As polêmicas da arbitragem em um jogo não se restrigem a pênaltis e expulsões

Renata Ruel
Renata Ruel
Árbitro checa o VAR durante jogo entre Santos e Vasco, pelo Brasileiro
Árbitro checa o VAR durante jogo entre Santos e Vasco, pelo Brasileiro Getty

Quando falamos de analisar a arbitragem e suas polêmicas, muitas vezes o olhar gira em torno de lances considerados capitais na partida, como penalidades e expulsões. Entretanto, vai muito além disso e a influência da arbitragem no jogo pode ocorrer em lances mínimos que podem passar despercebidos.

Um pênalti marcado ou não cria uma chance maior de alteração no placar de uma partida. Contudo, a falta de critério por parte de um árbitro pode gerar diversos outros pontos no decorrer de um jogo.

Por exemplo, um cartão amarelo não aplicado por uma falta temerária pode acarretar uma não expulsão se esse jogador cometer uma outra infração para cartão amarelo. Assim como um cartão amarelo mal aplicado gera um impacto tático em jogo e em ambas as equipes. Como isso? Um defensor recebe um cartão amarelo injustamente, o seu técnico pode optar por uma substituição para não correr o risco de ter esse jogador expulso futuramente, mesmo sendo a troca por outro jogador da mesma função, este pode não ter a mesma qualidade para desempenhar o papel ideal no campo e impactar técnica e taticamente a equipe. E em relação ao adversário, uma mudança tática pode acontecer aumentando o volume de jogo da equipe em cima do defensor amarelado, ‘forçando’ uma segunda falta desse defensor para um segundo cartão amarelo seguido de expulsão.

Outro ponto de análise são as faltas. Um árbitro pode parar muito o jogo, marcando inclusive contatos físicos não faltosos e desta forma ‘truncar’ o jogo de uma forma que a partida não desenrole. Como também quando há falta de critérios da arbitragem em um jogo, isso resulta em faltas a mais para uma equipe do que a outra, infrações que são marcadas fora da área, mas não dentro, o que resultaria em penalidades que não são assinaladas, cartões aplicados para um, porém não para o outro – e um cartão mal aplicado ou não aplicado, pode resultar além da questão tática mencionada anteriormente, em uma possível suspensão de um jogador para a partida seguida de seu time.

E não acaba por aí. O posicionamento do árbitro em campo pode comprometer uma jogada, principalmente se ficar na linha de passe ou de movimentação dos jogadores. Um lateral, escanteio invertido, podem gerar complicações em um jogo. A forma de se comunicar com jogadores e banco de reservas também.

A leitura do jogo e o conhecimento de futebol tem que estar bem apurados na arbitragem do jogo, até mesmo do VAR. Não basta conhecer e dominar as regras, ter grande preparo físico, mas não saber se posicionar ou estar próximo ao lance e não aplicar corretamente a regra.

É relevante mencionar quando o árbitro não cumpre o texto básico da regra no qual não cabe nenhuma interpretação, algo factual como: não poder usar joias e/ou cobri-las com esparadrapos; a cor da camisa térmica ter que ser da cor predominante da manga da camisa. São coisas mínimas, mas são regras que devem ser cumpridas e ao permitir que exceções vai haver margem para grandes contestações.

Acertos ou erros nestes pontos estão diretamente ligados ao que se chama “controle de jogo” da arbitragem. Dificilmente o árbitro terá um bom controle de jogo cometendo constantes erros, mesmo que em um simples arremesso lateral.

Com os equívocos, mesmo pequenos, a perda do controle de jogo tende a ocorrer e automaticamente as reclamações passam a existir dentro e fora de campo. O que pode ocasionar em cartões amarelos e vermelhos no campo e nos bancos de reservas.

A regra do jogo é precisa em não aceitar reclamações, contestações acintosas e que estas devem ser punidas pela arbitragem. A comunicação com a equipe de arbitragem deve ser de forma respeitosa sempre, mesmo que discorde de suas decisões.

Entretanto, é importante observar quando as reclamações são demasiadas e ainda mais por parte de ambas as equipes, o que está se passando na partida com a arbitragem para que as decisões não sejam bem aceitas. Uma pequena coisa pode gerar a grande “bola de neve”. E analisar a atuação da equipe de arbitragem vai muito além de lances capitais como penalidades e expulsões. Ser árbitro não é tarefa fácil e envolve muito mais do que se imagina.

E se você quiser fazer uma análise mais ampla de jogo que envolve muito do que foi dito, recomendo assistir, sem ser com olhos de torcedor, o jogo de ontem entre Flamengo x Palmeiras pela Supercopa, com a arbitragem de Leandro Pedro Vuaden e também Corinthians x Santos, semifinal da Libertadores no dia 20/06/2012, o árbitro era novamente o Vuaden. Para quem gosta e quer estudar arbitragem, são dois jogos bem interessantes. Fica a dica!

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Não é só a idade! Por que árbitro para Palmeiras x Corinthians é um risco e mostra desespero da FPF

Renata Ruel
Renata Ruel

A Federação Paulista de Futebol (FPF) escalou o jovem Matheus Delgado Candançan, de apenas 23 anos, para apitar o clássico Palmeiras x Corinthians.

A FPF há algum tempo sofre grande pressão para revelar árbitros, pois Raphael Claus, Luiz Flavio de Oliveira, Flavio Rodrigues Souza, Vinicius Gonçalves que apitam os grandes jogos já passaram dos 40 anos. Desta forma, em 2020 tentaram o promissor Flavio Mineiro, que fez uma excelente estreia, entretanto foi escalado para a sua segunda partida no Morumbi, time grande, São Paulo x Novorizontino, os erros ocorreram e um árbitro acabou 'ficando pelo caminho' muito mais por erro de escala de quem comanda.

Matheus Candançan se tornou árbitro por influencia do pai, Demetrius Candançan, que foi árbitro da Federação por muitos anos e possui uma empresa de arbitragem, através da qual Matheus começou a carreira na arbitragem, atuando como árbitro e assistente desde dos 14 anos. Quem já viu um vídeo que roda o mundo, no qual um jogador de futebol me encara, eu estou com a bandeira erguida e um árbitro chega aplicando o cartão, pode não saber, mas o árbitro é justamente o Demetrius.

Matheus se formou no curso da Federação em 2017, tem apenas 6 jogos pelo Paulistão em toda sua carreira. Apitou a semifinal da Copinha este ano e foi criticado por não encerrar a partida depois da invasão de torcedores e uma faca no campo de jogo na partida entre São Paulo x Palmeiras.


         
     

Atualmente, o departamento de Análise de Desempenho dos clubes fazem a análise dos árbitros que apitarão seus jogos e passam as informações para a comissão técnica e jogadores. Palmeiras e Corinthians sempre vai ser um jogo difícil, mesmo ambos classificados. Por mais que os assistentes e o árbitro de vídeo sejam experientes, quem comanda é o árbitro. Os jogadores entrarão em campo sabendo do histórico do jovem Matheus, ambos os times possuem jogadores experientes e alguns que adoram testar a arbitragem e até mesmo ‘tentar apitar o jogo’.

É natural um árbitro jovem e com poucos jogos profissionais sentir o tamanho do jogo, ainda mais de um clássico.

A escala da Federação Paulista é arriscada. Se o árbitro cometer um erro, o que pode acontecer e acontece até com os experientes, a FPF vai 'segurar a bronca' ou vai queimar um árbitro promissor como fez com Flávio Mineiro?

A escala do árbitro não é mais através de sorteio, a comissão escolhe quem eles querem para apitar cada jogo. Quem escala precisa entender de futebol e não só de árbitro e de regras, precisa fazer leitura de cada jogo, de quem são os técnicos, os jogadores, qual o tamanho do jogo, o que vale e quanto vale este jogo para cada equipe entre outras coisas.

A expectativa para o clássico já era grande e com a escala de Matheus se torna ainda maior.

Será que ao término da partida a s discussões serão sobre Palmeiras e Corinthians, seus esquemas táticos, seus treinadores e jogadores ou sobre a arbitragem?

 Matheus Delgado Candançan apitará o clássico entre Palmeiras x Corinthians, pelo Paulistão 2022
Matheus Delgado Candançan apitará o clássico entre Palmeiras x Corinthians, pelo Paulistão 2022 Matheus Reche/UAI Foto/Gazeta Press
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Nacho faz gol, homenageia a avó e pode ser punido por isso

Renata Ruel
Renata Ruel

Atlético-MG e Flamengo  se enfrentaram pela final da Supercopa do Brasilempataram em 2 a 2 no tempo normal e em uma disputa de pênaltis raramente vista, a equipe Mineira se sagrou campeã após 12 cobranças e com o resultado de 8 a 7.

Nacho Fernández abriu o placar do jogo para o Atlético-MG e ao comemorar o gol tirou a caneleira que tinha a foto de sua avó Sara, falecida o ano passado. Ele beijou a imagem e em seguida mostrou para a câmera durante a transmissão da partida.

Para mim toda homenagem a um familiar, amigo ou até mesmo uma personalidade que fez ou faz história são lindas e emocionantes. Entretanto, a regra não permite tais homenagens e o jogador, assim como sua equipe, podem ser punidos quando isso ocorrer.

A “Regra 4 – O Equipamento dos Jogadores” traz o seguinte texto:

“5. Slogans, declarações, imagens e publicidades

O equipamento não pode conter qualquer mensagem política, religiosa ou pessoal. Os jogadores não podem exibir roupa interior com slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas, pessoais ou de publicidade, além do logotipo do fabricante. Se for cometida qualquer infração, o jogador e/ou a equipe serão punidos pela entidade de organização da competição, pela respectiva Associação Nacional ou pela FIFA.”

