Desejo mórbido: por que tanto prazer em enterrar o 'Dinizismo'?
Sempre simpatizei com Fernando Diniz. Desde os tempos em que ele se esgoelava na beira do campo xingando e pedindo para os jogadores do modesto Audax tocarem a bola. Recentemente, quando ele citou o Quixote em uma entrevista, adorei. Que bom ouvir uma referência tão legal de um treinador.
Mas admito que sua carreira nunca decolou. Ele vive muito mais de brilharecos aqui ou ali do que algo realmente sólido. Nunca conseguiu montar um time com uma defesa sólida ou com um ataque que traduza em gols o domínio que tem da posse de bola.
Só que me causa espanto o desejo quase mórbido que tanta gente tem em comemorar o enterro do tal "Dinizismo".
O São Paulo acumula treinadores com resultados tão medíocres nos últimos 12 anos como os obtidos por Diniz, muitos deles falando espanhol que encantam vários dos meu melhores amigos tricolores, que sabem muito de futebol.
Alguns decidiram deixar o Morumbi por uma oferta. Outros, em determinados momentos, também tiveram suas cabeças pedidas.
Mas em nenhum deles a percepção que o que mais irritava era uma ideia de jogo. Com Diniz, a má vontade não parece ser apenas com os resultados. Ou apenas com a falta de gols ou com os muitos sofridos.
O treinador parece ter virado um demônio apenas por pensar "fora da caixinha". Tirá-lo do emprego não é só uma mudança de treinador como acontece em todos os clubes quase todas as semanas. É simplesmente matar quem ousa ser diferente.
Vida longa ao "Dinizismo". E a todo mundo que tenha coragem de ousar.
Fonte: Paulo Cobos, blogueiro do ESPN.com.br
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