Que pena, você era o cara! Como dói ver Ronaldinho algemado no Paraguai
Ronaldinho Gaúcho chega algemado ao Palácio de Justiça no Paraguai
Durante oito anos, entre 2002 e 2010, cobri praticamente todos os jogos da seleção brasileira pela "Folha de S. Paulo". E na primeira metade deste período o time nacional tinha uma verdadeira constelação de astros. Dida, Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldo, Adriano, Kaká e Juninho Pernambucano (que baita sujeito este).
Para onde você olhasse, sempre tinha um craque que rendia alguma boa história para ser contada. Mas para mim o "cara" daquela época era Ronaldinho. Não por que suas entrevistas fossem as melhores do mundo. Muito pelo contrário: suas respostas quase sempre começavam com um "estou muito contente, muito feliz" e eram, via de regra, vazias de conteúdo. E obrigado por uma vez "driblar" o Dunga, que gostava da imprensa longe, e me dar uma exclusiva.
Ele até teve bons momentos com a camisa da seleção, como na conquista do penta e na Copa das Confederações de 2005. Mas também nunca jogou com a camisa amarela como fazia com a do Barcelona.
Mas Ronaldinho tinha na seleção o que todos os outros juntos não tinham: um carisma arrebatador.
Eu vi várias vezes crianças deficientes alucinadas por ganharem um abraço de Ronaldinho. Eu vi policiais da imigração deixando seus postos de trabalho para correrem atrás dele em um desembarque na China. Eu estava no Vietnã quando milhares de pessoas foram às ruas receber uma seleção brasileira olímpica.
Era fácil ver o sorriso das pessoas vendo o aquecimento dos jogos e treinos, quando Ronaldinho fazia malabarismos que pareciam impossíveis com a bola. Eu vi adversários brigando para ganhar a camisa do craque após os jogos, certamente para guardarem como se fosse um troféu.
Tudo isso passou pela minha cabeça no sábado, quando Ronaldinho escondia as algemas a caminho de uma prisão paraguaia.
Ninguém está acima da lei. Se errou, que Ronaldinho seja punido. Mas como dói ver alguém como ele nesta situação.
Torço muito para Ronaldinho logo resolva este e outros problemas legais que se acumulam no Brasil. Você não pode deixar de ser o "cara" que encantou o mundo por jogar muito. Mas que encantava muito mais, pelo menos para mim, por ser um sujeito tão legal.
Fonte: Paulo Cobos, blogueiro do ESPN.com.br
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