A caneleira é um equipamento obrigatório pela regra, ou seja, nela não pode haver mensagem pessoal como a do Nacho. Outro ponto relevante, como diz o texto acima, é que quem vai punir o jogador e/ou a equipe será a entidade organizadora do torneio e não a arbitragem. Nesse caso não cabe ao árbitro aplicar cartão amarelo, somente relatar em súmula o que aconteceu na comemoração. O jogador deve ser denunciado e o Tribunal pode definir como punição multa e/ou suspensão conforme previstos no Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

A única exceção até hoje sobre casos assim aconteceu em 2020, quando os jogadores Jadon Sancho e Hakimi marcaram gols pelo Borussia Dortmund, na Bundesliga, e mostraram uma camisa por baixo da oficial com os dizeres “Justiça para George Floyd”. Foi a única vez que a FIFA se manifestou sobre esse tipo de situação e pediu “bom senso”, pois naquele momento o movimento era de extrema importância em relação aos Direitos Humanos e na luta contra o racismo e preconceito.

 

 

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Por que brasileiro do Arsenal levou dois cartões amarelos no mesmo lance e acabou expulso na Premier League; veja o que diz a regra

Renata Ruel
Renata Ruel

Em lance pitoresco na vitória do Arsenal sobre o Wolverhampton por 1 a 0, entretanto possível e que se repete, o brasileiro Gabriel Martinelli foi expulso após receber duas vezes o cartão amarelo por duas infrações cometidas no mesmo lance.

Aos 68 minutos de partida, o jogador do Arsenal tentou impedir um arremesso lateral dos Wolves. Mesmo com o atleta do Wolverhampton sendo empurrado, a cobrança foi realizada de forma correta – se não, ocorreria a reversão – e o experiente árbitro Michael Oliver aplicou a vantagem. Na sequência do lance, com a bola em jogo, Martinelli comete outra infração ao derrubar o adversário Chiquinho com uma carga nas costas.

Pela regra do jogo, o árbitro pode aplicar os cartões amarelos se ele entender que o empurrão e a carga foram ações temerárias. Ou, se o empurrão não foi temerário, pode ser considerado uma conduta antidesportiva de Martinelli. Pode ainda ser classificado como uma falta tática que impediria um ataque promissor. Ou seja, motivos para a aplicação de ambos os cartões a arbitragem tinha em campo e isso independe se a infração aconteceu em jogadores diferentes ou no mesmo jogador, pois o que conta são as ações do infrator.

Em relação a aplicação dos dois cartões amarelos e na sequência o vermelho, pela regra do jogo a arbitragem pode sim dar a vantagem. No caso específico deste jogo, o primeiro cartão não foi por falta tática, então ele ocorreria de qualquer forma na primeira paralisação.

Gabriel Martinelli é expulso na Premier League
Gabriel Martinelli é expulso na Premier League Nick Potts/PA Images/Getty Images

A Regra 12 traz o seguinte texto:

“Vantagem

Se o árbitro aplicar uma vantagem depois de uma falta punível com Cartão Amarelo ou expulsão, a advertência ou expulsão deve ser aplicada quando a bola estiver fora de jogo. No entanto, se a infração foi por impedir, da equipe adversária, uma clara oportunidade de gol, o jogador deve ser punido com Cartão Amarelo, por conduta antidesportiva. Se a infração foi por interferir ou impedir um ataque promissor, o jogador não deve ser punido com Cartão Amarelo. Não deve ser aplicada vantagem em situações de jogo brusco grave, conduta violenta ou em caso de segundo cartão amarelo, a menos que se trate de uma clara oportunidade de gol. Neste caso, o árbitro deve expulsar o jogador na primeira interrupção de jogo, a não ser que o jogador jogue a bola, a dispute ou interfira em um adversário, caso em que o árbitro deve parar o jogo, expulsar o jogador e reiniciar o jogo com um tiro livre indireto contra a equipe do jogador expulso, a menos que o jogador tenha cometido uma infração mais grave.”

E esse texto ainda mostra outro fator curioso: se o árbitro aplicar a vantagem em uma jogada na qual o jogador cometer uma falta para expulsão direta ou segundo amarelo, a bola seguindo em jogo e este jogador interferir diretamente na disputa, no adversário ou jogar a bola, mesmo que seja em lance sem perigo no meio de campo, imediatamente o jogo será paralisado, este jogador expulso e a partida reiniciada com um tiro livre indireto, pois este jogador não deveria mais pertencer à partida e só seguia em campo em função da vantagem dada para o adversário.

O jogo tem tantas curiosidades que vão muito além do livro de regras.

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E quem expulsa o árbitro que agarrou jogador pelo pescoço em Palmeiras x Água Santa?

Renata Ruel
Renata Ruel

Gol do Palmeiras! Dudu corta para a canhota, finaliza, bola desvia na defesa, trai o goleiro e entra; VEJA

Na partida entre Palmeiras e Água Santa, na última terça-feira (01), pelo Paulistão 2022, mais um episódio pitoresco marcou a arbitragem neste início de temporada. Após desentendimento entre os jogadores de ambas as equipes, principalmente entre Zé Rafael e Rodrigo Sam, o árbitro da partida teve uma atitude inaceitável: Salim Fende Chavez segurou pelo pescoço o capitão do Água Santa na tentativa de apartar a confusão.

Quando fiz o curso de árbitros, já éramos orientados a não encostar em jogador, imagina segurá-lo pelo pescoço. Tentar conter a confusão é diferente de ter um ato hostil e a ação se tornar uma das mais assustadoras que já vi um árbitro ter.

Quando o Diego Ribas segurou Rossi pelo pescoço, em uma ação de revide, pela partida entre Flamengo e Bahia, no Brasileirão 2021, rapidamente o VAR entrou em ação e ambos foram expulsos. Mas quem expulsa o árbitro depois dessa atitude?

Salim havia apitado no domingo São Paulo x Ituano. Teve dificuldade no controle de jogo, marcou um pênalti a favor do Ituano no qual o jogador tinha os braços junto ao corpo, lance que eu não vejo como infração. E ainda deixou de expulsar Miranda após este cometer uma falta tática relacionada a oportunidade clara de gol.

Três dias depois do Morumbi, "ganha de presente" apitar Palmeiras x Água Santa. E, novamente com grandes dificuldades de controlar a partida, na qual foi possível observar alguns desentendimentos entre jogadores e muitas reclamações com a arbitragem durante o jogo.

Árbitro Salim Fende Chavez agarra Rodrigo Sam pelo pescoço durante jogo entre Palmeiras e Água Santa
Árbitro Salim Fende Chavez agarra Rodrigo Sam pelo pescoço durante jogo entre Palmeiras e Água Santa Reprodução

Apitar um jogo vai muito além de um livro de regras. O árbitro precisa ter leitura de jogo, feeling, tomadas de decisões assertivas, autoridade, não autoritarismo e respeito. E todos estes pontos influenciam diretamente no controle do jogo por parte da arbitragem.

Assim como se repudia atitudes agressivas e hostis entre jogadores e/ou de jogadores para com os árbitros, é preciso repudiar também quando essas atitudes partem de árbitros para com os outros.

Futebol raiz não quer dizer futebol agressivo. Nem em futebol amador ou da várzea essa atitude do Salim Fende Chavez seria plausível, o que dirá no futebol profissional

Como eu costumo dizer, o que vemos em campo é somente o produto final, se algo está errado é porque o processo está falho.

Fonte: Renata Ruel

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Árbitros que esqueceram bandeiras e improvisaram são punidos por 4 meses pela Conmebol

Renata Ruel
Renata Ruel

Um fato pitoresco ocorreu com a equipe de árbitros no jogo entre Chile e Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Pelo que foi apurado por este blog, a arbitragem brasileira, comandada por Anderson Daronco, não levou para o estádio um dos seus equipamentos básicos para a realização do jogo, as bandeiras utilizadas pelos árbitros assistentes, que teriam sido esquecidas no hotel. Os árbitros, quando perceberam o problema, não tinham mais tempo hábil para buscá-las no hotel, e desta forma acabaram improvisando bandeiras feitas de última hora com coletes fluorescentes presos a tubos de plástico.

Se formos falar das habilidades que o mercado de trabalho atualmente exige dos profissionais, é possível citar que os árbitros utilizaram a criatividade, a resolução de problemas, a adaptabilidade e até mesmo o manejo do tempo ao improvisar as bandeiras e realizar a partida com um equipamento que atendesse a necessidade do momento.

Porém, parece que a Conmebol não levou em consideração as habilidades da arbitragem e resolveu punir somente os assistentes do jogo, Fabrício Vilarinho e Rodrigo Correa, com 4 meses de suspensão em competições organizadas pela Conmebol.

Decisão da Conmebol
Decisão da Conmebol ESPN

Normalmente ocorrem checagens, a conferência de todo o equipamento por toda equipe de arbitragem antes de sair para o estádio. Houve falha, mas não somente dos assistentes, e sim de toda a equipe. Desta forma, não vejo como justa a punição somente para os assistentes, em função da checagem ser responsabilidade de todos.

Outro ponto: quantas vezes já vimos árbitros que durante a partida esqueceram seus cartões no vestiário e foram pegar emprestado com os assistentes ou quarto árbitro? Não me recordo de ninguém ser punido por isso. Até entendo a punição ocorrer, entretanto, 4 meses corresponde à um terço do ano, sendo exagerada na minha visão. Um ou dois jogos estariam de bom tamanho.

É claro que árbitros do quadro da FIFA, querendo ou não, são mais exigidos e precisam dar ótimos exemplos, até por serem ‘espelhos’ para os demais.

Contudo, sigo aqui refletindo sobre algumas questões.

Se o Wilson Seneme, Presidente da Comissão de Árbitros da Conmebol, esquecer um equipamento de trabalho, ele sofrerá alguma punição?

Se você, fã de esporte, esquecer um equipamento de trabalho uma vez, algo que não é recorrente, será punido ou até mesmo demitido por isso?

Se o árbitro não tem vínculo empregatício com as instituições para as quais ele presta serviço, ele pode sofrer punições?

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A faca e o olhar de pavor do árbitro na Copinha

Renata Ruel
Renata Ruel

A Copa São Paulo de Futebol Júnior é um dos maiores eventos esportivos do Brasil e com uma visibilidade que alguns torneios da CBF sequer têm. Os estádios lotam, há disputa entre as grandes equipes e clássicos que requerem a atenção.

São Paulo x Palmeiras é um dos maiores clássicos do Brasil e quando se trata de Copinha o jogo tem uma dimensão enorme, igual ao profissional, assim como será a final entre Palmeiras x Santos.

