Bahia x Vitória sem VAR ou Paulistão com VAR, qual você prefere?
O alto custo do VAR impede que a maioria dos campeonatos utilize a ferramenta, somente o Campeonato Paulista tem o árbitro de vídeo desde a primeira rodada. Nesse final de semana, o clássico baiano pela Copa do Nordeste, Vitória 1 x 0 Bahia, não contou com a tecnologia, porém, o árbitro Wagner Reway tomou decisões acertadas no campo de jogo em dois lances cruciais.
No primeiro tempo, o Bahia pediu pênalti em uma bola na mão dentro da área do Vitória; e também em outro toque de mão no lance que originou o gol do rival rubro-negro. Ambas decisões assertivas, dois lances onde não há infração por toque na mão.
Contudo, no Paulistão, no qual o investimento é alto e a tecnologia utilizada, a polêmica prevaleceu. O São Paulo teve um pênalti claro não marcado a seu favor contra o Novorizontino, em jogada na qual o goleiro Giovani foi no corpo do atacante Luciano e o derrubou. A árbitra Edina Alves não marcou no campo de jogo, e o árbitro de vídeo não sugeriu a revisão. O posicionamento de Edina não era o ideal para analisar a jogada, olhando as imagens, vê-se que ela leva o apito à boca, mas desiste de qualquer marcação. O VAR analisou o lance e manteve a decisão de campo.
Ainda no Paulistão, o Mirassol reclamou de um pênalti não marcado aos 3 minutos de partida contra a Inter de Limeira, lance em que o árbitro de campo bem posicionado mandou seguir e o responsável pelo VAR, que era o mesmo de São Paulo x Novorizontino, manteve a decisão de campo. A dobra de escalas no VAR tem sido frequente no campeonato.
Edina Alves é uma excelente árbitra e tem demonstrado isso, com a quantidade de jogos que tem apitado, não sei citar qual foi o último erro cometido antes desse no jogo do São Paulo. O erro mostra que árbitros são humanos e os melhores também erram, porém, fica difícil justificar alguns erros no jogo quando se tem o VAR.
Pênalti em Luciano era "lance fácil", analisa Renata Ruel; assista
Um fato interessante é que o próprio árbitro de vídeo dos dois jogos citados acima, Adriano de Assis Miranda, teve coragem como quarto árbitro em chamar o árbitro principal na final do Paulistão de 2018 entre Palmeiras e Corinthians e opinar que não havia sido pênalti na visão dele em cima de Dudu, à época no time alviverde. Porém, não sugeriu revisão em dois lances nesse final de semana no Paulistão.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) se pronunciou oficialmente sobre Novorizontino x São Paulo e admitiu que houve erro claro no lance, mas ainda não o fez sobre o questionamento do Mirassol.
Esse posicionamento é importante, ajuda na transparência que tanto queremos, mas a liberação do áudio também é fundamental para entender o que acontece na arbitragem de futebol. No Brasileirão também já presenciamos erros claros e óbvios sem sugestão de revisão pelo VAR e exemplos não faltam. Quem não se lembra do pênalti cometido pelo goleiro Tiago Volpi, do São Paulo, contra o Ceará em lance bem parecido como este sofrido por Luciano?
Sempre defendi o uso da ferramenta VAR, deixando claro que é preciso investir em tecnologia boa e principalmente no treinamento dos árbitros, acreditando que um perfil específico faça parte desta categoria e até mesmo ex-jogadores possam ser utilizados.
É sabido também que falhas possam ocorrer, mas não esqueço quando o Coronel Marinho comandava a arbitragem paulista e nos dizia, em uma época ainda sem VAR: “Vocês são os nossos árbitros de elite. Alguns erros são justificáveis, mas outros, não. Lances fáceis muitos acertam, se vocês são os melhores têm que acertar os difíceis também.”
Eu concordo com as palavras dele e definitivamente precisamos de árbitros com maior número de acertos no campo, o responsável pelo VAR não é para re-apitar o jogo, mas precisa de instruções assertivas para tomar decisões corretas, saber quando interferir.
A Edina Alves tem tido mais sequência de jogos no campo do que Wagner Reway, que praticamente só trabalhou como VAR na última temporada do Brasileirão, mas as atuações em campo, pelo menos neste final de semana, foram bem distintas.
O que vemos nos jogos é o produto final de todo um trabalho de bastidores – técnico, físico, mental e social – desenvolvido pelos instrutores e comissões. Se há falhas no campo, no produto final, é porque há falhas no processo e algumas coisas precisam ser revistas.
O que é claro até o momento é que o VAR chegou para causar mais polêmica e não acabar com elas. Ao menos por enquanto.
Bahia x Vitória sem VAR ou Paulistão com VAR, qual você prefere?
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