Grêmio e Bahia precisam ter calma e método para difícil Série B de 22
Dois tricolores juntaram-se a Sport e Chapecoense no grupo dos quatro rebaixados para a Série B. Grêmio e Bahia chegaram à última rodada com a corda no pescoço, e não conseguiram livrar-se dela. Os gaúchos não dependiam só de si, embora tenham vencido com uma chuva de gols em Porto Alegre; os baianos iriam salvar-se com seu próprio suor, chegaram perto, mas levaram virada em Fortaleza. Caíram.
Difícil encontrar palavras de consolo para torcedores cujos times acabam de sofrer rebaixamento. Não há os que os conforte. O Grêmio já passou por situação semelhante em outras duas ocasiões, na história do Campeonato Brasileiro. Em ambas soube dar a volta por cima e colecionar títulos importantes, de estaduais a nacionais, de Copa do Brasil a Copa Libertadores. Pode agarrar-se nisso para respirar.
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O Bahia viveu essa situação triste mais vezes do que o colega de infortúnio do Sul. O vaivém de divisões não está fora de sua rotina, infelizmente. Em seu favor, está o fato de que, nos últimos anos, deu uma guinada, com administração mais ousada e com tentativas de modernização. Obteve destaque regional, parecia ter fincado pé na elite, mas teve uma derrocada intensa na reta final, com desfecho nos 2 a 1 que levou do Fortaleza nesta quinta-feira (9/12). Muita dor e revolta.
O Grêmio fez tudo errado, desde o início. Os sinais de desgaste do trabalho de Renato Gaúcho surgiram durante a longa temporada de 2020. A troca demorou a ser feita - e foi retardada, também, pela final da Copa do Brasil. Quando Renato saiu, era visível que o encanto tricolor dos últimos anos corria risco de virar fumaça.
Houve a aposta no jovem Tiago Nunes, que durou pouco no cargo e não soube (ou nem teve tempo) dar padrão que se esperava. Apelou-se em seguida para a experiência de Felipão, que igualmente decepcionou e logo jogou a toalha. Finalmente se recorreu a Vagner Mancini, claramente para apagar incêndio já em andamento. Também não obteve sucesso.
Só essas trocas de comando já demonstravam como a direção estava perdida e sentia que o desfecho de 2021 tendia a ser trágico. Houve alterações também entre a cartolagem - e, em vez de melhorar, a situação agravou-se. Para complicar, o elenco recheado de jogadores rodados negou fogo. E isso não é novidade: anos atrás, o Grêmio havia cometido erro semelhante, com apostas erradas.
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Passou as rodadas derradeiras à espera de uma reação e alguns milagres improváveis. Ok, todos temos fé, Deus é pai, ajuda Seus filhos, mas espera que façam a parte deles. O Grêmio resolveu fazer só agora, até com a vitória por 4 a 3 sobre o Atlético-MG. Muito tarde para despertar. Agora, que aprenda de vez a lição, respire fundo, baixe a poeira e volte fortalecido. O desafio na Série B será enorme.
O Bahia teve orçamento mais modesto do que o Grêmio; no entanto, seguiu script com semelhanças, sobretudo nos erros e nas trocas de treinadores. Iniciou com Dado Cavalcanti, foi para Diego Dabove (e aí cometeu, talvez, seu pecado maior) até desembocar em Guto Ferreira, que segurou o rojão o quanto pôde.
O tricolor baiano lamenta sequência de decisões que o prejudicaram na reta final - e algumas foram mesmo bem polêmicas. Como o pênalti que resultou no segundo gol diante do Fortaleza, aquele que decretou os 2 a 1 e a queda. Teorias de conspiração existem e eu aprendi a não botar a mão no fogo por ninguém no mundo do futebol. Porém, mais do que chiar com pênaltis malditos, é preciso entender o que foi feito de errado para resultar no rebaixamento. Assim como o Grêmio, deve ter discernimento e equilíbrio para traçar projeto que o devolva à Série A em 23.
Missão complicada para dois times tradicionais, que toparão em 22 com concorrentes como Sport, Guarani, Vasco, Cruzeiro, Ponte Preta e outros com sede de retornar ao topo. E com dinheiro mais curto do que em outras épocas.
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