Premier League além dos gigantes: times para se ficar de olho em 2021-22 – parte 2
O melhor campeonato de futebol está de volta! A Premier League 2021-22 começa nesta sexta-feira, com o Arsenal visitando o Brentford às 16h (de Brasília), com transmissão da ESPN Brasil e ESPN App.
O grande apelo da competição se dá sobretudo por conta de seu ‘Big 6’, composto por Manchester City, Liverpool, Chelsea, Manchester United, Tottenham e Arsenal. Porém, a liga vai muito além deles.
O Leicester City, atual campeão da Copa da Inglaterra e Supercopa da Inglaterra superando Chelsea e City nas finais, respectivamente, é um ótimo exemplo disso. Aliás, os Foxes terminaram na quinta colocação nas duas últimas edições e até podem se considerar como integrante de um ‘Big 7’ pelo histórico recente.
No entanto, não quero destacar aqui clubes que necessariamente possam ameaçar os gigantes nas primeiras colocações. O foco é mostrar quatro times com histórias bem interessantes para serem acompanhadas ao longo da temporada. Falei de Aston Villa e Leeds United na primeira parte, e agora falo de outras equipes que têm até menores possibilidades dentro da competição, mas que não deixam de ser uma grande história para 2021-22.
Qualquer estreante costuma ser um dos atrativos de um campeonato, além de muitas vezes despertar a simpatia das pessoas. Porém, o Brentford, que jogará a Premier League de forma inédita e retorna à elite inglesa pela primeira vez desde 1946-47, chama atenção também pelo que tem feito dentro das quatro linhas.
Derrotas nos últimos dois jogos da temporada 2019-20 impediram o acesso direto e fizeram o time jogar os playoffs, nos quais perderia a final para o Fulham. Novamente a terceira colocada em 2020-21, a equipe de Thomas Frank somou seis pontos a mais do que a edição anterior, um desempenho que o teria feito subir direto em 2019-20. De qualquer forma, o acesso seria alcançado ao passar pelo Bournemouth na semi dos playoffs e vencer o Swansea na decisão em Wembley.
O histórico dos últimos dois anos indicava que o Brentford estava pronto para dar este salto, e ele deu, muito por conta de sua força ofensiva. Com 80 gols em 2019-20 e 79 gols em 2020-21 na fase regular, a equipe teve o melhor ataque nas duas últimas edições, assim como o artilheiro em ambas as campanhas.
Depois de Ollie Watkins ter anotado 26 gols e ter sido o artilheiro (contando os playoffs) ao lado de Aleksandar Mitrovic em 2019-20, ele acabou negociado com o Aston Villa e viu seu substituto ir além. Ivan Toney foi 33 vezes às redes e acabou como artilheiro de uma liga pelo segundo ano seguido - o atacante tinha marcado 24 vezes na terceira divisão em 2019-20 pelo Peterborough United, inclusive sendo eleito o melhor jogador da competição.
Fernandinho explica como Manchester City 'engrenou' para conquista da Premier League 2020-21 e destaca 'peças-chave'
Adepto da metodologia que ficou mundialmente conhecida com o filme "Moneyball" - na qual conceitos como scouting, análise de dados e estatísticas têm enorme importância -, o clube conseguiu manter toda sua base e investir em algumas contratações.
A principal saída é do lateral-direito Henrik Dalsgaard, de 32 anos, que fez mais de 160 jogos pelo clube, era titular e retornou à Dinamarca para defender o Midtjylland, que tem o mesmo dono que o Brentford. Além disso, o meia Emiliano Marcondes, um reserva constantemente utilizado, foi ao Bournemouth.
Por outro lado, o clube gastou quase 36 milhões de euros, segundo o site Transfermarkt, no zagueiro Kristoffer Ajer (23 anos, ex-Celtic), no meio-campista Frank Onyeka (23 anos, ex-Midtjylland) e no atacante Yoane Wissa (24 anos, ex-Lorient). Considerando a idade dos jogadores e a capacidade do clube em fazer boas contratações longe dos holofotes, este trio é outro motivo que torna a experiência do Brentford na Premier League algo interessante. O Transfermarkt coloca os três como os reforços mais caros da história do clube.
