A MLB precisa tratar o combate a lesões como questão estratégica | Semana MLB
O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta uma nova edição
Ao olhar de um leigo, beisebol parece um esporte sem tanta exigência física. Um sujeito pega uma bola, joga com força e o outro tenta rebater para depois sair correndo. Não há demonstrações explícitas de força, como trombadas, ou de resistência física, como ação ininterrupta em todos os atletas em campo. Aí, já há quem pense que se trata de uma modalidade de baixo impacto físico.
Bem, isso já é errado pelo princípio que todo esporte profissional, qualquer que seja, cria uma enorme demanda física e mental quando praticado em seu mais alto nível. A questão é que a exigência atlética do beisebol nem sempre parece tão clara para quem tem como padrão de esporte o futebol. Mas a explosão física de um arremesso ou uma rebatida, ou de um sprint para chegar à primeira base ou evitar que uma bola voadora toque o chão no campo externo, é enorme. Além disso, o impacto de uma bolada pode ser muito pior que muita trombada do futebol americano ou um pontapé no futebol. E, pior, em muitos casos o beisebol ainda cria esforços repetitivos, com sobrecarga em determinados músculos e ligamentos.
Não à toa, a MLB é a grande liga norte-americana que mais tem casos de lesões. Mas isso atingiu patamares alarmantes neste ano. Segundo levantamento de Joe Sherman, colunista de beisebol do New York Post, houve 351 casos de jogadores indo à lista de contundidos até 19 de maio. Entre 2017 e 2019, três últimas temporadas completas, foram entre 281 e 291 casos. O levantamento, claro, não inclui jogadores que foram afastados por Covid-19.
Isso ocorre desde a intensidade crescente dada aos arremessos (cada vez mais fortes) e nas rebatidas (cada vez mais voltadas ao home run), quanto pela epidemia de boladas (também resultado do foco maior na velocidade dos arremessos, em detrimento do controle). Por isso, a tendência é que continue crescendo. Ainda mais quando a fadiga natural de uma longa temporada causa mais e mais lesões.
Esse aumento é preocupante em diversos aspectos. Do lado humano, mostra como o beisebol que se pratica hoje sacrifica mais o corpo dos atletas. Do lado esportivo, desfigura muitas equipes, tirando a oportunidade do torcedor de ver alguns de seus ídolos e dos times a chance de mostrar seu melhor jogo mais vezes. Do ponto de vista econômico, leva muitos dirigentes a pensar se vale a pena gastar tanto dinheiro no salário de estrelas quando há o risco de isso dar pouco retorno devido a problemas físicos.
A MLB tem dado um enfoque muito grande na melhora do ritmo do jogo. Mas a liga precisa também tratar as lesões como algo estratégico para o futuro do beisebol. Nem que seja preciso estudar mudanças de regras que reduzam essa exigência sobre o físico dos jogadores.
RELEMBRANDO
O ESPN App está transmitindo a Liga Mexicana de Beisebol, onde atuam os brasileiros André Rienzo (Tecolotes de los Dos Laredos), Paulo Orlando (também Tecolotes) e Tiago da Silva (Generales de Durango). Todos terão jogos na grade nesta semana. Confira a programação completa toda sexta no Semana MLB.
PERSONAGEM
Na última terça, Joe West arbitrou seu 5.367º jogo de MLB e tornou-se o árbitro com mais partidas na história da liga. “Cowboy Joe” -- que também tem uma carreira como compositor de música country durante as férias do beisebol, daí o apelido -- entrou nas grandes ligas em 1976 e se tornou membro fixo da equipe de arbitragem em 1978. Desde então, trabalhou em seis World Series, três All-Star Games, dez finais de divisão, um jogo perfeito (Félix Hernández) e mais um no-hitter (Clay Buchholz). West superou o recorde de Bill Klem, que arbitrou nas grandes ligas entre 1904 e 1941.
VÍDEO DA SEMANA
Dois eliminados na entrada. Rebatida para a terceira base, lançamento feito para a primeira. Tudo normal, bastaria Will Allen pisar na base para encerrar o turno ofensivo do Chicago Cubs. Mas Javier Báez decidiu voltar para o home plate. Não mudava nada para Allen, era só pisar na base. Mas aí o jogador do Pittsburgh Pirates ficou todo confuso, esqueceu a regra e teve início um dos erros coletivos mais infantis dos últimos anos.
