Por que brasileiros voltam
A Fiel está eufórica com a contratação de Willian, como já havia festejado o retorno de Giuliano, Renato Augusto e Roger Guedes. A torcida do Galo já idolatra Hulk e se empolgou com a estreia de Diego Costa no fim de semana. Os gremistas esperam que Rafinha e Douglas Costa ajudem o time a sair do sufoco. Os são-paulinos há mais de ano depositaram esperança de qualidade em Daniel Alves. Os rubro-negros pela terceira temporada se deliciam com os gols de Gabigol.
O que esses jogadores têm em comum, além do fato de serem nossos patrícios? Todos tiveram trajetórias no exterior. Alguns com muito sucesso, outros nem tanto. Houve até quem amargou fiasco e regressou para reiniciar a carreira.
Fato inegável é que foram recebidos de braços abertos ou são aguardados com expectativa. A presença deles escancara perspectiva de dias melhores; se não a ponto de garantirem conquistas, pelo menos a de que evitem vexames para os clubes que os contrataram.
Nessa lista não tem perna de pau. De forma alguma. E, se puxarmos pela memória, encontraremos outros exemplos de atletas em plena atividade. Casos de Felipe Melo, Luiz Adriano e Dudu no Palmeiras; Taison no Inter; Filipe Luís e Diego Alves no Flamengo; ou ainda Gil e Jô no Corinthians. Tem outros mais por aí.
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A pergunta que fica no ar depois da surpresa da “volta ao lar”, é a seguinte? Por que resolveram aceitar ofertas de clubes brasileiros, de onde saíram ou, em alguns casos, nos quais nunca jogaram? Se têm nível alto, por que não continuaram na Europa, na Arábia ou na China, até recentemente o novo paraíso para os boleiros?
A resposta é simples: porque o mercado, para eles, se estreitou ou se fechou. Por diversos motivos, claro, mas o principal seria a idade. Como assim?! Jogador de 33, 34 anos - um pouco mais, um pouco menos - já está em fim de carreira? Não dá mais no couro? Virou sucata? É apenas frequentador de enfermaria?
Não. Temos visto, com exceções, que os que tomam o rumo de casa sobressaem, acrescentam às suas equipes e gastam a bola. Porque têm talento e encontram nível inferior ao da maioria das ligas pelas quais passaram. Infelizmente para nós, mas nossa realidade é essa: estamos enfraquecidos em relação aos gringos.
Como a maioria veio da Europa, dá para entender o fenômeno que ocorre por lá. As moedas são fortes - sobretudo euro e libra -, os clubes são organizados e muitos se transformaram em multinacionais da bola. Contratam quem quiserem, de onde bem entenderem, com a idade que mais lhes interessar. Grana não é problema.
Não precisa nem ser Bayern, Barcelona, Juventus, City, PSG. Pode ser time intermediário ou mesmo pequeno. Todos conseguem pescar profissionais mundo afora, sobretudo na América do Sul, Leste Europeu e África. Alguns da Ásia. Basta olhar elencos de qualquer clube de primeira ou segunda divisões de Itália, França, Portugal, Espanha, Inglaterra, Alemanha para confirmar o que afirmo.
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E qual o rapaz que não fica todo prosa, quando aparece oferta europeia? Projeção de ganhos excelentes, passarelas internacionais e, até, chance maior de convocação para a seleção brasileira. (No caso de “Arábia” e China é só dinheiro mesmo…) Fazem as malas e vão embora no primeiro voo.
Não há como segurá-los. Impossível conter a ansiedade deles e dos agentes.
Muitos constroem belas carreiras, são respeitados e fazem não um mas vários pés de meia. Só que chega uma hora em que os endinheirados europeus acham que já não compensa mais pagar altos salários. Daí abrem mão deles e partem em busca de novidades, de preferência jovens diamantes para lapidar.
Eles têm bufunfa de sobra, podem atirar para todo lado. Erram às vezes, mas acertam em outras. No perde e ganha, sempre se saem bem. Por isso, descartam como lhes convém. Resta para uma infinidade de atletas fazer o caminho da roça, mesmo que às vezes façam charminho e venham com o papo de que recusaram propostas "tentadoras" de clubes europeus. Cascata, mas compreensível.
A principal alternativa, no caso dos brasileiros, é farejar bons negócios por aqui. Os que sempre foram sérios e aplicados não se arrependem com a decisão. Nem os clubes e seus respectivos torcedores. Não se comportam como "refugos".
Como somos mesmo periferia e exportadores de pé de obra, aproveitemos os bons momentos que nos proporcionam.
Sejam bem-vindos ao ninho.
Por que brasileiros voltam
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