Atlético-MG papa-tudo. E o Athletico não tem do que se queixar em 21

Antero Greco
Antero Greco

O Atlético-MG está em estado de graça - e merecidamente. Não é todo ano em que se conquistam três títulos enfileirados, no caso Estadual, Brasileiro e Copa do Brasil. Sem contar que a Taça Libertadores esteve perto, não fosse a eliminação para o tricampeão Palmeiras nas semifinais. Mas nem é para lamentar essa queda, pois há muito o que festejar, com a perspectiva de que, em 2022, vem mais.

O Galo é forte e vingador como havia muito não se via. Certo que já tinha a Copa do Brasil no currículo, bem como a Libertadores. Porém, da forma como vieram as vitórias em 2021 não é exagero afirmar que se trata de uma das temporadas mais brilhantes. Tivesse ficado “apenas” no Brasileiro, já seria motivo para incensar os jogadores e a comissão técnica comandada por Cuca. Foi a quebra de jejum de 50 anos. Meio século é muito, mas muito tempo. Fácil entender a euforia da torcida. 

Atlético-MG campeão da Copa do Brasil! Galo vence Athletico-PR com golaço de Hulk e fica com a taça; VEJA!

         
     

O animador é que o Atlético-MG montou elenco competitivo, de qualidade e para durar. Não é projeto para ser desfeito de uma hora para outra, como já se viu em tantas ocasiões por aqui. Grana para investir existe, o estádio está sendo preparado com requintes, a participação em torneios importantes lhe abre portas para ter amplas receitas. Ou seja, se encontra em círculo virtuoso, e que seja só o começo. 

A prova de que são poucos, hoje, os adversários em condições de brecar a ascensão atleticana veio na noite desta quarta-feira (15/12). Quer dizer, prova, não; a confirmação da superioridade. No domingo, a rapaziada de Cuca havia lascado 4 a 0 no Furacão e voltou a vencer, agora por 2 a 1. Num duelo tenso, dramático, em que os donos da casa sabiam da missão impossível, porém queriam despedir-se do seu público em grande estilo. Até o fizeram, mas sem forças para deter o Galo. 

O Athletico jogou na base da alma e do orgulho e, desde o apito inicial, não escondeu que a intenção era carimbar a faixa mineira. Quase conseguiu, quando Pedro Rocha abriu o placar. Comemoração frustrada, pois o gol foi anulado, sob a alegação de que a bola tocou na mão do atacante. Regra besta, porque Pedro Rocha não se beneficiou com a resvalada da bola, na mão junto ao corpo. 

O Galo não tinha nada com isso e se inflamou. Resultado? Em contragolpe, pouco depois, fez 1 a 0 - esse pra valer - com Keno. Daí em diante, foi só esperar o tempo passar. Antes do intervalo, o Atlético poderia teve duas chances para ampliar e não as aproveitou. No segundo tempo, Hulk deixou a marca do artilheiro, como saideira de um ano inesquecível, no retorno ao Brasil, e fez 2 a 0. Jaderson, aos 41, cravou o gol de honra rubro-negro, para aplausos do público, em clara aceitação de que o time da casa enfrentou um oponente que lhe foi muito superior nos dois duelos. 

O comportamento do torcedor paranaense foi retribuição carinhosa para aquilo que recebeu do time em 21. O Athletico conquistou o bicampeonato da Copa Sul-Americana, proeza inédita para times brasileiros, e chegou à final da Copa do Brasil pela segunda vez em três anos. Reclamar com os rapazes? Claro que não. O Furacão também cava um lugar de realce no futebol nacional e do continente. 

Parabéns aos dois. 

Hulk é o símbolo de um ano inesquecível para o Atlético-MG e de muito amor com a torcida
Hulk é o símbolo de um ano inesquecível para o Atlético-MG e de muito amor com a torcida Pedro Souza / Atlético
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Abel Ferreira segue o sensato e óbvio no Palmeiras: escala time titular para acumular pontos

Antero Greco
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Há tendência a elogiar treinador inquieto, que muda escalação a cada rodada, com a indefectível explicação de que o time deve moldar-se ao adversário. Pois Abel Ferreira faz o contrário. Sempre que pode, manda a campo o Palmeiras com força máxima, pois é o melhor caminho para acumular pontos. 

Mesmo que saia pela tangente, com a desculpa tradicional de que "não há titulares nem reservas", ele recupera o hábito perdido nos tempos atuais de poupar os melhores só quando é absolutamente necessário. Como fez Jorge Jesus, na breve e vitoriosa passagem pelo Flamengo, entre 2019 e 2020

Os dois "misters" portugueses seguem a escola de ter uma tropa de frente, com mais um punhado de coadjuvantes como substitutos imediatos. A repetição de nomes ajuda no entrosamento, facilita a execução do plano de trabalho, serve até para mudar estratégia de jogo, segundo dificuldades que se encontram diante a postura dos rivais. O palmeirense sabe de cor os nomes dos principais jogadores.


         
     

Abel recorreu a esse hábito diante do Goiás, na noite de domingo (7) e o resultado não poderia ter sido mais retumbante: 5 a 0, terceira vitória em quatro rodadas no Brasileirão, 10 pontos ganhos, melhor ataque (11 gols) e vice-liderança (10 pontos, dois a menos do que o Botafogo). Para ser mais exato, só Marcos Rocha e Murilo não iniciaram a partida em Goiânia, por estarem afastados por contusão. 

O Palmeiras não foi incomodado do princípio ao fim. Com 10 minutos, abriu vantagem, com Artur, de cabeça. O Goiás ensaiou reação, sem assustar Weverton, e se enroscou com a expulsão de Lucas Halter aos 41, por falta em Rony. A situação piorou aos 3 minutos do segundo tempo, com gol contra de Sidimar

Dali em diante foi um passeio sem esforço do Palmeiras. Em ritmo descontraído, vieram o terceiro (Raphael Veiga, aos 23), o quarto (Endrick, aos 38), o quinto (Dudu, aos 45, e finalmente encerrando jejum em 2023). 

Resumo da conversa: o Palmeiras diz presente na corrida do título. Isso até um sheik das Arábias já sabia. 

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante partida contra o Goiás, em Goiânia, pelo Brasileirão
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante partida contra o Goiás, em Goiânia, pelo Brasileirão Cesar Greco/Palmeiras

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Nápoles é terra de exageros e contrastes. Parece o Brasil mais do que imaginamos

Antero Greco
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A festa dos napolitanos invadiu a madrugada, deve arrastar-se por tempo indeterminado, e a alegria vai misturar-se com estragos. Disso não duvido. Exagero justificado e coerente. Em primeiro lugar, porque foram 33 anos de espera, depois dos dois títulos conquistados sob a batuta de Maradona. Em segundo lugar, e não menos importante, porque o napolitano é naturalmente exagerado, está no sangue, no modo de viver, na rotina do dia a dia. Não há na Itália lugar que se compare a Nápoles. 

A principal cidade da Campânia (acho horrível a tradução “Campanha”) é um “país” à parte dentro da Itália. Lá os fatos ganham outra dimensão - sejam os positivos quanto os negativos. Não é por acaso que o personagem “Veronica”, uma operária criada pela atriz Rosalia Porcaro, respondia com espanto quando lhe falavam que Nápoles era também parte da Itália: “Mas os italianos sabem disso?!”

A ironia e insubordinação fazem parte do cotidiano, da história e da alma napolitanas. Isso explica por que aquela região revelou para o mundo o filósofo Giordano Bruno, morto pela Inquisição em 1600. Por que teve o camponês Masaniello como líder de revolta em 1647 contra os dominadores espanhóis (foi morto). Por que o personagem “Pulcinella” (um palhaço com nariz grande máscara a cobrir os olhos) resume a alma popular. 

