O que há por trás do choro de um árbitro no Paulista, Marcelo de Lima Henrique dispensado e Edina fazendo história
Fabiano Monteiro dos Santos, 23 anos, se formou em 2017 na Federação Paulista de Futebol no curso de árbitros e estreou na Série A1 do Paulistão neste ano de 2021, na partida Ponte Preta 0 x 1 Santo André.
Ao apitar o final do jogo, ele abraça um dos seus assistentes e cai no choro ao vivo em rede nacional.
Não era choro de tristeza, mas sim de uma mistura de sentimentos como felicidade, alívio, objetivo alcançado. É aquele momento no qual um filme passa pela cabeça.
Fabiano ainda é jovem, apenas 23 anos, porém, infelizmente, perdeu a mãe há três anos, ainda nova. Ele sempre posta em suas mídias sociais a falta que sente dela. Esse promissor árbitro faz jogos amadores para adquirir experiência e chegar onde está neste momento.
Com certeza, no apito final de sua estreia na Série A1 veio o relaxamento. Também a sensação de dever cumprido e as lembranças de tudo que passou para chegar ali.
O sonho da grande maioria dos árbitros é atuar em grandes jogos, chegar à primeira divisão da sua federação, fazer parte do quadro da CBF e posteriormente da Fifa.
A vida de um árbitro não é simples, a exigência é cada vez maior e isso nos quatro pilares que regem a arbitragem: técnico, físico, mental e social.
Os árbitros entram em campo muito pressionados, mesmo sabendo do seu potencial. As cobranças internas e externas são enormes. Não querem, não podem errar. Afinal, quem gosta de cometer erros? Não acredito que um jogador goste de errar um pênalti ou um treinador de se equivocar em uma substituição ou você de cometer um erro em seu trabalho.
Um erro pode decretar o fim de uma carreira promissora ou um atraso nela. Lembram do árbitro Flávio Mineiro que apitou São Paulo x Novorizontino no Paulistão 2020? Cometeu erros que custaram caro para a sua carreira, pelo menos em um primeiro momento. Apesar de que, na minha visão, o maior erro foi da Comissão de Arbitragem em escalá-lo para um jogo que ele ainda não estava preparado, apesar de ter feito uma excelente arbitragem em sua estreia na competição, por coincidência ou não, o jogo também foi Ponte Preta x Santo André.
E não pense que os árbitros não são punidos por seus erros, na grande maioria das vezes são sim. Claro que existe a questão de dois pesos e duas medidas. E depende muito de quem cometeu o erro.
Hoje, com o VAR, fica mais fácil tentar revelar árbitros e árbitras, o aparato que o árbitro de vídeo traz ajuda a minimizar possíveis erros no campo. Fabiano teve como assistentes dois dos melhores do Brasil, Danilo Manis e Miguel Cataneo. No VAR, o melhor árbitro de vídeo da CBF em 2019, Rodrigo Guarizo, e não há dúvida que isso trouxe uma maior segurança para sua estreia.
Mas como eu sei o que ele sentiu e o porquê do choro após o apito final? Porque eu já senti o mesmo, inúmeras vezes, ao término de cada jogo. Não importava se eu tinha ido bem nos jogos anteriores, pois a cada jogo tinha que provar que era capaz de estar ali, que tinha competência para estar ali e quando o jogo acabava e, eu sabia que tinha ido bem, sem comprometer o resultado, a sensação era a melhor do mundo, pois o alívio vinha depois da pressão.
Árbitro também chora e muitos dedicam anos de sua vida à arbitragem sem sequer um dia chegar à primeira divisão, atuando somente em categorias de base.
MARCELO DE LIMA HENRIQUE É DISPENSADO PELA FEDERAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
Marcelo de Lima Henrique acabou de apitar o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, Grêmio 0 x 1 Palmeiras, e tem um longo currículo na arbitragem. Mas, aos 50 anos, foi dispensado do quadro de árbitros da Federação Carioca.
Como a CBF prorrogou para 55 anos de idade para atuar como árbitro em seu quadro, Marcelo de Lima ainda têm condições de seguir nos gramados - isso cumprindo requisitos, como passar em testes físicos.
Há grandes chances de ele receber convites para integrar outras federações. Porém, com a criação de um quadro especial pela CBF, Marcelo de Lima poderá atuar como árbitro nacional caso a Confederação Brasileira queira, pois não há mais necessidade de vínculo com alguma Federação.
EDINA SEGUE FAZENDO HISTÓRIA
Edina Alves Batista se tornou a primeira mulher a apitar o clássico entre Corinthians x Palmeiras. O jogo foi válido pelo Paulistão, e a árbitra deu um show no apito. Por que não dizer que foi a melhor em campo?
Edina pode não ter chorado após o apito final. Entretanto, seguramente, a emoção foi muito parecida com a do jovem Fabiano.
Fonte: Renata Ruel
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