. Ele terá que entender que o esporte é igual a uma escola. Começamos no pré, vamos para a primeira série, depois pro ginásio, pro colegial, pro vestibular, pra faculdade e depois o trabalho. No tênis é exatamente igual. Com 13, 14 anos não existem fenômenos ou futuros campeões. Existem meninos que jogam juvenil. Vão pra o 16, pro 18 e depois vão começar a jogar profissional. Aí começa a verdadeira vida do tenista. 

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Seu filho joga tênis ou é um tenista?

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Em pouco mais de um mês tivemos no Brasil um Atp 500 no Rio, um Atp 250 em São Paulo, dois 25.000 femininos em Curitiba e São Paulo e mais dois 15.000 das meninas em Campinas, e esta semana em São José dos Campos. 

Além da chance de ganhar pontos, nossos tenistas tiveram uma oportunidade gigantesca de assistir a poucos metros como se preparam, como vivem, o profissionalismo e o dia da dia dessas feras.

Thiem, Carreno Busta, Cilic, Monfils, Cuevas... Tantos nomes entre os 10, 20 ou 50 melhores no nosso esporte bem na nossa frente.

A rotina de um grande campeão é viver para o esporte. Tenho discutido bastante com nossos meninos no bate bola que um dos grandes problemas no tênis brasileiro é a falta de comprometimento e entrega da nossa molecada. A dificuldade em deixar uma festinha, um jantar romântico, um aniversario me dá a clara ideia de quanto esse menino ou menina quer jogar tênis de verdade. 

Sei que muitos não gostam das minhas duras análises e dedos na ferida, mas ao assistir a atitude da molecada, fico pensando se eles realmente acham que vão chegar dividindo sua atenção com tantos fatores extra quadra. Com tantas coisas saborosas que nos tiram do foco principal. A outra pergunta é se eles querem pagar esse preço.

Há algum tempo atrás eu achava que a falta de informação era o problema; hoje percebo que não é bem assim. Acho que falta ter consciência que ser tenista é uma profissão. Sim. Para mim sempre foi exatamente igual ser tenista ou médico ou engenheiro ou jornalista. Você tem que estudar, acordar cedo, trabalhar duro, abdicar de coisas maravilhosas por um ideal, por um trabalho.

Quer saber se seu filho é tenista? Perceba se ele fala mais de tênis ou coisas extra quadra, de treino ou de possível balada. Olhe se ele, na hora livre, pensa em algo alternativo para ajudar sua evolução como atleta ou se deita e fica no celular batendo papo com amigos e amigas.

Jogar tênis todos podem jogar. Você que me está lendo joga tênis. Ser tenista é bem diferente. Ser tenista requer voltar cansado, fedido e sujo todos os dias. Treinar sábado e apenas descansar no domingo (se não tiver torneio).

Por último um conselho ao pai e mãe do menino que está me lendo. Não atormente seu filho com resultados. Enfie o dedo na ferida no comprometimento, na dedicação, nas prioridades. Se ele tiver essas três palavras claras os resultados aparecem sozinhos.

Comprometimento: ser profissional, chegar na hora do treino, aquecer, alongar, lutar pelos seus sonhos.

Dedicação: dar a vida pela chance que estão tendo. Treinar duro todos os dias. Ver jogos na internet e na tv. Debater sobre tênis. Dormir cedo, comer bem.

Prioridades: na duvida entre qualquer coisa e o tênis. O tênis ganha. Mas tem uma festa legal e eu jogo amanhã. Vou voltar cedo. NÃO. VOCÊ VAI DORMIR PORQUE O TÊNIS É SUA PROFISSÃO. Vou treinar ou assistir o jogo da minha namorada? Treinar. 

Ah, mas assim é muito chato jogar tênis. Sim, é chato e sacrificante. Mas vale muito a pena. 

Depois disso eu te pergunto menino e menina juvenil. Você joga tênis ou é tenista? 

Eu também te pergunto pai de tenista. Seu filho joga tênis ou é um futuro tenista?

Fonte: Fernando Meligeni

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Carta aberta: respeito

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Pensei muito se devia ou não escrever esta carta aberta. Ao escrever, um monte de gente vai me odiar, muitos vão ficar bravos. Mas, vendo o que vem acontecendo com nosso esporte e seus resultados, prefiro a ira de alguns do que dar as costas e ser mais um que vive do sistema do faz de conta, ou que vê e não tem coragem de encarar.