Nápoles também teve o inigualável Totó, maior cômico italiano. Ou a família De  Filippo, maravilhosos atores e autores de teatro. E teve também Massimo Troisi (aquele de “O carteiro e o poeta”). Sophia Loren é napolitana, como o tenor Caruso, imortalizado numa música de Lucio Dalla. Os músicos Pino Daniele e Roberto Murolo são de Nápoles. A música napolitana é aquela mais conhecida no mundo. (O Sole Mio; Funiculi, Funiculá; Torna a Surriento, quem não conhece?)

Nápoles é a terra da pizza, do espaguete al sugo, da mozzarella de búfala. 

Mas Nápoles não é só isso, nem a cidade que tem o vulcão Vesúvio como protetor e ameaça. (Jamais deixou de soltar suas fumaças…)

Nápoles é também terra que teve nobreza e riqueza, e há muito convive com pobreza, desemprego, falta de moradias, imigração. (Centenas de milhares de napolitanos, ao longo do Século 20, imigraram para todos os continentes.)

Nápoles é terra de músicas lindas, de gastronomia farta. Lá se cultua San Gennaro e se teme a Camorra, a máfia local. O trânsito é caótico, a arte de se virar está no espírito do napolitano. Há solidariedade e há tapeação. Há calor humano e há corrupção. Nápoles não é só Sol e folclore; é incerteza e tristeza.

Nápoles de fato é um país à parte dentro da Itália. Nápoles é muito mais Brasil do que pode supor quem não a conhece. 

É preciso dizer mais para entender por que o “scudetto” é tão necessário para essa gente?

A população de Nápoles foi ao desvario com a conquista do terceiro título italiano
A população de Nápoles foi ao desvario com a conquista do terceiro título italiano FILIPPO MONTEFORTE/AFP via Getty Images
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Nápoles é terra de exageros e contrastes. Parece o Brasil mais do que imaginamos

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Gomez, Veiga e Palmeiras se misturam e formam conjunto impecável

Antero Greco
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O Palmeiras dos últimos - e vencedores - anos tem diversos jogadores que merecem entrar na galeria dos ídolos verdes. Weverton, Zé Rafael, Rony, Dudu, Scarpa (que saiu) são apenas alguns desta legião de eméritos. Têm valor inegável. Mas é preciso reservar lugar especial para uma dupla que dá o que falar: Gustavo Gomez e Raphael Veiga.

 O capitão e o maestro resumem a alma do time e comandam a tropa, em campo, cada um a seu modo. Ainda têm em comum a arte de decidir com gols. Muitos. Pois foram deles os que garantiram os 2 a 0 sobre o Barcelona-EQU, em Guayaquil, na noite desta quarta-feira (3), pela terceira rodada da fase de grupos da CONMEBOL Libertadores. 

Gómez marca mais um, e Palmeiras vence Barcelona-EQU na CONMEBOL Libertadores; VEJA melhores momentos          

     



O Palmeiras com força máxima (exceto Marcos Rocha) foi melhor no primeiro tempo e conseguiu impor-se. Depois de alguns bons minutos iniciais, o rival equatoriano passou a ter dificuldade para ganhar duelos no meio-campo, mal encontrou brechas para aproximar-se com frequência e perigo da área de Weverton e suou um bocado para segurar Rony, Arthur e Dudu. Mais difícil foi controlar Veiga, que passeou pelo campo de ataque e distribuiu os melhores passes. 

Nada mais natural que fosse escolhido, como quase sempre, para cobrar o pênalti que Rony sofreu aos 44 minutos, em dividida com o goleiro Mendoza. Lançamento de quem? De Veiga, claro. Com a categoria habitual, fez 1 a 0 e colocou pressão sobre a turma da casa. 

Para complicar de vez a vida do Barcelona, com menos de dois minutos da etapa final veio o segundo gol palmeirense. Após cobrança de escanteio, Gomez, para variar, apareceu na área, aproveitou rebote e marcou de cabeça. Quem bateu o tiro de canto? Isso mesmo, Veiga. Dá para entender por que ambos sobressaem. 

Dali em diante, o Palmeiras fez o tempo passar e, com algum esforço, controlou o desespero do Barcelona. Abel Ferreira aproveitou e fez trocas de praxe, para poupar alguns titulares, pois o mês de maio tem diversos desafios. Bolívar e Palmeiras têm seis pontos; os bolivianos lideram pelo saldo de gols.

Raphael Veiga comemora gol do Palmeiras
Raphael Veiga comemora gol do Palmeiras Cesar Greco/SE Palmeiras
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Gomez, Veiga e Palmeiras se misturam e formam conjunto impecável

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Luxemburgo precisará de tato e apoio para arrumar o Corinthians. O desafio será enorme

Antero Greco
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Meu amigo da Fiel, olha a situação do Corinthians na CONMEBOL Libertadores: três rodadas apenas, e a água já bate no pescoço. Até agora ganhou uma fora (e contra o Liverpool, mais fraco do grupo) e perdeu duas em casa  - Argentinos JuniorsIndependiente del Valle, que passam a assumir favoritismo para seguir adiante.

O desastre de duas semanas atrás, em Itaquera, se repetiu na noite desta terça-feira, nos 2 a 1 para o Del Valle. Estreia frustrante de Vanderlei Luxemburgo, contratado na base da emergência, após a saída de Cuca e com as recusas de Tite e Mano aos convites que lhes foram feitos. 

O experiente treinador assumiu na segunda, bateu um papo com a turma, mexeu aqui e ali na escalação e, sem medo de exagerar, encarou a fogueira no estilo do “Vamos lá moçada, façam o que vocês sabem, acreditem na reação e seja o que Deus quiser”. Motivação sempre é legal, mas sem jogar bola, não há São Jorge que dê jeito. 

Claro que não se pode colocar o tropeço na conta de Luxa; seria desumano e cretino pensar assim. O problema alvinegro é mais complicado, e o técnico terá desafio enorme para tornar um grupo de bons jogadores - embora alguns em curva descendente - em time competitivo. 

Luxemburgo apostou praticamente na formação que perdeu para o Palmeiras no sábado. Surgiram algumas chances, mas o primeiro abalo veio com o gol de Lautaro Díaz aos 20 minutos. Isso mexeu com a lado emocional corintiano, que já não é dos melhores. Mesmo assim, veio o empate com Roger Guedes aos 38.

No segundo tempo, Lautaro Díaz marcou de novo, aos 6 minutos, e daí pra frente o Corinthians foi todo tensão, suor e oscilação. Teve até duas bolas na trave do Del Valle. Luxemburgo fez diversas modificações, sem resultado e com uma certeza: a reformulação será árdua, e vai provocar abalos. Precisará de muito tato e apoio.

Vanderlei Luxemburgo viu Corinthians confuso na derrota por 2 a 1 para o Del Valle, em casa
Vanderlei Luxemburgo viu Corinthians confuso na derrota por 2 a 1 para o Del Valle, em casa Rodrigo Coca/ Ag Corinthians

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Luxemburgo precisará de tato e apoio para arrumar o Corinthians. O desafio será enorme

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Fluminense esbanja beleza e deixa pequenininho o gigante River Plate

Antero Greco
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Quando termina um lindo espetáculo, os artistas sentem que agradaram ao público e demoram para sair de cena. Eles ficam muito tempo a curtir os aplausos de reconhecimento por sua arte. Pois foi o que fizeram os jogadores do Fluminense, na noite desta terça-feira (2), após a surra sem dó que aplicaram sobre o River Plate.

 O Maracanã lotado foi o palco de uma apresentação fantástica, enlouquecedora, de embasbacar, da turma de Fernando Diniz. Após os 5 a 1, nenhum dos atletas tinha pressa de ir para o vestiário; o desejo era dividir com a plateia o recital memorável. Nem o mais fanático tricolor poderia imaginar que o gigante sul-americano voltaria para Buenos Aires pequenininho e entortado pelo show de bola que levou. 

