O São Paulo dá choque de realidade no Santos. Mas também leva

Antero Greco
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O Santos andava todo animado, depois de apenas três rodadas, porque aparecia no topo do Brasileirão. Um começo pra lá de surpreendente e que dava ânimo para um grupo que há muito vive alguns atropelos. Mas eis que vem o encerramento da programação de fim de semana e… derrota para o São Paulo por 2 a 1 e a volta à realidade de um time que tende a ser, de novo, coadjuvante na Série A.

Claro que seria doideira cravar o destino de qualquer equipe neste momento, com 90 e tantos por cento ainda de competição para disputar. No entanto, alguns traços sobressaem. No caso do Santos, outra vez fica evidente que tem limitações no elenco e que o técnico Bustos terá dificuldade semelhante à de muitos de seus antecessores, ou seja, ter uma base titular forte e boas opções para mudanças.

O Santos, hoje, é homogêneo, mas para baixo. Para se ter uma ideia, as esperanças se concentram no jovem Ângelo, com talento e imaturo (pela pouca idade), e nos milagres de João Paulo, no gol. O rapaz em geral pega muito, gasta o uniforme a cada partida; porém, é pouco para tornar o time altamente competitivo. O restante é um bocado de jogadores medianos, com altos e baixos no desempenho. O duelo contra o Tricolor, na noite desta segunda-feira (2) deixou isso claro. 

Veja o gol de Luciano que definiu vitória do São Paulo contra o Santos


         
     

Mesmo assim, o Santos também representou um choque de realidade para o São Paulo. A trupe de Rogério Ceni ganhou em outra frente - depois de passar por testes na Sul-Americana e na Copa do Brasil -, mas mostrou que tem dificuldade diante de adversários que fazem marcação um pouco mais forte e têm boa arrancada para contragolpes. E o Santos é veloz nesse quesito, apesar de lhe faltar qualidade em finalizações. Caso contrário, teria dado mais calor no Morumbi…

Rogério continua a mesclar o máximo que pode, e com isso embaralha toda tentativa de se afirmar, sem risco de erro, que tem um time titular definido. O que começou hoje parece ser o mais próximo do ideal. Certo mesmo é que a principal arma continua a concentrar-se no “toca no Calleri que é gol”. O argentino é a grande referência no ataque e, embora perca oportunidades, confere com frequência. Não foi diferente no clássico, ao marcar aos 9 minutos do primeiro tempo. 

O São Paulo continua a emperrar em construção de jogadas e, também, ao deixar corredores abertos no meio-campo, que expõem a defesa. Brechas que podem ser fatais, diante de adversários com toque mais refinado e melhor pontaria. O que não é caso do Santos. A falha, por exemplo, resultou no gol de empate, marcado por Marcos Leonardo segundos antes do intervalo. Para tranquilizar, só aos 35 do segundo tempo veio a vitória, com o gol de pênalti marcado por Luciano. 

O Santos reclamou do árbitro Leandro Vuaden na marcação do pênalti - nem tanto pela falta, que ocorreu mesmo, mas por lateral em favor do São Paulo. Os santistas reclamavam que a bola era deles e não da turma da casa. O jogo, em todo caso, fez vislumbrar o que já apontei aqui em diversas ocasiões: os dois times têm mais fôlego e possibilidade de sucesso em torneios de mata-mata do que no Brasileirão

Velázquez e Calleri disputam bola durante clássico entre São Paulo e Santos
Velázquez e Calleri disputam bola durante clássico entre São Paulo e Santos Ivan Storti/Santos FC
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Pedir Pizza?! O Corinthians estraga mais uma noite de sábado da Fiel

Antero Greco
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Sábado à noite, jogo terminado, aquela vontade de pedir pizza, como manda a tradição paulista. Mas, fico aqui a imaginar: qual o ânimo do corintiano para ritual tão simples? Sinceramente, não sei. Tem horas que acho que se perde até a fome, por causa da fase que o time atravessa. O campeonato é longo, muita treta vai rolar até dezembro. Mas, se desde já bate o medo do pior, como reagir?

Com dez rodadas apenas, o Corinthians flerta com a zona de rebaixamento, não engrena, perdeu a metade dos jogos e pode terminar o fim de semana entre os últimos. A Fiel apoiou, pressionou, aplaudiu e, em alguns momentos, partiu para a ignorância. Será que adianta? Pra mim, não. Papo de jogar por amor ou por terror é furado. Tumultuar o ambiente numa hora dessas só deixa tudo mais enroscado.

Enrolado está dentro de campo, como se viu no começo da noite deste sábado, na Neo Química Arena. Arrancar empate por 1 a 1 com o Cuiabá foi sufoco. E não deveria ser assim. Na boa: a turma do Luxemburgo foi até melhor do que o adversário, criou, não vacilou tanto, poderia ter saído com vitória. 

Só que as desgraças se acumulam. A primeira delas, e que tem sido frequente: Renato Augusto se machuca cedo. A saída dele deixa sempre um abismo. Parece que ninguém mais sabe o que fazer do meio pra frente. Não há armação, o ataque fica abandonado, a tensão passa para a arquibancada. Foi assim mais uma vez. 

Para piorar, vem o estraga-prazeres do Deyverson e faz 1 a 0. Só para a adrenalina alvinegra subir a nível sufocante. Luxa mexe, ajeita aqui, testa ali. No fim, a salvação vem do banco, de onde não saía havia três anos: Ruan. O moço fez o gol de empate, livra um pouco a cara, mas mostra que o caminho da salvação do Corinthians é longo, complicado. 

Sei lá, jogar é essencial. Mas eu recomendaria também umas velinhas extras para São Jorge. Mas o sábado da Fiel foi estragado. 

  

Vanderlei Luxemburgo pediu créditos, mas eles estão terminando no Corinthians
Vanderlei Luxemburgo pediu créditos, mas eles estão terminando no Corinthians MAURO HORITA/Gazeta Press
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Que inveja: queria ter visto a virada do Palmeiras no campo

Antero Greco
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Não sei se acontece com você, mas comigo muitas vezes bate inveja de ver um colega no estádio. “Queria estar lá”, imagino, enquanto acompanho o jogo pela tevê ou pelo estúdio. Porque, meu amigo, tem partida que é preciso acompanhar ao vivo, no local, para sentir a pulsação dos jogadores, da torcida, dos sorveteiros e baleiros.

Pois deve ter sido incrível ver a transformação que ocorreu do primeiro para o segundo tempo do duelo que o Palmeiras teve com o Barcelona-EQU, na noite desta quarta-feira (70), no Allianz, pela quinta rodada da CONMEBOL Libertadores. No primeiro tempo, aquele susto, com os 2 a 0 do time equatoriano. Depois, a virada e a vitória por 4 a 2, sem contestação, sem arestas, com o carimbo da vaga para as oitavas. 

O Palmeiras foi, em essência, o mesmo de sempre - até na escalação previsível, com os titulares disponíveis no momento. Abel Ferreira não abriu mão de ninguém, e não importa se no fim de semana tem clássico com o São Paulo, no Morumbi, pelo Brasileirão. O desafio era liquidar a questão no torneio sul-americano. Para tanto, era mandar a linha de frente para a arena. 


         
     

O adversário não era grande coisa, mas surpreendeu com postura menos defensiva. Pouca coisa, porém suficiente para pregar duas peças, com os gols de Polaco, aos 33 e aos 38 minutos. Epa, algo para ficar ligado. A invencibilidade em casa era longa, o empate servia, até a derrota não atrapalhava tanto. Só ficava chato, em véspera de feriado, com os fãs dispostos a divertir-se. 

