Pobre Barcelona!

Antero Greco
Antero Greco

Sou um dos milhões de apreciadores do futebol espalhados pelo mundo que na última década e meia não perdeu jogos do Barcelona, porque era certeza de ver espetáculo. Ou, no mínimo, assistir a algo acima da média. Por se tratar de time de craques e do incomparável Messi. Como nos divertimos com surras memoráveis. 

Agora, meus amigos, o Barça parece uma equipe comum, daquelas de nível médio no Brasil. Teria dificuldades na nossa Série A. Não só não tem quem desequilibre, apela para adolescentes e passa vergonha como mandante. O bicho-papão da história recente virou o disco e não assusta mais ninguém de alto nível.

Está certo que, nesta terça-feira (14), precisava ter cuidado, ao receber o Bayern, a sensação do momento na Europa. Mas, espera lá!, comportar-se como um pequeno, todo fechadinho, em busca da famigerada “uma bola” de contragolpe?! Foi doído ver a rapaziada do holandês Ronald Koeman levar vareio do rival alemão. 

O Bayern fez 3 a 0 sem muito esforço e deixou claro, no Camp Nou, como a torcida catalã terá de amargar um tempo de silêncio. Pelo visto, o Barcelona encantador, demolidor, que atropelou todo tipo de obstáculo ficará na muda, que nem passarinho quando troca as penas. Por enquanto, dá é pena de vê-lo em campo. 

Neuer passou mais de 90 minutos praticamente como espectador. Não, não, melhor tirar o “praticamente” do texto. O goleiro alemão não fez defesa nenhuma. Sabem por quê? Porque o Barcelona não finalizou uma certa para o gol! Dá para imaginar uma heresia dessas? Nem uma miserável finalização certa para a meta! Algo para ser registrado no Guiness Book. “O dia em que o  Barcelona não chutou a gol.”

Champions: Lewandowski faz dois gols, Bayern dá show e passa fácil pelo Barcelona no Camp Nou; veja como foi


         
     


O Bayern mandou do começo ao fim, sentiu-se no templo catalão como se estivesse na Allianz Arena. Acho, até, que mais à vontade. Não deu a mínima para a torcida, ignorou seu estrelado oponente, construiu os gols como e quando quis. Só não deu para repetir os 8 a 2 da Champions anterior porque aí, também, seria demais.

Goretska, Musiala, Muller, Levandowski, Sané, Davies deitaram e rolaram sobre o meio-campo e a defesa espanholas. Inúmeras vezes apareceram na área e os 3 a 0 devem ser colocados na conta do Ter Stegen. Não fossem três defesas dele, o placar seria dobrado. Um desastre foi o que o goleiro alemão evitou. 

Bem pesado, fora o Ter Stegen não se salvou mais ninguém na apresentação do Barcelona. Sergi Roberto e Alba levaram passeio. Koeman colocou na zaga Eric Garcia, Mingueza, Piqué para evitar vexame - e eles sofreram. Busquets não sabia o que fazer no meio. O ataque… que ataque? De Joong, Depay, Coutinho? 

No primeiro tempo, Muller fez 1 a 0 aos 33, com a bola ainda a desviar no bumbum de Eric Garcia. E lá começava a ruína do Barcelona. Que prosseguiu com dois gols do incansável Levandowski, aos 10 e aos 35 minutos. 

O Bayern larga dentro dos prognósticos - é um dos fortes candidatos ao título. E, pelo visto, ainda bem que Messi se mandou de mala e cuia para o Paris Saint-Germain.  Não tem história que chegue aos pés do Barcelona. Mas, pelo menos, tem um monte de artistas para colaborar com o argentino melhor do mundo. 

Piqué
Piqué Getty

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Surra sobre o São Paulo é para acalmar ambiente. Quando se trata de Palmeiras, não se pode cravar seco

Antero Greco
Antero Greco

Fiquei mais um tempo afastado do blog e do site por perrengues de saúde. Uma batalha chatinha e que encaro sem trégua. Mais ou menos como o Palmeiras tem de fazer na reta final do Campeonato Brasileiro. Não digo para lutar pelo título, sonho distante depois de perder quatro em seguida. Mas para terminar perto do topo e garantir outra participação na CONMEBOL Libertadores.

Dito isto, vamos ao que interessa: imagino a divisão de sentimento que, neste momento, toma conta do palestrino. Por um lado, está com a honra limpa, após a lavada e enxaguada de 5 a 0 aplicada no São Paulo, na noite desta quarta (25), no Allianz. Resultado que não deixa margem para desculpas de quem apanhou.


         
     

Por outro, dá mais raiva pela enorme turbulência recente. Tivesse pelo menos conquistado seis dos 12 pontos que escoaram, estaria no cangote do Botafogo. Sim, amigo alviverde, a rapaziada de Abel Ferreira, que andava murchinha, teve desempenho de gala contra um rival tradicional, que o tirou do caminho na conquista inédita da Copa do Brasil

O Palmeiras mostrou que não estava para brincadeira desde a saída. Até fez gol no primeiro minuto, gol bem anulado por impedimento. Encheu-se de gás, ao perceber que o São Paulo estava sonolento, foi pra cima e abriu a porteira com Breno Lopes aos 15 minutos, com dobradinha aos 25. Dali em diante, passou e fechou a primeira parte com 3 a 0, em pênalti cobrado por Piquerez.

No segundo tempo, deixou a bola rolar, certo de que aumentaria a diferença em forçar. Ainda contou com vacilada de Rafinha, expulso de bobeira, por acúmulo  de amarelos. Marcos Rocha fez 4 a 0 aos 38 e Piquerez passou a régua aos 51. 

E o São Paulo? Foi bem preguiçoso. Ok, se pode falar na proeza merecida com a Copa do Brasil. Vá lá, está garantido na Libertadores. Mas pode - deve - fechar o ano jogando mais. Para entrar em 2024 cheio de confiança.

Será que agora dá uma acalmada? Uma sova de 5 a 0 é para sossegar qualquer corneta. Mas, quando se trata de Palestra, jamais dá para cravar, nunca se tem certeza de que prevaleça a lógica sobre  emoção.  Sei do que falo.

Abel e sua rapaziada saíram o Allianz, com  alma em paz, depois dos 5 a 0 no São Paulo
Abel e sua rapaziada saíram o Allianz, com alma em paz, depois dos 5 a 0 no São Paulo Cesar Greco/Palmeiras

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Surra sobre o São Paulo é para acalmar ambiente. Quando se trata de Palmeiras, não se pode cravar seco

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O São Paulo cresce, amadurece e o Palmeiras emudece

Antero Greco
Antero Greco

Até um tempo atrás, imagino que mesmo o torcedor do São Paulo não cravasse com convicção a eliminação do Palmeiras em dois confrontos na Copa do Brasil. O adversário estava mais estruturado, tinha couraça forte e um retrospecto de eficiência e conquistas, na história recente, comparável apenas à do Flamengo

A situação inverteu-se: hoje o São Paulo vive momento de subida, amadureceu sob o comando de Dorival Júnior, cresceu em desempenho e deixou para trás um rival gigante. Nos dois clássicos pelas quartas de final da competição nacional foi melhor, mais firme e objetivo. Não por acaso ganhou em casa por 1 a 0, uma semana atrás,  e virou nesta quinta-feira (13), Allianz Parque, ao fazer 2 a 1. 

