Jogadoras se reúnem com CBF e conseguem aprovar comitê para o desenvolvimento do futebol feminino quase 30 anos após 1ª convocação

Bianca Daga, do espnW.com.br

Cristiane e Formiga participaram de reunião na CBF nesta terça-feira
Cristiane e Formiga participaram de reunião na CBF nesta terça-feira Getty

A CBF deu um passo histórico nesta terça-feira. Passados 29 anos da primeira convocação da seleção brasileira de futebol feminino, em 1988, a entidade criou um comitê que terá como objetivo pensar no desenvolvimento da modalidade no País. A proposta foi uma das sugestões levadas ao presidente Marco Polo del Nero em reunião realizada na tarde de hoje na sede da entidade, no Rio de Janeiro, e aceita de imediato.


O encontro foi uma iniciativa da CBF, que convidou algumas cabeças pensantes do futebol feminino para discutir a modalidade em meio a um cenário conturbado: demissão da treinadora Emily Lima, contra a vontade das jogadoras, readmissão de Vadão, que comandou o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, aposentadoria de jogadoras de peso e a divulgação de uma carta aberta de ex-atletas, desabafando sobre sua insatisfação diante da desigualdade de gênero no futebol.

Estiveram presentes na reunião Marco Polo del Nero, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, o diretor de competições Manoel Medeiros Flores Júnior,  as ex-jogadoras Juliana Cabral, Sissi e Tafarel, além de Cristiane e Formiga, que ainda atuam, entre outros nomes. 

"O presidente foi extremamente atencioso e ouviu todas as nossas sugestões. Já foi criado um comitê de pessoas ligadas ao futebol feminino, de início com quem esteve presente. Será um canal aberto com a CBF para que, juntos, a gente possa pensar e agir em prol do desenvolvimento da modalidade. Tratamos temas de maneira especial e específica e saímos de lá bem positivas. A ideia é dar voz a todas as regiões do Brasil", contou ao espnW Juliana Cabral, que é comentarista dos canais ESPN.

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Três décadas depois da primeira convocação da seleção, o futebol feminino no País ainda carece de estrutura, incentivo e reconhecimento. O documento entregue pelo grupo ao cartola destaca as melhorias que a modalidade recebeu o maior investimento de sua história entre 2014 e 2016. No entanto, reivindica melhorias. Além da criação do comitê, outras quatro ações foram propostas: 

1. criação do Departamento de Futebol Feminino, sob a gestão de uma mulher;

2. implementação das 11 ações recomendadas pelo Grupo de Trabalho do Futebol Feminino do Comitê de Reformas da CBF; 

3. inclusão de mulheres em todos os níveis de decisões, conforme orientação da Federação Internacional de Futebol;

4. realização de um diagnóstico específico para cada dimensão-chave do futebol feminino, incluindo aspectos técnicos, administrativos e de governança.

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O documento destaca, também, que a execução dessas ações englobam metas específicas, embasadas nos dez princípios chave propostos pela FIFA para o desenvolvimento do futebol feminino, como gestão, desenvolvimento de projetos, categorias de base, identificação de talentos, Copa do Brasil, captação de recursos, direitos de imagem, marketing e plano de carreira.

A primeira reunião do comitê que pensará no desenvolvimento do futebol feminino no Brasil já foi marcada e será no dia 9 de novembro.

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