A diversão veio na segunda parte. Abel voltou com Flaco Lopez no lugar de Menino, além de confiar no trio dos baixinhos Arthur, Rony e Dudu. Quem colocou a equipe na briga, porém, foi el Capitán Gomez, com mais um de seus gols de zagueiro-artilheiro. Logo com um minuto, que era para assustar o Barcelona. 

Objetivo alcançado, daí em diante ressurgiu o Palmeiras frio, calculista, indiferente que o tem caracterizado num período virtuoso. O empate apareceu com Piquerez, aos 13. Depois, Arthur virou aos 25. Até Endrick, que andava escanteado no banco de reservas, deu o ar da graça. Entrou lá pelos 40 e, na primeira bola que lhe sobrou, mandou para fazer o quarto e definitivo.

O Palmeiras diz presente, outra vez, na corrida pelo título. Vai chegar? É outro papo. Só sei que este jogo eu queria ter visto lá dentro. Vida de cronista tem seus percalços: a maioria dos grandes encontros só vemos pela telinha fria e digital da tevê.

Jogadores do Palmeiras comemoram vitória sobre o Barcelona na Libertadores
Jogadores do Palmeiras comemoram vitória sobre o Barcelona na Libertadores Alexandre Schneider / Getty Images

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Corinthians 'irreconhecível' no Equador? Não. Reconhecível como ruim e eliminado

Antero Greco
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Durante o jogo de agora há pouco, ouvi alguém dizer que “o Corinthians está irreconhecível” diante do Independiente del Valle. Discordo. O que vimos em Quito, na derrota por 3 a 0 desta quarta-feira (7), foi um time reconhecível como ruim neste momento. Desconjuntado, sem ousadia, perdido, em busca de rumo. 

Não tinha como ser diferente o resultado na visita ao Equador. Minto: como tem ocorrido em fases instáveis, poderia ter perdido por mais, não fossem boas defesas de Cássio. Enfim, um panorama decepcionante, que desembocou na eliminação na fase de grupos da CONMEBOL Libertadores. Resta a esperança, como consolo, de vaga na etapa seguinte da CONMEBOL Sul-Americana. Será que valerá a pena?

Luxemburgo apelou mais uma vez para formação com três zagueiros, numa alternativa para proteger a área. Não deu certo. Desde o começo o Del Valle deitou e rolou pelo setor, e os dois primeiros gols, ambos de Royos e na etapa inicial, saíram com naturalidade. O terceiro, de Zornoza, e no tempo final, foi até mais fácil, parecia treino. Foi duro de acompanhar. 

Complicado ver uma equipe que não tirou casquinha do gol defendido por Pinargote. Nem Renato Augusto, nem Roger, nem Yuri souberam o que fazer com as poucas bolas que receberam. Até que chegou um ponto em que Luxa mandou a turma descansar, porque no fim de semana tem jogo pelo Brasileiro, com o Cuiabá, em casa. O time do Mato Grosso tem 11 pontos, o Timão está com 8. Perigo. 

Matheus Bidu é a cara decepcionante do Corinthians na eliminação na Libertadores
Matheus Bidu é a cara decepcionante do Corinthians na eliminação na Libertadores Franklin Jacome / Getty Images
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Espanhóis querem que Vini Jr. se cale, como um dia ordenou o rei Juan Carlos para Hugo Chavez. Chavez não se calou nem Vini vai

Antero Greco
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Onde existe inteligência e sensibilidade no futebol - excluída a direção da Liga Espanhola -, houve indignação pelo enésimo caso de racismo contra Vini Jr. As cenas grotescas protagonizadas pelo público que esteve no estádio Mestalla correram mundo e mereceram reprovação de atletas a treinadores, de jornalistas a políticos. Os gritos de “Macaco! Macaco”! dirigidos à jovem estrela do Real Madrid doem no coração e revoltam as pessoas realmente do bem. 

Ao ver a reação dos energúmenos que estavam no campo do Valencia e ao ler as explicações furadas e hipócritas de Javier Tebas, presidente de La Liga, imediatamente me veio em mente a famosa frase de Juan Carlos I “Por que non te callas?” (Cale a boca!) dita a Hugo Chavez, falecido presidente da Venezuela. 

O ex-rei da Espanha havia se irritado com críticas feitas por Chavez a um primeiro-ministro espanhol, durante debates na reunião de cúpula da Comunidade Ibero-Americana, em Santiago, em 2007. Depois do episódio, o venezuelano tirou onda de Juan Carlos, ao lembrar que ambos eram chefes de Estado, com uma diferença: “Eu fui eleito pelo meu povo”.  

A postura de um antigo colonizado incomodou o colonizador, que se viu no direito de mandá-lo ficar quieto. Mais ou menos o que sugere Javier Tebas, cartola simpatizante de partido de extrema direita espanhol. O que, felizmente, não foi levado a sério tanto então como agora. O paralelo serve para o que têm feito sobretudo torcedores em diversos campos onde Vini Jr. se apresenta com o Real Madrid. O moço teve a petulância de mostrar-se incomodado com o racismo, desde a primeira ocasião em que isso ocorreu.

É comum pretos, asiáticos e sul-americanos engolirem em seco as mais duras ofensas, como se o destino deles fosse o da subserviência, como se fosse natural abaixar a cabeça, calar-se e fingir que nada aconteceu. São escravos bem pagos, do que pretendem reclamar?!

 Vini Jr. rompeu, no futebol, a passividade diante dos intolerantes, como nos EUA, em diversos esportes já houve manifestações semelhantes de inconformismo. Por isso, é atacado e hostilizado; a intenção é atingir sua alma, destruir a autoestima, para que se coloque em seu lugar, faça o seu e não amole ninguém com o papo furado de igualdade racial. Não deve ter discurso politicamente correto. 


         
     

Vinicius Jr. se revolta, parte para cima de torcedor e árbitro paralisa jogo de LaLiga por ofensas racistas

Mas Vini Jr. não pode abaixar a guarda agora; antes, deve seguir em frente, precisa de apoio dos colegas, dos amigos, de instituições internacionais que lutam pelos Direitos Humanos. Por mais que doa, deve tirar força ao sentir que são mais, muito mais, os que o admiram, respeitam e amam do que os imbecis que expõem suas vidas vazias e medíocres com coros que agridem seres melhores do que eles. 

Mas, pensando bem, é uma loucura coletiva afirmar que se ouviram coros de “Macaco! Macaco!” contra Vini Jr. Seria a primeira vez na história que mulas, jumentos e burros falariam. Esses muares zurram e escoiceiam; não raciocinam, e precisam de arreios e freios para serem conduzidos em manadas. Enfim, não são gente, embora se assemelhem a seres humanos. 


Vinicius Jr. precisa de apoio para continuar a luta contra a imbecilidade dos racistas
Vinicius Jr. precisa de apoio para continuar a luta contra a imbecilidade dos racistas Jose Breton / Getty Images
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Dúvida cruel: onde é o fundo do poço do Corinthians?

Antero Greco
Antero Greco

A constatação é óbvia e redundante: quando a fase é desastrosa, tudo dá errado, mesmo que se faça a coisa certa. O Corinthians teve sua melhor apresentação desde a chegada de Vanderlei Luxemburgo, após a brevíssima aventura com Cuca. Pressionou o Flamengo, não teve medo da força do adversário nem da torcida rubro-negra, no Maracanã. Criou oportunidades para marcar e acabar com a fase ruim que dura várias semanas. 