O que se viu ao vivo, ou pela tevê ou pelo rádio foi verdadeiro: o Flu se impôs como se espera de um time que é a sensação do momento no Brasil e que entrou com velocidade máxima na Libertadores deste ano. Até agora, são três jogos e três vitórias, a mais impressionante esta diante dos argentinos, na qual Cano (três gols) e Arias (dois) dividiram a função de protagonistas e solistas. 

O River resistiu ao primeiro tempo - e olhe lá. Algum espírito de porco pode dizer que o Fluminense deslanchou depois da expulsão de Gonzalez Pirez, quando estava em vantagem por 2 a 1. Claro que, com um a manos, o River sentiu. No entanto, muito antes disso quem mandou no jogo foi a máquina tricolor. 

O Fluminense foi para cima desde o minuto inicial, embora tenha encontrado mais resistência até o intervalo. A insistência foi compensada com o primeiro gol de Cano, aos 28 minutos. Nem o empate, com Beltrán aos 38, abalou a confiança brasileira, que ainda teve a baixa de Keno aos 40, por uma bolada no rosto.

Diniz mexeu na postura do time no intervalo, que voltou reforçado no meio. A farra começou com Cano, ao fazer o L outra vez aos 7 minutos. O Fluminense acelerou a partir dos 22, com o vermelho para Pirez. Cano mandou uma bola na trave; Arias fez o terceiro aos 31, Cano o quarto aos 41 e Arias fechou aos 46. 

Esse jogo é daqueles de antologia, a não ser esquecido pelo torcedor de hoje e para ser contado para as próximas gerações. Vitória do futebol bonita e prático, de um time que diz “Presente!” na corrida por um título que lhe é inédito. 

Fernando Diniz comandou o Fluminense num jornada inesquecível diante do River Plate
Fernando Diniz comandou o Fluminense num jornada inesquecível diante do River Plate MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
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O Botafogo lidera na raça. O Flamengo se enrola de graça

Antero Greco
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Flamengo x Botafogo fizeram um dos jogos mais frenéticos das três primeiras rodadas do Brasileirão de 2023. Maracanã lotado, nervosismo dentro de gol, chances desperdiçadas, expulsões, e no final vitória alvinegra por 3 a 2. O novo líder saltou para 9 pontos e 100% de aproveitamento. A árbitra Edina Alves Batista foi contestada por decisões polêmicas.

O enrosco rubro-negro inicial veio com a ausência de Gérson, vetado pouco antes de a bola rolar oficialmente por dores musculares. Jorge Sampaoli optou por Ayrton Lucas como ala, ao mesmo tempo em que manteve Thiago Maia e Vidal para a marcação, Cebolinha mais na armação, além da dupla Gabigol e Pedro. 

A decisão do treinador não funcionou: o meio-campo do Flamengo não teve estabilidade e os reflexos se estenderam para a defesa, que mais uma vez ficou sobrecarregada. Mesmo assim, com cinco minutos mandou uma bola na trave do gol de Lucas Perri. 

Tiquinho brilha, e Botafogo vence clássico contra o Flamengo no Campeonato Brasileiro; veja os gols          

     


O Botafogo com sua força máxima pressionou, obrigou Santos a aparecer em momentos difíceis, mas só abriu o marcador aos 29 minutos com pênalti no mínimo contestável de Wesley sobre Victor Sá. A cobrança ficou para Tiquinho. 

Com a desvantagem, o Flamengo levou uma chacoalhada e reagiu; no entanto, parou nas finalizações erradas de Gabigol (perdeu umas quatro oportunidades) e nas defesas certeiras de Perri, talvez o melhor em campo. O castigo veio nos descontos (49), com Danilo Barbosa, de cabeça, ao fazer o segundo gol do Botafogo.

Sampaoli corrigiu o vacilo no intervalo, com a entrada de Everton Ribeiro no lugar de Ayrton Lucas. Nas duas primeiras vezes em que o experiente meia tocou, deixou Gabigol frente a frente com Perri, que neutralizou ambas. O Flamengo mais esperto e equilibrado com uma mudança óbvia.

A partida tomou outro rumo por duas besteiras botafoguenses: a primeira com a expulsão de Rafael aos 4 minutos por acúmulo de amarelos. Pouco depois, o técnico Luís Castro perdeu as estribeiras, esbravejou e foi tomar banho. 

O Botafogo balançou, tomou gol de Léo Pereira e suportou uma pressão imensa. Num raro contragolpe, aumentou com Tiquinho aos 25 minutos. E ainda reclamou (com razão) de entrada violenta de Thiago Maia em Di Placido, que rendeu apenas amarelo ao volante. O Flamengo diminuiu aos 40, com Léo Pereira, para tornar o final do duelo ainda mais eletrizante. E Edina acrescentou 11 minutos!

O Botafogo não é impecável, mas se mostra ajustado, entrosado e concentrado. (Rafael, no entanto, merece um puxão de orelhas.) O Flamengo não encontrou ainda o ponto de equilíbrio; mas deve-se dar desconto para Sampaoli, apenas em início de trabalho. O Brasileirão promete ter disputa bacana no alto da tabela, talvez a mais equilibrada dos últimos. Talvez. 

Jogadores do Botafogo comemoram gol
Jogadores do Botafogo comemoram gol Vítor Silva/Botafogo
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O Botafogo lidera na raça. O Flamengo se enrola de graça

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Deu a lógica: vitória do Palmeiras arrumado e descansado sobre um Corinthians à deriva

Antero Greco
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O dérbi paulista tem a tradição de inverter a lógica: perdi a conta das vezes em que o time em crise se recupera diante do grande rival. Não foi assim no clássico da noite deste sábado (29), no Allianz Parque. O Palmeiras, melhor e mais ajustado, bateu um confuso Corinthians por 2 a 1. Com isso, foi a 7 pontos em três rodadas e vai dormir na ponta, ao lado do Fortaleza, que fez 4 a 2 no Fluminense

Não tem jeito: quando Abel Ferreira pode ou decide mandar a campo a força máxima, é muito difícil superar o Palmeiras. Há conjunto, entendimento e coordenação entre os setores - mesmo se a defesa tem falhado acima da média, em comparação há temporadas anteriores. O único titular fora foi Marcos Rocha, que não se recuperou em tempo de contusão. Em compensação, voltara, Veiga e Rony, que no meio da semana fez ligeira aparição diante do Tombense. 

O Palmeiras não deu espaço, não deu chance nem tomou conhecimento das agruras corintianas. Não foi por acaso que, em pouco mais de meia hora, construiu a vantagem que lhe garantiu a segunda vitória no Brasileirão. Primeiro com Murilo, em gol de cabeça aos 15 minutos; depois, com Veiga aos 34. O meia foi um dos melhores em campo, saiu no segundo tempo para ser poupado. Se insistisse, a tropa de Abel iria para o intervalo com diferença maior.

O interino Danilo fez o que pôde, trocou ideias com Fernando Lázaro, tentou mudar o Corinthians para o segundo tempo. Apelou para Maycon, Fagner, Paulinho, Giuliano, como esforço para bloquear as trocas de passes dos palmeirenses. O máximo que conseguiu foi dar menos trabalho para Cássio, que ainda assim fez uma grande defesa e evitou o terceiro gol. 

Weverton, ao contrário, não foi incomodado, e se surpreendeu com o fogo amigo de Piquerez, que marcou contra, aos 31 do segundo tempo, depois de cobrança (errada) de escanteio por Roger Guedes. O final teve certa emoção pelas surpresas que o futebol proporciona. Mas o Corinthians foi frágil para chegar ao empate. 