São Paulo vence o Palmeiras no Allianz Parque e vai à semifinal da Copa do Brasil; VEJA os gols

          

     


O jogo não foi um espetáculo; pouco importa. Era decisivo, ninguém podia vacilar. O Palmeiras, sobretudo, pela desvantagem com que entrou em seu campo. Abel Ferreira não surpreendeu na escalação, como tem sido marca registrada desde o embalo na campanha vitoriosa no Brasileiro de 2022. Optou pelos jogadores que a torcida - e os concorrentes - conhecem bem. A novidade foi o retorno de Zé Rafael.

Houve tentativa de impor-se, outra característica verde que funciona e desorienta. A pressão existiu, por pouco tempo. O São Paulo repetiu estratégia da primeira partida, anulou a saída de bola do Palmeiras, bloqueou o meio, trocou passes, ficou à vontade e deixou o relógio correr. Tomou o gol quando era melhor. Lindo gol de Piquerez, que aos 33 minutos tentou cruzar e surpreendeu Rafael.

Alívio? Sim. Que ruiu no segundo tempo. Primeiro com o gol de empate, de Caio Paulista, e de vez com o David, quase no fim. Entre um gol e outro, houve as mexidas de Dorival, que deram certo (Luan, Mendez, Michel Araújo, Juan e o próprio David), e as de Abel (Flaco Lopez, John John, Luís Guilherme, Menino, Marcos Rocha), que não deram em nada.

Deu o que falar o gol anulado de Calleri, em decisão no mínimo controvertida de Daronco e o VAR. Mais pano para manga no momento crítico que atravessa a arbitragem por aqui. E a turma palmeirense mais uma vez saiu de campo caladinha, por determinação da diretoria. O Palmeiras emudece, dentro e fora de campo. 

O São Paulo segue em busca de título inédito e o Palmeiras vive sua pior fase desde 2020. 

Caio Paulista homenageia Pablo Maia
Caio Paulista homenageia Pablo Maia Getty Images
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O São Paulo cresce, amadurece e o Palmeiras emudece

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Somos uma sociedade de repressão. Não combatemos violência com prevenção e educação

Antero Greco
Antero Greco

A premissa é a seguinte: um ser humano morreu. De forma estúpida.

Chamou a atenção o fato de ter sido uma jovem, antes de um jogo de futebol, num estádio importante, de um bairro importante de uma cidade importante como São Paulo. 

A ligação com o futebol se torna imediata, evidente e óbvia. Muito se falou sobre isso, ao longo do dia, com observações importantes e com os inevitáveis lugares-comuns dessas ocasiões. 

Um dos mais fáceis é falarmos de bandidos, de vândalos, de irresponsáveis. Enfim, de gente que só pensa em maldade e não em diversão. Não são definições sem propósito. E há décadas ouço falar a respeito delas. Já perdi a conta de quantas vezes eu mesmo utilizei esse recurso fácil de mostrar indignação.

Pedro Ivo faz forte desabafo sobre recentes casos de violência no futebol brasileiro: 'Você não vai mais ao estádio, vai para guerra'

          

     



Há algum tempo, porém, tento enxergar episódios desse gènero de maneira mais ampla. Antes de mais nada, gostaria de entender por que isso acontece. Entender antes de apontar o dedo acusador, antes de usar frases ríspidas ou emocionadas, antes de transferir a culpa para autoridades. Pois é fácil, em seguida, desliga o microfone e dormir com a consciência tranquila, com a desculpa consoladora de que "minha parte cumpri". 

Levantei aqui algumas vezes, a última no episódio da agressão ao Luan, do Corinthianas, a questão de que não se pode isolar a violência do futebol da violência cotidiana. Somos um país violento - e não é de agora. Há mortes que fazem barulho, mas a maioria delas é silenciosa. São as mortes de anônimos em periferias, nos morros, nas comunidades pobres, no campo, no garimpo. São mortes em bairro nobres também, mas de gente sem visibilidade. 

Mortes por temas banais, por violência doméstica, por desentendimentos em botecos, por machismo, por dívidas de jogo ou de drogas. São mortes em escolas, em tiroteios provocados por jovens que tentam imitar o que fazem outros jovens em países ricos. Mortes por fome, por ignorância. São dezenas de milhares de mortes por ano. Vivemos uma guerra civil não declarada.

E nunca abordamos essa violência de maneira adequada. O mais simples é pedir cadeia - e muitos a merecem -, bradar por pena de morte (olha ela aí, de novo), exigir sangue. Depois, nos acomodamos, certos de que mostramos o caminho correto. Outros que levem adiante as sugestões.

Fazemos o mesmo, por exemplo, com os dependentes químicos. Em São Paulo, onde o drama agride os olhos, houve quem fizesse um trabalho de formiguinha, na esperança de recuperar alguns. Mas também teve quem achasse que a solução era descer a porrada, jogar água fria nos zumbis e limpar a área central. Não só não resolveu como a tragédia se espalhou pela cidade.  

Não sou especialista em nada, sei que tem gente preparada que estuda violência e pode falar de cátedra a respeito. Mas, em minha opinião de leigo, gostaria que, antes de sermos uma sociedade punitiva, fôssemos preventiva e educativa. Educar e prever andam juntos. E punição até pode fazer parte desse conjunto, conforme o caso. O que seria a parte final enxergamos como a principal. Pois reprimir é mais cômodo, dá a sensação de que se resolveu a questão. 

Mudar por meio de prevenção e educação demora, evidentemente. Dá muito trabalho, os efeitos não são imediatos nem rendem votos para hoje. Mas vêm. E daqui a alguns anos não estaremos falando tanto em mortes, no futebol, nem no nosso dia a dia. Diminuirão as cruzes nos cemitérios.

Infelizmente, há muito tempo a vida por aqui virou detalhe banal.

Torcedores brigam nos entornos do Allianz Parque durante Palmeiras x Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro
Torcedores brigam nos entornos do Allianz Parque durante Palmeiras x Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro Reprodução

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Botafogo supera o Grêmio, outro rival forte, e mantém aproveitamento de campeão

Antero Greco
Antero Greco

A gente gosta muito de campeonatos gringos, não é? Pela qualidade dos times, intensidade da disputa, entrega dos jogadores. Ora, e por aqui também temos jogos memoráveis. Com frequência menor, admito. Por isso, coloco Grêmio 0 x 2 Botafogo, na noite deste domingo (9), como duelo digno das principais ligas europeias. 

Houve luta, velocidade, chances criadas por ambos os lados, defesas incríveis dos goleiros. E, no fim da conversa, algo que se torna rotineiro neste ano: vitória do Botafogo (2 a 0). Assim o líder abre vantagem de 10 pontos sobre o segundo e o terceiro colocados (36 a 26 de Flamengo e do próprio Grêmio).

No primeiro tempo, o Grêmio fez de tudo para merecer vantagem. Largou pra cima do Botafogo com carga total, tanto que mandou a campo Luizito Suarez, claramente jogando no sacrifício. O uruguaio é um leão, mas está “baleado”. Terá logo de rever sua condição física, entrar em tratamento bravo e avaliar seu futuro. 

