Petraglia 'passou o trator' para fazer Athletico-PR grande; imagine se ele gostasse da torcida do próprio clube
"Torcida? O que além de encherem o saco fizeram? Nada! Não me façam me arrepender pelo que fiz para esse time de bairro que em 70 anos treinava na praça na frente da belíssima baixada".
Essa frase foi escrita por Mario Celso Petraglia, o eterno presidente do Athletico-PR, em 2020, durante um bate boca com um seguidor do clube em uma rede social.
Lembrei disso nesta segunda-feira, quando o cartola se enfureceu depois que um repórter perguntou ao volante Fernandinho o motivo de ele ter escolhido o Athletico-PR mesmo com "ofertas de clubes grande".
Petraglia disparou contra praticamente todos os clubes grandes do Brasil. O trecho contra o Santos foi o mais enfático.
"O Athletico passou o Santos de trator. Não passou naquilo que leva décadas, que é formação de torcida. Mas no resto, o que o Santos significa perto do Athletico-PR? O Santos baixou seu teto porque está quebrado".
Não tenho dúvidas que o projeto de Petraglia no Athletico-PR é uma das maiores histórias de sucesso do futebol brasileiro.
Mas o que quero discutir é a parte em que o cartola admite que o clube vai "levar décadas na formação de torcida".
Mesmo com quase duas décadas de bons resultados do projeto do dirigente, o Athletico-PR é um fracasso de público.
Em pesquisas nacionais de torcidas, como do Datafolha em 2019 e da XP agora, o clube nem consegue pontuar, fica no traço.
No Brasileiro-22, nos jogos em casa, o Athletico-PR, apesar da ótima campanha, tem apenas a 12a maior média de público, com pouco mais de 16 mil pagantes. Fica atrás do rival Coritiba, o 10o, com quase 22 mil pagantes por partida.
Com certeza, Petraglia poderia acelerar o processo, começando por gostar da própria torcida.
O dirigente tem um histórico de desprezar a torcida do Furacão, como fez no twitter em 2020 e nas inúmeras vezes que fez pouco caso da presença de torcedores na Arena.
Nesta segunda-feira, fez outra proposta esdrúxula, como permitir a volta de faixas e instrumentos musicais apenas se a torcida do Athletico-PR não viajar mais para os jogos do clube fora de casa.
Petraglia não faz questão alguma de ser simpático. Essa antipatia muitas vezes se reflete no clube, o que dificulta o plano de ganhar torcida.
Mas melhor repensar como trata quem já ama o Athletico-PR. Sem eles, o clube não se manterá grande. Não importa o CT e o estádio lindos.
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