Mas… aos 48 minutos do segundo tempo uma cabeçada de Léo Pereira colocou tudo a perder: 1 a 0, nova derrota e a permanência na zona de rebaixamento. É para derrubar a esperança do mais otimista torcedor. E colocar na cabeça da maioria a pergunta perturbadora: onde é o fim do poço nessa saga de desgraças?

Luxa fala em 'cobrança mais forte' no vestiário do Corinthians: 'É isso que quero'

          

     




Luxemburgo manteve a estrutura do time que no meio da semana perdeu para o Atlético-MG, no clássico de ida das oitavas da Copa do Brasil. A defesa não sofreu muita alteração, embora Fagner tenha entrado apenas no segundo tempo. Mas jogou o suficiente para não dar espaço para Gabigol e Pedro, que mais uma vez não brilharam, como não apareceram os jogadores do meio-campo do Fla. Arrascaeta foi baixa de última hora, e Victor Hugo, o substituto, foi apenas discreto.

O poucos, porém melhores momentos do primeiro tempo, surgiram por iniciativa alvinegra, que foi para o intervalo no mínimo com a sensação de que não perderia. O que, na atual circunstância, não seria decepcionante. O ritmo não se alterou na segunda parte, com Adson, Roger Guedes e Yuri Alberto a assustar Santos. 

O Flamengo em fase de recuperação irritou a torcida, diante da dificuldade que encontrou num rival em busca de rumo. No final, quando se ouviam ensaios de protestos e vaias, veio o gol salvador para um lado e desolador para outro. 

Vitórias e derrotas alteram humores e projeções, mesmo que nem sempre sejam reprodução da realidade. O Flamengo prossegue a caminhada rumo ao bloco principal e topo da classificação, o que lhe dá ânimo nos desafios na Libertadores e na Copa do Brasil. 

O Corinthians fica sem saber como encarar o futuro imediato, com jogos decisivos contra Argentinos Juniors, Fluminense e Atlético-MG. Embora, neste domingo (21), não tenha sido um vexame em campo. Mas, por causa do conjunto de problemas, há risco risco palpável de terminar Maio com duas eliminações e uma permanência incômoda na zona da “confujão”, como define Luxemburgo a rabeira da classificação da Série A. 

Dias incertos continuam a rondar o Parque São Jorge.

Adson (esq) incomodou Gerson e o meio-campo do Flamengo, mas não evitou derrota corintiana
Adson (esq) incomodou Gerson e o meio-campo do Flamengo, mas não evitou derrota corintiana Thiago Ribeiro/Agif/Gazeta Press
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O melhor ataque (Palmeiras) para na melhor defesa (Santos). Deu empate, e o líder Botafogo agradece

Antero Greco
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Quando o melhor ataque de uma competição enfrenta a melhor defesa, não é raro que o jogo termine em 0 a 0. Essa lógica prevaleceu no duelo entre Santos (5 gols sofridos) e Palmeiras (16 marcados), na noite deste sábado (20), na Vila Belmiro. 

Não houve muitas chances de gol, Weverton e João Paulo apareceram pouco, e no fim das contas cada um ficou com um ponto. Melhor para o Botafogo, que bateu o Fluminense por 1 a 0, foi para 18 pontos e não tem os palmeirenses (15) no cangote. Os santistas estão com 11.

Para quem gosta de números, curiosidades e estatísticas, o clássico serviu para o Palmeiras manter tabu de não perder para o Santos desde 2019. Agora são 12 jogos com esse detalhe, o que não quer dizer grande coisa. Nesse período, a partida mais importante aconteceu no início de 2021, na decisão da CONMEBOL Libertadores de 2020 e que teve vitória verde por 1 a 0, gol de Breno Lopes, no Maracanã. 


         
     

O suspenso Abel Ferreira mandou a campo a força máxima, de olho na possibilidade de manter a equipe a fazer sombra para o Botafogo e manter-se como única invicta. O Palmeiras foi melhor em grande parte do primeiro tempo, com posse de bola de 60%, como se isso também fizesse diferença e carimbasse a superioridade. Houve, na prática, duas finalizações de Gabriel Menino que levaram mais perigo. O Santos melhorou na reta final antes da pausa para o intervalo. 

O panorama não muito muito no segundo tempo. O Palmeiras ensaiou vários contragolpes, que pararam na segura defesa santista. Tanto que Rony passou em branco e foi substituído por Endrick (também jogou pouco). Em contrapartida, o meio-campo e o ataque do Santos não encontravam brecha na defesa do Palmeiras, também uma das melhores do Campeonato Brasileiro (6 gols sofridos).

Assim, de marcação em marcação, só o placar não foi mexido. O Botafogo olha para o retrovisor, em mais uma rodada em primeiro. E o Palmeiras tem jogo pela Libertadores, no meio da semana.

Endrick e Maicon disputam jogada em Santos x Palmeiras pelo Brasileirão
Endrick e Maicon disputam jogada em Santos x Palmeiras pelo Brasileirão Cesar Greco / Palmeiras

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O São Paulo sobe a ladeira e o Vasco permanece no bloco de baixo

Antero Greco
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Calleri comemora após marcar para o São Paulo sobre o Vasco
Calleri comemora após marcar para o São Paulo sobre o Vasco Rubens Chiri/saopaulofc.net

E não é que o São Paulo de Dorival Júnior vem subindo a ladeira?! O treinador pegou um grupo de jogadores com moral baixa, há um mês (precisamente em 22 de abril), e de lá para cá parece não só ter arrumado a casa, como leva o time a forte guinada, sobretudo no Brasileiro. A prova mais quentinha veio na noite deste sábado (20), com os 4 a 2 sobre o Vasco, numa partida movimentada no Morumbi. 

A vitória foi merecida, suntuosa no placar, mas o Tricolor não teve moleza pela frente. O Vasco deu trabalho, principalmente depois de levar os dois gols iniciais - aos 23 minutos, com Calleri, e aos 41, com bela finalização de Nestor. Antes do intervalo, Barros diminuiu aos 43, o que deixou o jogo aberto para a segunda parte. Tanto que, com um minuto, o Vasco teve chance de empatar. 

Dorival percebeu a melhora do adversário, mexeu no meio-campo para tornar mais eficiente a marcação, segurou a vantagem até os 38,quando Galarza empatou. O susto, na arrancada final do clássico, despertou os são-paulinos, que foram para cima, pressionaram e conseguiram os outros dois gols, com Beraldo, aos 43, após cobrança de escanteio, e Juan aos 47. Ainda houve espaço para uma tentativa derradeira, mas Leo Jardim evitou. 

O Vasco teve bons momentos no jogo, mas foi prejudicado porque sobressaiu o maior defeito até o momento: a inconstância. Há oscilação, principalmente, no setor defensivo, o que o deixa vulnerável e aberto para contragolpes dos rivais. O São Paulo explorou bem essa brecha, o que foi um dos caminhos para a vitória. 

O São Paulo entra no bloco principal, invicto sob o comando de Dorival, e o Vasco permanece na turma de baixo. 


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O Palmeiras faz muitos gols de bola parada. Ótimo, pois sabe como criar essas situações favoráveis

Antero Greco
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Não sou bom de números, estatísticas e curiosidades. Tenho colegas que dominam o tema de maneira magnífica - e os invejo por isso. Trazem na ponta da língua dados e informações que não sei como conseguem retê-los, de tão minuciosos. 

Feita a ressalva, vamos ao assunto deste breve bate-papo. O Palmeiras impressionou na quarta-feira pela forma como entortou o Grêmio, com os 4 a 1, no Allianz Parque e que o fizeram dormir na liderança do Brasileiro, após cinco rodadas. Há consenso de que foi a melhor apresentação da equipe em 2023. Sei que foi impecável, todos os setores se mostraram integrados e equilibrados. 

