Emily Lima questiona decisão da CBF: 'Transição com quem? Com Vadão?'

ESPN.com.br com agência Gazeta Press

Emily Lima foi demitida pela CBF na última sexta-feira
Emily Lima foi demitida pela CBF na última sexta-feira Divulgação/CBF

O dia 1 de novembro de 2016 foi marcado por um acontecimento histórico na Confederação Brasileira de Futebol. Pela primeira vez, uma treinadora mulher assumia o comando técnico da seleção feminina de futebol. Com um vasto currículo e 25 anos de experiência, Emily Lima foi o nome que a instituição escolheu para ficar à frente das mulheres que representam a camisa amarelinha. No entanto, depois de um ótimo início, com goleadas sobre as seleções da Costa Rica, Rússia e Itália, a técnica passou por um período conturbado com relação à entrega de resultados e acabou demitida na última sexta-feira.


Desligada do cargo, Emily deu declarações impactantes ao espnW ao afirmar, principalmente, que não tinha respaldo do coordenador de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, e que já imaginava sua saída precoce. Nessa segunda-feira, Vadão - seu antecessor e técnico na eliminação do Brasil nas semifinais do Jogos Olímpicos Rio-2016 -, foi anunciado como novo treinador, voltando ao posto.

Emily voltou a se manifestar, discordando do planejamento traçado pela CBF. “Ele (Marco Aurélio) diz que está em transição. Ia fazer uma transição com quem? Com o Vadão? Que não sabe nada de futebol feminino. Eu podia fazer uma transição com alguém que está há 20 ou 30 anos no futebol feminino, sendo que eu estou há 25. Tudo isso acarretou para um início de trabalho muito conturbado. Não tínhamos diálogo. Não estou culpando ninguém, ele que diz que temos que culpar alguém quando saímos de algum lugar. Realmente, ele tem bastante para se culpar. A responsabilidade dos resultados são minhas, e eu assumo isso, eles não vieram neste momento. Mas meu acerto inicial não eram resultados imediatos, era planejamento para Copa América e Olimpíada, isso não deu tempo”, acrescentou.

Pronta para novos desafios, a treinadora não descarta um retorno para a seleção em breve, mas acredita que a melhor opção para o momento é permanecer afastada. “É um momento de reflexão. Eu já estou, graças a Deus, vendo outras coisas. Vou continuar seguindo no meu trabalho. Hoje, não penso (em voltar), amanhã também não e depois de amanhã não. Lá na frente, eu já não sei. Mas a verdade é que acho que não tenho o perfil para trabalhar com pessoas que não querem ajudar o futebol feminino como um todo”, completou.

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Procurado também pela reportagem, o coordenador de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, limitou-se a dizer: “Nada faltou para o seu trabalho. Como ela (Emily Lima) mesma disse, como funcionária. Foi tudo perfeito. Minha missão sempre foi oferecer toda a estrutura da CBF e assim o fizemos”.

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