Até meia-bomba, Suarez é um terror. Abriu espaços, trocou passes importantes, chutou a gol, acertou a trave. Foi um dos responsáveis pela excelente atuação - na verdade, mais uma - de Lucas Perri. O goleiro alvinegro é uma das chaves da campanha gloriosa e de sonho do primeiro colocado. “Catou” muito, como se dizia no meu bairro, o Bom Retiro, de forte tradição boleira em São Paulo. 

O Botafogo teve calma, lucidez e paciência para segurar a pressão, ainda fez gol com Tiquinho Soares, anulado por um dedão de Cuesta no momento do passe. Porém, percebeu que dava para derrubar outro concorrente direto, com já havia feito com Flamengo e Palmeiras. 

Com o entrosamento encaixado, o Botafogo prevaleceu em lances importantes no segundo tempo, obrigou Grando a mostrar coragem e precisão em defesas linda. Porém, decidiu com Eduardo aos 29 minutos e Carlos Alberto aos 42. Quando o Grêmio se deu conta do que acontecia, o adversário festejava a 12.ª vitória em 14 rodadas. 

Antes eu brincava que “pintou o campeão” em cada rodada na qual havia um time que se destacasse. Parei com isso, diante de muita falta de humor em redes sociais. Mas posso dizer o óbvio: se a campanha do Botafogo, até agora, não tem aproveitamento de campeão, seria o quê?

Jogadores do Botafogo comemoram vitória sobre o Grêmio em Porto Alegre
Jogadores do Botafogo comemoram vitória sobre o Grêmio em Porto Alegre Vitor Silva / Botafogo

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Botafogo supera o Grêmio, outro rival forte, e mantém aproveitamento de campeão

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A falta de critérios da vez prejudica Goiás e Flamengo. E beneficia Santos e Palmeiras. Logo muda de lado

Antero Greco
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Em pouco mais de 12 horas, dois lances importantes agitaram o Brasileiro. O primeiro ocorreu na noite de ontem, no Allianz Parque. O segundo, no final da manhã, na Vila Belmiro. No campo do Palmeiras, a arbitragem ignorou uma dividida na área em que Richard Rios forçou o braço sobre Everton Ribeiro. O segundo, numa jogada aérea, na área o Goiás, em que Alther subiu com Joaquim, o juiz viu falta.

Ou seja, a falta de critérios mais uma vez interferiu em resultados. O que se repete eternamente por aqui. Com ou sem VAR. No caso do clássico do sábado, o VAR não saiu em defesa da arbitragem para fazer com que revisse a jogada. Ficou na dele e fim de papo. Pênalti que houve e passou em branco. O empate por 1 a 1, no fim das contas, mereceu protesto justo por parte dos rubro-negros.

No episódio deste domingo, o VAR deu o alerta. No entanto, Sua Senhoria manteve a decisão, baseado na convicção dele. Errada. Pênalti cobrado, gol marcado nos acréscimos, vitória dramática para a turma da casa, por 4 a 3, e peso sobre as costas do Goiás, na zona de rebaixamento, da qual o Santos estava bem perto.

Essas decisões contraditórias dão um nó na cabeça de todo mundo - jogadores, técnicos, dirigentes e sobretudo torcedores. Os prejudicados enxergam teorias de conspiração. Os beneficiados se calam. Sempre foi assim, sempre será.

E isso faz mal para o futebol. Se houvesse lisura, desprendimento, profissionalismo, os clubes levantaram a bandeira da união em nome da melhora da arbitragem. Todos lutariam por uma causa comum. No entanto, preferem berrar só quando lhes convém. Ou calar, o que é mais frequente. O círculo vicioso vai manter-se.

 E, claro, sobra muito para a imprensa, facilmente desqualificada como bairrista, tendenciosa, hipócrita, vendida, burra. Para ficar no menos pesado. Mas isso também está no pacote gerado por erros no campo e nos bastidores. Vida que segue.

Jogo entre Palmeiras e Flamengo foi marcado por lances polêmicos envolvendo a arbitragem
Jogo entre Palmeiras e Flamengo foi marcado por lances polêmicos envolvendo a arbitragem Eduardo Carmim/Photo Premium/Gazeta Pres
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O Palmeiras empata, empaca e o Flamengo segue à frente no G-4

Antero Greco
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De empate em empate, o Palmeiras vê a ponta da Série A mais distante. Se não sai da briga pelo título (e tem muito campeonato pela frente), o atual campeão brasileiro não consegue retomar rumo, sobretudo desde o retorno da parada da data Fifa.

 O Flamengo, ao contrário, tem subido e não há o que lamentar no empate por 1 a 1 que arrancou na noite deste sábado (8) no Allianz Parque. No mínimo, vai manter-se no G-4, independentemente dos resultados do domingo. Para o Palmeiras, vitória significaria saltar um ponto e uma posição à frente do Fla.

O clássico foi bom e dentro do esperado: equilíbrio, intenso, sem violência. Principalmente, sem lances polêmicos, daqueles que dariam motivo para choradeira posteriores. Nem o gol de Gomez, em cima da hora, deixou margem a dúvidas: o VAR, no telão do estádio, valeria a vitória da turma da casa. Não foi, acontece. 

As duas equipes tiveram momentos de predomínio, o que ajuda a entender por que ninguém ficou com os três pontos e teve de se contentar com um. O Palmeiras teve mais intensidade no primeiro tempo, com o retorno de Rony e Artur. Não foi por acaso que obteve a vantagem, com belo gol de Dudu aos 23 minutos. Voltou a ter encaixe e sincronia, como nos seus melhores dias. 

O Flamengo deu a resposta na segunda parte. Com mais atenção na marcação, melhorou a posse de bola, empurrou o Palmeiras para o próprio campo. A entrada de Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique fez diferença. E que diferença. Trio da fase brilhante de 2019/20/21 desconcertou a vigilância palestrina e foi decisivo no empate, com o gol de cabeça de Arrascaeta. 

Com velocidade em contragolpes lá e cá, os grandes rivais dos últimos anos tiveram chances de vencer. O 1 a 1, no fim das contas, não altera a vida do Flamengo, mas emperra a do Palmeiras. 

Com seis empates, seis vitórias e duas derrotas, o Palmeiras empaca e mantém a fase instável. No meio da semana, tem tira-teima complicado com o São Paulo pela Copa do Brasil (perdeu no Morumbi por 1 a 0). O Flamengo vai a Curitiba com vantagem sobre o Athletico  (2 a 1 no Rio).

Dudu e Veiga festejam gol do Palmeiras. Atacante foi bem no clássico com o Flamengo
Dudu e Veiga festejam gol do Palmeiras. Atacante foi bem no clássico com o Flamengo Getty Images
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Algo raro nos últimos anos: Palmeiras na encruzilhada

Antero Greco
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O torcedor do Palmeiras - com a dor do cotovelo dos demais - voltou a acostumar-se, nos últimos anos, com títulos, títulos e títulos. Ou, na pior das hipóteses, com protagonismo do time. Há várias temporadas virou destaque, com equipes eficientes e com revelação de talentos como jamais havia acontecido.

Agora, pinta uma situação diferente. Estranha, até, sobretudo sob o comando de Abel Ferreira. O Palmeiras envereda por uma encruzilhada, que tanto pode levá-lo a novas proezas como pode transformá-lo em figurante já no começo de agosto.