No entanto, aqui e ali, surge um porém: há quem detecte que o Palmeiras ganha muitos jogos, sem que tenha estilo criativo. A alegação é a de que sei lá quantos gols marcou nesta temporada - e em outras - como consequência de lance de bola parada. Ou seja, mandou bola nas redes rivais por cobranças de falta, de pênalti, de escanteio. Como se isso limitasse o mérito de suas conquistas. 

Um detalhe parece passar despercebido nesse tipo de análise. Para ter escanteio, falta, pênalti a favor é preciso criar, ir para cima do adversário, provocar o erro que leve a estas alternativas previstas num jogo de futebol. Em resumo: sem iniciativa e qualidade, não se sai do lugar. Além disso, também é necessário apresentar repertório para aproveitar a oportunidade criada na bola parada.

É comum ver o Palmeiras com movimentos ensaiados nessas jogadas - e conta com jogadores capacitados para variações e execuções. Nos pênaltis, tem Veiga, o especialista, mas também Gomez. O zagueiro, junto com Murilo e Luan, sabe colocar-se na área “inimiga”; não por acaso são goleadores. Menino é bom cobrador de faltas e escanteios. Percebe-se que Abel e colaboradores ensaiam essas opções. Isso não é mérito? Ou o certo é apostar só no improviso? A espontaneidade seria mais valiosa do que o combinado, arranjado, testado?

Alguém (não foi da imprensa) cornetou o Palmeiras dizendo que parece um “circo de pulgas amestradas”. Observação ridícula. Basta uma correlação simples e racional com uma equipe de futebol americano. Por mais fortes que sejam os jogadores, cada um depende do outro, do conjunto. Ninguém sai a correr feito besta achando que, do nada, chegará ao touchdown.  Outra comparação é com uma orquestra: ela tem diversos virtuoses; porém, se cada um tocar por si, sai um som horrível. A harmonia é imprescindível.

E o Palmeiras de hoje tem essa harmonia, pois cada um sabe quais papéis tem de exercer, com ou sem bola. Também por isso o time consegue faltas, escanteios, pênaltis. E desperdiça poucas oportunidades. Para sorte dele e da torcida. E para dor de cotovelo de adversários, que procuram pêlo em ovo. 

Abel Ferreira tem preocupação de ensaiar o time a variar nas oportunidades com bola parada
Abel Ferreira tem preocupação de ensaiar o time a variar nas oportunidades com bola parada Gazeta Press
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O Palmeiras faz muitos gols de bola parada. Ótimo, pois sabe como criar essas situações favoráveis

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Depois do passeio do Palmeiras sobre o Grêmio, vai aumentar o movimento "Fora, Abel!"

Antero Greco
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Tenho vários amigos gaiatos e palpiteiros que há algum tempo iniciaram o movimento "Fora, Abel!". Eles não suportam mais a presença do treinador no Palmeiras. Chegaram à conclusão de que o português já atingiu o auge no comando da equipe e daqui para a frente estará fazendo hora extra, à espera de salto maior, seja seleção brasileira ou seja convite de clube europeu. 

A manifestação contra o Abel deve aumentar, depois dos 4 a 1 do Palmeiras sobre o Grêmio, na noite desta quarta-feira (10), no Allianz Parque. O resultado reflete o passeio do campeão brasileiro em cima do tradicional rival gaúcho. Na verdade, há até um exagero: a turma de Renato Portaluppi deu um chute certo, apenas um, e marcou com Bitello, aos 47 minutos do primeiro tempo (era o 1 a 1). No mais, Weverton limitou-se a reposições de bola. Nem precisaria tomar banho.

O Palmeiras dominou do início ao fim. Exceto no lance do gol tricolor, não se deixou incomodar. Vá lá que a fase do Grêmio não é das mais empolgantes e também não contou com Luis Suárez. O uruguaio foi poupado para não sofrer mais desgaste físico. Pelo que a equipe dele não mostrou em São Paulo, provavelmente não se cansaria, pois ficaria isolado à frente. 

O líder provisório (13 pontos, mas o Botafogo com 12 joga nesta quinta) foi pegador, atento, ousado, finalizou mais de 20 vezes. Abel não poupou titulares e apostou no entrosamento impecável. Percebe-se como os deslocamentos são naturais, sincronizados, como cada um sabe o que fazer quando o companheiro se movimenta. 

Chama a atenção - e, claro, não é de agora - como há revezamento nas funções. Numa jogada, é Zé Rafael que aparece para concluir, noutra ele rouba bola na defesa. Rony dá canseira na zaga adversária, da mesma maneira como dá pinote para evitar contragolpe. Dudu dribla, dribla, serve os outros e fecha espaços, quando necessário. Veiga é um faz-tudo no meio-campo: desarma, organiza o ataque, cobra faltas, escanteios, pênaltis. Faz até gol de cabeça, como no lance que abriu o placar, aos 23 minutos. Recupera excelente fase e é artilheiro do time no ano.

O Palmeiras fez uma das melhores, senão a melhor, apresentação em 2023. No segundo tempo, sobretudo, deslanchou e abriu diferença inalcançável com os gols de Veiga aos 11, de pênalti, Mayke (jogou muito) aos 23 e Luan aos 28. Abel deu-se o luxo de colocar um grupo de reservas (Fabinho, Endrick, Tabata, Lopes e Richard) para fazê-los movimentar-se e gastar o tempo. Porque a bola o time gastou em campo.

É chegado mesmo o momento de reforçar o “Fora, Abel!”.

Com um detalhe que eu quase esquecia: nenhum desses meus amigos gozadores é palmeirense. Entendo o desejo deles, pois com Abel no comando o Palmeiras voa. Perde até a graça… para os outros.

Abel Ferreira continua a mostrar que sabe como incentivar os jogadores do Palmeiras e armar o time
Abel Ferreira continua a mostrar que sabe como incentivar os jogadores do Palmeiras e armar o time Gazeta Press

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Depois do passeio do Palmeiras sobre o Grêmio, vai aumentar o movimento "Fora, Abel!"

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O Corinthians se esfola diante do Fortaleza. Por enquanto, será assim contra qualquer rival forte

Antero Greco
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Vanderlei Luxemburgo deve ter voltado para casa com a sola do sapato gasta e suja de grama. O técnico do Corinthians andou pra cá e pra lá, na área que lhe é reservada, e em raros momentos aliviou o semblante carrancudo. Também pudera, o time sob seu comando há uma semana penou para empatar por 1 a 1 com o Fortaleza, na noite desta segunda-feira (8), em Itaquera. Se serve como consolo, o empate o tirou da zona de rebaixamento (4 pontos) para onde empurrou o Flamengo (3). 

O Corinthians não foi um desastre, apesar do suor para evitar tropeço diante de um dos adversários mais bem organizados do futebol brasileiro. Houve melhora no sistema defensivo alvinegro, com algumas alterações em relação aos titulares que iniciaram o jogo contra o Independiente del Valle. Matheus Araújo, Roni e Pedro ocuparam as vagas de Maycon, Giuliano e Yuri Alberto. 

Houve estabilidade e Cássio não sofreu sustos. O Corinthians soube conter o Fortaleza, que em pouco mais de 30 minutos perdeu duas referências no ataque: Galhardo e Moisés saíram por contusão. Silvio Romero e Romarinho foram incumbidos da missão e deram conta do recado. O que teve de melhor foi um chute de Fagner que bateu na trave, no último lance antes do intervalo.