Com a força ofensiva já apresentada pelo time de Thomas Frank, a atratividade do Brentford nesta Premier League está longe de ser apenas o ‘conto de fadas’ de um time estreante.
Conheça o Brentford, rival do Arsenal na estreia que volta à elite inglesa depois de 74 anos
Desde 2013 na Premier League, o Crystal Palace é o décimo time há mais tempo ininterruptamente na competição, ficando atrás do Big 6, do Everton, do West Ham e do Southampton. Neste período, o time sempre ficou entre 15º e décimo e entre 41 e 49 pontos. Ou seja, sempre fugiu o rebaixamento, mas não brigou muito por muito mais além disso.
Então por que uma equipe com esse histórico recente é uma das histórias interessantes nesta Premier League? A resposta está no banco de reservas. Após a aposentadoria de Roy Hodgson, o Palace escolheu Patrick Vieira como técnico, o que gera muita expectativa por dois motivos.
Primeiramente, pelo tamanho dele na história da Premier League, a qual conquistou três vezes como jogador pelo Arsenal – uma delas de forma invicta. Com 396 jogos pelos Gunners, o ex-volante ainda alcançou a façanha de ser eleito para o time ideal do campeonato por seis anos seguidos. Agora, ele tentará trilhar um caminho de sucesso como treinador na liga, exatamente dez anos após ter pendurado as chuteiras.
O francês de 45 anos começou como técnico principal no New York City FC e foi segundo colocado de conferência duas vezes seguidas (caindo em ambas na semifinal de conferência) e saiu no meio da campanha de 2018 para assumir o Nice, com o qual foi sétimo em 2018-19 e quinto em 2019-20, levando o time à Liga Europa. Porém, foi demitido em dezembro de 2020 em meio a uma sequência ruim de resultados.
Em segundo lugar, fica a curiosidade de como jogará o Crystal Palace de Vieira. Na última temporada, os londrinos tiveram a terceira pior posse de bola, com 40,3%, e o quarto pior aproveitamento de passe (76,1%). Os números são um contraste em relação às últimas temporadas completas do francês como técnico. À frente do Nice em 2018-19 e 2019-20, a equipe teve a terceira posse de bola do Francês (54,8%), atrás só de Paris Saint-Germain e Lyon, e teve o segundo aproveitamento de passe (86,5%), perdendo apenas para o PSG.
Após ouro em Tóquio, Richarlison é recebido com homenagem por companheiros de Everton
Ainda que tenha garantido a permanência na elite com folga (16 pontos a mais do que o Fulham, último rebaixado), o Palace deixou a desejar tanto no ataque, com apenas 41 gols (o 14º da liga), como na defesa, com a terceira pior defesa com 66 gols sofridos, menos apenas que Southampton (68) e West Bromwich (76). Na questão ofensiva, vale mencionar ainda o pequeno volume de oportunidades: a equipe foi a antepenúltima em finalizações, com 349.
Para a defesa, o clube investiu pesado nos zagueiros Marc Guehi (ex-Chelsea que estava emprestado ao Swansea) e Joachim Andersen (ex-Fulham que disputou a Euro pela Dinamarca). Já mais à frente, o elenco ganhou o reforço de Michael Olise, de apenas 19 anos, que vem de uma grande Championship com o Reading, tendo sido o quarto da liga em chances criada (84) e o vice-líder em assistências (12), além de ter feito sete gols. Porém, ele inicia a campanha lesionado, assim como Eberechi Eze, outra peça importante.
Por mais que o Palace mude seu perfil, é difícil imaginar que Wilfried Zaha não seja o destaque, como tem ocorrido há um bom tempo – ele foi o artilheiro do elenco na Premier League passada com 11 gols, por exemplo.
A expectativa para o torcedor é que outros nomes melhorem seus números na frente. Christian Benteke deu uma resposta em 2020-21 ao fazer dez gols na Premier League, mais do que no acumulado das três edições anteriores (seis gols).
Outra esperança de gols para o torcedor do time londrino é Jean-Philippe Mateta, que foi discreto no último semestre, após ter se transferido do Mainz 05 na janela de janeiro. Agora pegando a temporada desde o início, o francês espera repetir o excelente desempenho que teve na Alemanha.
Premier League além dos gigantes: times para se ficar de olho em 2021-22 – parte 2
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.