Em 1995, a decisão da Supercopa de Juniores resultou em 1 morte e 102 feridos ao término da partida nos gramados do Pacaembu, após briga entre torcedores de Palmeiras e São Paulo. Ontem a Federação Paulista decidiu por torcida única e a cobrança de ingressos, entretanto isso não impediu a invasão de campo e a aparição absurda de uma faca que poderia ter colocado em risco a vida de alguém.

Cenas lamentáveis! Palmeiras x São Paulo na Copinha é paralisado por invasão com direito a faca apreendida




Quem acompanha e o conhece a Copinha, sabe bem o tamanho dessa competição sabe também a importância e o risco de certos jogos e a FPF também deveria saber ao fazer a escala de árbitros para certos jogos.

O árbitro Matheus Delgado Candançan, de 23 anos, formado na turma da FPF em 2017, havia dado 7 minutos de acréscimos no segundo tempo, 5 minutos destes haviam se passando quando ocorreu os torcedores invadiram o gramado e a faca surgiu. Matheus é um árbitro que atua na várzea desde de adolescente, tem atuado muitíssimo bem nos seus jogos, tido boas oportunidades e correspondido à altura. Contudo, ainda é um árbitro jovem, que está adquirindo experiência em grandes jogos e o seu olhar de pavor e até mesmo de “não sei o que faço, alguém me ajuda, me socorre” ficou nítido para quem acompanhava o jogo no momento da confusão. O que amenizou a situação é ele ter na sua equipe o assistente Daniel Marques e o quarto árbitro Rafael Félix, que são mais experientes e o “socorreram" em algumas tomadas de decisões.

Um dos princípios da regra do jogo é justamente a segurança de todos que participam do espetáculo. Ao ver uma faca em campo, ocorrer invasão de torcedores - e aqui ressalto o quanto o jogador Caio do São Paulo foi gigante ao segurar os torcedores, policiamento e seguranças demoraram uma “eternidade” pata agir - qual a garantia de segurança para seguir com os 2 minutos de acréscimos que faltavam?

Recentemente na França um jogo entre Lyon e Marselha terminou com 5 minutos do primeiro tempo, após um jogador ser atingido com garrafa de água. E na Espanha, no último dia 15, Betis X Sevilla também foi suspenso por um objeto arremessado em campo que atingiu um jogador, ainda no primeiro tempo. Já no Brasil, tem invasão de campo com uma faca e o jogo é reiniciado para disputar 2 minutos finais.

Para quem ainda não entendeu a gravidade da situação, em 1993 aos 19 anos, a tenista Monica Seles jogava o torneio WTA na Alemanha quando um torcedor invadiu a quadra e a esfaqueou pelas costas. Ela quase ficou incapaz de andar, conseguiu retomar a carreira dois anos, porém ela confessa que nunca se livrou do fantasma do atentado.

Matheus Delgado Candançan, árbitro da partida entre Palmeiras e São Paulo pela Copinha
Matheus Delgado Candançan, árbitro da partida entre Palmeiras e São Paulo pela Copinha Jorge Bevilacqua/Código19/Gazeta Press

Sempre digo que apesar da regra e do regulamento dar poder somente ao árbitro para decidir se o jogo deve ou não ser suspenso, o poder do delegado é enorme nesses acontecimentos e um árbitro jovem, com o olhar amedrontado, até em função da sua inexperiência para o tamanho do jogo, foi conduzido a reiniciar a partida e dar os 2 minutos finais de acréscimos que em nada mudaram o resultado final.

Agora é esperar que a FPF tenha a real noção que a final entre Palmeiras x Santos na Copinha é da mesma proporção, tamanho de um jogo dessas equipes no profissional e tenha o devido cuidado que a escala de árbitros merece para essa grande partida.

E mais esse triste episódio vivido no futebol mostra que é preciso melhor a segurança e principalmente evoluirmos como cidadãos e sociedade. Alguém que entra em um estádio armado nunca terá boa intenção.

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Jogadores e comissões não fazem teste de COVID, e casos positivos na arbitragem aumentam na Copinha

Renata Ruel
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Os casos de COVID-19 tem aumentado no mundo, assim como no Brasil e na arbitragem.

Quem acompanha o futebol inglês percebeu que jogos foram adiados em função de surtos em alguns clubes. No Brasil os jogadores de elite estão se representando em seus clubes, após período de férias e com alguns testando positivo também.

Com a Copa São Paulo de Futebol Júnior em andamento, os estádios muitas vezes estão lotados, onde se percebe muitos torcedores sem máscaras, aglomerados, e nem sempre o comprovante de vacinação é solicitado para a entrada nas arquibancadas. Para piorar, sequer os jogadores e as comissões técnicas foram obrigados a fazer testes antes dos jogos. A única exigência para os integrantes do clubes foi apresentar o comprovante das duas doses da vacinação. Com isso, as chances de contaminação realmente aumentam, e muito.

E o resultado está no número de árbitros que estão testando positivo: mais de 40 desde o início da competição, de acordo com fontes ouvidas pelo blog. Na contramão dos atletas e torcedores, toda equipe de arbitragem precisa fazer o teste de COVID-19 um dia antes de cada jogo escalado, exigência da Federação Paulista.

Como o resultado do teste não sai na hora, acontece que muitos árbitros acabam indo para os seus jogos e recebendo a notificação que testaram positivo instantes antes da partida, o que obriga uma mudança de árbitro em cima da hora. Pela apuração que fiz, um desses casos ocorreu no jogo entre Matonense x Fluminense, onde o juiz foi trocado de última hora em função do primeiro testar positivo para COVID-19, mas ficou sabendo do resultado somente quando já estava no vestiário.

Isso não é novidade na arbitragem: a própria Série A do Brasileirão sofreu com casos assim, de árbitros chegarem a viajar para os jogos e somente depois saberem o resultado de seu teste.

Hoje a CBF realizou teste físico e prova teórica para os árbitros de São Paulo, o que já valeu para o Paulistão, exigiu o teste de COVID-19 antes e desta forma teve 9 baixas, pois estes testaram positivo. Foi uma excelente exigência da CBF e FPF para não colocar todo o grupo em risco.

Entretanto, os árbitros da Copinha estão em risco, sim, e um dos motivos é a falta de exigência de testes para jogadores, comissões e torcedores e o aumento de número de casos, que coloca em risco todos e não somente a arbitragem.

Que o risco não se torne realidade, que a saúde prevaleça e que os órgãos competentes tomem providências para que não haja um caos e colapso no sistema de saúde novamente. Lembrando que a vacina salva vidas.

Sede da FPF
Sede da FPF Reuters
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Quadro de árbitros da Fifa para 2022 tem irmãos brasileiros, mulheres no VAR e aumento de vagas

Renata Ruel
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Pertencer ao quadro da Fifa é o ápice da carreira de um árbitro, apesar de ter conhecido pessoas muito capacitadas, que mereciam, mas não tiveram o escudo.

A quantidade de vagas para o Brasil tem aumentando consideravelmente, antes era difícil e raro pertencer ao quadro da entidade máxima do futebol, hoje nem tanto em função deste aumento e também da criação do VAR (Árbitro de Vídeo). Atualmente são 17 árbitros e árbitras no total, 17 assistentes e 12 VAR.

Com a indicação da CBF para 2022, Savio Pereira Sampaio, irmão do também FIFA Wilton Pereira Sampaio (o mais forte candidato brasileiro para a Copa do Mundo no Catar 2022), entra no quadro. Luiz Flávio de Oliveira e Paulo César de Oliveira são irmãos que também conquistaram esse escudo, porém Luiz Flávio, que segue na FIFA, o conquistou após PC de Oliveira deixar a arbitragem. Ou seja, os irmãos Pereira Sampaio são os primeiros a carregar ao mesmo tempo o tão almejado escudo.

Com a criação do Árbitro de Vídeo, vagas na FIFA específicas para essa área foram abertas, porém em um primeiro momento só para os homens e da categoria de árbitros. Não há assistentes com esse escudo, apesar destes atuarem no VAR em todos os jogos. Este ano a CBF incluiu duas árbitras nesse categoria, Daiane Muniz e Rejane Caetano, que já possuíam o escudo como árbitras de campo e agora também como VAR.

É importante ressaltar que no quadro feminino poucas atuam na elite do futebol brasileiro, isto é, série A do Brasileirão. No apito, até o momento, só a Edina Alves é escala para a função. E dentre os homens nem todos atuam em competições internacionais, mesmo tendo Libertadores e Sul-americana.

A responsabilidade desse seleto grupo é grande e tem que ser gratificante, pois árbitros jovens os têm como espelho e exemplo e a grande maioria deseja seus postos. Manter o escudo muitas vezes é mais difícil do que conquistá-lo. Em ano de Brasileirão, Libertadores e Copa do Mundo se sobressair entre os melhores é um grande desafio.

Quadro internacional de arbitragem da FIFA em 2022:

*estreante

**estreante como VAR

Árbitros e Árbitras

Anderson Daronco (RS)

Andreza Helena Siqueira (MG)*

Bráulio da Silva Machado (SC)

Bruno Arleu de Araújo (RJ)

Charly Wendy Straud Deretti (SC)

Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP)

Deborah Cecília Cruz Correia (PE)

Edina Alves Batista (SP)

Flavio Rodrigues de Souza (SP)

Luiz Flavio de Oliveira (SP)

Raphael Claus (SP)

Rejane Caetano da Silva (RJ)

Rodolpho Toski Marques (PR)

Savio Pereira Sampaio (DF)*

Thayslane de Melo Costa (SE)

Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)

Wilton Pereira Sampaio (GO)

 

Árbitros Assistentes

Alessandro Rocha Matos (BA)

Anne Kesy Gomes de Sá (AM)*

Bárbara Roberta da Costa Loiola (PA)

Brigida Cirilo Ferreira (AL)

Bruno Boschilia (PR)

Bruno Raphael Pires (GO)

Danilo Ricardo Simon Manis (SP)

Fabricio Vilarinho da Silva (GO)

Fabrini Bevilaqua Costa (SP)

Fernanda Nândrea Gomes Antunes (MG)

Guilherme Dias Camilo (MG)

Kleber Lucio Gil (SC)

Leila Naiara Moreira da Cruz (DF)

Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)

Neuza Ines Back (SP)

Rafael da Silva Alves (RS)

Rodrigo Henrique Correia (RJ)

 

Árbitros Assistentes de Vídeo (VAR)

Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP)**

Daniel Nobre Bins (RS)**

Igor Junio Benevenuto de Oliveira (MG)

José Claudio Rocha Filho (SP)

Pablo Ramon Gonçalves Filho (RN)**

Péricles Bassols Pegado Cortez (SP)**

Rafael Traci (SC)

Rejane Caetano da Silva (RJ)**

Rodrigo D'Alonso Ferreira (SC)

Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)

Rodrigo Nunes de Sá (RJ)

Wagner Reway (PB)

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Premier League também tem polêmica: faltou fair play ao Arsenal e bom senso da arbitragem e do VAR com o United

Renata Ruel
Renata Ruel

Premier League pode ser um exemplo de arbitragem para muitos, mas que as polêmicas também acontecem por lá, não há dúvidas. 

