José Mourinho, Roma e a primeira grande conquista europeia
Roma, José Mourinho e a primeira grande conquista europeia
A Roma é time tradicional, mas com fama e conquistas - poucas - restritas à Itália. José Mourinho está no rol dos técnicos mais famosos do mundo. No entanto, já há tempos não tem trabalhos notáveis; alguns foram até interrompidos pela metade. Clube e treinador encontraram-se, no início da atual temporada, e a parceria virou sucesso, com a conquista da Conference League, competição europeia em sua primeira edição e que se juntou à Champions e à Liga Europa.
A glória romanista e “mourinhista” veio na noite desta quinta-feira (25/5), no estádio de Tirana, capital da república que durante décadas, no século 20, teve o mais fechado regime comunista do continente. Com a maior parte do público formada por tifosi, a tropa de Rui Patrício, Spinazzola, Abraham & Cia levantou o troféu com a vitória por 1 a 0 sobre o Feyenoord, representante holandês que ostenta no currículo alguns dos principais títulos do futebol mundial. Zaniolo foi o herói.
A taça é o auge da aposta que James Pallotta, o dono americano do clube, fez num técnico rodado e que andava meio à deriva, depois de faturar a Liga Europa com o Manchester United, em 2017, seu último momento de brilho. Mourinho moldou a equipe para ser competitiva, senão no plano doméstico (de novo, ficou no bloco de cima, mas logo saiu da briga pelo scudetto da Série A) ao menos no nível continental. E disso ele entende, pois também venceu a Champions, com o Porto, em 2004, quando despontava como o mais talentoso técnico de sua geração, e com a Internazionale, em 2010. Aliás, última vez em que um time italiano subiu ao pódio.
A Conference League não é o principal torneio da Europa, não tem o charme, o rendimento, o apelo da Champions; sequer faz sentido qualquer comparação. Ela surgiu como uma necessidade comercial e esportiva. A Uefa percebeu que havia mercado para o retorno de um terceiro campeonato de clubes - como nos tempos de Copa dos Campeões, Recopa e Copa da Uefa - e abriu concorrência e vagas. A aceitação foi imediata, com mais clubes empenhados em grana, fortuna e títulos.
A Roma soube aproveitar-se da trajetória que percorreu, ao ficar à frente de Bodo/Glimt, Zorya e CSKA Sofia na fase de grupos. Depois, nas oitavas eliminou o Vitesse, pegou o Bodo/Glimt de novo nas quartas, livrou-se do Leicester nas semifinais e superou o Feyenoord no tira-teima no estádio Kombetare. Com direito a lágrimas, abraços efusivos, comemoração com a torcida, papel picado e volta olímpica.
O grupo giallorosso volta para casa como uma tropa com missão cumprida, numa batalha simbólica, sem mortos e feridos; apenas, com atletas e dirigentes felizes. Para cair nos braços do povo, para rodar pela Cidade Eterna como nos tempos dos Césares vitoriosos, após jornadas pelo Mediterrâneo. A Roma inscreve o nome dela na lista dos italianos que têm taça com grife europeia para exibir. Ora, ora, estão pensando que isso se limita a Juventus, Inter e Milan, os poderosos do Norte? Ou como Parma, Napoli, Lazio, com algumas conquistas avulsas? A Roma agora faz parte desse elite. E Forza, Roma!
Agora, mais do que nunca, valem os versos de Antonello Venditti, o compositor popular e autor do hino da Roma. “Roma, Roma, Roma, coração desta cidade. Único e grande amor, de tanta e tanta gente, que você faz suspirar. Roma, Roma, Roma, nos deixe cantar. Desta voz, nasce um coro, são cem mil vozes de gente que você faz se apaixonar”.
Muito lindo!
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