Por que escrevo isso? Porque a oscilação tem sido intensa nas últimas semanas. Nos primeiros sinais de turbulência, desdenhei e afirmei que não era preocupante, pois todo mundo passa por fases de instabilidade. Não sei se está valendo a postura anterior. As derrotas têm aparecido com frequência, o desempenho fica aquém do habitual e aumentou o risco de decepções nas várias frentes. 

No Brasileiro, há muito pela frente. Porém, tropeços importantes empurraram o atual campeão para distância do líder Botafogo e permitiu a ultrapassagem de rivais fortes. Um deles é o Flamengo, adversário do sábado à noite. 

Eis clássico significativo. Se perder ou empatar, será abalo na corrida por novo título e pode influenciar no astral do jogo de volta com o São Paulo pela Copa do Brasil. Tropeço seria normal, em circunstância comum. Por ora, não é. 

Se, em seguida, vier eliminação na Copa, aumentará pressão na Libertadores e na Série A. E, na competição sul-americana, o desafio é o Atlético-MG. Por si só, a parada já é complicada. Imagine se vier acompanhada de cobrança adicional? E, numa hipótese não remota de desclassificação, restará o Brasileiro. Se houver diferença grande em relação ao líder, já em agosto o ano terá gosto amargo. 

O problema está em campo - e sem papo de conspiração. O sistema defensivo, antes invulnerável, agora mostra brechas. A marcação e criação no meio apresentam queda. Queda que se reflete no ataque. Jogadores fundamentais, como Dudu, Veiga, Rony também têm decidido menos, por várias razões. Sem contar que adversários encontraram antídoto para neutralizar as principais jogadas. 

Desde que chegou, há dois anos e meio, este é o maior desafio de Abel Ferreira. Hora mais dura e que coloca à prova a capacidade dele e colaboradores de encontrarem soluções criativas e vencedoras. 

Abel e Palmeiras enfrentam grande desafio: superar fase instável e não sair de briga por títulos
Abel e Palmeiras enfrentam grande desafio: superar fase instável e não sair de briga por títulos Cesar Greco/Palmeiras/by Canon
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O Corinthians perde, volta vivo de BH e tem chance de ir adiante. Isso é Copa do Brasil

Antero Greco
Antero Greco


Há momentos em que é difícil saber o que esperar do Corinthians. Ou o que ele vai mostrar. O jogo com o América é um exemplo. A tropa de Vanderlei Luxemburgo foi para BH com moral lá embaixo e cercada de pessimismo. Em parte isso se confirmou, com a derrota por 1 a 0. Por outro, não volta do Horto já fora do páreo, como era o temor. Eis a contradição: vive uma fase horrorosa, mas pode classificar-se na volta, em casa.

O interessante é que não jogou abaixo da crítica, como tem acontecido com frequência, nas três frentes em que se encontra - Brasileiro, Libertadores (foi para a Sul-Americana) e Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (5) ao menos não passou vergonha. Mais do que isso: alternou períodos na partida em que esteve bem.

A pontaria ainda falha - e o que o digam Yuri Alberto e Roger Guedes -, mas não é que Mateus Pasinato foi um dos melhores, senão o destaque? O goleiro do Coelho pegou muito. Sinal de que o Corinthians trabalhou no ataque.

Luxemburgo recorreu a expediente misto: defesa mais tarimbada, com os nomes mais consagrados do elenco. Do meio para a frente, foram os setores em que se concentraram experimentos e mudanças. Esse tem sido o nó desde o início do ano. O Corinthians não encontra equilíbrio. 

O América não tem nada com isso, também teve suas fases de domínio e numa delas Juninho fez o gol decisivo. Do jogo, não da disputa pela vaga. Esta continua aberta, e o Corinthians pode acreditar na possibilidade de classificação.

O que é o futebol: uma equipe em crise pode apresentar-se como semifinalista na Copa do Brasil. 

Fagner e Juninho durante América-MG x Corinthians pela Copa do Brasil
Fagner e Juninho durante América-MG x Corinthians pela Copa do Brasil Mourão Panda / América
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O Corinthians perde, volta vivo de BH e tem chance de ir adiante. Isso é Copa do Brasil

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Conflito de interesses, o maior desafio para Fernando Diniz em "dois barcos"

Antero Greco
Antero Greco


O principal desafio de Fernando Diniz nem é dirigir a seleção. Ele tem competência e há jogadores de muita qualidade, aqui e no exterior. Dá para superar os compromissos oficiais e amistosos que virão pela frente até o fim do período como interino, em junho do ano que vem.

O nó ficará na maneira como deve administrar e encarar o conflito de interesses entre ficar a serviço da CBF e do Fluminense até a chegada de Carlo Ancelotti, quando este se desvincular do Real Madrid. Não se deve colocar em dúvida a honestidade de Diniz; seria maldade. No entanto, também não se pode ignorar o risco ao qual se expõe por ficar em “dois barcos” ao mesmo tempo. 

Fernando Diniz tem a grande chance na carreira, mesmo como interino na Seleção Brasileira
Fernando Diniz tem a grande chance na carreira, mesmo como interino na Seleção Brasileira MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC

Barcos com objetivos diferentes. Uma coisa é o olhar abrangente e ao mesmo distante que se espera do treinador da seleção. Ele precisa ser atento e crítico ao desempenho de atletas brasileiros esparramados pelo mundo, para então chamar os melhores. Outro é o trabalho cotidiano numa equipe, que tem obstáculos a superar diariamente, com múltiplas competições. Caso do Fluminense. 

Técnico da seleção é cornetado, mesmo com convocações esporádicas. Basta ver como sempre há bronca ou desconfiança em relação à presença deste ou daquele atleta. Principalmente quando se trata de gente daqui. O Palmeiras foi prejudicado na última data Fifa porque cedeu três titulares chamados por Ramon Menezes, que não puderam ser escalados para o jogo com o Bahia. O Palmeiras perdeu. 

Como fará Diniz numa situação dessas? Se preferir vários jogadores do Flamengo, por exemplo? E se, em seguida, eles forem desfalques em jogo importante? E, ao contrário, se optar por jogadores do Fluminense? Será visto como protecionista?  Como alguém que pretende valorizar o produto da casa?

Tem mais interrogações. A Comissão Técnica do Fluminense vai com Diniz nessa aventura como interino fixo (estranha a definição). Como ficará o período de data Fifa para o clube? Vai substituí-lo a turma das categorias menores? E se houver jogo programado - e importante - para esse períodos? 

Por enquanto, parece tudo calmo. E está, porque a CBF precisava de um tapa-buraco. Para Diniz é uma grande chance, claro. Mas ele precisa preparar-se para encarar essas questões. Tomara dê certo e até que nem lembremos de Ancelotti em junho de 2024. Só não pode Diniz achar que ficará acima de tais riscos. Nem venha a reclamar mais adiante. 

De resto, boa sorte para ele. E que não crie expectativa de fazer parte da tropa de Ancelotti. Melhor manter os pés no chão.

E boa sorte para a seleção, que no fundo é o que vale para o torcedor.

 

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Diniz chega como quebra-galho. Se arrumar a seleção, a CBF entrega de mão beijada para Ancelotti?