O óbvio ocorreu no estádio do Palmeiras: o Corinthians precisa, urgentemente, de orientação segura e de paz. Caso contrário, pode ver a vida complicada na Libertadores e no Brasileiro, mesmo com apenas três rodadas disputadas. Já o Palmeiras segue a trilha de continuar a ser protagonista. 

 Veiga voltou, depois de várias partidas de ausência, e marcou o segundo gol contra o Corinthians
Veiga voltou, depois de várias partidas de ausência, e marcou o segundo gol contra o Corinthians Cesar Greco / Palmeiras
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Fortaleza bate o Fluminense. Agradece quem curte o bom futebol

Antero Greco
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O Fluminense é o time badalado no momento. E com razão, pelo futebol que tem mostrado sob o comando de Fernando Diniz. Mas o show no Castelão, no final da tarde deste sábado (29), foi do Fortaleza. Num ritmo intenso, atrevido, com autoridade, a equipe de Juan Pablo Vojvoda fez 4 a 2 - e poderia ter ganhado por diferença maior, se não desperdiçasse oportunidades e se não fosse o goleiro Fábio, que pegou muito. Veja só!

O Fortaleza foi superior desde a primeira assoprada no apito de Raphael Claus. Sem tomar conhecimento do embalo do líder (naquele momento) do Brasileiro apertou, insistiu, criou chances, mas só conseguiu marcar aos 28 minutos, com Thiago Galhardo. Porém, aumentou a diferença aos 34, com Moisés. Já nos descontos, Alan recolocou o Flu no jogo com o gol aos 46 minutos.  

O segundo tempo não teve mudança no panorama. Antes que o Fluminense empolgasse com a possibilidade de empate, eis que o Fortaleza faz o terceiro, com Moisés aos 14. Nova tentativa de reação tricolor veio com John Kennedy aos 23 minutos. Para acabar com a brincadeira, Hércules fechou a conta aos 33. E só não teve mais porque Fábio esteve numa jornada de muito agilidade e atenção. 

O Flu poupou titulares e perdeu, o Fortaleza foi com força máxima, venceu e assumiu a liderança (7 pontos, como o Palmeiras, mas melhor saldo). Quem ganhou mesmo foi o torcedor, aquele que curte futebol independentemente do clube de preferência. 

As duas equipes deram demonstração de que é possível mostrar competência com velocidade, toques bonitos e atrevimento. Que continuem assim. Todos agradecemos.

uan Pablo Vojvoda mantém o Fortaleza com alta competitividade e assim bate o Fluminense
uan Pablo Vojvoda mantém o Fortaleza com alta competitividade e assim bate o Fluminense Caio Rocha/iShoot/Gazeta Press
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Cuca é condenado em novo "julgamento". Desta vez pela torcida do Corinthians

Antero Greco
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 A aventura-relâmpago de Cuca pelo Corinthians durou uma semana. A pressão popular foi tão intensa que ele e a direção não suportaram. Por isso, o técnico jogou a toalha, oficialmente, após a vitória por 2 a 0 sobre o Remo (e 5 a 4 nos pênaltis), na noite desta quarta-feira (26). 

Um dia antes, ele havia decidido sair, depois que parte da Fiel o rejeitou pelo envolvimento em caso de abuso sexual, com mais três antigos companheiros de Grêmio, ocorrido na Suíça, em 1987. Dois anos depois, Cuca e outros dois foram condenados a 15 meses de detenção. Pena jamais comprida. 

O ambiente não era favorável ao treinador que chegou para substituir Fernando Lázaro e recolocar o time no rumo certo. Nestes dias, dedicou mais tempo a explicar sua participação no episódio, sempre com a alegação de que era inocente. Foi submetido a segundo julgamento, desta vez pela torcida do clube, e de novo recebeu como veredicto a condenação. Como livrar-se do passado? Talvez nem Cuca saiba. 

SUOR E VAGA

Houve época em que se dizia que tudo era mais difícil para o Corinthians. A frase virou lugar-comum e perdeu o sentido, a partir do momento em que passou a colecionar títulos em penca. Mas o dito popular voltou a ter sentido, pela fase instável que o time atravessa, dentro e fora de campo. A comprovação veio com a vitória por 2 a 0 sobre o Remo, na bacia das almas, e os 5 a 4 nos pênaltis.

A noite foi de emoções gigantes em Itaquera. O público imaginou um atropelamento  para cima dos paraenses. O aperitivo que iludiu surgiu com menos de dois minutos, no gol de Adson. Parecia que a tarefa seria moleza, pois, em seguida, Roger Guedes mandou a bola no travessão. Festa nas arquibancadas e intensidade no gramado. 

O Corinthians não tirou o pé do acelerador, na tentativa de resolver a questão antes do intervalo. Ou, no mínimo, garantir os dois gols de vantagem (perdeu em Belém por 2 a 0), para empurrar para os pênaltis. Ficou no quase. Com os minutos a correrem no relógio, o Remo se ajeitou, respirou, anulou jogadas alvinegras.

No segundo tempo, o vento virou a favor do Remo. Menos por postura agressiva - continuou a defender-se do jeito que dava. Mais por nervosismo da turma da casa. Os bons passes escassearam, as jogadas não saíam. Cuca recorreu a Matheus Bidu, Maycon, Paulinho, Matheus Araújo, para tornar a equipe mais veloz. 

O duelo ficou dramático, porque o Corinthians forçava, abusava de bolas para o alto e dá-lhe o Remo a defender-se. O sufoco foi aliviado com o gol de Roger aos 48 minutos e transformou-se em euforia nos pênaltis: Cássio pegou a segunda cobrança, o Corinthians não errou nenhuma e vai para as oitavas de final.

A poeira parecia ter baixado um pouco para os lados alvinegros, antes do dérbi com o Palmeiras, na noite de sábado, no Allianz. E agora? Vai saber…


Cuca superou o primeiro grande desafio, no campo, com o Corinthians, mas se demitiu em seguida
Cuca superou o primeiro grande desafio, no campo, com o Corinthians, mas se demitiu em seguida Peter Leone/Ofotografico/Gazeta Press

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Cuca é condenado em novo "julgamento". Desta vez pela torcida do Corinthians

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O Palmeiras avança na Copa do Brasil. Mas adversários avançam para cima da defesa do Palmeiras

Antero Greco
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Deu a lógica no duelo do Palmeiras com o Tombense. O time paulista volta de Uberlândia com a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil, após empate por 1 a 1, mas com a dúvida que o incomoda em 2023: a instabilidade do sistema defensivo. Como tem ocorrido com frequência acima da média das duas últimas temporadas, há brechas na solidez das muralhas verdes. Em poucas palavras: tem levado gols de bobeira, o que antes não acontecia.

Como de bobeira foi o que tomou na noite desta quarta-feira, aos 40 minutos do segundo tempo. Na arriscada saidinha, tão em moda no futebol, Gabriel Menino tocou para Fabinho, na intermediária. O rapaz se enroscou, Alex Sandro aproveitou, deu o bote, roubou e arrancou livre para tocar sem defesa para Weverton. 

Abel Ferreira questiona decisão da arbitragem em gol anulado do Palmeiras: 'Essa é a única câmera que tem?'          

     


Vá lá que não havia risco de surpresa, porque o Palmeiras tinha ganhado por 4 a 2, no Allianz Parque, e restava pouco tempo de jogo. No entanto, ficou exposta a inconstância na hora de se defender. Até agora, a falha não influenciou no destino dele, tanto que conquistou a Supercopa do Brasil (4 a 3 sobre o Flamengo) e o Paulistão (1 a 2 e 4 a 0 no Água Santa). Porém, levou gols nesses jogos, comos nos 3 a 1 para o Bolivar, nos 2 a 2 com o Vasco, e em várias outras ocasiões. 

