Leila Pereira em um mês já sente o poder das cornetas no Palmeiras
Parte da torcida do Palmeiras está ouriçada, indignada e furibunda. O motivo? Uma tuitada da presidente Leila Pereira, em que sugere que o clube ia mal das pernas em 2014 e que, a partir de 2015, deu arrancada para grandes conquistas. Não por coincidência, na época em que a empresa de sua propriedade se tornou patrocinadora do clube que agora dirige.
Muita gente não gostou do tom ufanista da mensagem e do autoelogio. Reação compreensível. Sobretudo por um fato óbvio e incontestável: o Palmeiras tem 107 anos de existência e fez fama, glória e fortuna por suas pernas, durante décadas e décadas. O Palestra é anterior, por exemplo, à Parmalat, outra parceira importante, que nos anos 90 lhe devolveu protagonismo imenso.
Com isso, não se nega que a presença da Crefisa foi um dos aspectos que contribuíram para o momento de alta palestrina nos últimos anos. No entanto, não se deve esquecer que a parceria surgiu graças ao extraordinário trabalho de recuperação das finanças e da imagem executado na gestão de Paulo Nobre, entre janeiro de 2013 e dezembro de 16.
O ex-presidente pegou uma instituição em estágio pré-falimentar, colocou dinheiro do próprio bolso, recuperou e profissionalizou todos os setores, administrou com firmeza. Como consequência, pôs o clube nos trilhos e o entregou para o sucessor, Maurício Galiotte, pronto para decolar e ser protagonista no Brasil e na América. Nobre já tem lugar como um dos personagens importantes na história palestrina.
A patrocinadora e a própria Leila se beneficiaram com a exposição - e o sucesso - no Palmeiras. Tanto que ela teve o privilégio de ser a primeira mulher eleita para comandar uma associação centenária. Dá para entender a empolgação pessoal que vive, no momento. Quem não ficará orgulhoso de ser presidente do Palmeiras? Importante, porém, separar sempre a função de cartola com a de empresária.
Euforia à parte, com um mês no cargo Leila já teve o primeiro contato com a cornetagem, característica intrínseca da torcida palmeirense. Pouco depois de assumir a presidência, prometeu marcar época e deu a entender que haveria surpresa logo no início dos trabalhos. Os fãs imaginaram, de cara, ao menos a chegada de algum craque. Como não veio, ainda, as cobranças aparecem.
O cavalo de batalha é o tal “camisa 9”, pedido de Abel Ferreira e que se tornou obsessão da torcida - ou de parcela dela. Há temor de que a ausência de um especialista dificulte a caminhada do Palmeiras no Mundial, no mês que vem. Já escrevi aqui, e repito: a não ser que chegasse um Cristiano Ronaldo, um Messi, um Lukaku, um Benzema ou alguém desse nível, qualquer um precisará de tempo para adaptar-se, integrar-se, entrosar-se. Não há tempo útil até o torneio de Abu Dhabi.
A torcida precisa cobrar reforços, mas que justifiquem o termo, não para o Mundial, mas para os desafios importantes da temporada e dos próximos anos. E não deve esquecer que o elenco é forte, vencedor, eficiente. De novo, brigará por troféus. Concorrentes históricos contratam mais porque estão defasados. Calma, portanto.
Leila Pereira (com quem nunca conversei nem conheço pessoalmente) acabou de assumir a presidência. Não creio que queira entrar para a história como um fiasco. Por que não dar-lhe, então, um crédito de confiança? Sem grandes expectativas nem pés atrás, será mais fácil julgar com equilíbrio o trabalho e o desafio no Palmeiras. E saiba que sua torcida, apaixonada, que canta, vibra e... critica. E como!
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