O São Paulo respira aliviado, mas não estava no grupo do descenso
Tão logo terminou o jogo com o Juventude, na noite desta segunda-feira (6/12), o que mais se falou e escreveu é que, com a vitória por 3 a 1, “o São Paulo fugiu do rebaixamento”. Como assim?! Trata-se de meia verdade, com uma falha de lógica. O time de Rogério Ceni respira aliviado, salta na classificação, mas não estava na zona da degola, no máximo na “jona da confujão”, como diria o professor Luxemburgo.
O tricolor teria escapado do descenso, de fato, se estivesse entre os quatro últimos, ou seja, no bloco dos que de fato caem. Para ser exato, o São Paulo iniciou a penúltima rodada do Brasileiro em 14º lugar. Pode-se falar com propriedade em evitar a queda para a Série B, se Juventude e/ou Grêmio se safarem na quinta-feira, uma vez que estes estão em 17º e 18º lugares, respectivamente. É uma sutileza da língua, mas que para mim faz muita diferença.
Papo de semântica à parte, o certo é que, mais uma vez, o São Paulo desperdiça participação na elite nacional. O único tricampeão em seguida na era moderna da competição há muito se transformou apenas em coadjuvante, na maioria das vezes sem grandes pretensões. Pior: nos últimos anos, anda flertando com a parte de baixo da tabela. O que prova sua diminuição de poder de fogo, enquanto é ultrapassado no protagonismo por rivais como Flamengo, Palmeiras e agora o Atlético Mineiro
Torcida do São Paulo protesta no Morumbi após a vitória contra o Juventude pelo Brasileirão: 'Time sem vergonha'
Manter-se “virgem” em rebaixamentos não deve ser motivo de alegria, mas de preocupação. O mantra “time grande não cai” podia ser uma provocação e zoeira, tempos atrás. Nos dias de hoje soa mais como temor real que atormenta o torcedor. De tanto brincar com fogo, uma hora o clube vai queimar-se de fato. Como poderia ter acontecido em 2021, de novo por uma sucessão de erros de planejamento. Por isso, a festa é de descarrego, não prova de grandeza. Calma lá!
A direção apostou tudo na conquista do Paulista - e até entendi, na época, essa ansiedade. Imaginava-se que, com uma taça, enfim iria para o espaço o estigma que há mais de uma década acompanha o time, de ter virado participante secundário em tudo. Só que o estadual trouxe a ilusão de que o elenco era ótimo, de que o técnico (Crespo) era o máximo e que o sucesso viria naturalmente.
A participação na Copa do Brasil, na Libertadores e no Brasileiro jogou por terra essa ilusão. O São Paulo versão 2021 errou em quase tudo - perdeu o impulso do Paulistão para lançar-se como protagonista e terá de recomeçar o caminho em 22. Com dificuldades de todos os lados, sobretudo técnico e financeiro. A grana continuará curta e isso deve refletir-se na composição do grupo de atletas. Mais do que nunca será imprescindível administrar bem o dinheiro e não jogá-lo pela janela como tem sido corriqueiro pelos lados do Morumbi.
A torcida fez a parte que lhe cabia, ocupou boa parte do estádio nesta segunda-feira, apoiou, aplaudiu, mas sentiu calafrios quando o Juventude diminui, no segundo tempo, depois dos 2 a 0 obtidos na etapa inicial. Por sorte e insistência, Luciano (que abriu o placar) fechou a conta em seguida. Caso contrário, seria outra noite de apreensão e cobranças.
Aliviado, ok. Mas será que finalmente o São Paulo aprenderá a lição e voltará ser referência e parâmetro, como foi no passado? A conferir já a partir do período de férias e de mercado. Vamos ver como vai comportar-se a direção tricolor…
O São Paulo respira aliviado, mas não estava no grupo do descenso
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.