Protocolos da Bundesliga na retomada vão de higienização da bola à análise de capacidade nacional de testagem
"O objetivo não deve ser garantir 100% de segurança para todos os participantes, já que isso provou ser praticamente impossível. A ideia é garantir risco médico justificável baseado na importância do futebol (em termos sociais, sócio-políticos e econômicos) e no desenvolvimento da pandemia. Todas as medidas são baseadas na premissa estrita de que não há concorrência resultante com os recursos de prevenção da população em geral sobre a COVID-19".
Essa explicação está na primeira página de conteúdo, das 50 no total, de um detalhado documento publicado pela DFL, responsável pela realização da Bundesliga. Trata-se de uma série de protocolos rigorosos a serem seguidos por todos os atores que fazem o futebol na Alemanha e, acima de tudo, considera a situação do país no combate ao coronavírus.
O levantamento da entidade indicou que os testes nas duas principais divisões alemãs representarão apenas 0,4% de toda capacidade disponível nos laboratórios do país, cerca de 818 mil testes por semana, e desta forma não afetarão a sociedade civil. Na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou uma série de medidas de relaxamento das restrições. Nesta terça, o Instituto Robert Koch (RKI), responsável pela prevenção e controle de doenças em território alemão, divulgou que a taxa de infecção deve se manter constante nos próximos dias, apesar do crescimento apresentado após o anúncio do Governo.
Até a última segunda-feira (11/mai), foram registrados na Alemanha 170.508 casos, com 7.533 mortes. Os estados mais afetados são Baviera, Baden Württemberg e Renânia do Norte-Vestfália.
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Todas as partidas da Bundesliga poderão ter, no máximo, 98 pessoas na área do campo, incluindo os jogadores, além de 115 trabalhando no estádio. Para alguns estádios, haverá a liberação extra de 109 funcionários para a área externa. Já na Bundesliga 2, os limites são menores: 90 pessoas no campo, 98 nas arquibancadas e 82 no exterior do estádio. Essas três divisões foram classificadas no documento como Zonas 1, 2 e 3 - e cada uma tem outra série de restrições para as respectivas atividades profissionais. Há também limitação de tempo e funcionários para cada área de trabalho, com delimitação de início e fim de expediente. Tudo será muito controlado no cronograma da partida.
O longo documento deixa claro que os casos detectados serão prontamente informados às autoridades sanitárias e as pessoas isoladas, assim como todos ao redor. Isso já gerou um empecilho para a retomada da segunda divisão. Dois jogadores do Dynamo Dresden, na terceira rodada de testes conduzidos pela liga, apontaram positivo. Com isso, toda equipe foi colocada em quarentena e a retomada da Bundesliga 2 será feita com uma partida a menos.
Pessoas pertencentes ao grupo de risco precisam ser excluídas dos treinamentos e, naturalmente, dos jogos, deixa claro o documento. Todos os jogadores têm o poder de decisão de não participar dos jogos também, e a responsabilidade de avisar sobre os riscos existentes cabe ao médico do clube. Um detalhe, por exemplo, que consta nas 50 páginas elaboradas pela DFL, é o limite para permanência no vestiário antes dos jogos para atletas e árbitros: 40 minutos no máximo.
Não haverá: crianças, mascotes, fotos do time, cerimônia de abertura, cumprimento com as mãos, organização das equipes em grupos, repórteres de campo, entrevistas antes, no intervalo e depois do jogo - as coletivas serão virtuais. Os bancos de reservas terão que ser adaptados, já que há obrigação de distância mínima de 1.5m entre as pessoas. Assim, as arquibancadas podem ser utilizadas ou mesmo assentos simples colocados ao lado.
Haverá, naturalmente, diversas medidas básicas de higiene, distanciamento social e cuidado pessoal, já tomadas por todas as pessoas responsáveis no mundo. Portanto, com exceção dos jogadores em campo, todos deverão usar máscaras. Jornalistas terão que respeitar a distância mínima entre eles. Fora todos os protocolos de limpeza e higienização do ambiente, assim como das bolas selecionadas para a partida. Toda alimentação das equipes deve ser levada pelos próprios clubes e não por terceiros, garrafas terão que ser de uso individuais, assim como a utilização de chuveiros - banhos em casa ou no hotel, ao invés de no estádio, são recomendados. Aliás, todas as medidas são exigidas também dos hotéis credenciados para receber as equipes. O nível de detalhamento é tão grande, que há a indicação para temperatura e umidade dos quartos (21°C, 50–60%), onde não for possível manter as janelas abertas.
E antes de pensar no retorno dos jogos, foi elaborada a estratégia de treinamentos dos times. Grupos menores, atletas distantes entre si e todas as orientações básicas já citadas acima. A preocupação se estende aos familiares e aos cuidados necessários em casa também. Tudo muito bem descrito.
Acima de tudo, a DFL deixa claro que é impossível eliminar todos os riscos e assume a importância social e econômica do futebol como principal motivo para sua retomada, baseada no amparo legal do Governo e das autoridades de Saúde. Para isso, houve uma extensa pesquisa e elaboração de medidas para garantir maior segurança possível a todos os envolvidos. A partir do próximo sábado descobriremos a eficácia de tudo isso e se a Bundesliga apontará o caminho para outras ligas.
O documento da DFL é público e está disponível neste link.
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Fonte: Gustavo Hofman
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