Premier League além dos gigantes: times para se ficar de olho em 2021-22 – parte 1
O melhor campeonato de futebol volta nesta sexta-feira! A Premier League 2021-22 será aberta com o Arsenal visitando o Brentford às 16h (de Brasília), com transmissão da ESPN Brasil e ESPN App.
É óbvio que o grande apelo da competição se dá sobretudo por conta de seu ‘Big 6’, composto por Manchester City, Liverpool, Chelsea, Manchester United, Tottenham e Arsenal. Porém, a liga vai muito além deles. O Leicester City, atual campeão da Copa da Inglaterra e Supercopa da Inglaterra superando Chelsea e City nas finais, respectivamente, é um ótimo exemplo disso. Aliás, os Foxes terminaram na quinta colocação nas duas últimas edições e até podem se considerar como integrante de um ‘Big 7’ pelo histórico recente.
No entanto, não quero destacar aqui clubes que necessariamente possam ameaçar os gigantes nas primeiras colocações. O foco é mostrar quatro times com histórias bem interessantes para serem acompanhadas ao longo da temporada, independentemente do sucesso que venham a ter. Falarei dois deles neste texto e de outros dois em texto a ser publicado nesta sexta.
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A saída de Jack Grealish é inegavelmente um impacto enorme para o Villa. O jogador passou a vida inteira no clube, virando uma liderança e uma referência técnica. Apenas para ter uma ideia do impacto dele na equipe, o meia de 26 anos foi o líder em chances criadas no elenco, com 81 - quem mais se aproximou teve 45. Além disso, o novo reforço do Manchester City participou diretamente de 16 gols na última Premier League (dez assistências e seis gols, ficando atrás apenas de Ollie Watkins, com 19 participações).
No entanto, o clube de Birmingham fez um ótimo mercado usando quase todo o dinheiro da venda de Grealish e buscou três nomes de frente bem interessantes. A capacidade de criação vem com Emiliano Buendía, destaque do Norwich nos últimos anos. Depois de ter subido com os Canários totalizando 20 participações em gol na campanha de título da Championship em 2018-19, ele foi rebaixado sendo o quarto atleta com mais chances criadas na Premier League 2019-20 e faria ainda mais na Championship passada: líder em chances criadas, com 122 (ninguém passou de 86), líder em assistências, com 16 (4 a mais que qualquer outro nome) e 15 gols marcados.
Além do argentino, Leon Bailey é uma opção de velocidade e habilidade para o lado do campo. Ele vem de uma boa passagem de quatro anos e meio pelo Bayer Leverkusen, e sua última temporada foi forte: quarto principal driblador da Bundesliga em 2020-21 e líder do seu time em chances criadas (48) - sem contar os nove gols e oito assistências que anotou.
Já Danny Ings chega após um grande período no Southampton, sendo que quase foi o artilheiro da Premier League 2019-20, ao anotar 22 gols, um a menos do que Jamie Vardy.
Qualidade do trio à parte, a equipe ganha também mais repertório e pode até atuar com dois atacantes goleadores juntos, com Ings e Watkins. Inclusive, os dois iniciaram no amistoso contra a Salernitana no último final de semana, e Ings teve um bom desempenho em sua estreia, inclusive indo à rede (veja abaixo os gols da partida).
O Aston Villa perde seu protagonista, mas se reforça com três nomes interessantes, de características diferentes e que oferecem mais alternativas ao técnico Dean Smith. Além disso, o elenco ainda ganhou uma opção a Grealish no que diz respeito a ‘experiência e história no clube’, com o retorno de Ashley Young. O lateral/meia de 36 anos foi nome importante do Aston Villa que foi sexto colocado em 2007-08, 2008-09 e 2009-10.
Outro ponto fundamental é destacar que os Villans estavam distantes de ser ‘só’ Grealish. Dean Smith conta com um excelente zagueiro como Tyrone Mings, uma dupla de volantes de grande qualidade com o campeão olímpico Douglas Luiz e John McGinn, que é parte significativa desse time desde o acesso em 2018-19, e com Watkins, artilheiro da Championship 19-20 (26 gols) e autor de 14 tentos na Premier League passada.
