Torcedor do Palmeiras, não se iluda com essas conversas de rankings
Leio nos portais e nas redes sociais o maior fuzuê por causa de um dos tantos rankings que existem pelo mundo. Desta vez, o motivo para o barulho é a divulgação da classificação anual da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol. Nome pomposo, não? Passa a impressão de que é órgão que dá a última palavra sobre a qualidade do esporte e dos times pelo planeta.
Pois bem, a IFFHS, como é reconhecida por sua sigla em inglês, apontou o Palmeiras como o “melhor do mundo” em 2021. Para ressaltar a distinção, no site oficial diz que pela primeira vez na história um clube brasileiro ocupa tal posição. O querido bi (tri) campeão da Libertadores vem à frente de gigantes como Manchester City (em 3.º), Chelsea (4.º), Bayern (7.º). Real Madrid (8.º), para ficar só nos dez primeiros. Ah, e temos o Galo em segundo, o Flamengo em 4.º também e o Athletico Parananese na 10.ª colocação.
A turma responsável pela lista tem lá seus critérios. Oferece determinada pontuação para vítórias, empates e derrotas para cada uma das competições de que os times participam. Empresta pelo semelhante, por exemplo, à Libertadores e à Champions, coloca no balaio um bocado de outras taças internacionais (as Supercopas disto e daquilo). Além, claro, de agrupar em níveis os muitos campeonatos e copas nacionais. Uma tentativa, enfim, de ter um padrão para chegar às suas conclusões.
Por esses critérios, o Dinamo Zagreb fechou o ano em 6.º lugar, com 282 pontos da IFFHS. Quer dizer, teve 40 pontos a menos do que o líder palestrino. Quais as façanhas do Dinamo para tremenda distinção? Teve a tríplice coroa em seu país, com campeonato, copa e Supercopa. Comandou em seu território, e por isso entrou para o Top 10 de tal instituição. Deve estar a maior festa na Croácia.
Daí pergunto para vocês: o que é o Dinamo na fila do pão do futebol mundial no momento? Um coadjuvante, um participante secundário, quando se trata de desafios maiores em seu continente. Para ter uma ideia, o maior feito em plano europeu foi uma Taça Cidade das Feiras de 1967, um embrião da extinta Copa Uefa. Era torneio bem meia boca.
Longe de mim ter postura elitista - e quem me conhece sabe como faço restrições até às maravilhas que muitos enxergam no futebol europeu. Ou seja, também não sofro, graças a Deus, de complexo de vira-latas. Quero dizer que respeito todos os times e nunca jogarei chope em suas conquistas.
Porém, me dou o direito de tomar como uma simples curiosidade certos rankings e não levá-los como parâmetros para medir a força, o significado, o potencial de uma equipe em determinada temporada. Da mesma forma, não me comove o ranking de seleções da Fifa - e esse é oficial.
Quero com isto dizer, amigos palmeirenses, e também rubro-negros, atleticanos e fãs do Furacão, para não embarcarem com toda ilusão nessa onda “de melhor do mundo”. Tomem o ranking com um indicador de que suas equipes por méritos chamaram a atenção, podem crescer, melhorar e lhes dar muita alegria.
A lista é um bom motivo para conversa (hoje em dia, virtual) de botequim e uma boa zoeira em redes sociais. Mas não é ciência. Há estatísticas que prefiro classificar como “Curiosidades”. E nele coloco o ranking ora divulgado. Porém, alerto e deixo claro que não estou diminuindo nenhuma conquista em campo. Nenhuma. E será espetacular se o Palmeiras bater o Chelsea, em eventual duelo pelo título do Mundial de Clubes. Pra comemorar por uma semana seguida.
Mas, se for para pensar em medir forças por aí, e de forma regular, efetiva e mais extensa, imaginem como essas agremiações brazucas se sairiam em um campeonato com City, Chelsea, Real Madrid, Liverpool, Bayern, Inter, Milan, Juventus, Barcelona, M. United, Atlético de Madri, Ajax, Borussia… etc. etc. Por pontos corridos, ido e volta, jogo como mandante e outro como visitante. Deixaria o pessoal da IFFHS de cabelos em pé.
Torcedor do Palmeiras, não se iluda com essas conversas de rankings
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