O Manchester United ganhou de 3 a 2 do Arsenal. Entretanto, o primeiro gol do Arsenal gerou uma grande polêmica. Escanteio cobrando, Fred pisa sem querer em seu goleiro, De Gea cai no chão, o árbitro não vê, Smith Rowe chuta de fora da área e a bola entra. 

Martin Atkinson, o árbitro do jogo, assim que percebe o De Gea caído e a bola entrando, apitando paralisando o jogo e não dando o gol. Mas o VAR, após análise, válida a jogada e desta forma saí o zero do placar.

Veja o lance:


A Regra 3 – Os Jogadores, traz logo no início de seu texto que: “As partidas são disputadas por duas equipes compostas por no máximo de 11 jogadores cada, um dos quais jogará como goleiro.” A Regra 4 traz que os goleiros precisam estar com uniformes distintos de todos os outros em campo. 

Muitas outras regras mostram particularidades da posição, por exemplo, a Regra 5 diz que caso o goleiro se lesione, não sairá de campo para atendimento. E ainda que o árbitro tomará decisões de acordo com as regras e o “espírito do jogo”. 

As regras trazem pontos para analisarmos o lance do primeiro gol do Arsenal. O goleiro é diferenciado, em alguns casos, em relação aos outros jogadores. É preciso ser identificado e uma equipe não pode ficar sem goleiro para que a partida tenha andamento. 

Desde a escola de árbitros, é comum escutar a orientação de que goleiro caído o jogo deve ser paralisado pelo árbitro, principalmente se o ataque estiver ocorrendo em seu lado. Isso é orientação, não regra. Entretanto, dentro da regra quando se analisa todas as particularidades do goleiro e ainda o “espírito do jogo” a ser considerado pelo árbitro é de bom senso paralisar o jogo conforme a orientação.

O Fair Play parte das equipes e jogadores, não da arbitragem. Não houve falta no lance, pois o pisão foi do próprio companheiro de equipe. Mas um goleiro estava no chão, o árbitro assim que percebeu apitou e invalidou o gol. O VAR interveio e deu o gol ao Arsenal.

Dentro de todo o contexto de regras, orientações, “espírito do jogo”, bom senso vejo como acertada a decisão do árbitro em campo em um primeiro momento e equivocada a intervenção do VAR. 

De Gea estava caído, sequer viu a bola, o sistema defensivo do Manchester United estava com o seu goleiro lesionado. Faltou Fair Play do Arsenal, faltou o entendimento do “espírito do jogo” e bom senso da arbitragem, que inclui o VAR, ao validar o gol.

A regra não traz todas as situações que possam ocorrer em uma partida, nem tudo está previsto. Como costumo dizer, a regra apresenta  “brechas” e em casos pitorescos como esse é necessário um rápido raciocínio, trazer à mente vários pontos das regras, lembrar das orientações e usar o “espírito do jogo" junto com o bom senso. 

Apitar uma partida é uma arte, que vai muito além do livro de regras.

Jogadores do Arsenal reclamam com o árbitro em partida contra o United
Jogadores do Arsenal reclamam com o árbitro em partida contra o United Stuart MacFarlane/Arsenal FC via Getty I
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Premier League também tem polêmica: faltou fair play ao Arsenal e bom senso da arbitragem e do VAR com o United

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Campos do Jordão Open de Futevôlei contará com celebridades do esporte

Renata Ruel
Renata Ruel
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5352989_WEB REDBULLFUTEVOLEI 091117 ESPN

É comum no final do ano ver jogos comemorativos entre amigos, alguns com ações de solidariedade onde famosos participam, entretanto isso não é mais exclusividade do futebol.

O futevôlei é um esporte que também atrai muitos jogadores de futebol, ex jogadores e celebridades e tem ganhado cada vez mais adeptos. No Rio de Janeiro praia é sinônimo de futevôlei, em São Paulo quadras de areias não param de abrir e a demanda por aulas e práticas desse esporte só aumentam.

Campeonatos, torneios de futevôlei aos finais de semana são constantes para todos os gostos, têm para iniciantes, profissionais, master, duplas masculinas, femininas e misto.

Um dos eventos que mostrará a força desse esporte será Campos do Jordão Open Futevôlei, nos dias 26, 27 e 28 de novembro. A cidade do interior paulista é conhecida como a "Suíça brasileira" pelas belas construções em estilo europeu.

A expectativa dos organizadores é levar para a cidade em torno de 5 mil turistas e, com grande apoio do craque Romário, mais de 300 atletas entre os quais estarão o Souza - passagens pelo São Paulo, PSG, Grêmio, Fluminense, Cruzeiro; Cristian Baroni - Flamengo,  Corinthians,  Fernebahçe; Geovane Loubo -  Santos e Arsenal; Jonas - Botafogo; Rodrigo Fabri – Real Madrid,  Atlético de Madrid, São Paulo, Grêmio, Flamengo, Santos Atlético Mineiro; Michel Bastos - Seleção Brasileira, Grêmio, Lyon,  Roma, São Paulo, Palmeiras; Marco Tisu – Santos; Thiago Camilo - Piloto Stock Car. E ainda os craques do Futevôlei Ovelha, Belinho,  Saldanha, Amaury, Gustavo Silva, Zanol, Rafinha.

A História do Futevôlei

O futevôlei nasceu no Rio de Janeiro, na década de 60. No auge da ditadura militar, o esporte surgiu como uma alternativa para contornar uma restrição à prática de algumas modalidades na orla carioca.

O futevôlei foi criado através da tentativa de burlar uma lei das praias cariocas. Em meados dos anos 60, a prática do futebol havia sido proibida nas praias do Rio de Janeiro. Qualquer esporte sem utilização de rede e um espaço seguramente delimitado, não tinha permissão para ser praticado naquele local.

Com isso a criatividade de alguns amantes da prática do futebol na areia, fez com que jogassem o seu futebol em uma quadra de vôlei de praia, esporte que era permitido. Aos poucos, a prática começou a ganhar mais adeptos, que incluía jogadores de peso do futebol brasileiro da época, como Dida e Vavá.

A princípio, a brincadeira consistia em utilizar os movimentos dos pés e da cabeça com a bola, o que se mantém até os dias de hoje, porém com a inclusão de adeptos a usarem movimentos de ombros e peitos. A quantidade de praticantes em cada time não era exatamente precisa: jogava-se em cinco pessoas, em duplas e até sozinho, em cada lado da quadra. Atualmente as regras são bem definidas na modalidade.

Na década de 1990, o futevôlei alcançou projeção mundial, sendo praticado em países como a Argentina, Uruguai, Tailândia, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Grécia, Holanda, Espanha, Áustria, entre outros.

No ano de 2002 foi fundada a Federação Internacional de Futevôlei – FIFV. Em 2003, o esporte foi oficializado pela FIFV, realizando o Primeiro Mundial em Atenas (Grécia), com a participação de 18 duplas dos seguintes países: Brasil, Polônia, Itália, Portugal, Canadá, Espanha, Noruega, Tailândia, Áustria, Alemanha, Holanda, Uruguai, Suíça e Grécia.

Os brasileiros Helinho e Magrão sagraram-se oficialmente os primeiros campeões mundiais de futevôlei. Em 2004 o Brasil sediou pela primeira vez o Campeonato Mundial de Futevôlei,  na cidade de Brasília-DF, e o título foi conquistado pela dupla Belo e Marcelinho (DF/AL) contra os paraguaios.

As Mulheres no Futevôlei

"Comecei a jogar Futevôlei em Maresias há 20 anos, ano  2001. Naquela época,  não tínhamos treinamento específicos, espaços para o mesmo, foi no amor e na raça", conta Dri Louro, uma das primeiras mulheres a praticar o futevôlei.

Hoje muitos lugares oferecem aulas para quem quer aprender a jogar a modalidade.

"Conseguíamos reunir umas 7 meninas, nos finais de semana e muitas vezes para jogar o misto. Tempos difíceis, pois não tinham muitas meninas eram poucas e tinham já milhares de homens que praticavam o esporte no mesmo local na praia, então as duas redes colocadas na praia eram para eles. As vezes ficávamos horas para jogar, mas não desistíamos nunca, até que conseguíamos entrar na quadra. Tínhamos  alguns aliados e alguns fiéis amigos, que jogavam com a gente e que nos apoiavam. Até que virou um hábito ver meninas nas quadras", completa Dri Louro.

Como no futebol, as mulheres também enfrentaram o preconceito, mas isso não foi empecilho para conquistarem o seu espaço e respeito. Atualmente há torneios exclusivos para mulheres.

Louro falou um pouquinho sobre isso: "O preconceito sempre existiu infelizmente e era muito mais difícil, pois éramos bem poucas mesmo, mas me lembro que quando estávamos em quadra , já tínhamos uma plateia para assistir, era muito bacana".

 

Fonte: Renata Ruel

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Por que árbitros no Brasileirão ganham muito menos que em Libertadores e Champions e veem Espanha no topo

Renata Ruel
Renata Ruel

Sabemos que em Brasileirão, Conmebol Libertadores Copa do Mundo não condizem com a realidade do futebol em sua grande maioria, seja em questão de salários de jogadores, treinadores, dirigentes ou arbitragem. Entretanto, aqui irei focar a elite da arbitragem de futebol.