Antero Greco
Antero Greco

 A situação da seleção brasileira é tão inédita e estranha que o paliativo encontrado pela CBF pode até dar certo. Fernando Diniz de quebra-galho, a depender de resultados e das reviravoltas nos intermináveis contatos com Carlo Ancelotti, talvez vire solução mais adiante. O tapa-buraco pode virar o titular.

Ou seja: o abandono fez crescer a sensação de que qualquer saída, no momento, seria melhor do que esperar pelo “messias italiano” quando lhe conviesse e terminasse o contrato com o Real Madrid, no ano que vem. Melhor assim do que experiências com Ramon Menezes ou outro nome, a ser olhado com desconfiança.

O problema está na origem. A CBF e o mundo sabiam que depois da Copa de 22 Tite sairia de cena. Campeão ou não, pegaria o boné e iria curtir um pouco o ócio. Ou seja, não seria traição ao treinador se houvesse negociação com o substituto. Transição rotineira, um projeto e os trabalhos para 2026 iniciados em janeiro.

Fernando Diniz será treinador interino da seleção brasileira; saiba os detalhes

          

     

O que preferiu a CBF? Insinuar que gostaria de um estrangeiro e prometer solução para os primeiros meses de 23. Daí, vieram a lenga-lenga e as especulações. Ancelotti manteve a dianteira na preferência, mas se esparramaram especulações, com nomes nacionais (o próprio Dniz) e internacionais (Jorge Jesus, Abel Ferreira, Guardiola e outros menos votados). Só serviu para bagunçar.

Nesse meio tempo, o Brasil teve alguns amistosos e perdeu duas vezes. Chato pra caramba - e nada de definir nome. Até recentemente ficar implícito que seria Ancelotti mesmo, mas daqui a um ano. Falou-se no filho dele como interino para segurar o lugar. Ah, faça-me o favor: uma equipe pentacampeã do mundo nas mãos do filho de um técnico! É pra sentar e chorar. 

Agora aparece a chance para Diniz. Não é o ideal, nem para ele. Mas cada um sabe o que pretende da vida. Diniz tem talento, o trabalho no Fluminense é bom - e instável - e a rejeição não deve ser alta. Hoje em dia é dos raros técnicos nativos não visto com olhar torto pela torcida. Pode dar conta do recado.

Mas qual recado? O de deixar a casa arrumada para Ancelotti chegar e só tocar o barco? Ou o de confundir mais o panorama? Aposto na primeira hipótese. Mas lanço outra questão: se ele arrumar tudo, por que não continuar? Ai, CBF…

Fernando Diniz tem oportunidade de mostrar-se como opção definitiva para a Seleção
Fernando Diniz tem oportunidade de mostrar-se como opção definitiva para a Seleção MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
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Diniz chega como quebra-galho. Se arrumar a seleção, a CBF entrega de mão beijada para Ancelotti?

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Quase tudo errado para o Palmeiras em Curitiba: só faltou mesmo derrota para o Athletico

Antero Greco
Antero Greco
Endrick (esq) tenta jogada durante partida entre Palmeiras e Athletico-PR, pelo Brasileirão
Endrick (esq) tenta jogada durante partida entre Palmeiras e Athletico-PR, pelo Brasileirão Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Sabe aquela tarde em que tudo dá errado? Em que a gente lamenta ter posto os pés fora de casa? Pois é, foi o que aconteceu com o Palmeiras na visita ao Athletico Paranaense, pela 13ª rodada do Brasileiro. Se o sujeito for supersticioso, então, daí é que associa o que aconteceu em Curitiba à influência do azar que o número traz. 

Méritos da turma da casa à parte, para os palestrinos foi um tropeço atrás do outro. Começou com Endrick desperdiçando pênalti com dois minutos. Aliás, aqui entre nós, o cotovelaço do Zé Ivaldo no jovem atacante era para vermelho. Não importa que fosse a primeira falta, mas a jogada foi intencional. Deixa pra lá, vai.

O Palmeiras aos poucos se reequilibra, com a rapaziada reserva dando conta do recado. Endrick se reanima, com o gol aos 21 minutos, e o crescimento do time. Endrick ainda manda bola na trave. 

No segundo tempo, Gabriel Menino entra e aumenta a diferença. Epa, 2 a 0 é para comemorar, depois de duas derrotas seguidas, a descida na tabela e o Botafogo a perder de vista na liderança. (Agora, são dez pontos de diferença.)

Tudo sob controle? Aparentemente. Daí começa a desgraça. No melhor momento do Palmeiras, Garcia faz pênalti, sem discussão. Toma o segundo amarelo e consequentemente o vermelho. Vítor Bueno diminui, o Athletico se enche de moral, vai pra cima e empata com Vitor Roque aos 27. Vira sufoco até o fim. 

Como desgraça pouca é bobagem, Rony tinha entrado para dar uma correria nos zagueiros rubro-negros e torce o tornozelo sozinho. Faz figuração até o apito final, aos 53 minutos. Ou seja, o Palmeiras na prática teve dois a menos. Só faltou a derrota para consolidar um domingo para esquecer. 

O campeão de 2022 está fora da briga? Não, de forma alguma. Mas a cada rodada fica mais longe de um líder formidável e vê concorrentes se aproximarem ou o ultrapassarem. Com a atenção dividida também com Copa do Brasil e Libertadores. Será preciso ter sangue frio. Competência é comprovada, mas a turbulência está aí. 

Para não parecer pessimista demais, dá para dizer que veio, na Série A, num momento em que a recuperação é possível. Só não pode repetir nos mata-matas.


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O Corinthians se comporta como visitante em casa. E ainda estraga o almoço da Fiel

Antero Greco
Antero Greco


Domingo com temperatura amena, atraente para ir ao estádio logo cedo. O torcedor animado se apronta, pega o filho, a mulher, reúne-se com amigos e se manda para Itaquera. É hora de reação, o Corinthians precisa de carinho, tem de sair da zona incômoda em que se encontra no Brasileiro. E, mais tarde, um bom almoço…

Tudo o que escrevi no primeiro parágrafo pertence ao mundo ideal. A realidade é outra. Entra em campo, sai de campo como se não houvesse estado em campo. Recebe o Red Bull Bragantino como se fosse o convidado e não o dono da casa. Joga uma bolinha murcha, perde por 1 a 0, deixa a Fiel com os dois pés atrás e segue a vida em busca de rumo. Ou seja, mais um constrangimento alvinegro. 

Foi de tirar o apetite o que se viu na arena corintiana. Outra vez. A anemia é que embrulha o estômago. O Corinthians de novo não foi um time, mas um amontoado de jogadores em busca de esquema, de espaço, de algum lance de perigo. Roger Guedes, Fagner, Cássio, Gil e os demais passaram o tempo todo à cata de ao menos um jogada mais elaborada, de uma oportunidade que resultasse em gol.

Amigo torcedor: olha que humilhante. O Corinthians, em seu lindo estádio, mendigando uma falha do rival para não perder. Nem se fala em ganhar, o que seria natural e nenhum desprezo pelo Bragantino. Mas uma escapada fortuita para não ser derrotado é pensamento para equipe pequena, para quem não deseja cair. Foi essa a postura diante de uns 30 mil torcedores. Ah, dá licença!