O QUE VEM POR AÍ
O arremessador Yu Darvish vem no melhor momento de sua carreira. Foi segundo colocado na eleição de Cy Young da Liga Nacional na temporada passada e, na atual, é o quinto da LN em ERA, com 1,75. Defender o time de melhor campanha de toda a MLB também não é ruim. Mas muita gente ainda tem a imagem do arremessador que terminou a World Series de 2017 com ERA de 21,6, resultado de 8 corridas cedidas em 3 ? entradas e duas derrotas para o Houston Astros. Na primeira das derrotas, um home run cedido para Yulieski Gurriel foi seguido por um gesto racista por parte do cubano, que recebeu suspensão para a temporada seguinte. A segunda das derrotas custou ao Los Angeles Dodgers o título daquele ano. Esses números terríveis ganharam uma nova imagem em 2019, quando foi revelado que os Astros roubavam sinais dos arremessadores adversários. O quanto do desempenho de Darvish naquela decisão não foi prejudicado pela trapaça? Claro que o japonês foi perguntado sobre isso, e ele foi um dos atletas que declarou que o título deveria ter sido retirado do time texano.
Pois, neste sábado (29), Darvish está programado para ser o abridor do San Diego Padres no duelo contra os Astros. Será a primeira vez que o japonês enfrentará o Houston desde aquela World Series.
E, NO PRÓXIMO SUNDAY NIGHT...
Jacob deGrom é o melhor arremessador do mundo na atualidade. O abridor do New York Mets já conquistou duas vezes o prêmio Cy Young nos últimos três anos e desponta como favorito a conquistar mais um agora. Em 2021, tem ERA de 0,8 após sete jogos, número que seria o mais baixo da história se mantido até o final da temporada regular (improvável). Ele tem apenas quatro corridas cedidas em sua conta e os rebatedores adversários têm 13,2% de aproveitamento contra ele. Para se ter uma ideia, são números inferiores aos do próprio DeGrom como rebatedor: 6 corridas impulsionadas e 47,1% de aproveitamento. Pois DeGrom está programado para abrir o jogo dos Mets contra o Atlanta Braves no próximo Sunday Night Baseball. Um belo duelo contra Max Fried, canhoto que fez um 2020 espetacular, mas começou mal a atual temporada.
PROGRAMAÇÃO DE TV*
Sexta, 28/mai
21h - San Diego Padres x Houston Astros (ESPN 2)
Domingo, 30/mai
20h - Atlanta Braves x New York Mets (ESPN)
Segunda, 31/mai
14h - Minnesota Twins x Baltimore Orioles (ESPN 2)
17h - Boston Red Sox x Houston Astros (ESPN 2)
21h - Pittsburgh Pirates x Kansas City Royals (Fox Sports)
Terça, 1º/jun
20h - Tampa Bay Rays x New York Yankees (Fox Sports)
Quarta, 2/jun
21h - Boston Red Sox x Houston Astros (Fox Sports)
Sexta, 4/jun
20h - Boston Red Sox x New York Yankees (ESPN 2)
MAIS BEISEBOL NO ESPN APP*
Sexta, 28/mai
21h - LMB: Acereros de Monclova x Toros de Tijuana
22h - LMB: Olmecas de Tabasco x Tigres de Quintana Roo
Sábado, 29/mai
19h - LMB: Pericos de Puebla x Guerreros de Oaxaca
20h - LMB: Diablos Rojos de México x Águila de Veracruz
Domingo, 30/mai
20h - LMB: Diablos Rojos de México x Águila de Veracruz
20h - LMB: Mariachis de Guadalajara x Generales de Durango
Terça, 1º/jun
21h - Sultanes de Monterrey x Tecolotes de los Dos Laredos
21h30 - Toros de Tijuana x Acereros de Monclova
Quarta, 2/jun
21h - Águila de Veracruz x Pericos de Puebla
21h - Generales de Durango x Bravos de León
Quinta, 3/jun
21h - Sultanes de Monterrey x Tecolotes de los Dos Laredos
21h30 - Toros de Tijuana x Acereros de Monclova
Sexta, 4/jun
21h - Mariachis de Guadalajara x Diablos Rojos de México
21h10 - Pericos de Puebla x Bravos de León
21h30 - Algodoneros de Unión Laguna x Saraperos de Saltillo
*Grades sujeitas a alteração
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