Na Champions League, as taxas variam de acordo com a classificação dos árbitros dentro do quadro da Fifa. Segundo o site Sportekz, os valores para a temporada 2021/2022 são:

Elite: US$ 10.000 (R$ 55.670)
Elite Development: US$ 6.500 (R$ 36.190)
Primeira categoria: US$ 3.000 (R$ 16.700)
Segunda categoria: US$ 2.000 (R$ 11.130)
Terceira categoria: US$ 1.000 (R$ 5.567)

Unzelte critica árbitro por apito em golaço de Arana, mas nega influência: 'Precisava de um drone pra ir atrás dessa bola'

         
     


Os valores recebidos pelos assistentes variam entre US$ 350 (R$ 1948) a US$ 3.000 (R$ 16.700).

Na Libertadores, as taxas variam em função da fase do torneio e não existe uma classificação para os árbitros, como acontece na Uefa.

Fase preliminar e de grupos: US$ 2.550 (R$ 14.200)
Oitavas de final: US$ 3.700 (R$ 20.600)
Quartas de final: US$ 4.000 (R$ 22.270)
Semifinal: US$ 10.000 (R$ 55.670)
Final: US$ 20.000 (R$ 111.340)

Os valores dos assistentes começam com US$ 1.670 na fase preliminar e terminam com US$ 16.000 na final. O árbitro de vídeo (VAR) entra apenas a partir das oitavas de final com o valor de US$ 2.700 e numa final chega ao mesmo valor do assistente, US$ 16.000.

Na Europa, cada lugar tem uma maneira própria. É importante citar que na Inglaterra os árbitros recebem um valor fixo por mês, além de um valor por jogo. Já a Espanha é o país que melhor paga aos árbitros na Europa. Os valores a seguir são da elite da arbitragem europeia:

Inglaterra: £ 1.150 (R$ 8.820) + 'salário' 
Espanha: £ 5.200 (R$ 39.870)
Alemanha: £ 3.150 (R$ 24.150)
Itália: £ 3.000 (R$ 23.000)
França: £ 2.400 (R$ 18.400)
Portugal: £ 1.000 (R$ 7.670)

No Brasileirão Série A masculino, as taxas mudam em função da categoria do árbitro: 

Fifa/Master: R$ 5.252,00 por jogo
Básico: R$ 3.780,00 por jogo

VAR Fifa/Master: R$ 3.150,00 por jogo
Básico: R$ 2.100,00 por jogo

Os árbitros assistentes recebem 60% dos valores dos árbitros de sua categoria. As funções de quarto árbitro e AVAR também são remuneradas, porém as taxas são inferiores, variam de acordo com a competição.

A quantidade de jogos por mês é uma questão significativa, dificilmente a grande maioria dos árbitros chega ou ultrapassa 4 jogos em um mês no apito na Série A do Brasileirão masculino. A média costuma ser de 3 jogos por mês. 

E é muito relevante citar alguns pontos que envolvem a carreira de um árbitro brasileiro: dificilmente terá um trabalho fixo em função das demandas da arbitragem (viagens, aprimoramentos, cursos, testes, pré-temporada); personal trainer, local de treinamento, nutricionista, fisioterapeuta, fisiologista, psicólogo, convênio médico, equipamentos de trabalho (apito, bandeira, chuteira) são por conta do árbitro. 

Ele recebe a taxa do jogo e diária para despesas com hotel e alimentação. O transporte é cedido pela CBF (no caso da Série A). Os árbitro não têm férias, nem 13º salário; se reprovar em teste físico e/ou prova teórica, fica fora de escala até que refaça e seja aprovado.

Luiz Flávio de Oliveira analisa lance de São Paulo x Palmeiras no VAR
Luiz Flávio de Oliveira analisa lance de São Paulo x Palmeiras no VAR Jorge Bevilacqua/Código19/Gazeta Press
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Palmeiras x Flamengo: por que Pitana não é a melhor escolha para a final da Libertadores

Renata Ruel
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Nestor Pitana, sem estar em sua melhor fase, apita Final da Libertadores entre Palmeiras x Flamengo.

Sem dúvida que Nestor Pitana é um dos maiores árbitros do mundo, apitou a abertura a e final da Copa da Rússia em 2018 e possui um vasto currículo.

Porém, não está em sua melhor fase e tem se envolvido em algumas polêmicas. Uma das mais recentes foi na Copa América, no gol do Brasil contra a Colômbia, na qual levou uma bolada por estar mal posicionado.

Flamengo x Palmeiras: a rivalidade que promete uma final histórica de Libertadores

         
     

É um árbitro que atualmente apita mais com o nome do que com boas condições técnicas. Pode sim fazer uma excelente arbitragem na final, sem polêmicas, principalmente por ter VAR que acaba salvando alguns árbitros em campo.

Contudo, outros árbitros sul-americanos vivem melhores momentos na carreira, como o colombiano Wilmar Roldan e o argentino Fernando Rapallini, que apitou bons jogos na Eurocopa. Eles seriam nomes mais fortes tecnicamente para o momento.

Como sempre, é torcer para que a arbitragem passe despercebida. E que os times com seus jogadores sejam os protagonistas.

Néstor Pitana, árbitro argentino de Flamengo x Emelec pela Libertadores
Néstor Pitana, árbitro argentino de Flamengo x Emelec pela Libertadores Getty
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O polêmico gol de Mbappé que deu título à França: jogadores e treinadores discordam da regra

Renata Ruel
Renata Ruel

A França venceu a Espanha por 2 a 1 e se consagrou campeã da Liga das Nações da UEFA. O segundo gol vem dos pés de Mbappé, que estava em posição de impedimento no momento do passe de seu companheiro, porém como o jogador espanhol Eric Garcia tem uma ação deliberada e toca a bola, isso habilita o jogador francês e torna o lance legal, conforme as orientações que os árbitros recebem sobre ação deliberada no impedimento.

O jogador Eric Garcia se manifestou sobre o lance: “Tocam a bola e eu me jogo. Toco com o calcanhar nela e o Mbappé está impedido. O árbitro me disse que, como toquei com o calcanhar, eu tinha a intenção de jogar, e me disse que eu não deveria disputar (a jogada). Que essa é a regra. É uma jogada que é impedimento claro e onde um defensor nunca na vida pode pensar em não disputar.”

Quem acompanha o meu trabalho, principalmente no Sportscenter, já me viu falar que discordo de vários pontos da regra e de certas orientações, que parece que quem faz a regra não assiste, não entende de futebol. E nesse lance do gol para mim é exatamente isso que acontece.  A fala do Eric Garcia é exatamente o que penso e não é de hoje, finalmente um jogador se manifestou a respeito.

Eric García e Mbappé em Espanha x França
Eric García e Mbappé em Espanha x França Mike Hewitt/Getty Images


O jogo é para ser jogado, não para o jogador ficar estático.

O defensor, na maioria das vezes, ainda mais em lances ajustados, não sabe se o atacante está ou não em posição de impedimento. Desta forma, ele não vai ficar “engessado” no campo torcendo para que seja marcado impedimento. O defensor vai ter uma ação, vai tentar cortar essa bola, isso é o futebol, a dinâmica do jogo.

Entretanto, dentro das orientações/regra quando o jogador ataca uma bola, tem a ação de ir jogar com tempo e espaço, domínio do corpo e toca nessa bola, ele vai habilitar o jogador em posição de impedimento.

Nesse caso do gol do Mbappé, e não é o único, o toque do Eric Garcia muda a rotação, mas não a direção da bola, isto é, ela chegaria com ou sem o toque do defensor da mesma forma ao atacante. Onde a ação do defensor, que não pode jogar “engessado” no campo, interferiu claramente para habilitar um jogador em posição de impedimento, mudou a trajetória da bola? Não, não interferiu de forma alguma para habilitar um jogador em posição de impedimento na minha opinião, e sim, é só a minha opinião e visão de regras e futebol.

Assim, como antigamente a regra de mão na bola e bola na mão pareciam mais claras e justas, ocorre o mesmo no impedimento, que antes sequer cabia interpretação e atualmente ela sobra. Antes para habilitar um jogador em posição de impedimento, teria que ser um passe claro e intencional do defensor, não uma ação deliberada, ir jogar a bola como diz a regra hoje.

Os jogadores recebem muitas informações para serem processadas em segundos durante a partida, como se costuma dizer, o jogo é mais jogado com a cabeça do que com os pés e ainda tem a regra para complicar mais em alguns casos.



Como um técnico vai treinar a sua zaga para possíveis lances de impedimento, se corre o risco de uma ação de seu defensor habilitar claramente um atacante em posição?

“Concordo com sua posição e a do Eric Garcia. Na fração de segundo que ele (defensor) tem para decidir o que fazer, não tem certeza sobre a posição do atacante ser legal ou não. E penso que não podemos incentivar pela regra qualquer atitude do atleta que seja a negação ao jogo (parar de tentar disputar a jogada, por exemplo). É o oposto do que é a essência do jogo”, segundo Leandro Zago, treinador do Joinville e Licença A da CBF.

Em sua conta no Twitter, Pep Muñoz disse em relação ao gol de Mbappé e a regra do jogo: “Sempre pedimos aos jogadores que não parem até que acabe a jogada. A regra contradiz o espírito do jogo e do esporte.”

Como um defensor vai agir em campo em lances de ataques do adversário? Eles têm que se adaptar a esse tipo de regra ou a regra precisa entender de futebol e se adaptar ao jogo?

“Quem faz a regra não joga. Já pensou todos os jogadores deixarem de disputar a bola porque vai deixar o atacante impedido.? Existem vários tipos de situações durante o jogo e no vestiário os jogadores são sempre orientados a não desistir das jogadas, irem até o final. O árbitro agora tem que esperar a jogada se concluir em função do VAR, isso mostra como a partida é dinâmica e é contra a essência do jogo o atleta ficará parado”, opina Zé Elias, ex-jogador de futebol e comentarista nos Canais Esportivos da Disney.


