Flamengo pode até demorar, mas precisa escolher técnico com convicção
Noto apreensão no ar em relação ao técnico que comandará o Flamengo em 2022. Ou melhor, vejo tensão na demora da direção em escolher o “professor” que terá sob suas ordens um dos elencos mais badalados e caros das Américas. Mas será que a cartolagem dorme no ponto, 15 dias depois de ter dispensado Renato Gaúcho, tão logo o grupo retornou da final da Taça Libertadores?
Respondo que sim e que não.
Calma lá, não estou em cima do muro! Admito que a definição está lenta, se compararmos com certas decisões tomadas na base do vapt-vupt. Como foi no caso do próprio Renato, que desembarcou na Gávea mal havia sido anunciada a saída de Rogério Ceni. Aliás, praxe na maioria dos clubes: sai um técnico e na sequência chega outro, “pego de surpresa” com a oferta de trabalho. Como se não tivessem conversado antes…
Entendo também que um clube da importância do Flamengo não pode ficar muito tempo sem comissão técnica. Ainda mais em fim de ano, época em que se faz plrogramação para a temporada seguinte. O treinador é peça essencial, para ajudar na definição do elenco, com sugestão de dispensa, confirmação e contratações. Enfim, é ele quem indica o caminho que se pretende seguir. E nisso, de fato, tem um atraso, pois vários atletas podem ficar fora dos planos para 22.
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Por outro lado, para que acelerar o processo e queimar etapas? Se for só para satisfazer a necessidade de noticiário e para responder a pressões da torcida, não vale a pena. O Flamengo fez três tentativas, após a saída de Jorge Jesus, todas com resultados frustrantes. Não mostrou convicção ao chamar Domenec Torren (a propósito, por onde anda?), tampouco ao optar por Rogério e até por Renato.
O primeiro veio porque era estrangeiro e porque tinha no currículo o fato de ter trabalhado como auxiliar de Pep Guardiola. Nem teve tempo para trabalhar e logo foi queimado. Rogério sofreu resistência desde o primeiro momento, e nem os títulos o seguraram. Renato tinha a fama de agregador e copeiro, conquistada nos anos de Grêmio, e foi fogo de palha. Início empolgante e falhas nas etapas decisivas, seja na Copa do Brasil quanto na Libertadores.
O que quero dizer com isto? Que o Flamengo pode até ficar na marcha lenta para escolher técnico, desde que o faça com critério, análise serena e sobretudo certeza de que será um profissional que receberá carta branca e mão forte. Não adianta ficar só em alguns estereótipos, como a obrigatoriedade de ser um estrangeiro. Nada contra quem vem de fora, mas não basta ser gringo para garantir que seja bom. Vários já tentaram a sorte por aqui e quebraram a cara. Que seja forasteiro, sem problema, desde que com experiência e capacidade comprovadas.
Também não vale a pena apelar para nomes domésticos manjados, rodados e com validade vencida. Será chover no molhado, como acontece na maioria das vezes. Para resumir: que a direção rubro-negra não se precipite, não tome decisões de qualquer jeito, para não desperdiçar tempo e dinheiro. Tampouco empurre o caso com a barriga, para não ficar para trás no planejamento em comparação com concorrentes, que já estão se movendo no mercado de contratações.
O maior desafio do Flamengo, em 2022, é o de não ser superado por Atlético e Palmeiras na corrida por títulos. Claro, sem contar que há mais gente a correr por fora, como Corinthians, Fortaleza, Athletico, RB Bragantino e até o Fluminense, animado com a chegada de alguns astros veteranos mas ainda para o gasto. Está posta a missão para Rodolfo Landim e Marcos Braz, que tomam as decisões principais no futebol do clube.
Flamengo pode até demorar, mas precisa escolher técnico com convicção
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