O empate veio por vacilo na defesa e por imprecisão no ataque. Abel Ferreira optou por misto quente no início, em que deu oportunidade para a tropa jovem. Escalou os titulares Weverton, Marcos Rocha, Murilo e Flaco Lopez. Nas demais posições, recorreu para Jhon Jhon, Vanderlan, Richard Ríos, Fabinho e outros. Seguiu o projeto de rodar o elenco - sábado tem dérbi com o Corinthians

O Palmeiras jogou com tranquilidade, excessiva até. Criou diversas ocasiões, e aproveitou apenas uma, com Breno Lopes aos 12 do primeiro tempo. O mesmo Breno teve chance de marcar; outros igualmente desperdiçaram. No segundo tempo, Luís Guilherme entrou no lugar de Jhon Jhon, marcou, mas viu a alegria ser anulada pelo VAR. Decisão que revoltou Abel. A boa notícia foi o retorno de Rony, recuperado de contusão.

Resumo da conversa: o Palmeiras mantém a vocação para ir para cima dos rivais. Só que estes descobriram que também podem ir para cima do Palmeiras - e, em alguns casos, ter sucesso. Mande a turma abrir o olho, Abel!

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras Cesar Greco/SE Palmeiras
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O Palmeiras avança na Copa do Brasil. Mas adversários avançam para cima da defesa do Palmeiras

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Vasco mostra força contra outro recente campeão brasileiro, desta vez foi o Palmeiras

Antero Greco
Antero Greco
Gabriel Pec comemora gol do Vasco contra o Palmeiras
Gabriel Pec comemora gol do Vasco contra o Palmeiras Daniel RAMALHO/VASCO

Há jogos que dão gosto de acompanhar, até para quem não torce para os times envolvidos. Foi o caso de Vasco 2 x 2 Palmeiras , na tarde deste domingo (23), num Maracanã com 60 mil pessoas. Ritmo forte do início ao fim, com oscilações e qualidades dos dois lados. Os vascaínos repetiram o mérito de não se intimidar com campeões brasileiros recentes: na estreia bateram o Atlético-MG (vencedor de 2021) por 2 a 1 fora de casa e agora seguraram os donos da taça em 2022

Abel Ferreira e Maurício Barbieri assistiram ao clássico à distância, pois cumpriram suspensão por cartão vermelho na largada. Mas viram os respectivos times com ousadia e intensidade de final de campeonato. Abel deixou Marcos Rocha na reserva (entrou Gustavo Garcia) e deu chance para Navarro (Flaco Lopez entrou depois, mas no lugar de Gabriel Menino). O Vasco teve na frente Pedro Raul, sempre ajudado por Gabriel Pec e Alex Teixeira. 

O Palmeiras começou melhor, cadenciou o jogo, mas tomou sustos em seguida, com os gols de Pedro Rau aos 28 minutos e Pec aos 39. Teve tempo de respirar, antes do intervalo, com uma cabeçada de Navarro aos 46, que fez a bola bater no chão, subir e enganar o goleiro Leo Jardim. 

O segundo tempo começou de forma semelhante ao primeiro, com o Palmeiras indo à frente. A diferença foi o “encolhimento” do Vasco, que tentou muito cedo garantir a vitória, na tentativa de repetir o que havia acontecido em BH uma semana atrás. Se deu mal, porque tomou o empate aos 17, com Artur, num momento em que os palmeirenses eram melhores, sobretudo após a entrada de Endrick (Navarro saiu). Quando o Vasco decidiu ousar, equilibrou de novo e fez com que o jogo se tornasse acelerado e de bom nível. 

O destaque foi o esboço de time competitivo em que aos poucos se transforma o Vasco; tem potencial para render ainda mais. E o Palestra apresentou o óbvio: é forte para reagir e começa a dar espaço para a excelente geração de pratas de casa, com Jhon Jhon, Fabinho, Endrick, Luís Guilherme, Gustavo Garcia - sem contar Gabriel Menino, que veio da base e já é profissional há várias temporadas, e Artur, que saiu tempos atrás e voltou.


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O Palmeiras pode iniciar o projeto 'estátua para Gustavo Gomez'

Antero Greco
Antero Greco

O Palmeiras foi um dos clubes pioneiros em eternizar ídolos com estátuas. Nos jardins do clube bustos reverenciam atletas marcantes na história alviverde. Se fosse a diretoria atual, começaria a pensar num projeto para colocar Gustavo Gomez na seleta galeria. Porque o capitão tem larga folha de serviços prestados para a casa alviverde. Os mais recentes apareceram na noite desta quinta-feira (21), na virada por 2 a 1 sobre o Cerro Porteño, na segunda rodada da Libertadores.

O zagueiro teve participação direta nos gols da equipe, ambos na etapa final: garantiu o empate, ao pegar rebote, depois de cobrança de falta de Dudu aos 18 minutos, e serviu Navarro, após cruzamento, aos 30. Sem contar um monte de bolas que tirou em jogadas do time paraguaio. Está bem, para não dizer que só elogio, no gol do Cerro, aos 5 do primeiro tempo, tomou uma invertida daquelas. Mas ele pode, tem crédito de sobra com a torcida. É um gigante palmeirense.

Gustavo Gómez brilha, Palmeiras vira contra o Cerro Porteño no Morumbi e vence a primeira na Libertadores 2023

          

     


A vitória veio, depois do tropeço na estreia, mas trouxe sustos e apreensão para os mais de 40 mil torcedores que estiveram no Morumbi, em noite de queda de temperatura. O Palmeiras de novo jogou no campo do rival porque o Allianz Parque está reservado para shows de rock. O campo na Pompeia estará aberto para os são-paulinos assim que precisarem. Interessante política de boa vizinhança. 

Abel Ferreira mexeu na equipe e começou com Luan na zaga, no lugar de Murilo, Jhon Jhon no meio-campo, Arthur outra vez pela direita, Flaco Lopez mantido como referência no ataque. Dudu jogou mais à esquerda e Endrick ficou no banco (entrou no segundo tempo). 

E o time não encaixou na primeira etapa. Ao contrário, mostrou raro comportamento de abalo, ao sofrer o gol, e não soube como passar pelo bloqueio paraguaio. Praticamente não criou oportunidade importante para o empate - e ainda deu espaço para levar o segundo. Talvez uma das apresentações mais fracas em 23.

No segundo, Abel colocou Richard Ríos na vaga de Gabriel Menino, e com isso o meio ganhou mais agilidade. O Palmeiras tornou-se mais insistente no ataque, fechou brechas para o Cerro e empatou com Gomez. Depois, manteve a empolgação e o abafa, até chegar à virada com Navarro, que havia entrado minutos antes no lugar de Flaco Lopez. Junto com ele também Endrick saiu do banco, para onde foi Jhon Jhon. Embora com dificuldade, os palmeirenses quase fizeram o terceiro. 

A vitória era imprescindível. Se ficasse com duas derrotas, praticamente seria obrigado a ganhar os quatro jogos restantes. Agora o grupo ficou embolado e o Palmeiras volta a depender só de seu esforço para seguir adiante. Mas que deu calafrios, isso deu…

Gustavo Gómez celebra gol do Palmeiras
Gustavo Gómez celebra gol do Palmeiras Getty Images
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Corinthians, Flamengo e São Paulo: três gigantes com reações amadoras

Antero Greco
Antero Greco

Alguém contesta o tamanho e a importância de Corinthians, Flamengo e São Paulo? Só os que torcem contra, claro. O trio forma linha de frente, no que se refere a torcidas e títulos, nacionais e internacionais. Falta o Palmeiras para completar um quarteto que dá o que falar. Mas este último não entra na conversa do momento - para alegria de quem o admira e porque vão na contramão dos demais.