A partida fluiu mais na segunda parte, com o Fortaleza melhor, embora o Corinthians tenha acelerado o ritmo. O time cearense abriu o placar, aos 21 minutos, com Silvio Romero, mas o gol foi anulado por impedimento. Pouco antes, Calebe tinha mandado bola na trave. O gol que valeu foi o de Caio Alexandre, aos 33 minutos, numa bonita jogada coletiva. 

O Corinthians esqueceu esquema, abandonou a disciplina tática, se lançou à frente, já com a presença de Yuri Alberto (saiu Matheus Araújo), e empatou aos 43 minutos. Em lançamento de Roger Guedes, do lado esquerdo, o goleiro Fernando Miguel e Bruno Pacheco bateram cabeça e no rebote Yuri empatou. 

O Fortaleza é o quarto colocado, com 8 pontos, e um dos três invictos na Série A, ao lado de Botafogo (líder com 12) e do vice-líder Palmeiras (10). A turma de Juan Pablo Vojvoda vai dar trabalho para muita gente. O pessoal de Luxemburgo vai penar diante de qualquer rival. Ao menos por enquanto, porque tem chão a percorrer até encontrar o rumo certo. E Luxa que arrume sapatos com sola duradoura. 

Róger Guedes e Caio Alexandre em Corinthians x Fortaleza
Róger Guedes e Caio Alexandre em Corinthians x Fortaleza Vinicius Nunes/Agencia F8/Gazeta Press/A

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O Corinthians se esfola diante do Fortaleza. Por enquanto, será assim contra qualquer rival forte

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Abel Ferreira segue o sensato e óbvio no Palmeiras: escala time titular para acumular pontos

Antero Greco
Antero Greco


Há tendência a elogiar treinador inquieto, que muda escalação a cada rodada, com a indefectível explicação de que o time deve moldar-se ao adversário. Pois Abel Ferreira faz o contrário. Sempre que pode, manda a campo o Palmeiras com força máxima, pois é o melhor caminho para acumular pontos. 

Mesmo que saia pela tangente, com a desculpa tradicional de que "não há titulares nem reservas", ele recupera o hábito perdido nos tempos atuais de poupar os melhores só quando é absolutamente necessário. Como fez Jorge Jesus, na breve e vitoriosa passagem pelo Flamengo, entre 2019 e 2020

Os dois "misters" portugueses seguem a escola de ter uma tropa de frente, com mais um punhado de coadjuvantes como substitutos imediatos. A repetição de nomes ajuda no entrosamento, facilita a execução do plano de trabalho, serve até para mudar estratégia de jogo, segundo dificuldades que se encontram diante a postura dos rivais. O palmeirense sabe de cor os nomes dos principais jogadores.


         
     

Abel recorreu a esse hábito diante do Goiás, na noite de domingo (7) e o resultado não poderia ter sido mais retumbante: 5 a 0, terceira vitória em quatro rodadas no Brasileirão, 10 pontos ganhos, melhor ataque (11 gols) e vice-liderança (10 pontos, dois a menos do que o Botafogo). Para ser mais exato, só Marcos Rocha e Murilo não iniciaram a partida em Goiânia, por estarem afastados por contusão. 

O Palmeiras não foi incomodado do princípio ao fim. Com 10 minutos, abriu vantagem, com Artur, de cabeça. O Goiás ensaiou reação, sem assustar Weverton, e se enroscou com a expulsão de Lucas Halter aos 41, por falta em Rony. A situação piorou aos 3 minutos do segundo tempo, com gol contra de Sidimar

Dali em diante foi um passeio sem esforço do Palmeiras. Em ritmo descontraído, vieram o terceiro (Raphael Veiga, aos 23), o quarto (Endrick, aos 38), o quinto (Dudu, aos 45, e finalmente encerrando jejum em 2023). 

Resumo da conversa: o Palmeiras diz presente na corrida do título. Isso até um sheik das Arábias já sabia. 

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante partida contra o Goiás, em Goiânia, pelo Brasileirão
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, durante partida contra o Goiás, em Goiânia, pelo Brasileirão Cesar Greco/Palmeiras

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Abel Ferreira segue o sensato e óbvio no Palmeiras: escala time titular para acumular pontos

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Nápoles é terra de exageros e contrastes. Parece o Brasil mais do que imaginamos

Antero Greco
Antero Greco


A festa dos napolitanos invadiu a madrugada, deve arrastar-se por tempo indeterminado, e a alegria vai misturar-se com estragos. Disso não duvido. Exagero justificado e coerente. Em primeiro lugar, porque foram 33 anos de espera, depois dos dois títulos conquistados sob a batuta de Maradona. Em segundo lugar, e não menos importante, porque o napolitano é naturalmente exagerado, está no sangue, no modo de viver, na rotina do dia a dia. Não há na Itália lugar que se compare a Nápoles. 

A principal cidade da Campânia (acho horrível a tradução “Campanha”) é um “país” à parte dentro da Itália. Lá os fatos ganham outra dimensão - sejam os positivos quanto os negativos. Não é por acaso que o personagem “Veronica”, uma operária criada pela atriz Rosalia Porcaro, respondia com espanto quando lhe falavam que Nápoles era também parte da Itália: “Mas os italianos sabem disso?!”

A ironia e insubordinação fazem parte do cotidiano, da história e da alma napolitanas. Isso explica por que aquela região revelou para o mundo o filósofo Giordano Bruno, morto pela Inquisição em 1600. Por que teve o camponês Masaniello como líder de revolta em 1647 contra os dominadores espanhóis (foi morto). Por que o personagem “Pulcinella” (um palhaço com nariz grande máscara a cobrir os olhos) resume a alma popular. 

Nápoles também teve o inigualável Totó, maior cômico italiano. Ou a família De  Filippo, maravilhosos atores e autores de teatro. E teve também Massimo Troisi (aquele de “O carteiro e o poeta”). Sophia Loren é napolitana, como o tenor Caruso, imortalizado numa música de Lucio Dalla. Os músicos Pino Daniele e Roberto Murolo são de Nápoles. A música napolitana é aquela mais conhecida no mundo. (O Sole Mio; Funiculi, Funiculá; Torna a Surriento, quem não conhece?)

Nápoles é a terra da pizza, do espaguete al sugo, da mozzarella de búfala. 

Mas Nápoles não é só isso, nem a cidade que tem o vulcão Vesúvio como protetor e ameaça. (Jamais deixou de soltar suas fumaças…)

Nápoles é também terra que teve nobreza e riqueza, e há muito convive com pobreza, desemprego, falta de moradias, imigração. (Centenas de milhares de napolitanos, ao longo do Século 20, imigraram para todos os continentes.)

Nápoles é terra de músicas lindas, de gastronomia farta. Lá se cultua San Gennaro e se teme a Camorra, a máfia local. O trânsito é caótico, a arte de se virar está no espírito do napolitano. Há solidariedade e há tapeação. Há calor humano e há corrupção. Nápoles não é só Sol e folclore; é incerteza e tristeza.

Nápoles de fato é um país à parte dentro da Itália. Nápoles é muito mais Brasil do que pode supor quem não a conhece. 

É preciso dizer mais para entender por que o “scudetto” é tão necessário para essa gente?

A população de Nápoles foi ao desvario com a conquista do terceiro título italiano
A população de Nápoles foi ao desvario com a conquista do terceiro título italiano FILIPPO MONTEFORTE/AFP via Getty Images
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Nápoles é terra de exageros e contrastes. Parece o Brasil mais do que imaginamos

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Gomez, Veiga e Palmeiras se misturam e formam conjunto impecável

Antero Greco
Antero Greco

O Palmeiras dos últimos - e vencedores - anos tem diversos jogadores que merecem entrar na galeria dos ídolos verdes. Weverton, Zé Rafael, Rony, Dudu, Scarpa (que saiu) são apenas alguns desta legião de eméritos. Têm valor inegável. Mas é preciso reservar lugar especial para uma dupla que dá o que falar: Gustavo Gomez e Raphael Veiga.

