O Flamengo e a obsessão por ter outro técnico português
A direção do Flamengo botou na cabeça que precisa de um técnico português e, pelo visto, não abre mão. A missão enviada para Lisboa parece ter a obrigação de voltar para o Rio, antes do Natal, com o novo “mister” definido e contratado. Se possível para trabalhar logo após os champanhes e promessas de Ano Novo.
Entendo que a passagem de Jorge Jesus pela Gávez foi tão marcante, tão especial, que agora por lá se vê como solução apenas a chegada de outro patrício. Para reforçar essa sensação há o sucesso de Abel Ferreira no Palmeiras. Evidências mais do que suficientes para justificar o olhar atento para os lusitanos. Jesus foi magnífico; no entanto, o clube não pode ficar refém de um improvável (por ora) retorno dele ao Brasil. Melhor deixar pra lá e tocar o barco em outra direção.
No caso do Flamengo, há a agravante de que foram feitas três tentativas frustradas, após a saída de Jesus. A primeira com o catalão Domenec Torrent, que não chegou a cumprir “o período de experiência” de 90 dias. Depois, vieram Rogério Ceni e Renato Gaúcho, sem contarem com apoio expressivo da torcida e da cartolagem.
Os rubro-negros, portanto, não podem dar-se o luxo de errar na escolha. Escrevi dias atrás que não é necessária pressa na definição, mas convicção e clareza do que se pretende com quem assumir elenco caro e de primeira. Não dá para apostar em experiências no escuro, para ver no que pode resultar. Existe a possibilidade de sucesso, ao mesmo tempo em que há risco de novas decepções.
Mas, por informações publicadas por aqui e na Europa, os enviados do Flamengo encontram dificuldades e começam a ampliar o leque de tentativas. A primeira, óbvia, seria com JJ. Queriam até encontrar-se com ele. O técnico foi cauteloso ao afirmar que não tem como conversar com os antigos patrões, porque iria desgastar-se com o Benfica. Nisso ele está certíssimo.
Daí vieram à tona diversos nomes - de Carlos Carvalhal a Paulo Sousa, de Rui Vitória a Rui Faria, conforme publicado pelo colega Júlio Gomes, em blog no UOL. Profissionais com trajetórias e perfis diferentes; a uni-los só a nacionalidade.
Espero que as tentativas e sondagens não se limitem à origem do técnico a ser contratado, tampouco ao idioma. Claro que a língua ajuda, mas não é tudo. Já que o Flamengo está aberto para estrangeiros, que tenha como ponto principal uma ideia de trabalho a ser desenvolvido, o que espera de um “professor” para médio e longo prazos. Isso é imprescindível para apostar num projeto. Daí pode ser português, espanhol, alemão, italiano, chinês, americano...
Caso contrário, passado um período de expectativa pode chegar à conclusão de que errou. Daí vêm mudanças e a sensação de perda de tempo. E o Flamengo desperdiçou energia e tempo demais no último ano e meio.
O Flamengo e a obsessão por ter outro técnico português
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