Retorno triunfal de Ansu Fati recupera a esperança do barcelonismo; Real Sociedad e Rayo Vallecano também são destaques na rodada
Contando os acréscimos, foram pouco mais de 13 minutos em campo. Suficientes para Ansu Fati tocar 16 vezes na bola, dar nove passes, sofrer um pênalti não marcado e anotar o terceiro gol do Barcelona. Depois da derrota para o Bayern e os empates com Granda e Cádiz, o Barça voltou a vencer e a jogar bem.
A sétima rodada de LaLiga viu ainda a invencibilidade do Atlético de Madrid cair, o Real Madrid não vencer, a Real Sociedad subir na tabela, o surpreendente Rayo Vallecano, de Falcao García, confirmar a condição de surpresa de LaLiga e o Celta fechar a jornada com a segunda vitória seguida.
Alavés 1x0 Atlético
Enorme vitória do Alavés, primeira na temporada de LaLiga. A equipe basca não batia o Atlético desde maio de 2003 pelo Campeonato Espanhol (12 jogos). Já o Atleti perdeu a invencibilidade com outra atuação ruim, bem abaixo da expectativa e do potencial desse time comandado por Diego Simeone. Mais uma vez o time madrilenho teve enormes dificuldades ofensivas, criou pouquíssimas chances efetivas de gol.
O Alavés entrou em campo no 5-4-1 e assim permaneceu, bem fechado, do início ao fim. Fez 1 a 0 com a cabeçada de Víctor Laguardia aos quatro minutos, em cobrança de escanteio, e no segundo tempo, com o Atlético em cima, perdeu três ótimas oportunidades em contra-ataques para matar o jogo de vez. O Atleti começou no 3-5-2 e mudou para o 4-4-2 depois do intervalo. Tem sido uma constante em jogos nesta temporada do Atleti: começa com linha de cinco defensores e troca para quatro, ou o contrário. O desempenho continua bem abaixo, e desta vez não houve salvação nos últimos minutos. Rodrigo de Paul jogou bem; Antoine Griezmann e Yannick Carrasco foram mal.
Valencia 1x1 Athletic
No duelo do 4-4-2 de José Bordalás e Marcelino García Toral, tudo igual no Mestalla. Resultado justo pelo volume de jogo das duas equipes, que criaram oportunidades de gol, marcaram uma vez cada e proporcionaram um jogo bem agitado em Valência. O empate impediu, também, a terceira derrota seguida dos Ches (Real Madrid e Sevilla), que seria um duro baque nas pretensões do clube após o ótimo início de temporada. Os bascos se recuperaram após o tropeço em Bilbao contra o Rayo Vallecano.
Mesmo sem contar com Carlos Soler, o Valencia manteve a força ofensiva que tem apresentado, desta vez com Yunus Musah e Hugo Duro pelos lados do campo, além de Gonçalo Guedes e Maxi Gómes na frente. O Athletic usou o quarteto ofensivo titular formado por Yuri Berenguer, Iker Muniain, Iñaki Williams e Raúl García. Quando Iñigo Martínez marcou para os visitantes aos 24 minutos do segundo tempo, o Valencia era melhor. A expulsão infantil de Maxi Gómez aos 37 passou a impressão de placar definido, mas coube ao brasileiro Marcos André, que entrara aos 25, empatar aos 50 e anotar seu primeiro gol pelos Ches.
Sevilla 2x0 Espanyol
Sem alarde e com uma partida a menos que o Real Madrid, o Sevilla chegou a 14 pontos em LaLiga e se coloca três atrás do líder da competição. A vitória por 2 a 0 sobre o Espanyol teve alguns sustos, mas começou a ser construída cedo, logo aos 13 minutos, com o gol marcado por Youssef En-Nesyri e assistência de Jesús Navas. Julen Lopetegui rodou o elenco, pensando no confronto com o Manchester United pela Champions League; Fernando, por exemplo, foi poupado e cedeu lugar a Thomas Delaney no meio-campo.