Luxemburgo recorreu a um punhado de jovens - vários com talento, mas com risco de se queimarem pela fase horrorosa. Yuri Alberto que o diga. Toparam um adversário ajustado, que manteve o controle do jogo e que poderia ter definido com folga no primeiro tempo. A vantagem, com Eduardo Sasha, aos 16 minutos, não foi ameaçada. E o Bragantino ainda relaxou na etapa final. Viu que tinha um oponente sem moral. Pra que esforço extra?

Resumo da nossa conversa: tenha dó, Corinthians! Isso não se faz. Estragou o almoço dos fãs e ainda vem o papo de sequência difícil. Difícil porque não está jogando nada. Estivesse bem, era só uma sucessão normal, com a tabela de sempre.

Tenha a santa paciência.

Vanderlei Luxemburgo tem desafio cada vez mais complicado: dar rumo certo para o Corinthians
Vanderlei Luxemburgo tem desafio cada vez mais complicado: dar rumo certo para o Corinthians MAURO HORITA/Gazeta Press
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O Palmeiras fecha em primeiro na Libertadores. De novo. E tem gente criando crise?

Antero Greco
Antero Greco

Entendo a vocação do torcedor do Palmeiras de ser corneteiro. Conheço muito bem esse espírito contestador. Mas tem limite até para espinafrar o próprio clube. Bastaram duas derrotas no Brasileiro para uma turma transformar em princípio de crise?! Vão cobrar isso e aquilo, avião e não sei o quê?! Pessoal mal-acostumado.

Tão habituado anda o palmeirista com alegria que a resposta veio nesta quinta-feira (29), dia de São Pedro, com a surra de 4 a 0 sobre o Bolívar. Jogo em casa, com público bom, porém abaixo da média (33 mil pagantes), tarefa tranquila, quinta vitória em seguida, 15 pontos, primeiro lugar geral na fase de grupos. 

Palmeiras conta com brilho de Artur, goleia o Bolívar e garante 1º lugar geral da fase de grupos da Libertadores; veja os gols

          

     



Mais uma vez. O que significa decidir em casa, até eventualmente chegar à final. Barriga cheia. O único escorregão foi na estreia, na Bolívia, contra esse adversário.

Vai reclamar do quê, essa eu gostaria de saber? Abel Ferreira parece ter feito até de propósito - e se o fez concordo. Mandou  a campo força máxima (Zé Rafael, machucado, ficou fora) e só fez substituições no finzinho, quando a vitória estava consolidada. Para mostrar a confiança que tem no elenco. 

E os jogadores corresponderam. Do início ao fim, o Palmeiras correu risco zero de zebra. Ignorou o Bolívar e os gols surgiram naturalmente, como era de esperar. Rony, o homem-gol verde na Libertadores, abriu a contagem aos 24 minutos e Artur aumentou aos 33. Pronto, ida para o intervalo com missão cumprida. 

Para dar mais segurança, Piquerez fez o terceiro aos 30 da etapa final e Artur, cheio de cãibras, passou o giz aos 39 minutos. E não é que Fabinho entrou e ainda tentou tirar uma lasquinha? Palmeiras ligadíssimo. 

Portanto, caro palestrino, exerça seu “espírito de porco”, mas sem achar que o mundo desabou por duas tropeçadas no Brasileiro. A temporada promete…

Artur comemora gol do Palmeiras
Artur comemora gol do Palmeiras Cesar Greco/SE Palmeiras
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O Palmeiras fecha em primeiro na Libertadores. De novo. E tem gente criando crise?

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O Fortaleza cresce, ameaça 'gente famosa', bate no Atlético-MG. E que suba mais e mais

Antero Greco
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Tinga comemora após marcar para o Fortaleza sobre o Atlético-MG
Tinga comemora após marcar para o Fortaleza sobre o Atlético-MG Leonardo Moreira/Fortaleza EC

Tem time que dá gosto de ver jogar. O Fortaleza está nesta lista. E não é de agora. Faz tempo que mostra segurança, maturidade, convicção do que faz. Não é por acaso que ganhou destaque nacional e internacional. Dá pra dizer que tem projeto em andamento. 

Não estou enchendo a bola do Leão por acaso, do nada. Basta olhar as últimas temporadas e ver a razão dos elogios. No ano passado, por exemplo, largou mal, flertou com a zona de rebaixamento, passou sufoco. Nem por isso, fez mudanças radicais, mandou embora técnico e outras afobações. Reagiu e está vivíssimo.

Como se viu no início da noite deste sábado, ao receber o Atlético-MG e sair com outros três pontos no bolso. Seis pontos em poucos dias em confrontos com mineiros. E vitória ajustada e justa por 2 a 1 diante de um rival em transição, sob novo comando (Felipão) e em busca de rumo. 

Houve equilíbrio, o Galo até tratou de impor-se, Hulk deu trabalho para João Ricardo. O Fortaleza não deixou por menos, não se afobou, recorreu ao jeito fluente que encampou com Vojvoda, construiu a vantagem sem pressa. Dois vacilos alvinegros, e gols de Pochettino aos 9 minutos e Tinga 17 do segundo tempo. Alan Kardec entrou no fim, no lugar de Hulk, e diminuiu aos 42. Fim.

O Fortaleza ultrapassou o Galo (20 a 19), está na parte de cima e ameaça mais uma vez o sossego de “gente mais famosa”. O Leão aos poucos se firma como time relevante, de destaque. E que continue assim. Antes, que suba mais e mais. 


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Bragantino deixa o Flamengo sem o rumo de casa. Fora o baile

Antero Greco
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Meu amigo rubro-negro. Tem jogo em que a gente olha e diz: “Não vai dar certo.” Foi o caso de Bragantino x Flamengo, na noite desta quinta-feira (22). Desde o primeiro toque de bola, o time da casa mostrou que não estava para vacilos diante de um adversário badalado, embalado e já de olho na vice-liderança do Brasileiro. 

E assim foi, do início ao fim. Quem acompanhou, viu um espetáculo impecável do Bragantino e o desempenho horroroso do pessoal de Jorge Sampaoli. Aliás, o Flamengo foi para Bragança Paulista? Os jogadores pareciam ser os mesmos, o uniforme era o manto sagrado, a comissão técnica aquela que assumiu um tempo atrás. 

Mas, no todo, não era o Flamengo, não. Por incrível que pareça, teve umas três finalizações, para não dizer que não chutou a gol. Em contrapartida, levou uma saraivada sem dó. Só no primeiro tempo, deveria ter ido para os vestiários com três de desvantagem, para contar o mínimo. Foi bola na trave, foi defesa de Matheus Cunha, foi gol de Eduardo Cunha aos 40 minutos. 

O Flamengo foi barata tonta e não mudou na parte final. Para provar quem mandava, logo aos 3 Mosquera fez 2 a 0 e mandou o Flamengo para as cordas. O nocaute se tornou mais evidente com Alerrandro aos 30 e o juiz abriu contagem com Mosquera aos 35 minutos. 


O Flamengo não viu a cor da bola, dava a impressão de que remoía alguma congestão. Congestão de dez dias de treinos? De uma escalação entortada? Os 4  0 foram pouco. Raspou trave uma surra histórica, daquelas de esconder nas estatísticas. 