É fundamental ter jogador, ex-jogador, treinador e, atualmente com essas orientações ‘loucas’, até mesmo um profissional especializado em Biomecânica do Esporte para direcionar sobre o que é natural ou não no futebol. Inclusive fazendo parte da equipe do VAR se for o caso, ter um ex-jogador. Quem entende de regra, nem sempre entende futebol e isso precisa mudar, pois se observa muitas marcações que não condiz com o jogo, sua essência e seu espírito.

 

Fonte: Renata Ruel

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Chocados com violência, árbitros farão protesto em todos os jogos da 25ª rodada do Brasileirão e demais competições da CBF

Renata Ruel
Renata Ruel

A arbitragem brasileira fará protesto em todos os jogos da 25ª rodada do Campeonato Brasileiro e das demais competições organizadas pela CBF, em ação conjunta com o Sindicato dos Árbitros e a Federação Gaúcha. Tudo contra a violência aos árbitros após o triste episódio ocorrido esta semana no Rio Grande do Sul. Eles ficarão de joelhos e erguerão os braços mostrando os apitos. 

Quem não ficou chocado com o aterrorizante caso do árbitro Rodrigo Crivellaro? Ele foi covardemente agredido em jogo pela segunda divisão do Campeonato Gaúcho, saiu desacordado de campo, teve várias lesões e passará por cirurgia - reveja a agressão covarde no vídeo abaixo. 

Árbitro cai, é agredido com chute violento na cabeça e deixa o campo de ambulância na Série B do Gaúcho

Não é a primeira vez que um árbitro é agredido, mas que seja a última. O árbitro é um profissional, ser-humano, que tem família e está sujeito a errar. Imagina você no seu trabalho, em um escritório, trabalhando no seu computador, acaba cometendo um erro e começa a ser agredido. Muitas vezes o árbitro sequer errou e corre o risco de agressão. 

Nada nunca vai justificar a violência, temos que dar um basta nisso!

Nunca sofri a violência física nos gramados, mas fui ameaçada e por muito pouco não fui agredida uma vez por uma equipe de futebol feminino. Conheço muitos árbitros e árbitras que foram agredidos. Quantas vezes as portas de vestiários de arbitragem não são chutadas por dirigentes, jogadores e até torcedores? Arbitragem sair de estádio dentro de viatura ou escoltada pela polícia acontece de forma mais corriqueira do que muitos imaginam. Isso falando de futebol profissional, sem citar o amador.

Que todos se juntem aos árbitros neste protesto, que a empatia prevaleça, que o árbitro Rodrigo Crivellaro se recupere prontamente, receba toda a assistência necessária, inclusive o seguro previsto no Estatuto do Torcedor. E que o jogador agressor William Ribeiro receba a punição devida.

O protocolo de protesto sugerido aos árbitros, por Leonardo Gaciba, chefe da arbitragem nacional, com o apoio do presidente da CBF, é o seguinte:

1. Antes do minuto de silêncio os capitães serão avisados do protesto.

2. Logo após o minuto de silêncio centrais, quartos e quintos árbitros ficarão de joelhos. Assistentes fazem o mesmo com suas bandeiras e equipes de vídeo refletem na cabine a mesma ação.

3. Centrais lançarão em súmula o seguinte texto: “Durante o minuto de silêncio, em nome da paz no futebol, a equipe de arbitragem realizou protesto contra a agressão sofrida pelo árbitro Rodrigo Crivellaro.” 

Chega de violência. Mais respeito e empatia.

O árbitro Rodrigo Crivellaro deixou o hospital de cadeira de rodas e colar cervical após ser covardemente agredido
O árbitro Rodrigo Crivellaro deixou o hospital de cadeira de rodas e colar cervical após ser covardemente agredido William Oliveira/Guarani/Assessoria
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Chocados com violência, árbitros farão protesto em todos os jogos da 25ª rodada do Brasileirão e demais competições da CBF

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Regras do jogo versus orientações e 'espírito do jogo': polêmicas e problemas

Renata Ruel
Renata Ruel

Leis do Jogo, tradução ao ‘pé da letra’ do inglês para o português sobre as Regras do Jogo. A lei é para ser cumprida, mas nem sempre é clara e em alguns momentos deixa margens para distintas interpretações. E então entram as orientações dos instrutores de arbitragem.

No gol do Palmeiras contra o Atlético-MG pela Libertadores, a regra não é interpretativa, a Regra 3 no item 9 é um dos pontos que deixa claro o que a arbitragem deve fazer, sem margem para “achismos”.

Se perguntado em uma prova teórica a situação que ocorreu no gol do Palmeiras, com uma pessoa extra da equipe que marcou o gol em campo, os árbitros que conhecem a regra escolheriam, com certeza, a resposta que anularia o gol.

Invasão de Deyverson foi alvo de polêmica em Atlético-MG x Palmeiras na Libertadores
Invasão de Deyverson foi alvo de polêmica em Atlético-MG x Palmeiras na Libertadores Montagem ESPN Brasil


Mas de repente surgem orientações que não existiam ou se existiam pouquíssimos conheciam, seja no campo ou no VAR, e que contradiz o próprio texto da regra.

Aconteceu agora com uma orientação nova que ninguém sabia sobre o gol do Palmeiras, aconteceu na final da Copa América de 2019 no pênalti marcado contra o Brasil, de Thiago Silva, que era contrário à regra do jogo naquele momento. Orientações que aparecem depois de erros da arbitragem. Seria para ‘justificar’ o injustificável?

A regra é texto, a regra é lei, entretanto por não ser clara em vários pontos acabam sendo necessárias orientações. A questão é que as orientações nem sempre são uniformes, usam o mesmo critério, chegam a todos os árbitros e da mesma forma.

Veja o gol de Dudu que teve invasão de Deyverson!


Muitas vezes as orientações da FIFA brincam de ‘telefone sem fio’, chegam distorcidas ao ponto final. É possível ver como as orientações da Europa diferem das sul-americanas, nem sempre o que é pênalti aqui será infração para os europeus ou um lance para cartão. Nem sempre a orientação passada pela Conmebol é a mesma da CBF.

E o que dizer das orientações entre as federações brasileiras. Só para exemplificar, a Federação Paulista trouxe Jorge Larrionda, instrutor FIFA, para orientar os árbitros durante o Paulistão 2021, porém, os paulistas receberam orientações que os outros árbitros do Brasil não tiveram.

O que dizer dos árbitros do quadro da FIFA que recebem cursos exclusivos e na maioria das vezes não repassam as informações. Claro que há exceções, aqueles que fazem questão de repassar o conhecimento para os colegas, mas são poucos.

Ah, mas e o ‘espírito do jogo’ citado na regra? Sim, ele é mencionado. Mas o que você entende sobre ‘espírito de jogo'? Será que é o mesmo entendimento do outro? O árbitro precisa conhecer o futebol para entender esse espírito, mas quantos têm o mesmo entendimento?

E assim surgem as faltas de critérios, as ‘desculpas’ ou justificativas para erros cometidos principalmente em jogos importantes.

A regra é universal, as orientações e o espírito do jogo não. Se essas orientações diferem de lugar para lugar e nem sempre chegam à todos, como ficam os jogadores,  dirigentes, jornalistas e torcedores para realmente terem noção do que é coerente com a regra ou não?

O texto da regra do jogo deve prevalecer e alguns pontos devem deixar de serem apenas orientações e ‘espírito do jogo’ para se tornarem regras. Se o gol será anulado somente se a pessoa extra, da equipe que o marcou, interferir no jogo isso tem que ser texto/regra e não orientação que ninguém conhecia. Senão, cada vez mais o futebol apresentará falta de critérios e justificativas para erros.

Como eu sempre digo, não concordo com vários pontos das regras, mas ela existe e deve ser cumprida. Assim como parece que, muitas vezes, quem faz as regras e passa orientações não entende, não conhece e não estuda o futebol.

Fonte: Renata Ruel

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Regras do jogo versus orientações e 'espírito do jogo': polêmicas e problemas

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Polêmica no gol do Palmeiras? O que diz a regra sobre Deyverson dentro de campo no lance que decidiu semifinal da Libertadores

Renata Ruel
Renata Ruel

Palmeiras e Atlético-MG ficaram no empate em 1 a 1 no jogo de volta da semifinal da Conmebol Libertadores. Graças ao gol marcado fora de casa, após o 0 a 0 no Allianz Parque, a equipe paulista se garantiu na final da competição.

O adversário sairá do vencedor entre Flamengo e Barcelona-EQU, nesta quarta-feira (29), a partir das 21h30 (horário de Brasília), no Equador. O duelo terá transmissão AO VIVO do FOX SPORTS e também pela ESPN no Star+. Ainda não é assinante? Saiba mais aqui

Entretanto, esse gol guardou um detalhe polêmico: os jogadores reservas do time alviverde faziam aquecimento na lateral de campo no momento em que Gabriel Verón toma à frente de Nathan. Deyverson, um dos substitutos, invade o campo de jogo, provavelmente sem perceber.... Mas infringindo as regras.

Deyverson invadiu o campo
Deyverson invadiu o campo Reprodução

Para mostrar qual infração foi cometida pelo atacante palmeirense, nada melhor do que o texto do livro de regras do futebol:

“Gol marcado com uma pessoa extra no campo de jogo

Se, depois de um gol ser marcado, o árbitro perceber, antes do reinício do jogo, que uma pessoa extra estava em campo quando o gol foi marcado:

- o árbitro deve anular o gol se a pessoa extra foi:

- um jogador, substituto, jogador substituído, jogador expulso ou oficial da equipe que marcou o gol; o jogo será reiniciado com um tiro livre direto da posição em que a pessoa extra estava.

Em todos os casos, o árbitro deve remover a pessoa extra do campo de jogo.

Veja o gol de Dudu que teve invasão de Deyverson!


Se, após um gol ser marcado e o jogo reiniciado, o árbitro perceber que uma pessoa extra estava em campo quando o gol foi marcado, o gol não pode ser anulado.

O árbitro deve relatar o incidente às autoridades competentes.”