 O capitão e o maestro resumem a alma do time e comandam a tropa, em campo, cada um a seu modo. Ainda têm em comum a arte de decidir com gols. Muitos. Pois foram deles os que garantiram os 2 a 0 sobre o Barcelona-EQU, em Guayaquil, na noite desta quarta-feira (3), pela terceira rodada da fase de grupos da CONMEBOL Libertadores. 

Gómez marca mais um, e Palmeiras vence Barcelona-EQU na CONMEBOL Libertadores; VEJA melhores momentos          

     



O Palmeiras com força máxima (exceto Marcos Rocha) foi melhor no primeiro tempo e conseguiu impor-se. Depois de alguns bons minutos iniciais, o rival equatoriano passou a ter dificuldade para ganhar duelos no meio-campo, mal encontrou brechas para aproximar-se com frequência e perigo da área de Weverton e suou um bocado para segurar Rony, Arthur e Dudu. Mais difícil foi controlar Veiga, que passeou pelo campo de ataque e distribuiu os melhores passes. 

Nada mais natural que fosse escolhido, como quase sempre, para cobrar o pênalti que Rony sofreu aos 44 minutos, em dividida com o goleiro Mendoza. Lançamento de quem? De Veiga, claro. Com a categoria habitual, fez 1 a 0 e colocou pressão sobre a turma da casa. 

Para complicar de vez a vida do Barcelona, com menos de dois minutos da etapa final veio o segundo gol palmeirense. Após cobrança de escanteio, Gomez, para variar, apareceu na área, aproveitou rebote e marcou de cabeça. Quem bateu o tiro de canto? Isso mesmo, Veiga. Dá para entender por que ambos sobressaem. 

Dali em diante, o Palmeiras fez o tempo passar e, com algum esforço, controlou o desespero do Barcelona. Abel Ferreira aproveitou e fez trocas de praxe, para poupar alguns titulares, pois o mês de maio tem diversos desafios. Bolívar e Palmeiras têm seis pontos; os bolivianos lideram pelo saldo de gols.

Raphael Veiga comemora gol do Palmeiras
Raphael Veiga comemora gol do Palmeiras Cesar Greco/SE Palmeiras
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Gomez, Veiga e Palmeiras se misturam e formam conjunto impecável

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Luxemburgo precisará de tato e apoio para arrumar o Corinthians. O desafio será enorme

Antero Greco
Antero Greco

 


Meu amigo da Fiel, olha a situação do Corinthians na CONMEBOL Libertadores: três rodadas apenas, e a água já bate no pescoço. Até agora ganhou uma fora (e contra o Liverpool, mais fraco do grupo) e perdeu duas em casa  - Argentinos JuniorsIndependiente del Valle, que passam a assumir favoritismo para seguir adiante.

O desastre de duas semanas atrás, em Itaquera, se repetiu na noite desta terça-feira, nos 2 a 1 para o Del Valle. Estreia frustrante de Vanderlei Luxemburgo, contratado na base da emergência, após a saída de Cuca e com as recusas de Tite e Mano aos convites que lhes foram feitos. 

O experiente treinador assumiu na segunda, bateu um papo com a turma, mexeu aqui e ali na escalação e, sem medo de exagerar, encarou a fogueira no estilo do “Vamos lá moçada, façam o que vocês sabem, acreditem na reação e seja o que Deus quiser”. Motivação sempre é legal, mas sem jogar bola, não há São Jorge que dê jeito. 

Claro que não se pode colocar o tropeço na conta de Luxa; seria desumano e cretino pensar assim. O problema alvinegro é mais complicado, e o técnico terá desafio enorme para tornar um grupo de bons jogadores - embora alguns em curva descendente - em time competitivo. 

Luxemburgo apostou praticamente na formação que perdeu para o Palmeiras no sábado. Surgiram algumas chances, mas o primeiro abalo veio com o gol de Lautaro Díaz aos 20 minutos. Isso mexeu com a lado emocional corintiano, que já não é dos melhores. Mesmo assim, veio o empate com Roger Guedes aos 38.

No segundo tempo, Lautaro Díaz marcou de novo, aos 6 minutos, e daí pra frente o Corinthians foi todo tensão, suor e oscilação. Teve até duas bolas na trave do Del Valle. Luxemburgo fez diversas modificações, sem resultado e com uma certeza: a reformulação será árdua, e vai provocar abalos. Precisará de muito tato e apoio.

Vanderlei Luxemburgo viu Corinthians confuso na derrota por 2 a 1 para o Del Valle, em casa
Vanderlei Luxemburgo viu Corinthians confuso na derrota por 2 a 1 para o Del Valle, em casa Rodrigo Coca/ Ag Corinthians

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Luxemburgo precisará de tato e apoio para arrumar o Corinthians. O desafio será enorme

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Fluminense esbanja beleza e deixa pequenininho o gigante River Plate

Antero Greco
Antero Greco

Quando termina um lindo espetáculo, os artistas sentem que agradaram ao público e demoram para sair de cena. Eles ficam muito tempo a curtir os aplausos de reconhecimento por sua arte. Pois foi o que fizeram os jogadores do Fluminense, na noite desta terça-feira (2), após a surra sem dó que aplicaram sobre o River Plate.

 O Maracanã lotado foi o palco de uma apresentação fantástica, enlouquecedora, de embasbacar, da turma de Fernando Diniz. Após os 5 a 1, nenhum dos atletas tinha pressa de ir para o vestiário; o desejo era dividir com a plateia o recital memorável. Nem o mais fanático tricolor poderia imaginar que o gigante sul-americano voltaria para Buenos Aires pequenininho e entortado pelo show de bola que levou. 

O que se viu ao vivo, ou pela tevê ou pelo rádio foi verdadeiro: o Flu se impôs como se espera de um time que é a sensação do momento no Brasil e que entrou com velocidade máxima na Libertadores deste ano. Até agora, são três jogos e três vitórias, a mais impressionante esta diante dos argentinos, na qual Cano (três gols) e Arias (dois) dividiram a função de protagonistas e solistas. 

O River resistiu ao primeiro tempo - e olhe lá. Algum espírito de porco pode dizer que o Fluminense deslanchou depois da expulsão de Gonzalez Pirez, quando estava em vantagem por 2 a 1. Claro que, com um a manos, o River sentiu. No entanto, muito antes disso quem mandou no jogo foi a máquina tricolor. 

O Fluminense foi para cima desde o minuto inicial, embora tenha encontrado mais resistência até o intervalo. A insistência foi compensada com o primeiro gol de Cano, aos 28 minutos. Nem o empate, com Beltrán aos 38, abalou a confiança brasileira, que ainda teve a baixa de Keno aos 40, por uma bolada no rosto.

Diniz mexeu na postura do time no intervalo, que voltou reforçado no meio. A farra começou com Cano, ao fazer o L outra vez aos 7 minutos. O Fluminense acelerou a partir dos 22, com o vermelho para Pirez. Cano mandou uma bola na trave; Arias fez o terceiro aos 31, Cano o quarto aos 41 e Arias fechou aos 46. 

Esse jogo é daqueles de antologia, a não ser esquecido pelo torcedor de hoje e para ser contado para as próximas gerações. Vitória do futebol bonita e prático, de um time que diz “Presente!” na corrida por um título que lhe é inédito. 

