A Uefa anunciou nesta segunda-feira que, mesmo se não receber denúncia, investigará a transferência de Neymar ao PSG - se finalmente confirmada - para garantir que “se respeitem as regras de fair play financeiro”. A cláusula de rescisão do brasileiro com o Barcelona é de 222 milhões de euros (R$ 815 mi). 

O diretor-executivo de fair play financeiro e sustentabilidade da Uefa, Andrea Traverso, confirmou à agência EFE que, até agora, a entidade não recebeu nenhuma denúncia relativa ao caso e analisou que “o impacto da potencial contratação de Neymar pelo PSG teria efeito durante muitos anos” ao clube.

Veja abaixo a entrevista da EFE com o dirigente da Uefa: 

A Uefa recebeu alguma denúncia do Barcelona ou da Liga Espanhola sobre o interesse do PSG pelo jogador Neymar?
Não recebemos nenhuma denúncia em relação a esse assunto.

LaLiga já anunciou que vai denunciar de qualquer forma porque entende que o PSG não dispõe de dinheiro para pagar a cláusula de rescisão do jogador, segundo as conta publicadas pelo clube, e que se paga (a cláusula), o dinheiro veria de outro lugar e quebraria o fair play financeiro. É correta esta opinião?
O PSG tem que respeitar as regras de fair play financeiro como todos os clubes da Europa. Tem que demonstrar que não tem prejuízo de mais de 30 milhões de euros em um prazo de três anos. O impacto potencial da contratação de Neymar pelo PSG teria efeitos na economia do clube durante muitos anos. É muito complicar julgar esse tipo de operação com antecedência já que não sabemos os planos do clube francês. Podem vender alguns jogadores por preço similar ou superior. Só podemos fazer os cálculos a posteriori e assegurar que cumpram as regras. 

O que a Uefa poderia fazer se recebe algum tipo de denúncia a esse respeito?
Independentemente se recebermos ou não uma denúncia, de qualquer forma, analisaremos os detalhes dessa transação para assegurarmos que se respeitem as regras do fair play financeiro.

O PSG já recebeu uma sanção por infringir o fair play financeiro? Se fizer outra vez haverá uma sanção maior? Na Espanha se chegou a falar em impedir sua participação na Champions.
Os casos anteriores são considerados quando se decide uma sanção potencial, mas agora mesmo não há um caso aberto e não há razão para especular sobre um resultado hipotético.

Desde a implantação do fair play financeiro por parte da Uefa parece que os clubes são mais cuidadosos nesse aspecto. Crê que as regras são adequadas à situação ou faz falta alguma mudança para fazer os responsáveis dos clubes mais conscientes?
Os clubes são plenamente conscientes das regras e o fato de as dúvidas dos clubes europeus terem baixado de 1,7 bilhão de euros em 2011 a menos de 300 milhões atualmente mostra que o fair play financeiro teve um impacto positivo na estabilidade e sustentabilidade do futebol europeu. Mas sempre há margem de melhor e estamos analisando várias possibilidades para reforçar o fair play financeiro.