Ou seja, a regra deixa claro que, nesse caso, o gol deveria ser anulado, mesmo sem interferência direta do invasor no jogo. A arbitragem em campo e o VAR não perceberam o fato e, como o jogo foi reiniciado, o gol deve ser mantido. 

Em campo realmente fica mais difícil identificar essa invasão, mas, com o VAR, fica complicado justificar a falha.

Isso pode ser considerado erro de direito e levar à anulação da partida? Pelo meu entendimento, não, pois a regra também deixa claro que, após o reinício da partida, o gol será mantido.

O jogador tem que tomar cuidado com essa ação. É trabalho do quarto árbitro monitorar os substitutos que estão aquecendo. A arbitragem tem que ver tudo, e o VAR precisa checar. 

Apesar da invasão não interferir diretamente no lance, ela acontece. E, pela regra, deveria ser punida.

Fonte: Renata Ruel

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Polêmica no gol do Palmeiras? O que diz a regra sobre Deyverson dentro de campo no lance que decidiu semifinal da Libertadores

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A diferença entre o VAR do futebol e o Suporte de Vídeo do futsal

Renata Ruel
Renata Ruel

O Árbitro Assistente de Vídeo do futebol (VAR), apesar de recente, se tornou realidade principalmente nos grandes campeonatos.

Entretanto, na Copa do Mundo de Futsal da FIFA de 2021, que está sendo realizada na Lituânia entre os dias 12 de setembro e 3 de outubro, o Suporte de Vídeo é uma grande novidade para a modalidade.

No futebol, quem está no VAR revisa os lances polêmicos como, por exemplo, pênalti e cartão vermelho. Caso encontre erro claro e óbvio sugere revisão ao árbitro. Ressalvas, críticas e sugestões não faltam para o uso da tecnologia em campo, há quem prefira que o técnico possa pedir o ‘desafio' quando o time discordar da decisão do árbitro, assim como funciona no vôlei, tênis e agora na Copa do Mundo de Futsal.

No futsal cada treinador tem direito a um pedido de revisão por tempo de jogo. Quando ocorre a solicitação, o árbitro principal e o árbitro auxiliar vão até o Suporte de Vídeo analisar o lance, se chegarem a conclusão que a equipe tem razão, retificam a decisão de quadra e o time tem mais um pedido de revisão para aquele tempo. Contudo, se a arbitragem mantém a decisão de quadra, a equipe não terá direito a outra solicitação naquele período.

E é claro que as polêmicas aconteceram na Copa do Mundo de Futsal, dois gols não foram validados, mesmo depois de revisões dos árbitros no Suporte de Vídeo, sendo que as imagens mostravam a bola ultrapassando totalmente as linhas.

As diferenças do VAR do Futebol para o Suporte de Vídeo são grandes, porém as polêmicas seguem em ambos. A tecnologia, quando bem utilizada e de qualidade, pode sim ajudar muito o esporte, ajustes são necessários e com o passar do tempo fica mais fácil identificar as melhorias a serem realizadas.

Árbitros checam marcação na Copa do Mundo de Futsal
Árbitros checam marcação na Copa do Mundo de Futsal Getty Images

Qual formato do uso da tecnologia você prefere: do futebol ou do futsal?

Lembrando que a Copa do Mundo de Futsal entrará agora na fase semifinal com o clássico Brasil x Argentina e também Portugal x Cazaquistão, onde as polêmicas podem aparecer junto com o Suporte de Vídeo.

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A diferença entre o VAR do futebol e o Suporte de Vídeo do futsal

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O que dizem as psicólogas de Palmeiras e Red Bull Bragantino sobre a saúde mental dos atletas

Renata Ruel
Renata Ruel

Hoje, 27 de agosto, é dia do psicólogo, uma profissão relevante no esporte atual. O pilar mental do atleta, a pressão psicológica, ou melhor, a saúde mental de atletas em uma competição tem vindo com manifestações públicas de celebridades do esporte.

Naomi Osaka, tenista responsável por acender a pira olímpica, abandonou Roland Garros depois de ter sido multada e ameaçada de expulsão por não falar com a imprensa – “Frequentemente sinto que pessoas não têm consideração pela saúde mental de atletas”, disse. Durante as Olimpíadas de Tóquio, a ginasta Simone Biles, de 24 anos, desistiu de disputar finais alegando que precisava cuidar da sua saúde mental.

Simone Biles e Katie Ledecky
Simone Biles e Katie Ledecky Getty

No futebol, vimos Gabriel Barbosa punido por chamar o futebol brasileiro de várzea, árbitro punido por dizer que os jogadores de Vasco e Vila Nova estavam acostumados com arbitragem de Série B, entre muitos outros exemplos que poderia citar.

Atuei durante 15 anos nos campos em função da arbitragem e hoje comento arbitragem nos Canais Esportivos da Disney, falo por experiência própria como a saúde mental é fundamental para o bom desempenho de um trabalho, a relevância de se trabalhar o pilar mental, ainda mais em tempos de redes sociais onde as críticas e pressões são mais visíveis e muitas vezes mais fortes, até mesmo agressivas algumas vezes.

Conversei com duas psicólogas esportivas, de forma exclusiva para este blog, que trabalham com alto rendimento: Dra. Gisele Silva, psicóloga da Sociedade Esportiva Palmeiras, mestre em Educação Física, Doutora em Psicologia, trabalhou nas categorias de base de futebol e agora atua com o profissional e, também, Dra. Marta Minopoli, psicóloga do Red Bull Bragantino e CBAt (Atletismo Brasileiro), especialista em Psicologia do Esporte.

Segundo a Dra. Marta Minopoli, a psicologia do esporte já faz parte da vida e da preparação de muitos atletas, iniciando na formação esportiva e chegando até o alto rendimento. Desde o ciclo olímpico do Rio 2016, muito psicólogos têm tido espaço para o trabalho junto às confederações, clubes e instituições esportivas, o que faz com que a área se fortaleça dentro desse cenário. No esporte, nossa atuação tem uma melhor abertura justamente por não conseguirmos isolar a performance física e tática da preparação mental.

Hoje, os atletas, treinadores e dirigentes sabem que essa preparação é fundamental e consequentemente fazem parte da rotina de trabalho dentro do ambiente esportivo. Temos cada vez mais evidências científicas que esse tipo trabalho faz muita diferença durante o processo de performar em alto nível. Um atleta tem que ter um equilíbrio entre a parte social, física, técnica, tática, e mental também faz parte dessa equação.

Conversei com a Dra. Gisele do Palmeiras sobre os atletas da categoria de base e com a Dra. Marta sobre a Psicologia no Esporte de maneira geral.

Renata Ruel: Muitos jovens desistem do futebol na adolescência? Em quais idades isso mais ocorre e qual o principal motivo?

Dra. Gisele Silva: Na minha experiência, eu observo que os atletas que desistem estão no meio da adolescência, perto dos 14 e 15 anos. É bem subjetivo o que contribui para essa desistência, mas o que percebo é um conjunto de fatores e um deles é a estrutura familiar, o atleta tende a se sacrificar mais aos desafios do esporte quando não tem uma situação afortunada, avantajada, mesmo com as dificuldades de distância, alimentação entre outras coisas a persistência é maior. Quando o atleta vem de família simples, que vislumbra a possibilidade de um futuro no futebol, ele reclama menos, eu percebo um esforço do atleta em se manter, é um atleta que se mantem mais conectado com os propósitos e adversidades que surgem no caminho. Já quando o atleta tem melhores estruturas familiares e financeiras, pensa mais facilmente em outras oportunidades, como estudar inglês, fazer intercâmbio, cursar universidade além do futebol para ganhar dinheiro, além da família não cobrar tanto. De um lado temos o atleta que tem pouca estrutura e a família deposita todas as expectativas em cima dele e “põe uma pressão” indireta ou direta, dependendo da família, para que ele se mantenha firme no futebol, pois pode mudar a possibilidade de gerações. Já o jogador com melhor condição financeira, se achar que foi injustiçado pelo treinador, que o alojamento não é adequado, ele pondera sabendo que a vida dele não termina ali, tendo outras possibilidades.

Outro ponto relevante é a fase de desenvolvimento humano que os atletas da base se encontram e que envolve situações específicas:  desenvolvimento biológico, a puberdade, a definição da personalidade, orientação sexual e de carreira. O adolescente tende, nesta fase, a se desligar mais da família e se ligar mais nos amigos, isto conta para a decisão da permanência no esporte e os desafios do alto rendimento. Enquanto os amigos saem, viagem, comem fast food, ele tem que se privar disso e outras coisas para alcançar suas metas. Quando o atleta quer fazer tudo isso com os amigos, o que faz parte da adolescência, porém tem uma família que depende dele, ele se segura um pouco mais, reclama menos, sai quando pode e se adapta melhor às condições do alto rendimento. Quando ele tem uma vida que favorece ir a uma matinê, viajar, estudar numa boa escola particular, tende a se questionar ‘para que continuar em um ambiente que estou sofrendo?’, pois há um mar de possibilidades pela frente. São vários pontos levados em consideração para desistir ou seguir no esporte. As experiências e demandas que eu tive foram em cima disso, ‘ah, não posso sair, não posso viajar, jogar vídeo game até de madrugada, meu pai não me deixa fazer isso, o treinador não me aproveita, etc.’

É onde a gente abre para a questão do sofrimento e doenças emocionais: depressão, pânico, ansiedade que podem se desenvolver.

 

Como os atletas da base lidam com a pressão e redes sociais? E como trabalhar isso?

Dra. Gisele: A rede de apoio como chamamos, família e amigos, influencia muito nessa idade como citado anteriormente. A rede social também, se o atleta não souber separar o ‘joio do trigo’, acaba dando muita atenção sobre o que pensam sobre ele. E o esporte é justamente isso: “O que as pessoas pensam sobre mim?”