Fernando Diniz comandou o Fluminense num jornada inesquecível diante do River Plate
Fernando Diniz comandou o Fluminense num jornada inesquecível diante do River Plate MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
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Fluminense esbanja beleza e deixa pequenininho o gigante River Plate

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O Botafogo lidera na raça. O Flamengo se enrola de graça

Antero Greco
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Flamengo x Botafogo fizeram um dos jogos mais frenéticos das três primeiras rodadas do Brasileirão de 2023. Maracanã lotado, nervosismo dentro de gol, chances desperdiçadas, expulsões, e no final vitória alvinegra por 3 a 2. O novo líder saltou para 9 pontos e 100% de aproveitamento. A árbitra Edina Alves Batista foi contestada por decisões polêmicas.

O enrosco rubro-negro inicial veio com a ausência de Gérson, vetado pouco antes de a bola rolar oficialmente por dores musculares. Jorge Sampaoli optou por Ayrton Lucas como ala, ao mesmo tempo em que manteve Thiago Maia e Vidal para a marcação, Cebolinha mais na armação, além da dupla Gabigol e Pedro. 

A decisão do treinador não funcionou: o meio-campo do Flamengo não teve estabilidade e os reflexos se estenderam para a defesa, que mais uma vez ficou sobrecarregada. Mesmo assim, com cinco minutos mandou uma bola na trave do gol de Lucas Perri. 

Tiquinho brilha, e Botafogo vence clássico contra o Flamengo no Campeonato Brasileiro; veja os gols          

     


O Botafogo com sua força máxima pressionou, obrigou Santos a aparecer em momentos difíceis, mas só abriu o marcador aos 29 minutos com pênalti no mínimo contestável de Wesley sobre Victor Sá. A cobrança ficou para Tiquinho. 

Com a desvantagem, o Flamengo levou uma chacoalhada e reagiu; no entanto, parou nas finalizações erradas de Gabigol (perdeu umas quatro oportunidades) e nas defesas certeiras de Perri, talvez o melhor em campo. O castigo veio nos descontos (49), com Danilo Barbosa, de cabeça, ao fazer o segundo gol do Botafogo.

Sampaoli corrigiu o vacilo no intervalo, com a entrada de Everton Ribeiro no lugar de Ayrton Lucas. Nas duas primeiras vezes em que o experiente meia tocou, deixou Gabigol frente a frente com Perri, que neutralizou ambas. O Flamengo mais esperto e equilibrado com uma mudança óbvia.

A partida tomou outro rumo por duas besteiras botafoguenses: a primeira com a expulsão de Rafael aos 4 minutos por acúmulo de amarelos. Pouco depois, o técnico Luís Castro perdeu as estribeiras, esbravejou e foi tomar banho. 

O Botafogo balançou, tomou gol de Léo Pereira e suportou uma pressão imensa. Num raro contragolpe, aumentou com Tiquinho aos 25 minutos. E ainda reclamou (com razão) de entrada violenta de Thiago Maia em Di Placido, que rendeu apenas amarelo ao volante. O Flamengo diminuiu aos 40, com Léo Pereira, para tornar o final do duelo ainda mais eletrizante. E Edina acrescentou 11 minutos!

O Botafogo não é impecável, mas se mostra ajustado, entrosado e concentrado. (Rafael, no entanto, merece um puxão de orelhas.) O Flamengo não encontrou ainda o ponto de equilíbrio; mas deve-se dar desconto para Sampaoli, apenas em início de trabalho. O Brasileirão promete ter disputa bacana no alto da tabela, talvez a mais equilibrada dos últimos. Talvez. 

Jogadores do Botafogo comemoram gol
Jogadores do Botafogo comemoram gol Vítor Silva/Botafogo
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O Botafogo lidera na raça. O Flamengo se enrola de graça

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Deu a lógica: vitória do Palmeiras arrumado e descansado sobre um Corinthians à deriva

Antero Greco
Antero Greco


O dérbi paulista tem a tradição de inverter a lógica: perdi a conta das vezes em que o time em crise se recupera diante do grande rival. Não foi assim no clássico da noite deste sábado (29), no Allianz Parque. O Palmeiras, melhor e mais ajustado, bateu um confuso Corinthians por 2 a 1. Com isso, foi a 7 pontos em três rodadas e vai dormir na ponta, ao lado do Fortaleza, que fez 4 a 2 no Fluminense

Não tem jeito: quando Abel Ferreira pode ou decide mandar a campo a força máxima, é muito difícil superar o Palmeiras. Há conjunto, entendimento e coordenação entre os setores - mesmo se a defesa tem falhado acima da média, em comparação há temporadas anteriores. O único titular fora foi Marcos Rocha, que não se recuperou em tempo de contusão. Em compensação, voltara, Veiga e Rony, que no meio da semana fez ligeira aparição diante do Tombense. 

O Palmeiras não deu espaço, não deu chance nem tomou conhecimento das agruras corintianas. Não foi por acaso que, em pouco mais de meia hora, construiu a vantagem que lhe garantiu a segunda vitória no Brasileirão. Primeiro com Murilo, em gol de cabeça aos 15 minutos; depois, com Veiga aos 34. O meia foi um dos melhores em campo, saiu no segundo tempo para ser poupado. Se insistisse, a tropa de Abel iria para o intervalo com diferença maior.

O interino Danilo fez o que pôde, trocou ideias com Fernando Lázaro, tentou mudar o Corinthians para o segundo tempo. Apelou para Maycon, Fagner, Paulinho, Giuliano, como esforço para bloquear as trocas de passes dos palmeirenses. O máximo que conseguiu foi dar menos trabalho para Cássio, que ainda assim fez uma grande defesa e evitou o terceiro gol. 

Weverton, ao contrário, não foi incomodado, e se surpreendeu com o fogo amigo de Piquerez, que marcou contra, aos 31 do segundo tempo, depois de cobrança (errada) de escanteio por Roger Guedes. O final teve certa emoção pelas surpresas que o futebol proporciona. Mas o Corinthians foi frágil para chegar ao empate. 

O óbvio ocorreu no estádio do Palmeiras: o Corinthians precisa, urgentemente, de orientação segura e de paz. Caso contrário, pode ver a vida complicada na Libertadores e no Brasileiro, mesmo com apenas três rodadas disputadas. Já o Palmeiras segue a trilha de continuar a ser protagonista. 

 Veiga voltou, depois de várias partidas de ausência, e marcou o segundo gol contra o Corinthians
Veiga voltou, depois de várias partidas de ausência, e marcou o segundo gol contra o Corinthians Cesar Greco / Palmeiras
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Fortaleza bate o Fluminense. Agradece quem curte o bom futebol

Antero Greco
Antero Greco

O Fluminense é o time badalado no momento. E com razão, pelo futebol que tem mostrado sob o comando de Fernando Diniz. Mas o show no Castelão, no final da tarde deste sábado (29), foi do Fortaleza. Num ritmo intenso, atrevido, com autoridade, a equipe de Juan Pablo Vojvoda fez 4 a 2 - e poderia ter ganhado por diferença maior, se não desperdiçasse oportunidades e se não fosse o goleiro Fábio, que pegou muito. Veja só!

O Fortaleza foi superior desde a primeira assoprada no apito de Raphael Claus. Sem tomar conhecimento do embalo do líder (naquele momento) do Brasileiro apertou, insistiu, criou chances, mas só conseguiu marcar aos 28 minutos, com Thiago Galhardo. Porém, aumentou a diferença aos 34, com Moisés. Já nos descontos, Alan recolocou o Flu no jogo com o gol aos 46 minutos.  