Enquanto um encontrou estabilidade no trabalho já longevo de treinador (Abel Ferreira), os outros três agem como amadores. Não por coincidência em uma semana decidiram trocar de comando técnico. Corintianos e rubro-negros não confiaram nos escolhidos na virada de ano; tricolores mantiveram um profissional que havia muito enfrentava resistência interna e se sustentava pelo histórico como jogador e por ter levado o time para duas finais e uma semifinal em 2022. 

Cuca é do Corinthians! Veja os números da última passagem do técnico pelo Atlético-MG

          

     


Começo pelo caso mais recente, o do Corinthians, que nesta quinta-feira (20) formalizou o que já se desenhava havia alguns dias e ficou evidente depois da derrota para o Argentinos Juniors, na quarta-feira. Logo após a partida, na Neo Química Arena, a queda se tornou incontornável, pelas declarações feitas por Alessandro, o gerente de futebol. Em entrevista coletiva, deu todas as pistas de que a experiência com Fernando Lázaro não se sustentava mais. 

O jovem treinador, cria da casa, se mostrou inseguro desde que recebeu o convite, pouco antes da disputa do Mundial do Qatar (estava no grupo de auxiliares de Tite). Embora conheça futebol e seja pessoa de fino trato, não tem ainda estofo, casca grossa, para suportar o peso de comandar time da envergadura do Corinthians. Ao mesmo tempo em que é vitrine, o cargo também cobra e desgasta. 

Foi o que ocorreu desde os primeiros jogos da atual temporada. Lázaro não teve como dar padrão para a equipe, notou na prática como o elenco bom, porém envelhecido, dificulta a vida do “professor”. Cai com o calendário em andamento e a direção alvinegra comete erro semelhante ao de 22, quando demorou para tirar Sylvinho e perdeu meses de trabalho. 

Lázaro volta a ter funções subalternas no Parque São Jorge. Não estou aqui para aconselhar a vida de ninguém. Mas, se fosse ele, pegava o boné e tentava a sorte em outro lugar. Cuca chega para substituí-lo, respaldado por experiência, por títulos importantes. Em contrapartida, traz também a interrogação que o acompanha: nem sempre consegue impor-se, como demonstram os retornos para Palmeiras e Atlético-MG imediatamente a passagens vitoriosas nesses clubes. 

Dorival também terá bucha de canhão pela frente, no São Paulo, mas essa é escolha que fez na carreira. Há tempos digo que ele se especializou em apagar incêndios, o que faz com eficiência Como retribuição em diversas ocasiões é dispensado a seguir. O exemplo no Flamengo se revela o mais desvastador. E a direção tricolor passa incólume em nova demonstração de falta de rumo. 

Sampaoli estreou bem no Flamengo, tem perspectiva de sucesso, recebe elenco de boa qualidade, porém com competições em andamento. O Flamengo apostou, anteriormente, em um estrangeiro que teve brilhareco no Corinthians, mas não se manteve convicta na escolha nem resistiu à pressão popular. Por isso, abriu mão de Vítor Pereira e vai arcar com uma multa de megasena. 

Três derrapadas de três potências no futebol. Enquanto isso, o Palmeiras fica ali, de beleza, com seu português temperamental, explosivo e eficiente.

Cuca volta à cena, agora com o desafio de arrumar a casa do Corinthians
Cuca volta à cena, agora com o desafio de arrumar a casa do Corinthians Pedro Souza / Atlético
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O Corinthians precisa de sacudida. Ou não passa da primeira fase da Taça Libertadores

Antero Greco
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O Corinthians voltou para a Libertadores com mérito, depois de campanha aceitável no Brasileiro de 2022. Mas, se não despertar logo, o sonho do bi da América pode morrer ainda na fase de grupos. O mau exemplo veio na noite desta quarta-feira (19), com a derrota para o Argentinos Juniors por 1 a 0, em Itaquera.  

Errou feio quem imaginava que a equipe argentina seria presa fácil. Ao contrário, mostrou-se bem ajustada, não apelou para violência, teve bom toque de bola e dominou parte importante do jogo. Para melhorar, abriu o placar, no gol de Cabrera, aos 12 minutos do primeiro tempo, e soube segurar a vantagem até o final. Antes, aos 6 minutos, havia mandado uma bola no travessão corintiano.

O gol abalou o Corinthians, modificado por Fernando Lázaro, ao optar por Matheus Araújo no meio, ao lado de Cantillo, Fausto Vera e Giuliano. A contusão de Fagner foi outro golpe para o esquema do treinador. Na primeira parte, houve tentativa de reação, sem resultado prático. O goleiro Lanzilotta quase não foi incomodado. 

Lázaro mexeu no segundo tempo, com a entrada de Roni, Paulinho, Romero, sem que o panorama se alterasse. O Corinthians deixou o Argentinos menos à vontade, pressionou, abusou de lances longos e bolas na área, que serviram para fazer a festa dos zagueiros adversários. Arriscou finalizações, algumas passaram perto do gol, e tiraram no máximo o “Uhhhh!” da torcida. Não além disso.

Criatividade, controle, autoconfiança ficaram em nível baixo. O Corinthians esboçou imagem de mandante, mas se comportou como visitante inferiorizado diante do rival, que nem é fora de série, mas no momento comanda o grupo, com 6 pontos. Já há pressão pela classificação e, ao que tudo indica, a briga será com o Independiente del Valle. O Corinthians precisa abrir o olho - e já!

 

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O mundo gira, e um dia Rogério Ceni voltará a dirigir o time do São Paulo. Espero que demore

Antero Greco
Antero Greco


No futebol - como na vida - só se diz "nunca mais" com a morte. Essa é definitiva e encerra qualquer reviravolta, em qualquer circunstância. Quer dizer, se não inventarem o elixir da vida eterna...

Depois desta introdução de filosofia de botequim, quero dizer que não descarto a possibilidade de Rogério Ceni voltar para uma terceira aventura como treinador do São Paulo. Ir e vir é tão comum na carreira de técnico que nada chega a surpreender. Portanto, imagino que no futuro as portas do Morumbi poderão reabrir-se para um dos grandes ídolos tricolores - como jogador. 

No entanto, torço para que demore a reconciliação. Explico por quê.

Tão logo pendurou chuteiras e luvas, em 2015, depois de duas décadas de casa, Rogério anunciou que iniciaria a trajetória como técnico - e comandar o São Paulo era a obsessão. Foi astro sob as traves, além de artilheiro, e nada mais natural do que manter a fama, embora por outra trilha. Teve o desejo realizado, em 2016, para alegria dele e esperança geral da nação são-paulino já carente de conquistas.

Na época, comentei que era cartada arriscada, pois lhe faltava estofo para dirigir uma equipe com o peso do São Paulo. Ponderei que seria mais prudente ganhar "calo" em clubes menores, rodar um pouco na função, até se apresentar como apto a tomar o time do coração nas mãos. Rogério começou pelo alto e caiu logo.

Decidiu, então, rodar, e ressurgiu com trabalho relevante no Fortaleza. Atraiu a atenção do Cruzeiro, e entrou em barca furadíssima. Voltou para o Fortaleza, até atender ao aceno doFlamengo. Foi campeão e demitido, passou um período de molho até aceitar novo aceno do São Paulo. Também na ocasião achei que poderia dar-se mal. Considerar-se à vontade no Morumbi seria trunfo e entrave.


         
     

Dito e feito. Com a autoridade que supunha ter como ídolo (como jogador, insisto), teve avanços e atritos com setores da administração. Como resultados apareceram no campo, em 22 (finalista do Paulistão e da CONMEBOL Sul-Americana, semifinalista da Copa do Brasil), foi mantido para 23. Mas sem unanimidade e com ruídos com jogadores. Foi sendo cozido em fogo nem sempre brando, até a queda. Num clube que hoje é pálida sombra do passado, quando era sinônimo de eficiência dentro e fora de campo. 