Têm atletas que pela falta de maturidade consideram tudo que falam dele. Desta forma se falam ‘você é incrível maravilhoso’ ele entra em um processo de estabilidade mental. Contudo, se ele faz um jogo não tão bom e a torcida se posiciona contra, é agressiva, pejorativa, como ele considera tudo, toma como parâmetro esse público, ele entra em um sofrimento emocional importante, então ele está sempre vulnerável a opiniões de terceiros, externas. Nesses casos, tanto de rede de apoio quanto redes sociais, a gente trabalha o autoconhecimento, para que ele se autoconheça para que ele saiba pontos que podem trazer prejuízos a ele. Por exemplo, essas opiniões, quem são essas pessoas, de quem ele está pegando opiniões sobre ele, o que ele sabe de si próprio, quais são as virtudes, as fragilidades, para que ele à medida que receber feedbacks de pessoas externas tenha a capacidade de filtrar as informações, seja da rede de apoio ou mídias sociais. O trabalho se desenvolve para que o atleta saiba filtrar relações tóxicas, para que ele se preserve, por exemplo, dependendo do que ele colocar na rede social a carreira pode ser manchada, ser colocada em risco. Até os 17 anos o atleta não tem real noção cognitivamente das consequências que seus atos podem causar, então trabalhamos muito em cima disso também.

Agora falando sobre a Psicologia do Esporte de forma geral com a Dra. Marta:

 

Vemos atletas falando mais abertamente sobre a saúde mental. A pandemia tem influência nessas manifestações?

Dra. Marta: Sim, falar sobre saúde mental em tempos de pandemia é tão natural quanto falar sobre nosso cotidiano. A pandemia nos fez desacelerar e consequentemente passar a valorizar questões mais internas e pessoais, e os atletas entendem que falar sobre emoções não é mais tabu. O autoconhecimento é o início do processo que poderá levar a uma melhor performance e a psicologia auxilia todo este processo.

As mídias sociais podem ser relevantes ou até mesmo um problema a mais para os atletas, seja em função da pressão, agressividade, apoio do público em geral ou em relação ao próprio atleta se preocupar com publicações e marketing?

Dra. Marta: Com certeza. Nós buscamos identificar qual a relação que os atletas têm com as redes sociais e se a influência é positiva ou negativa. Em fase competitiva, o foco do atleta deve ser a performance e dividir a atenção com publicações de conteúdo pode atrapalhar sim toda a dinâmica de trabalho, justamente por não termos controle sobre o que pode acontecer com essas divulgações.

Como trabalhar a saúde mental dos atletas e dos árbitros também para competições de alto rendimento?

Dra. Marta: O trabalho da psicologia do esporte é baseado em toda uma periodização mental que é trabalhada de maneira individualizada, respeitando as características da personalidade dos atletas e árbitros. O objetivo, antes da performance, é entender o ambiente no qual estas pessoas estão inseridas, conhecer seus objetivos e metas e trabalhar para proporcionar melhor autoconhecimento, e consequentemente a melhora do bem-estar, da qualidade de vida e da saúde mental.

Até que ponto a saúde mental do atleta interfere no resultado final do seu desempenho?

Dra. Marta: O ambiente do alto rendimento é de grande cobrança, onde a pressão por resultados acompanha os atletas diariamente, e sem uma adequada estrutura emocional esses resultados e objetivos podem ser comprometidos. Por isso é tão importante contar com este profissional na equipe multidisciplinar.

Um atleta, durante uma disputa, um jogo, competição, acaba oscilando. Isso está diretamente ligado ao psicológico?

Dra. Marta: Existem diferentes razões que interferem na oscilação de performance, e uma delas pode ser a mental.  Cada caso tem que ser avaliado individualmente para chegarmos a alguma resposta. Infelizmente, tudo o que é subjetivo e não tem uma resposta técnica ou física imediata pode ser transferido para uma "questão psicológica", por isso temos que ter atenção com algumas análises sem termos as informações concretas sobre aquela questão.

 

Aproveito para parabenizar a todos os psicólogos pelo seu dia e pelo trabalho que desenvolvem.

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Linha do VAR em Palmeiras x Cuiabá mostra como ferramenta não é precisa

Renata Ruel
Renata Ruel

Desde o começo do uso do VAR (árbitro de vídeo), defendo o seu uso, porém, eu sempre disse que há falhas, inclusive da linha de impedimento que muitos diziam ser exata. Não vou entrar hoje no mérito de lances de pênaltis, cartões, falta de critérios. Agora é hora de falar exclusivamente da linha de impedimento do VAR.

O Palmeiras teve um gol do Zé Rafael anulado por impedimento do Dudu, no início da jogada, no jogo contra o Cuiabá neste domingo (22). E a grande questão do lance foi a imagem das linhas traçadas pelo VAR, que parece equivocada, onde foram colocadas na parte dos jogadores de ataque e defesa para se considerar o impedimento.

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A imagem do VAR é confusa, tornando difícil entender onde foram traçadas. Na verdade, parece que cortam os jogadores ao meio, ao invés da linha estar na parte do corpo dos jogadores mais próxima da linha de fundo, sem considerar os braços, como sugere a regra.

Sim, a ferramenta ajuda, mas não tem 100% de precisão. 

A linha do impedimento é traçada pelo computador, mas o ponto do corpo do jogador onde ela será traçada é indicado pelo árbitro de vídeo ao técnico do VAR que está na cabine, este faz um clique e a partir daí o computador cria a linha. O braço não conta para fins de impedimento, mas ombro, pé, nariz, joelho e todas as outras partes, sim.

Como o ponto do corpo é indicado pelo árbitro de vídeo, um pouquinho mais para cá ou para lá gera diferença e pode gerar um equivocado impedimento, ainda mais em lances ajustados.

Ainda há a contestação do frame da bola. O VAR normalmente possui três para serem utilizados no momento do primeiro toque para o passe, o que é pouco, pois um vídeo taxa de frame menor é capaz de gerar 10 imagens por segundo.

A própria CBF já admitiu erro na linha de impedimento traçada em gol mal anulado do São Paulo contra o Atlético-MG, no Brasileiro de 2020. Este mesmo blog fez anteriormente uma matéria sobre a margem do VAR.  

Não há como ser preciso, ainda mais em lances ajustados. 

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No evento Brasil Futebol Expo que ocorreu em 2020, a CBF colocou o VAR para muitos conhecerem e tive a oportunidade de ver seu funcionamento em outras ocasiões. Não me esqueço de um episódio em um curso do VAR no qual o técnico que opera a ferramenta tinha dois instrutores da CBF diferentes analisando o mesmo lance, essas pessoas definiam o frame da bola e os pontos nos quais as linhas seriam traçadas no defensor e no atacante. O mesmo lance, a mesma jogada, com uma pessoa deu o gol, foi legal; com a outra, o gol foi invalidado por impedimento.

Depois de presenciar isso sempre bati e bato na tecla de que não há precisão na ferramenta do VAR para lances de impedimentos, principalmente quando as posições de atacantes e defensores são muito justas, próximas.

Além do que, aparentemente, não existe mais mesma linha, pois não vemos mais uma sobreposta à outra e o VAR dando posição legal desta forma.

Para diminuir a margem de erro em linhas de impedimento, a Premier League resolveu engrossar a largura da linha de impedimento e assim não anular tantos gols.

A tecnologia avança muito a cada dia, e a Fifa busca constantemente busca saídas para automatizar o traço da linha de impedimento para diminuir essa margem de erro. Entretanto, enquanto não a tivermos, linhas erradas podem seguir sendo traçadas e uma ou outra equipe ser prejudicada.

 

Árbitro checa o VAR durante jogo do Brasileiro
Árbitro checa o VAR durante jogo do Brasileiro Getty
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Premier League começa com faltas claras nos goleiros em lances que resultam em gols; veja vídeos

Renata Ruel
Renata Ruel

A Premier League começou e com ‘suas próprias regras’. Antes do início da competição, foi anunciado pelo chefe da arbitragem inglesa que as linhas de impedimento do VAR serão mais grossas para diminuir a margem de erro da ferramenta, beneficiando, assim, o atacante e o gol.

Outro ponto apresentado foi que os árbitros adotarão critérios mais rígidos para marcar pênaltis.

A questão é quando se deixa de marcar faltas claras, que interferem no resultado final da partida e infringem nitidamente as regras do jogo. E isso aconteceu duas vezes logo na primeira rodada.

No jogo que abriu o campeonato, no segundo gol do Brentford, ocorreu uma ação de bloqueio clara do jogador do time da casa em cima do goleiro Bernd Leno, do Arsenal, impedindo a sua movimentação (VEJA no vídeo abaixo).


         
     

Na partida Burnley 1 x 2 Brighton, houve a mesma ação de bloqueio no goleiro Robert Sanchez, impossibilitando o seu movimento e tentativa de disputar a bola ou, até mesmo, praticar uma defesa.

Ambos os lances resultaram em gols, tornando as situações mais críticas, pois, se os árbitros não marcaram no campo de jogo, o VAR, que requer análises minuciosas em lances de gol, tampouco interferiu sugerindo revisão por falta e os gols ilegais foram validados (ASSISTA ao lance no vídeo abaixo).


         
     

Nos vídeos, notoriamente se veem as ações dos atacantes em cima dos goleiros e o texto da regra diz:

"Impedir o progresso de um adversário significa mover-se para o caminho do adversário para obstruir, bloquear, desacelerar ou forçar uma mudança de direção quando a bola não está a uma distância de jogo de qualquer um dos jogadores. Todos os jogadores têm direito à sua posição no campo de jogo; estar no caminho de um adversário não é o mesmo que mover-se no caminho de um adversário".

Quando esse tipo de situação ocorrer sem contato físico será marcado um tiro livre indireto, se houver contato será assinalado tiro livre direto.

Durante o jogo Norwich x Liverpool, cheguei a falar que seria necessário “trocar o chip" para comentar a Premier League, pois as marcações da arbitragem são muito distintas das que estamos acostumados, justamente por passarem aos árbitros determinações, muitas vezes, diferentes das instruções FIFA.

O que na maioria dos lugares se considera falta, a Premier League muitas vezes deixa seguir, sem entrar no mérito se estão ou não certos em adotar suas “leis do jogo", algumas infrações são claras em todos os lugares que se pratica futebol e devem ser marcadas. E na era do VAR algumas coisas se tornam inadmissíveis.

Declan Rice reclama com Martin Atkinson
Declan Rice reclama com Martin Atkinson Getty Images
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Premier League começa com faltas claras nos goleiros em lances que resultam em gols; veja vídeos

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