O segundo tempo não teve mudança no panorama. Antes que o Fluminense empolgasse com a possibilidade de empate, eis que o Fortaleza faz o terceiro, com Moisés aos 14. Nova tentativa de reação tricolor veio com John Kennedy aos 23 minutos. Para acabar com a brincadeira, Hércules fechou a conta aos 33. E só não teve mais porque Fábio esteve numa jornada de muito agilidade e atenção. 

O Flu poupou titulares e perdeu, o Fortaleza foi com força máxima, venceu e assumiu a liderança (7 pontos, como o Palmeiras, mas melhor saldo). Quem ganhou mesmo foi o torcedor, aquele que curte futebol independentemente do clube de preferência. 

As duas equipes deram demonstração de que é possível mostrar competência com velocidade, toques bonitos e atrevimento. Que continuem assim. Todos agradecemos.

uan Pablo Vojvoda mantém o Fortaleza com alta competitividade e assim bate o Fluminense
uan Pablo Vojvoda mantém o Fortaleza com alta competitividade e assim bate o Fluminense Caio Rocha/iShoot/Gazeta Press
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Cuca é condenado em novo "julgamento". Desta vez pela torcida do Corinthians

Antero Greco
Antero Greco


 A aventura-relâmpago de Cuca pelo Corinthians durou uma semana. A pressão popular foi tão intensa que ele e a direção não suportaram. Por isso, o técnico jogou a toalha, oficialmente, após a vitória por 2 a 0 sobre o Remo (e 5 a 4 nos pênaltis), na noite desta quarta-feira (26). 

Um dia antes, ele havia decidido sair, depois que parte da Fiel o rejeitou pelo envolvimento em caso de abuso sexual, com mais três antigos companheiros de Grêmio, ocorrido na Suíça, em 1987. Dois anos depois, Cuca e outros dois foram condenados a 15 meses de detenção. Pena jamais comprida. 

O ambiente não era favorável ao treinador que chegou para substituir Fernando Lázaro e recolocar o time no rumo certo. Nestes dias, dedicou mais tempo a explicar sua participação no episódio, sempre com a alegação de que era inocente. Foi submetido a segundo julgamento, desta vez pela torcida do clube, e de novo recebeu como veredicto a condenação. Como livrar-se do passado? Talvez nem Cuca saiba. 

SUOR E VAGA

Houve época em que se dizia que tudo era mais difícil para o Corinthians. A frase virou lugar-comum e perdeu o sentido, a partir do momento em que passou a colecionar títulos em penca. Mas o dito popular voltou a ter sentido, pela fase instável que o time atravessa, dentro e fora de campo. A comprovação veio com a vitória por 2 a 0 sobre o Remo, na bacia das almas, e os 5 a 4 nos pênaltis.

A noite foi de emoções gigantes em Itaquera. O público imaginou um atropelamento  para cima dos paraenses. O aperitivo que iludiu surgiu com menos de dois minutos, no gol de Adson. Parecia que a tarefa seria moleza, pois, em seguida, Roger Guedes mandou a bola no travessão. Festa nas arquibancadas e intensidade no gramado. 

O Corinthians não tirou o pé do acelerador, na tentativa de resolver a questão antes do intervalo. Ou, no mínimo, garantir os dois gols de vantagem (perdeu em Belém por 2 a 0), para empurrar para os pênaltis. Ficou no quase. Com os minutos a correrem no relógio, o Remo se ajeitou, respirou, anulou jogadas alvinegras.

No segundo tempo, o vento virou a favor do Remo. Menos por postura agressiva - continuou a defender-se do jeito que dava. Mais por nervosismo da turma da casa. Os bons passes escassearam, as jogadas não saíam. Cuca recorreu a Matheus Bidu, Maycon, Paulinho, Matheus Araújo, para tornar a equipe mais veloz. 

O duelo ficou dramático, porque o Corinthians forçava, abusava de bolas para o alto e dá-lhe o Remo a defender-se. O sufoco foi aliviado com o gol de Roger aos 48 minutos e transformou-se em euforia nos pênaltis: Cássio pegou a segunda cobrança, o Corinthians não errou nenhuma e vai para as oitavas de final.

A poeira parecia ter baixado um pouco para os lados alvinegros, antes do dérbi com o Palmeiras, na noite de sábado, no Allianz. E agora? Vai saber…


Cuca superou o primeiro grande desafio, no campo, com o Corinthians, mas se demitiu em seguida
Cuca superou o primeiro grande desafio, no campo, com o Corinthians, mas se demitiu em seguida Peter Leone/Ofotografico/Gazeta Press

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O Palmeiras avança na Copa do Brasil. Mas adversários avançam para cima da defesa do Palmeiras

Antero Greco
Antero Greco

Deu a lógica no duelo do Palmeiras com o Tombense. O time paulista volta de Uberlândia com a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil, após empate por 1 a 1, mas com a dúvida que o incomoda em 2023: a instabilidade do sistema defensivo. Como tem ocorrido com frequência acima da média das duas últimas temporadas, há brechas na solidez das muralhas verdes. Em poucas palavras: tem levado gols de bobeira, o que antes não acontecia.

Como de bobeira foi o que tomou na noite desta quarta-feira, aos 40 minutos do segundo tempo. Na arriscada saidinha, tão em moda no futebol, Gabriel Menino tocou para Fabinho, na intermediária. O rapaz se enroscou, Alex Sandro aproveitou, deu o bote, roubou e arrancou livre para tocar sem defesa para Weverton. 

Abel Ferreira questiona decisão da arbitragem em gol anulado do Palmeiras: 'Essa é a única câmera que tem?'          

     


Vá lá que não havia risco de surpresa, porque o Palmeiras tinha ganhado por 4 a 2, no Allianz Parque, e restava pouco tempo de jogo. No entanto, ficou exposta a inconstância na hora de se defender. Até agora, a falha não influenciou no destino dele, tanto que conquistou a Supercopa do Brasil (4 a 3 sobre o Flamengo) e o Paulistão (1 a 2 e 4 a 0 no Água Santa). Porém, levou gols nesses jogos, comos nos 3 a 1 para o Bolivar, nos 2 a 2 com o Vasco, e em várias outras ocasiões. 

O empate veio por vacilo na defesa e por imprecisão no ataque. Abel Ferreira optou por misto quente no início, em que deu oportunidade para a tropa jovem. Escalou os titulares Weverton, Marcos Rocha, Murilo e Flaco Lopez. Nas demais posições, recorreu para Jhon Jhon, Vanderlan, Richard Ríos, Fabinho e outros. Seguiu o projeto de rodar o elenco - sábado tem dérbi com o Corinthians

O Palmeiras jogou com tranquilidade, excessiva até. Criou diversas ocasiões, e aproveitou apenas uma, com Breno Lopes aos 12 do primeiro tempo. O mesmo Breno teve chance de marcar; outros igualmente desperdiçaram. No segundo tempo, Luís Guilherme entrou no lugar de Jhon Jhon, marcou, mas viu a alegria ser anulada pelo VAR. Decisão que revoltou Abel. A boa notícia foi o retorno de Rony, recuperado de contusão.

Resumo da conversa: o Palmeiras mantém a vocação para ir para cima dos rivais. Só que estes descobriram que também podem ir para cima do Palmeiras - e, em alguns casos, ter sucesso. Mande a turma abrir o olho, Abel!

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras Cesar Greco/SE Palmeiras
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O Palmeiras avança na Copa do Brasil. Mas adversários avançam para cima da defesa do Palmeiras

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