Rogério Ceni deve colocar na cabeça, em definitivo, que a história dele com o uniforme tricolor, não. Porém, precisa tomar cuidado para não manchá-la - e deve optar para a figura de treinador de "qualquer equipe" e não vincular a imagem ao São Paulo. Algo que, muito tempo atrás, Emerson Leão fez muito bem. Foi incensado como goleiro do Palmeiras, mas, ao abraçar a carreira de técnico, avisou que não queria ver sua figura vinculada ao clube. Fez bem.

Que Rogério ande muito, ganhe títulos por aí. Para um dia, lá na frente, retornar ao São Paulo, como técnico consagrado. E levar o time a grandes conquistas. Por ora, só teve arranhão. 

Rogerio Ceni vê interrompida segunda passagem como técnico do São Paulo
Rogerio Ceni vê interrompida segunda passagem como técnico do São Paulo Adriana Spaca/Getty Images
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O São Paulo ainda vai mandar muita gente para analista e cardiologista

Antero Greco
Antero Greco

Uma pauta interessante para a turma que cobre o dia a dia da Ciência é a de fazer uma pesquisa a respeito de consumo de calmantes e produtos para o coração por aqui. E ver que tem recorrido aos remédios. Sei não, bem provável que se chegue à constatação de que os principais usuários sejam torcedores do São Paulo. Porque, no ritmo em que o time acumula resultados inusitados, não está fora de cogitação imaginar que seu público passe por maus bocados.

Porque o são-paulino sofreu na noite desta terça-feira (18), na partida contra o Puerto Cabello, pela segunda rodada da fase de grupos da CONMEBOL Sul-Americana. Só pôde respirar aliviado nos minutos finais, quando saíram os dois gols - de Marcos Paulo aos 40 e de Michel Araujo aos 42. Antes disso, penou com o empate e com o risco de ocorrer zebra monumental. Enfim, foi o São Paulo dos últimos tempos. 

Rogério Ceni em São Paulo x Puerto Cabello pela CONMEBOL Sul-Americana
Rogério Ceni em São Paulo x Puerto Cabello pela CONMEBOL Sul-Americana Marcello Zambrana/AGIF/Gazeta Press

Ceni optou por escalação mista, já de olho na necessidade de reagir no Brasileiro (estreou com derrota para o Botafogo e sábado recebe o América-MG) e na Copa do Brasil (empatou com o Ituano em casa e na semana que vem vai a Itu). Ou seja, sente a pressão na Série A, pois há desconfiança em torno de sua trajetória, e vê com temor a possibilidade de cair fora de uma competição que jamais venceu. 

O mistão tricolor teve dificuldade diante do combativo, embora limitado, adversário venezuelano. No primeiro tempo, teve superioridade na posse de bola, o que não significou grande coisa, porque situações de perigo foram raras. No segundo, Ceni fez algumas mexidas, a principal delas a entrada de Calleri. O artilheiro participou de jogadas que obrigaram Romero a defesas complicadas e ainda participou do gol de Marcos Paulo, que entrou só aos 37 minutos. Beraldo também mandou uma bola no travessão. O segundo gol pegou a defesa venezuelana desprevenida. 

O resultado mantém o São Paulo com aproveitamento integral, em duas rodadas, e talvez sirva para suavizar o ambiente no Morumbi, que não anda favorável para Ceni. Os dois próximos desafios, em campeonatos diferentes, servirão de termômetro. Que a temperatura caia e que os torcedores não lotem pronto-socorros cardíacos nem precisem procurar analista. Pois o Mais Querido anda mexendo com o equilíbrio dos fãs.

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San Gennaro não faz milagre. E o Milan acaba com o sonho do Napoli na Champions League

Antero Greco
Antero Greco


Há séculos os napolitanos recorrem a San Gennaro quando se encontram em dificuldade. O padroeiro da cidade é a referência nessas horas - e com frequência atende aos pedidos dos fiéis. Agora, nem o santo ajudou no sonho de o Napoli prosseguir na corrida por título europeu inédito. Pela segunda vez em uma semana, a equipe de Luciano Spalletti tropeçou no Milan - 1 a 1 - e parou nas quartas de final da Uefa Champions League. Os milaneses, com 7 conquistas, seguem na disputa. 

O roteiro do clássico foi semelhante àquele de dias atrás, no San Siro: o Napoli foi pra cima, sufocou, teve posse de bola, arriscou, encurralou o adversário no próprio campo. Sem balançar as redes, para ficar numa expressão jamais usada em futebol. Daí, num vacilo, eis que o Milan se apresenta, faz o gol e resolve a parada.

Quem esteve no estádio Diego Maradona viu filme velho, com desfecho trágico para a turma local. O Milan conseguiu passar do meio campo só por volta dos 15 minutos, depois de ceder um montão de escanteios. 

 Giroud comemora gol do Milan contra o Napoli na Champions
Giroud comemora gol do Milan contra o Napoli na Champions isabella Bonotto/Anadolu Agency via Gett

Na terceira oportunidade, aos 21, teve pênalti, que Giroud mandou nas mãos de Meret. Para complicar a vida do Napoli, com meia hora saíram Politano e Mario Rui, contundidos.

Como desgraça pouca é bobagem, Giroud se redimiu e fez 1 a 0 para o Milan, numa jogada sensacional iniciada por Rafael Leão. A tonelada de responsabilidade sobre a turma napolitana pesou, no segundo tempo. Foi um tal de tentar furar o paredão formado por Calabria, Kjaer, Tomori, Teo Hernandez, Tonali - sem chance. 

Até que aos 35 minutos veio um pênalti que poderia mudar o rumo da história. Kvaratskhelia se apresentou, com a confiança de quem havia cobrado cinco pênaltis, com zero erro. Correu, bateu e… Magnan fez uma defesa de cinema. Abraçado pelos companheiros e aplaudido pelo técnico Stefano Pioli. Era a decisão do duelo entre Norte e Sul da Itália no plano europeu. Ao Napoli restará como consolo o título italiano.

Acabou ali a esperança do Napoli. O gol de Osimehn aos 48 serviu só para evitar a derrota, mas não a desclassificação. Desconfio que San Gennaro não terá muitas velinhas de louvor nos próximos dias…







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Botafogo larga bem, enquanto começa o calvário do São Paulo no Brasileiro

Antero Greco
Antero Greco

Custou para vir o gol da vitória - só aos 41 minutos do segundo tempo. Mas o Botafogo se saiu muito bem no primeiro desafio no Brasileiro de 2023, com os 2 a 1 sobre o São Paulo, no início da noite deste sábado (15), no Nilton Santos. E, para temor do torcedor tricolor, pode ter começado o calvário para a rapaziada de Rogério Ceni. É para ficar, desde já, com a pulga atrás das duas orelhas.

Botafogo marca no fim e vence o São Paulo na estreia do Campeonato Brasileiro; veja os gols

          

     


O Botafogo foi à luta também com cobranças - e apoio - de seus fãs. A expectativa é a de que ao menos neste ano não haja desmonte e que o patrono John Textor decida-se a fazer investimentos produtivos. O técnico Luís Castro também anda na mira de críticas, embora o americano dono da grana o confirme no cargo. 

No início o Botafogo mostrou que não estava para brincadeira; foi para cima do adversário assustado, que não viu a bola nos 11 primeiros minutos e ainda tomou gol, marcado por Tiquinho Soares aos 3. O tira-gosto alvinegro foi estragado pelo empate, com Calleri, aos 12, na primeira vez em que os são-paulinos conseguiram passar do meio do campo. Deu calafrio em quem estava nas arquibancadas. 

