Abel está certo de não levar Endrick com o Palmeiras para o Mundial
Endrick virou xodó da torcida do Palmeiras no início de 2022. O garoto de 15 anos, já observado por quem é do ramo, virou celebridade para o grande público por causa do desempenho admirável na Copa São Paulo. O garoto tem jeito de quem vai longe; tomara que se torne logo um craque de primeira grandeza.
Como acontece sempre que aparece jogador fora do esquadro, há pressa de vê-lo no time principal, titular, referência, maestro ou coisa que o valha. No caso alviverde, a ansiedade aumenta porque tem Mundial de Clubes daqui a algumas semanas e muitos torcedores enxergam em Endrick a solução pro ataque. E, como não tem ainda um camisa 9 de confiança, daí o grita para ele ir para o Abu Dhabi.
Abel Ferreira jogou água fria nessa fervura ao dizer que é cedo para Endrick assumir tamanha incumbência. O treinador alegou que é preciso dar tempo para que ele supere etapas, amadureça e vire realidade como profissional. E recomendou que, após a final desta terça-feira, viaje para a Disney.
Abel Ferreira sugere Disneylândia ao 'menino' Endrick, enquanto Palmeiras estiver no Mundial de Clubes
O assunto rende desde a noite de domingo e vi muito debate nas redes e nas tevês neste início de semana. Pois fecho com Abel: seria jogar responsabilidade incomum para um adolescente que dá os primeiros passos no futebol encarar o desafio de uma competição de tiro curto, mas com alta exigência (e obsessão no clube).
Imagine se o técnico resolve colocá-lo em campo e ele sentir o tranco contra marmanjos. Se oscilar, o que é comum nessa idade, tenho certeza de que seria cornetado, de promessa viraria fogo de palha. Poderia voltar queimado, como já ocorreu com muitos talentos precoces. Até porque não costuma jogar com o time principal. Mesmo que estivesse acostumado, seria arriscado.
(Lembro, na minha juventude, lá nos anos 60, como havia busca frenética em todo lugar por “um novo Pelé”. Cada clube achava que tinha encontrado um substituto para o Rei. A maioria dos candidatos ao trono a gente hoje nem lembra o nome…).
Pode ser que Endrick entre para a lista dos precoces que vingaram logo. A lista tem nomes importantes, como Edu (ponta do Santos), Tostão, o próprio Pelé e poucos outros. Mais recentemente teve Vinicius Júnior, exceção à regra. A maioria dos boleiros precisa de tempo e paciência para encorpar, física e taticamente. Os bons sobressaem, mesmo que se espere um pouquinho mais.
Um caso famoso, e infelizmente negativo, é o de Lulinha. Fenômeno na base do Corinthians, no início dos anos 2000, foi levado para o time de cima por pressão de seus representantes. Os gols não apareceram, ele sentiu o peso das críticas e virou jogador normal, como milhares que prometiam muito e empacaram.
Não se devem atropelar etapas; deixa o Endrick brilhar na base, com olhar atento do time profissional. Oportunidades aparecerão. Se ele no futuro se firmar, certamente dará alegrias (e lucro) para o Palmeiras. Por ora, tem de se divertir com seus companheiros de mesma idade. E, se possível, ir para o Magic Kingdom (Se pudesse, eu, que sou coroa, iria lá todo ano…).
Abel está certo de não levar Endrick com o Palmeiras para o Mundial
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