Por fim, é necessário destacar a evolução que o time teve nos últimos dois anos. Depois de ter se livrado do rebaixamento na última rodada em 2019-20, mesmo após ter feito um investimento pesado em seu elenco, o Villa terminou na 11ª posição no campeonato passado, sendo que os seus 55 pontos o deixaram muito mais perto de uma classificação a competição europeia (o Tottenham foi sétimo com 62 pontos) do que do 12º colocado (Newcastle, com 45 pontos). A campanha ainda foi recheada de resultados para deixar o torcedor orgulhoso: 7 a 2 no Liverpool, duas vitórias sobre o Arsenal (uma por 3 a 0 fora de casa) e encerramento da liga com triunfos sobre Tottenham e Chelsea.
Neste contexto, quanto pesará a saída de Grealish? Esta é certamente uma das principais perguntas envolvendo a Premier League 2021-22.
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Um time que tenha Marcelo Bielsa no banco de reservas já é motivo o suficiente para se olhar com atenção. Não bastasse isso, o argentino tem comprovado essa tese desde que chegou ao Leeds em 2018. O seu estilo ofensivo e agressivo fez a equipe quase conseguir o acesso já em 2018-19, quando terminou na terceira colocação e caiu nos playoffs. Apesar da frustração para um time que esteve entre os dois primeiros em grande parte do campeonato e perdeu fôlego na reta final, o desempenho foi muito acima dos anos anteriores. Os Whites foram 13º em 2017-18 e nunca tinham chegado sequer aos playoffs desde que subiram da terceira divisão em 2009-10.
No segundo ano de Bielsa, não houve queda no fim que custasse o acesso e título da Championship. O Leeds já era um time preparado para a Premier League e comprovou isso desde o começo em 2020-21. Estreou perdendo por 4 a 3 para o então campeão Liverpool em um jogaço; na quarta rodada, arrancou um ponto diante do Manchester City.
No fim, a equipe terminou na nona colocação, à frente de Everton, Aston Villa e Wolverhampton, por exemplo, e ficou a três pontos do Tottenham, último classificado a uma competição europeia.
Além do grande resultado, o Leeds de Bielsa o conseguiu apresentando um jogo ao seu estilo, sem se intimidar com o retorno à Premier League após 16 anos de ausência. A equipe teve o sexto melhor ataque, com 62 gols (à frente de Chelsea e Arsenal), teve a quarta maior posse de bola, com 57,4% (à frente de Manchester United, Leicester, Arsenal e Tottenham) e foi a quinta que mais finalizou, com 522.
O sucesso na temporada passada veio com a manutenção de praticamente toda a base campeã da Championship e alguns ótimos reforços, com destaque para Rodrigo e Raphinha. O último foi uma das melhores contratações de toda a Premier League passada, tendo uma rápida adaptação e já virando o líder do elenco em chances criadas (64), assistências (nove) e dribles certos (56).
A grande missão talvez seja ainda suprir a saída de Ben White, que estava emprestado em 2018-19. Diego Llorente e Robin Koch foram contratados, mas perderam muitos jogos por lesão na primeira temporada fora de seus países natais. Assim, ambos deixam a expectativa no torcedor de um maior impacto em 2021-22.
Já quanto ao mercado desta temporada, o Leeds teve uma mudança em seu time titular com a saída do lateral/ala-esquerdo Ezgjan Alioski e a contratação de Junior Firpo, ex-Barcelona. Além disso, o clube assegurou a permanência em definitivo de Jack Harrison, que foi emprestado nos últimos três anos pelo Manchester City e vinha sendo uma peça importante desde então.
Há, por fim, a saída emblemática de Pablo Hernández, que muda pouco em relação ao que foi a campanha passada, já que ele foi titular apenas três vezes na Premier League. No entanto, o meia de 36 anos sai após quatro temporadas e meia, em que foi um pilar no processo de redenção do Leeds. Agora, ele volta à Espanha para defender o CD Castellón, time pelo qual passou na base e que hoje disputa a terceira divisão nacional.
Com uma base mantida, cada vez mais entrosada e vindo de uma grande temporada em seu retorno à Premier League, o Leeds de Bielsa gera grande expectativa tanto pelo seu potencial quanto pela atratividade de seu jogo.
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