Da previsão de caos ao envolvimento local: os últimos dias antes da final da Libertadores entre Flamengo e Athletico
Violência urbana, erupções vulcânicas, terremotos, atentados? Exceções feitas a casos pontuais, os últimos dias antes da disputa da final da Conmebol Libertadores 2022 em Guayaquil, no Equador, não confirmaram algumas previsões de caos e confusão para a semana do aguardado confronto entre Flamengo e Athletico-PR.
Na última terça-feira, dois vídeos que circularam nas redes sociais mostrando equipes de televisão locais sofrendo assaltos ou tentativas de assaltos ao vivo alarmaram quem chegava à cidade para torcer ou trabalhar. O fato, contudo, não se repetiu, até porque, desde quarta-feira, o que se vê nas cercanias do estádio Monumental é um policiamento muito reforçado. Neste sábado, dia da final, o reforço, claro, será ainda maior, com utilização inclusive de forças do exército, até aqui não empregadas.
Jornais locais como o diário Expresso alertam, porém, para o fato de que o emprego da maior parte do efetivo policial de Guayaquil na decisão deixará em alerta outras partes da cidade. É o caso de Alborada, a cerca de quatro quilômetros do estádio da final. Cecilia Cevallos, moradora do bairro, explicou ao Expresso: “Ninguém estará seguro fora. Como vão nos proteger se todos os policiais estarão no estádio? O melhor é ficar fechado em casa até o final de semana”.
A preocupação dos moradores se justifica porque Guayaquil vive um momento conturbado, de crescente número de assassinatos, assaltos e até atentados a bomba devido a disputas entre grupos de narcotraficantes. De agosto até o meio deste mês, inclusive, a cidade teve decretado Estado de Exceção pelo presidente do Equador, Guillermo Lasso – de janeiro a agosto, mais de 850 pessoas foram assassinadas na cidade.
Vulcão Cotopaxi
Além da violência urbana, havia alguma preocupação com eventuais problemas de ordem natural, como as possibilidades de um terremoto de maior proporção e de erupção do vulcão Cotopaxi, perto de Quito, a cerca de 400 quilômetros de Guaiquil. Nenhum dos fatos, entretanto, ocorreu na semana da decisão.
O vulcão segue sendo monitorado pelas Forças Armadas e pelo Instituto Geofísico equatoriano, inclusive com sobrevoos de helicóptero realizados na últimas quinta-feira, mas não foram constatadas quaisquer mudanças significativas nas atividades vulcânicas.
Embora no Brasil a agência de turismo Outsiders Tour tenha chegado a citar o vulcão como parte das causas do adiamento de voos que trariam torcedores para Guaiaquil, a última vez que um voo foi cancelado ou adiado por conta de atividades vulcânicas no Equador foi em agosto deste ano.
Torcida local
Problemas logísticos à parte, nas ruas de Guayaquil, a presença de torcedores com as camisas dos times brasileiros – especialmente do Flamengo, em proporção bem maior – se tornou mais comum a partir da quinta-feira, até quando, segundo levantamento das autoridades equatorianas, três mil brasileiros já tinham chegado à cidade.
O maior fluxo de torcedores vindos do Brasil, porém, ocorrerá nesta sexta-feira e no próprio sábado, dia do jogo: a expectativa, segundo as autoridades, é de que, no total, cerca de 30 mil brasileiros cheguem a Guayaquil – cerca de 12 mil deles por via terrestre.
Enquanto a maior parte dos brasileiros não chega, os próprios equatorianos tratam de se envolver com a decisão, como fica claro nas lojas esportivas na cidade, cujas fachadas exibem camisas do Flamengo nas vitrines, ou mesmo pelos jornais locais, que já dedicam boas partes de suas edições – incluindo as capas – para a final deste sábado.
Mas talvez seja na Embaixada dos Torcedores, localizada no Palácio de Cristal, um ponto turístico da cidade, que o envolvimento dos equatorianos com a festa da decisão fica mais clara: em qualquer horário, pelo menos até a última quinta-feira, mais do que camisas rubro-negras, impressionava o número de camisas amarelas, tanto as da seleção equatoriana como, principalmente, as do Barcelona, o time com mais torcida no país.
Guayaquil abraçou a decisão. E pelo menos até esta sexta-feira, sem maiores confusões.
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