A palavra respeito no tênis me foi ensinada no primeiro dia que entrei em uma quadra. José Flávio Nunes me disse. Respeite este esporte sagrado, respeite seus adversários e respeite a história do esporte.

Todos devem saber que venho batendo bola com a molecada. Hoje foi o dia mais triste que vivi desde que começou. Se entro aqui para bater palma, falar das coisas lindas que venho vivendo, entro também para mostrar o lado ruim. Foi pedido que eu abrisse um horário para jogar com um grupo de meninos que jogam muito bem. Dos melhores meninos que temos no Brasil. Pedido pesado. Marquei hoje às 14:00h, desmarquei reuniões, me compliquei com meus filhos e minha esposa para estar lá na hora certa. Eu fui. Alguém mais foi? Alguém me avisou? Um contratempo, um erro de comunicação, um lapso... Não importa. Ninguém foi, ninguém ligou. Culpa dos meninos? Não. Nem um pouco. Eles estavam jogando. Culpa dos técnicos.

Quando faço uma entrevista e digo que nosso tênis está atrasado, que precisamos evoluir, tomei porrada de todo lado da classe de treinadores de tênis. Quando fui ao encontro nacional da CBT, em dezembro, muitos me olharam com a cara torta e fizeram comentários como: 'já que ele é tão bom, que pegue a meninada toda'. Quando se critica, a primeira reação é achar que eu sou do contra, que quero sacanear, que tenho algum interesse. Aqui valem algumas ressalvas. Primeiro: não quero ser capitão da Davis.  Segundo: não quero um cago político. Terceiro: não me preocupo se ajudam ou não os meus sobrinhos. Quarto: não falo para me promover. Então, por que você fala, Fino? Porque eu amo o meu esporte. Eu vivo dele e ele é meu sustento.

Hoje, saindo da quadra, percebi uma coisa muito triste. Será que nossos técnicos realmente respeitam nossa história? Será que eles acham que podemos de alguma maneira ajudar? Tenho minhas dúvidas. Quantas vezes esses técnicos que hoje têm bons jogadores na mão me ligaram, ligaram para o Guga, para o Saretta, para o Jaime, para o Koch, Kiki, para o Ricardinho e trocaram informações? A sensação que tenho é que, no nosso país, as pessoas (técnicos) acham que fomos 1, 25, 34 ou top 50 porque nos deram os pontos. No fundo, não sabemos nada. Pergunto. Quem sabe são vocês?

Duro? Sim. Muito duro. Mas o tênis brasileiro tem história e nós fazemos parte dela, e está na hora de começar a respeitar a história de TODOS. Como queremos que nossos tenistas tenham engajamento, brilho nos olhos, se os técnicos deles não respeitam a história do nosso tênis?

Eu teria dado o que fosse para poder conversar com um ex-25 do mundo. Eu paro tudo que posso quando estou conversando com o Guga (como estive na piscina e nos cafés da manhã no Rio Open). Cada frase do Thomaz Koch e história me alimenta, cada segundo com o Kiki é uma aula de tênis e de vida. Aí eu pergunto.

Vivemos a era dos técnicos que sabem tudo. Mas os resultados estão aí é não enganam quem entende do esporte. Vocês também são responsáveis. Venho falando em troca, em debate, em união. Um dia teremos que fazer isso ou quem sabe resetar e fazer uma grande limpa.

Abraço a todos.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Mesmo com estrelas sem 'brilho nos olhos', torneios no Brasil deixaram bom resultado

Fernando Meligeni
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Gael Monfils foi um dos convidados que participaram do Brasil Open
Gael Monfils foi um dos convidados que participaram do Brasil Open Gazeta Press

Nestas últimas duas semanas tivemos os dois maiores torneios de tênis do país. O Rio Open e o Brasil Open fizeram a sua maneira seus torneios e conseguiram um bom resultado.

Aqui não vou entrar no mérito da comparação até porque são torneios de níveis diferentes e com orçamento desigual.

O que mais chamou a atenção foi a tentativa de trazer bons nomes, tenistas carismáticos e com bom nível de tênis. Os dois tentaram mas suas grandes estrelas deixaram a desejar. No Rio Cilic, Thiem e Carreno Busta estiveram bem abaixo do seu nível. Culpa da organização? Não. Nem um pouco. Junto a um polpudo cheque trataram as estrelas com muitas regalias, respeito e sempre prontos a atender. O Rio mesmo em um momento difícil deu todos as condições para que os jogadores fizessem o seu melhor. Infelizmente não o fizeram. Difícil dizer o motivo, mas como jogador não gostei da apresentação deles. Faltou aquele brilho nos olhos.