Perder para o Bragantino de hoje em dia não é vexame: trata-se de clube e equipe organizados. Nem o placar seria feio, se o Flamengo tivesse jogado bola. O chato, mas chato mesmo, foi ser derrubado numa apatia, numa falta de apetite, numa incapacidade de reação assombrosas. Assim fica difícil alcançar o Botafogo…


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Falta muito campeonato. Mas temo pelo pior para o Vasco da Gama

Antero Greco
Antero Greco


Amigo vascaíno, faltam 27 rodadas para o fim do Brasileiro, mas não vou esconder de você: já bate o medo do rebaixamento. Sei que a sensação é catastrófica, porém provocada pelo desempenho e pelos números. Até agora, a campanha é de quem vai para a Série B, com convicção e pela quinta vez. Em resumo: decepção. 

Tento ver pontos positivos, à medida que o campeonato avança. Olho para o Vasco com a esperança de que, com SAF, poderá deixar para o passado os momentos de amadorismo, de improvisação, de bagunça. Nesse aspecto, notam-se alterações. Pero no mucho. O complexo de inferioridade corre risco de fixar-se num dos grandes clubes brasileiros. A sequência de quedas põe tudo a perder. 

Toda esta conversa para resumir o que aconteceu na noite desta quinta-feira (22) em São Januário. No início, o incentivo da torcida, na esperança de criar bom astral. Até que animou, porque o Vasco foi pra cima, fez gol (anulado pelo VAR), mandou bola na trave, teve zagueiro goiano salvando em cima da linha, também levou gol (igualmente ignorado pela tecnologia.). 

Dava a impressão de que levaria a melhor contra adversário que, no momento, é o que conta. Ou seja, a turma da parte de baixo. Mas, como a fase já anda conturbada, mesmo aquilo que fez de certo não representou vitória. Preocupante. Tão preocupante quanto o segundo tempo, em que o desempenho caiu, a pressão da torcida aumentou o desastre veio com o gol decisivo de Morelli. 

O Vasco é penúltimo, levou 7 derrotas em 11 rodadas, não consegue ter uma escalação equilibrada. Parte da torcida ameaça partir pra ignorância. O que será desse time? Temo pelo pior. 

Maurício Barbieri lamenta derrota do Vasco para o Goiás em São Januário
Maurício Barbieri lamenta derrota do Vasco para o Goiás em São Januário Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press


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Falta muito campeonato. Mas temo pelo pior para o Vasco da Gama

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O Palmeiras estava no doce balanço mar. Acordou com a vitória do Bahia

Antero Greco
Antero Greco

Parecia mais um daqueles jogos em que o Palmeiras finge dar espaço ao adversário. E, quando este se dá conta, a turma de Abel Ferreira volta para casa no mínimo com um empate. Ao menos era esse o roteiro que se desenhava diante do Bahia até os 47 minutos do segundo tempo. Um 0 a 0 conveniente, que mantinha invencibilidade e distância curta do líder Botafogo. Até aparecer Thaciano para fazer 1 a 0

O resultado em si não surpreende. O tricolor baiano jogou o suficiente para não cair na armadilha verde. Não se expôs, como outros tantos, tampouco se trancou em demasia, a ponto de não aguentar pressão. Ficou na média, e assim venceu, nos acréscimos, em raríssimo momento de vacilo de um dos melhores sistemas defensivos do futebol nacional. Cochilada coletiva que resultou na derrota. 

O Palmeiras esteve em doce balanço do mar, em homenagem a uma das mais lindas e acolhedoras cidades brasileiras. Exceto por bons momentos no primeiro tempo, Dudu, Artur, Endrick, Gomez e demais apostaram em ritmo mais cadenciado, sem esforço, sem pressa, na certeza de que o gol sairia em lance mais elaborado. 

Quase deu certo antes do intervalo. Na jogada mais significativa, Artur chutou, Marcos Felipe vacilou e conseguiu pegar a bola a meio centímetro de ter ultrapassado a linha. A olho nu, gol. Com o olhar eletrônico faltou esse tico. Marcos Felipe ainda se tornou destaque com duas boas defesas no segundo tempo. 

Endrick teve oportunidade, Artur insistiu também. Quer dizer, então, que o Palmeiras foi melhor? Um pouco, nada significativo. Já se apresentou com mais autoridade. Detalhe, para não ser injusto: a ausência de Veiga, Rony, Piquerez foi sentida. E não seria diferente, pois são parte essencial do time. 

A prova de fogo, para diminuir novamente distância e ficar de olho na ponta é o duelo com o Botafogo, na tarde de domingo, em casa. Acordado. Bem desperto.

Abel Ferreira durante Bahia x Palmeiras pelo Brasileirão
Abel Ferreira durante Bahia x Palmeiras pelo Brasileirão Cesar Greco/Palmeiras/by Canon


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O Palmeiras estava no doce balanço mar. Acordou com a vitória do Bahia

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Carlo Ancelotti é grande. A história da Seleção Brasileira é maior

Antero Greco
Antero Greco


Caro amigo, às vezes demoro um pouco mais para postar um comentário. Faço por precaução, e sei que vou no ritmo contrário à velocidade de um blog. Não estranhe. É para digerir, compreender um fato e falar com menos ligeireza. 

Dito isto, vamos lá: que mico a seleção pagou mais uma vez, e por não ter técnico fixo! Não é pelo resultado em si. Se bem que levar de 4 a 2 não soa normal. Não vou procurar em estatísticas, porque sei que isso vários já o fizeram. 

Não se trata também pelo tropeço ter ocorrido diante de Senegal, rival africano, com boa qualidade, embora com histórico que não engraxa uma chuteira nacional. O problema é como veio. Com um treinador interino, com uma indefinição a respeito do futuro. E, sobretudo, pela demora na escolha do rumo da “amarelinha”. 

Não me recordo de o maior campeão do mundo ter ficado tantos meses sem um treinador. Isso não existe desde a época do amadorismo, um século atrás. Bem ou mal, com “professor” de início ao fim de um ciclo de Copa do Mundo - ou não -, fato é que o Brasil jamais se sentiu abandonado. 

A sensação atual é de equipe largada, à espera de um salvador da pátria, que hoje tem nome e sobrenome italiano: Carlo Ancelotti. Nem discuto o currículo de um multivencedor, não contesto a preferência por ele, não terei reação de xenofobia diante da perspectiva de termos pela primeira vez um gringo à frente. 

Acho válida a tentativa de mudar, nestes tempos em que portugueses, argentinos e outros de fora têm conquistado espaço, referência, títulos com nossos clubes. Mas é muita a espera até o início de 2024. Não dá para jogar nas costas de Ramon tamanha pressão, sem contar que há seis jogos até o fim do ano. E Eliminatórias. 

A necessidade de uma Comissão Técnica já ficou escancarada na bobeira em que o Brasil se viu nos 4 a 2 desta terça-feira (20). O que se viu em Portugal foi um monte de bom jogador amontoado em campo. Não havia uma equipe. Não funcionou meio-campo, os laterais não apoiaram, Vini quis carregar a tropa nas costas, Rony foi jogado na fogueira, numa correria diferente daquela organizada no Palmeiras. 