O primeiro susto veio aos 25 minutos, com o gol marcado por Raúl de Tomás, corretamente anulado por impedimento. Melhor em campo, mas com um adversário que também saiu para o ataque (53% x 47% de posse de bola), o Sevilla criava as melhores oportunidades. A equipe da Andaluzia teve índice de xG de 1,46, contra 0,85 do adversário. Só que houve um segundo susto com a expulsão de Delaney. O dinamarquês recebeu cartão amarelo aos 20 minutos do segundo tempo, aplaudiu ironicamente o árbitro González Fuertes, que estava de costas e foi avisado pelo assistente, e recebeu o segundo cartão amarelo, consequentemente o vermelho depois. Mesmo com um a mais em campo, o Espanyol não ameaçou o gol de Bono e ainda levou o segundo aos 42, com Rafa Mir, que substituiu o lesionado En-Nesyri.
Real Madrid 0x0 Villarreal
Muito do que vinha funcionando na temporada merengue, desta vez não funcionou. Vinicius e Karim Benzema não se destacaram, as laterais foram um enorme problema com Federico Valverde e Nacho e o empate em 0 a 0 com o Villarreal acabou sendo um resultado justo. Principalmente pelo primeiro tempo do Submarino Amarelo, superior ao do Real Madrid, com mais posse de bola e mais chances criadas. Foi também um ótimo duelo tático nos 90 minutos.
Unai Emery armou o Villarreal no 4-3-3 na fase ofensiva, mas com variação para o 4-4-2 na defensiva. Já Carlo Ancelotti também começou no 4-3-3 com a bola, mas manteve o tradicional 4-1-4-1 na fase defensiva. Depois ambos mudaram com substituições, assumindo o 4-4-2 até o final. Apesar da falta de gols, foi uma bela partida disputada no Santiago Bernabéu para quase 25 mil pessoas. Destaques para Geronimo Rulli, que fez ótimas defesas, Arnaut Danjuma, perigosíssimo no ataque amarelo, e David Alaba, melhor em campo e fundamental na construção de jogo - só que poderia ter sido deslocado para a lateral, deixando Nacho na defesa.
Mallorca 2x3 Osasuna
Quatro rodadas sem vitória tiraram o Mallorca da parte de cima da tabela de LaLiga. Neste domingo, em casa, sofreu o primeiro gol do jogo, virou ainda no primeiro tempo, mas levou a virada na segunda etapa. Grande vitória do Osasuna, a terceira seguida como visitante. Foi um dos melhores jogos do final de semana na Espanha, com cinco gols e muitas chances dos dois lados - 29 finalizações no total, 17 x 12 para os donos da casa.
Take Kubo foi desfalque no Mallorca, que promoveu a estreia do goleiro eslovaco Dominik Greif, mandando Manolo Reina para o banco. Pelo Osasuna, Chimmy Ávila foi titular, mas não conseguiu marcar. Vale destacar o golaço de falta de Iñigo Pérez, aos 13 minutos do segundo tempo, para deixar o placar em 2 a 2. No final, a vitória veio com Javi Martínez aos 43.
Barcelona 3x0 Levante
A torcida do Barcelona precisava de boas notícias. Após uma semana terrível, o Barça jogou bem, venceu sem dificuldades o Levante por 3 a 0 e ainda teve o tão aguardado retorno de Ansu Fati aos gramados, após dez meses. Além disso, viu os jovens de La Masía terem papel determinante no resultado, com Gavi e Nico González como titulares, aproveitando os desfalques (Frenkie de Jong, Pedro, Sergi Roberto, Ousmane Dembélé, Martin Braithwaite...). Ronald Koeman, que cumpriu o primeiro jogo de suspensão, ficou nas arquibancadas se comunicando com Henrik Larsson no banco, o qual passava as instruções para Alfred Schreuder.
Em campo tudo funcionou muito bem. Contra o 4-4-2 de Paco López, o Barcelona jogou no 4-2-3-1, com Memphis pela esquerda e Gavi na direita, cortando para dentro, e Luuk de Jong centralizado; Philippe Coutinho era um meia avançado. Ainda com problemas nas laterais, pelos desfalques, Sergiño Dest permaneceu improvisado na esquerda e Óscar Mingueza fez a direita. Dois gols nos primeiros 15 minutos tiraram o peso da pressão que havia no Camp Nou sobre os jogadores, que atuaram de maneira mais leve no restante da partida. O grande destaque acabou sendo Ansu Fati, que entrou aos 36 minutos do segundo tempo, no lugar de Luuk de Jong, e marcou dez minutos depois. Domínio absoluto do Barça nos 90 minutos, ótima volta do novo camisa 10.