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Em São Paulo com menos dinheiro e concorrendo com um torneio muito querido (Acapulco), apostaram em Monfils, Cuevas e Ramos Vinolas. Cuevas e Ramos deram a vida e tentaram. Perderam mas deixaram tudo. Monfils não jogou muito nem pouco, não bagunçou nem jogou sério. Não sorriu nem tratou mal as pessoas. A verdade é que se esperava muito dele. Shows, piruetas, gargalhadas, jogadas incríveis. Não aconteceu.

Falando em torneios, o Rio continua lindo. Torço para que não saia do Jóquei. Se mudarem para a quadra dura que fique por lá. O charme, a atmosfera, a alegria se perderá indo para o centro olímpico. E entre nós. O torneio não tem nada a vez se o país, o estado e a prefeitura não sabem o que fazer com o elefante branco que construíram e demoraram anos para dar ou passar para alguém. Não é porque o Rio tem um local de tênis que o torneio tem que ser lá. O centro tem que ser usado e bem usado com um monte de ações.

Em São Paulo tivemos a mudança de local. O torneio voltou para o Ibirapuera. Se por um lado eu acho pior, não adianta ter o torneio em um clube que não abraçou o torneio como deveria. Fui dois anos lá e ficava claro que o clube não quis o torneio como vemos outros clubes ao redor do mundo. A chance de ter grandes tenistas deveria escancarar o clube e os sócios deveria aceitar ficar sem quadras, vestiário ou seja o que for. Exemplo O Real Clube de Barcelona, o clube de Monte Carlo e tantos outros. Mas claramente não aconteceu. Então sem criticas o melhor é tirar o torneio de lá. Por isso ter a autonomia mesmo que em um ginásio ultrapassado e quente foi a enjoar decisão no momento.

Para o ano que vem esperamos as definições de que tipo de quadra teremos nos torneios e onde serão jogados. De resto a certeza de dois bons torneios para assistir e uma boa chance para os nossos tenistas em quadra.

Fonte: Fernando Meligeni

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Brasil vence na Copa Davis, mas preocupa

Fernando Meligeni
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Quando o time saiu para Santo Domingo, esperava-se um confronto simples e sem muitas complicações. Mesmo não tendo muitos dos titulares, como Bellucci, Bruno, Rogerinho ou os próximos da lista, como Clezar ou Feijâo, nosso time era muito favorito. Sempre jogar fora de casa é complicado, mas o time da República Dominicana, desfalcado do seu melhor jogador, nem de perto poderia fazer frente. Mas Davis sempre é tenso.

Quando o Thiago, no segundo jogo, perdeu seu primeiro set depois de estar passeando em quadra por 5/2, uma luz no fim do túnel apareceu ao time adversário. Cid ganhou o primeiro set e começou a acreditar que poderia complicar o confronto. Com ele, o time inteiro veio. Por pouco. Muito pouco, o que era improvável aconteceu.

No final, foi um drama. João Pedro Sorgi foi grande e teve muita coragem e personalidade para vencer um jogo tenso e que em momentos parecia ter ido embora. Antes fora dos planos por causa do ranking, entrou e segurou o rojão. A vitória pessoal dele é gigante. Estreia, vitória ou derrota na sua mão, pouca experiência. Tudo estava contra ele. Mas ele venceu na garra, na atitude e no tenis. Parabéns, Sorgi.

O 3/2 sofrido nos faz analisar por muitos lados.

1 - Gostei muito da atitude dos jogadores unidos vibrando e se ajudando. Davis é equipe.

2 - Marcelo Melo é o jogador a ser muito enaltecido. Primeiro do mundo em duplas, liderou o time, gritou, instruiu, vibrou e fez o que se espera dos mais experientes. Chamou para si a responsabilidade, ganhando seu ponto, e esteve no boxe o tempo todo.

3 - O resultado e as dispensas mostram que algo está errado. Não é acaso cinco dos nossos melhores jogadores preferirem o circuito a Davis. Isso nunca aconteceu. Não tampemos o sol com a peneira, amigos. Não foi acaso.

4 - Em pouco mais de 2 meses, temos outro confronto (Colômbia fora de casa). Teremos as mesmas justificativas, e a Davis ficaracá para segundo plano?

Parabéns ao time. Venceram, mas deixaram mais preocupações que respostas.

Que venha a Colômbia!

Fonte: Fernando Meligeni, para o ESPN.com.br

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