Em

Carlo Ancelotti  é o preferido para a Seleção. Vale a pena esperar e correr riscos?
Carlo Ancelotti é o preferido para a Seleção. Vale a pena esperar e correr riscos? EFC
resumo: um show de horrores. Ancelotti é grande; a história da seleção brasileira, maior.
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Carlo Ancelotti é grande. A história da Seleção Brasileira é maior

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O Palmeirense que não gosta do estilo do Abel. Tem, e eu conheço

Antero Greco
Antero Greco


Tenho um amigo palmeirense - daqueles históricos, não modinha - que não gosta do Abel Ferreira. Não tem jeito, o português pode ficar 20 anos no clube, pode ganhar dezenas de títulos, mas este querido corneteiro não se sente atraído pelos métodos lusos. “Medroso” é o adjetivo mais suave que usa para definir sua crítica. 

Este fraternal colega apega-se, de forma irredutível, à escola palestrina das “Academias”. É fanático por aquelas dos anos 60 e 70, que giravam em torno do talento de Ademir da Guia. Os jogadores e a forma de jogar de então são para ele a  essência do Palmeiras. Digo-lhe que também sou apegado às gerações de Djalma Santos, Dudu, Servilio, Luis Pereira, César Maluco, Leivinha, Vavá, etc. 

“Mas são outros tempos, argumento.” Ele não aceita e diz. “Com os jogadores que o Palmeiras tem hoje pode jogar muito mais, e mais agressivo.” Vamos lá. 

Mostro que o time, sob comando de Abel, tem sido não só eficiente, como equilibrado também. Não me ligo nessas estatísticas que rodam por aí, que no fundo são mais curiosidades para discussões do que dados científicos. 

No entanto, há dados concretos. Na maioria dos títulos conquistados nos últimos três anos - e foram tantos -, o Palmeiras leva a taça com o maior número de vitórias, o menor número de derrotas; em geral, com o melhor ataque e a defesa que menos buscou bolas nas próprias redes. Fica um tempão sem perder e tem atletas lembrados na “formação ideal.” (Não, neste item nem tanto.)

O que escrevi entre parênteses pode parecer negativo; no entanto, é um dos segredos do sucesso. O Palmeiras da atualidade pode não ter superastros, como alguns de seus rivais ou como ele mesmo teve no passado. Porém, a harmonia entre os setores é gritante, raras vezes vista num elenco competitivo. 

Eis algo para notar: sem dar na vista, sem parecer, o Palmeiras é um rolo-compressor. Não massacra adversários, no sentido de enchê-los de gol. Não faz 5 de uma vez e, em seguida, passa semanas na seca. Vai com regularidade nos seus 2, 3, muitas vezes 1 gol de diferença, com constância. 

Quantas vezes parece pressionado, empurrado para o próprio campo, sem que o rival, na prática, consiga furar as muralhas? Como os alas, a zaga se fecham? Como Menino e Zé Rafael, os titulares do meio hoje, compactam o setor? Quantas defesas absurdas Weverton tem de fazer? (Faz várias, claro, porque é ótimo.)

Como Veiga, Dudu, Rony voltam também para recompor? Veja o trabalho de Breno Lopes, de Richard Ríos aos poucos inserido, se encaixa na estratégia taçada por Abel. E os mais jovens? Como o técnico os tem aproveitado, sem queimar etapas, sem jogar sujo, sem discriminar? E que acelera, que vai pra cima, que tem alternativas de bola parada, conta com zagueiros artilheiros. 

Por isso, raras vezes se observa um Palmeiras destemperado em campo - isso fica para a Comissão Técnica zoeira à beira do gramado. E assim, sem dar na vista, o “Alviverde imponente” mantém, na maioria das vezes, o controle. Isso não é uma forma de ser rolo-compressor?

“Não”, diz meu amigo. E juro que não é personagem inventado. “Tem de jogar mais. O português pode sempre jogar no mínimo com três atacantes”. 

Eu desisto. 


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Abel Ferreira é ídolo da torcida do Palmeiras. Mas, acredite, tem que não gosto do jeito dele treinar
Abel Ferreira é ídolo da torcida do Palmeiras. Mas, acredite, tem que não gosto do jeito dele treinar Gazeta Press
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O Palmeirense que não gosta do estilo do Abel. Tem, e eu conheço

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Palmeiras, campeão há 30 anos. Vitória no campo e no Jornalismo

Antero Greco
Antero Greco


Amigo palestrino, permita que relembre com você um episódio marcante na minha carreira. Aconteceu há 30 anos, num dia de 12 junho para lá de especial. Era final do Campeonato Paulista, Palmeiras Corinthians decidiam a hegemonia local. 

Tensão intensa, o Palestra vivia seca de títulos desde 1976, ano em que, no fim carreira do Divino Ademir da Guia, fazia sua última festa. O jejum incomodava, já criara sentimento de inferioridade numa das torcidas mais vitoriosas do país. E, para complicar, tinha pela frente o maior rival. Para piorar, na partida de ida tinha perdido por 1 a 0, no famoso "gol porquinho" comemorado por Viola. 

Na época, eu era chefe de Esportes do Estadão, uma responsabilidade e tanto. O jornal vendia muito anúncio classificado. Por isso, no sábado pela manhã já tinha pronta uma edição do domingo, que ia para bancas da capital e muitas cidades do interior. Os leitores queriam ver ofertas do dia seguinte. 

Para a redação, era um problema, pois tínhamos de preparar duas tiragens: uma "fria", com reportagens preparadas na sexta-feira. E outra "quente", com as informações do sábado. Jornada dupla - e nem sempre compreendida pelo leitor. Afinal, ele ficava indignado porque não recebia, fora de São Paulo, o jornal "completo". Parecia que era preguiça dos redatores. 

ATACANTE: Evair, com 73% (disputou com Caetano, Obina e Ronaldo)
ATACANTE: Evair, com 73% (disputou com Caetano, Obina e Ronaldo) Gazeta Press

Tanto insisti, tanto enchi a paciência da direção, que consegui suspender a edição sem graça, de começo de sábado. Com o compromisso de que, assim que houvesse o apito final, estaria tudo pronto. Bateu aquela adrenalina, mas topei o desafio. Chamei uma tropa de choque para me ajudar e deixamos tudo no jeito. 

A bola rolou, Zinho fez o primeiro gol, vieram os gols de Evair e Edilson. Junto com eles, veio a prorrogação. A gente ali, batucando nos computadores, e o pessoal da cúpula só de olho, com cronômetro na mão. Confusão no campo, expulsões, e o risco de atraso. Até o gol final, do Evair, de pênalti. Palmeiras campeão.

Palmeiras, enfim, campeão, como foi a manchete que dei. Com um requinte: o Estadão foi o único jornal a dar pôster gigante, em página dupla, com foto do dia, quentíssima. Todos os leitores do jornalão naquele sábado à noite e no domingo receberam edição com respeito a eles, com respeito ao campeão, com respeito a profissionais que olhavam para o Jornalismo e não apenas para o comercial. 

Tenho saudade de fazer aquele tipo de jornal, em que todos iam para casa satisfeitos com o dever cumprido. E, no fundo, no fundo, havia também a alegria pessoal, de quem curte futebol e vê a alegria de uma torcida campeã.


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Palmeiras, campeão há 30 anos. Vitória no campo e no Jornalismo

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