Real Sociedad 1x0 Elche
Importante resultado da Real Sociedad contra o Elche, mais uma vez bastante desfalcada de jogadores importantes como David Silva e Alexander Isak. Na temporada passada, após o ótimo início, o rendimento da equipe caiu muito por causa dos desfalques. Nesta, Imanol Alguacil tem conseguido somar pontos, mesmo com todos os problemas e lançando jovens, como foram os casos de Beñat Turrientes (19 anos) no meio-campo e Julen Loblete (21) no ataque, titulares pela primeira vez - e no caso de Beñat, estreia em LaLiga.
No primeiro tempo, apesar da maior posse de bola e controle do ritmo de jogo pela Real Sociedad, foi o Elche que esteve mais perto de marcar, com uma bola na trave, um contra-ataque desperdiçado por Lucas Pérez e um ótimo chute de longe de Pablo Piatti. Já na segunda etapa, a equipe basca colocou a bola no chão e passou a ser bem mais perigosa - e mesmo assim Darío Benedetto mandou uma finalização no travessão. Mikel Oyarzabal perdeu, assim como na rodada anterior, um gol feito. Ao menos se redimiu aos 36, em falha terrível do zagueiro chileno Enzo Roco, que não conseguiu cortar um lançamento. Gol da vitória, mais três pontos, segunda posição na tabela.
Rayo Vallecano 3x1 Cádiz
O efeito Falcao García é imediato no Rayo Vallecano. Terceira vitória seguida com gol do colombiano, que desta vez foi titular. Grande partida também de Isi Palazón, que participou das jogadas dos dois primeiros gols e depois fez um golaço de fora da área já no finalzinho, para definir o 3 a 1 sobre o Cádiz - que venceu apenas uma vez na temporada até aqui. Os números ajudam a entender a superioridade do time de Vallecas, que teve 59% de posse de bola e finalizou 13 vezes, contra seis do adversário da Andaluzia, mesmo número de arremates certos do Rayo.
Betis 2x0 Getafe
Após marcar pela primeira vez com a camisa do Betis na rodada passada, Willian José foi o principal responsável pela vitória por 2 a 0 sobre o Getafe com dois gols marcados. Resultado que deixa a equipe da região de Madri como a pior de LaLiga até aqui: sete derrotas em sete partidas e saldo de -10; o técnico Míchel corre enorme risco de ser o primeiro demitido na temporada espanhola. O Betis foi superior do início ao fim da partida e confirma sua condição de time para estar na parte de cima da tabela, de olho na briga por Europa e Conference League.
Celta 1x0 Granada
Importantíssima vitória do Celta, a segunda consecutiva na temporada, que manteve o Granada na zona de rebaixamento - algo que não acontecia desde maio de 2017, quando caiu para a segunda divisão. Do início ao fim os jogadores de Chacho Coudet foram melhores, sempre bem organizados no 4-1-3-2. É bem verdade que a equipe teve muita dificuldade para transformar a enorme superioridade na posse de bola 73% em chances de gol.
O time melhorou com as alterações do técnico argentino, principalmente com Denis Suárez na vaga de Fran Beltrán no intervalo. Passou a ter mais profundidade e a trabalhar melhor a posse no último terço do campo, contra o 4-4-2 bem fechado montado por Robert Moreno. Iago Aspas perdeu um pênalti, em grande defesa do ótimo Luis Maximiano, que acabou se machucando no lance que gerou a penalidade. Seu reserva, Aarón, não conseguiu segurar o chute cruzado de Denis Suárez aos 49 minutos da etapa final.
Retorno triunfal de Ansu Fati recupera a esperança do barcelonismo; Real Sociedad e Rayo Vallecano também são destaques na rodada
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