Milan volta a investir pesado no mercado, mas origem do dinheiro segue um mistério

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Li Yonghong, novo dono do Milan, posa com camisa com seu nome
Li Yonghong, novo dono do Milan, posa com camisa com seu nome

Depois de três anos, o Milan estará novamente em uma competição europeia na próxima temporada. Ainda que não seja a Uefa Champions League, a vaga na Liga Europa, com o sexto lugar no Campeonato Italiano, está sendo bastante valorizada, e o clube sonha em retomar protagonismo em 2017/18.

A volta a melhores dias passa pelos novos donos do Milan. Desde o último mês de abril, a equipe pertence um grupo de investidores chineses, liderados por Li Yonghong, um proprietário que, embora faça a torcida sonhar, também levanta questionamentos em relação à origem de seu dinheiro.

Apesar das dúvidas, a "nova era" no Milan já começou, ao menos, na intenção de fazer altos investimentos para ter um time competitivo. O primeiro reforço fechado sob o comando chinês foi o zagueiro Mateo Musacchio, ex-Villarreal-ESP, por 18 milhões de euros (R$ 65 milhões).

Franck Kessié, revelação da Atalanta, também está no radar, mas o maior alvo do Milan é mesmo uma contratação que agite o mercado. A mira, nesse objetivo, está no atacante Álvaro Morata, ex-Juventus e atualmente no Real Madrid, com uma proposta de 60 milhões de euros (R$ 219 milhões).

  • Venda polêmica

O imbróglio envolvendo a venda do Milan a Li Yonghong é antigo. A venda para o grupo Sino-Europe Sports foi acertada em agosto de 2016, em um acordo de 740 milhões de euros. Os chineses pagaram inicialmente 200 milhões de euros, mas não cumpriram os prazos para quitar o restante do valor.

Uma parcela de mais 100 milhões de euros deveria ter sido paga em dezembro, mas foi sendo adiada, até que o Milan decidisse dar um ultimato aos investidores em março. A novela chegou ao fim em abril, quando a compra foi efetivada graças a um empréstimo do fundo norte-americano Elliot.

Além do financiamento, que deve ser pago até outubro de 2018, outros pontos nebulosos cercam o negócio: se inicialmente a venda seria para o grupo Sino-Europe Sports, com sede em Hong Kong, Li Yonghong usou outra empresa, a Rossoneri Sports Investment, de Luxemburgo, para concluir a compra.

Na primeira vez que Berlusconi se pronunciou sobre a transação, o comunicado emitido também falava que Li Yonghong tinha o apoio do governo chinês, em trecho que acabou suprimido posteriormente.

  • Quem é Li Yonghong?

Mesmo na China, o novo dono do Milan também não é muito conhecido. A declaração de Marcello Lippi, atual técnico da seleção chinesa e tetracampeão mundial com a Itália na Copa da Alemanha em 2006, sobre o assunto é emblemática: "Ninguém no país sabe quem são essas pessoas".

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Apesar do tamanho da operação que liderou, Li Yonghong não aparece, por exemplo, na famosa lista de bilionários da "Forbes", que inclui 400 chineses. Segundo informações da imprensa, o empresário tem 28% de participação em um empreendimento em Guangzhou avaliado em 1 bilhão de euros (R$ 3,65 bilhões na cotação atual) e também ações em empresas de embalagens e minas de fosfato.

O site chinês "Netease", voltado para investidores, diz que Li Yonghong nasceu em 1969 na província de Guangdong e vive em Hong Kong desde 1994. Segundo o jornal italiano "Il Sole 24 Ore", especializado no noticiário econômico, sua fortuna é de 500 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão).

  • E o Milan?

Se o futuro do Milan parece certo, o presente é certamente uma decepção. O sexto lugar no Italiano, que soa como algo pequeno para o tamanho do clube, por exemplo, representa uma evolução em relação às últimas temporadas, nas quais a equipe foi, respectivamente, 8ª, 10ª e 7ª no Italiano.

Para tentar repetir os anos gloriosos com Berlusconi, nos quais o Milan foi oito vezes campeão italiano e cinco da Champions, Li Yonghong, ao menos, confiou o futebol a pessoas com experiência, como o novo CEO Marco Fassone, que tem passagens por Juventus, Napoli e Internazionale de Milão.

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A promessa ambiciosa de "passo a passo reconduzir o Milan ao topo do mundo" ou o desejo de desbancar rivais como Manchester United ou Chelsea para contratar um jogador caro como Morata, contudo, passam necessariamente pelo dinheiro de Li Yonghong - mas de onde ele veio e para onde levará o segundo maior campeão do futebol europeu, só o tempo irá dizer...

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