Edu Dracena erra ao defender o Santos com ameaças a Vuaden
Faz muito tempo que deixei de lado a tentação de dar lição de moral para quem quer que seja. Tenho falhas para caramba e não me sinto em condições de apontar o dedo para este ou aquele, como se eu fosse superior. Dito isto, vamos lá, curto e grosso: Edu Dracena errou, e feio, se de fato fez ameaças para Leandro Vuaden, que apitou na derrota do Santos por 2 a 1 para o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro.
O árbitro relatou na súmula que, ao final do clássico disputado na noite de segunda-feira (2 /5), o dirigente santista lhe disse, entre outras coisas, que iria colocar “os nomes de vocês (da arbitragem) para a torcida pegar vocês na rua”. E, sempre segundo o juiz, não estaria com medo de consequências de suas palavras. “Pode me relatar. Estou cag* para vocês, seus vagabundos.”
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A bronca maior de Dracena teria origem no lance que motivou o pênalti da vitória tricolor. Os santistas reclamam que o lateral, no meio do campo, era deles. Em vez disso, o quarto árbitro insistiu com o bandeirinha que a devolução em jogo seria para o São Paulo. Na sequência, veio o lançamento para a área, a falta e a punição, convertido em gol por Luciano. O tropeço fez o Santos sair da liderança.
Entendo o nervosismo, a frustração, a irritação da turma do Santos. A jogada é polêmica, embora tenha se desenrolado na frente do quarto árbitro. Houve desconcentração dos santistas, ao mesmo tempo em que os são-paulinos foram rápidos na reposição de bola. Compreendo que havia muita adrenalina, porque faltava pouco tempo para o encerramento e o empate era bom resultado para o pessoal visitante, que nem fez uma grande partida…
Também não sou dos que põem a mão no fogo por qualquer um no futebol. Há raros “santos” nesse meio. Existem muitos mistérios, que vão além de nossa imaginação. Mas vai uma distância enorme entre a indignação de um profissional por causa de uma decisão controvertida e as ameaças. Se for verdade o que está escrito no relatório, Dracena foi leviano. Luta-se tanto contra a violência e um dirigente solta esse tipo de insinuação - que, aliás, nem insinuação é, é ameaça direta. Tampouco pode classificar de “vagabundos” pessoas que estão trabalhando; sujeitas a erro, sim, com o benefício da dúvida. Afinal, todos somos falíveis.
Dracena jogou bola, sabe dos riscos a que estão sujeitos os participantes desse circo, quando há fúria da torcida. Ele mesmo deve ter passado por saias-justas e situações delicadas, em fases ruins de equipes que defendeu. Vê a todo momento jogadores e cartolas sendo acuados por grupos radicais, até com ameaças de perseguição de parentes. Está o Cássio para confirmar… O futebol não pode, não deve andar lado a lado com o submundo do crime.
Não pode, portanto, ter esse comportamento. Defender seu clube, com veemência, é correto e é o que se espera dele, na função de executivo de futebol. Nunca, porém, dessa maneira. Não contribuiu em nada, nem para a instituição que o emprega, e muito menos para o futebol. Dracena é relativamente novato na novo função, tem o que aprender e o episódio pode servir para amadurecimento. Todos queremos futebol limpo e transparente, sem benefícios para ninguém, sem maracutaias. Principalmente que seja também sem violência.
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