Depois disso, um quadro recorrente foi o Botafogo a tocar a bola, a ir para o ataque, mas com dificuldade para finalizar. O São Paulo repetiu erros manjados, o principal deles a pontaria vesga: eita time para custar a acertar ao alvo! Os treinadores fizeram aquele monte de mudanças agora permitidas, sem que conseguissem ajustar suas respectivas equipes. O jogo amornou no segundo tempo.

O empate parecia o destino final entre rivais que buscam afirmação. Até que Victor Cuesta fez jogada pela esquerda, depois de rebote na área, e cruzou. Eduardo subiu mais do que a zaga, testou, mandou para as redes e faz o São Paulo voltar para casa com dor de cabeça. A primeira de uma série? Vai saber, porque faz tempo que um gigante do futebol se transformou num grande ponto de interrogação.

Tiquinho Soares, ao centro, comemora gol do Botafogo
Tiquinho Soares, ao centro, comemora gol do Botafogo Vítor Silva/Botafogo
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O Palmeiras mantém rotina de vitórias. Mas o placar poderia ter sido mais folgado contra o Cuiabá

Antero Greco
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Endrick comemora após marcar para o Palmeiras sobre o Cuiabá
Endrick comemora após marcar para o Palmeiras sobre o Cuiabá Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

O Palmeiras iniciou a defesa do título brasileiro como manda o figurino: com vitória. Os 2 a 1 sobre o Cuiabá, na tarde deste sábado (15), confirmaram a superioridade da turma de Abel Ferreira, mas o resultado poderia ter sido mais sossegado. Se não houvesse oscilação, a torcida que foi ao Allianz teria visto um placar bem folgado. 

A proposta de Abel foi interessante: deixou Menino e Zé Rafael como sempre na vigilância no meio do campo, colocou Arthur do lado direito, Dudu do esquerdo, com Flaco Lopez e Endrick adiantados. Uma formação ofensiva, que se mostrou eficiente com menos de cinco minutos, o tempo que precisou para Endrick fazer o primeiro gol da Série A de 2023. O VAR analisou o lance e não viu impedimento, apesar das reclamações dos jogadores do time mato-grossense. 

Era ensaio de tarefa sem sustos. Só que daí ocorreu uma inversão. O Palmeiras tirou logo o pé do acelerador, tratou de poupar forças - de olho na Libertadores, talvez - e esperou o Cuiabá abrir-se. Até teve algumas possibilidades de estocadas decisiva, porém ficou só no ensaio. Levou o jogo em banho-maria e tomou o troco aos 52 minutos, no empate de Raniele. Pouco antes, Abel Ferreira havia sido expulso, o que surpreendeu zero pessoa.

No segundo tempo, o Palmeiras tratou de repetir o início do jogo, com velocidade e pressão - e sem gás suficiente para desbancar o Cuiabá. A virada de tendência começou aos 11 minutos, com a expulsão de Filipe Augusto (acúmulo de amarelos), e com o gol de Flaco Lopez aos 20, o quarto em seguida que ele faz. O rapaz aos poucos ganha espaço na equipe, sem fazer alarde.

O Palestra retomou o ritmo mais cadenciado, as substituições vieram e a turma nova (Fabinho, Luís Guilherme) ganhou nova oportunidade, além de Richard Ríos, Breno Lopes e Navarro. O Cuiabá só voltou a dar calafrios aos 45, numa cabeçada de Matheus Alexandre, à queima-roupa e que Weverton neutralizou. 

O Palmeiras cumpriu a parte que lhe cabia, Abel exagerou nas reclamações, porém teve o mérito de continuar com a rodagem do elenco, para dar cancha (o termo moderno é minutagem) para a nova geração e para reservas. Com isso, deixa todo mundo motivado e nos cascos para os desafios importantes, como Libertadores, a Copa do Brasil e o Brasileiro, do qual é o maior vencedor (11 títulos). Provou que está pronto para ser protagonista mais uma vez. 


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Abel Ferreira lembra figuras importantes no Palmeiras, como Felipão, Telê e Brandão

Antero Greco
Antero Greco


Abel Ferreira é um fenômeno. O português conseguiu a proeza de entrar para a galeria de grandes treinadores do Palmeiras em dois anos e meio de casa. Nesse período, conquistou 8 taças e teve identificação estreita com a torcida, proeza alcançada por poucos dos que o precederam no cargo em mais de cem anos. Não é exagero considerá-lo, hoje, tão ídolo quanto Weverton, Gomez, Veiga, Dudu. 

A idade me permitiu acompanhar a passagem de diversos técnicos marcantes pelo Palestra, ao menos desde os anos 60. Vi Silvio Pirillo, Filpo Nuñes, Rubens Minelli, Mário Travaglini, Osvaldo Brandão na construção e consolidação das duas primeiras Academias. Telê Santana transformou um grupo razoável em equipe empolgante, no fim dos 70. Vanderlei Luxemburgo foi importante na versão número três, no período da Parmalat. Felipão deu a alegria de CONMEBOL Libertadores inédita em 1999.

Abel parece a síntese de Brandão, Telê e Felipão, nas qualidades e, até, nos defeitos - diria que a ranhetice é a mais marcante. Os três mestres cultivaram o sentimento de “família” ao administrarem grupos de jogadores de temperamentos e qualidade técnica diferentes. A união, para eles, era um dos princípios básicos para o sucesso coletivo. Cansei de vê-los agirem como gestores, pais, amigos. Os conselhos nem sempre agradaram aos atletas, mas poucos deixaram de reconhecer, mais adiante, que os orientadores estavam certos.

Pois não é que Abel usa termos semelhantes? Na entrevista após a vitória por 4 a 2 sobre o Tombense, na quarta-feira, ele admitiu que, no dia a dia, assume diversas responsabilidades que extrapolam aquela de apenas cuidar da estratégia em campo. Falou literalmente em “família” no Palmeiras. E foi além, tocou num tema que não despertou muito a atenção. “Quando jogadores que estiverem no nosso plantel não derem aquilo que eu acho e entendo que seja suficiente para estar no Palmeiras, eles têm de ir embora. Aqui não existe nenhum. Se existir, é para trocar.”

Abel deu mostras, na prática, de que leva a sério tal princípio. Lembrei quando mandava alertas a respeito de comprometimento. Sem citar nomes, dava mostras na escalação. Gabriel Menino, por exemplo, teve explosão rápida, foi chamado por Tite para a seleção e depois apresentou queda acentuada. Houve momentos em que ficou esquecido no clube e quase foi embora. Aprendeu a lição, esperou a vez e agora é titular e artilheiro do time. Recuperou a confiança do “mister”.

Outros, pelo visto, não absorveram as dicas, perderam o timing e já não fazem parte do elenco vitorioso. Os casos mais evidentes são os de Patrick de Paula, Veron e Wesley. Os três despontaram com enorme potencial, mas vacilaram e saíram. Abel é transparente, direto; percebe-se que os jogadores confiam em seus métodos e caráter. Eis outros componentes para justificar a idolatria dos torcedores palestrinos - e sei o quanto são exigentes e corneteiros. 

O dia em que trocar de clube - e uma hora isso ocorrerá -, deixará saudades, será reverenciado e reconhecido como um ícone. Com justiça, Mas, até lá, os alviverdes esperam que o currículo dele seja enriquecido com muitas conquistas e a galeria de troféus fique mais abarrotada do que já é. 

Abel Ferreira acumula troféus e admiração pública em dois anos e meio de Palmeiras
Abel Ferreira acumula troféus e admiração pública em dois anos e meio de Palmeiras Cesar Greco/Palmeiras
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Abel Ferreira lembra figuras importantes no Palmeiras, como Felipão, Telê e Brandão

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