No empate dos favoritos Palmeiras e Atlético-MG, 'muito obrigado' quem diz é o líder Corinthians

Antero Greco
Antero Greco

Abel Ferreira 'detona' Wilton Pereira Sampaio e diz: 'Me sinto perseguido pelos árbitros brasileiros'

Ninguém - creio - nega que Palmeiras e Atlético-MG sejam dois dos fortes candidatos ao título do Brasileiro. Concorda comigo? A dupla tem elenco, cacife e retrospecto para levantar a taça. Os palestrinos tiveram essa alegria, na história recente, em 2016 e 2018; os mineiros são os campeões atuais. Iniciaram a rodada número 9 dividindo os dois primeiros lugares, com os mesmos 15 pontos. 

Pois bem, palmeirenses e atleticanos continuam com pontuação idêntica, só que agora com 16 para cada lado. Porém, quem festejou o empate por 0 a 0, na tarde deste domingo (5/6) no Allianz Parque, foi o Corinthians, que retomou a ponta, depois do 1 a 0 do sábado diante do Atlético-GO. A rapaziada de Vítor Pereira saltou para 18 pontos e olha para trás em busca dos concorrentes. 

Ou seja, o campeonato está equilibrado para chuchu, sem que ninguém consiga abrir longa dianteira. Ou, tampouco, engrenar com rapidez. E aí está o exemplo do Flamengo, outro protagonista de peso que não se acerta e que, de quebra, ainda concedeu ao Fortaleza a primeira vitória na competição, com os 2 a 1 no Maracanã. O bicampeão de 2019/20 tem 12 pontos, é o 10.º colocado e ainda pode cair uma ou duas posições, até o encerramento da rodada. 

Mas vamos ao jogo no antigo Parque Antártica. Equilibrado e intensamente disputado, como se previa. Porém, ficou abaixo na expectativa do ponto de vista técnico. Pelos jogadores em campo, era possível e justo esperar mais de equipes estreladas. Na prática, foram poucas as oportunidades de gol; tanto que Everson e Lomba apareceram poucas vezes. A rigor, a melhor chance surgiu no último lance do primeiro tempo, quando Navarro ficou livre na frente do goleiro do Galo e, talvez por achar que estivesse impedido, chutou para fora. 

No mais, o clássico foi um festival de divididas duras, jogadas truncadas, marcação implacável e criatividade baixa. Hulk, Nacho, Scarpa, Dudu, alguns dos principais cérebros de lado a lado, ficaram com desempenho normal - ou, melhor, aquém do habitual. Para complicar para os palmeirenses Raphael Veiga machucou-se numa arrancada e precisou sair no meio da etapa inicial. Essa é uma baixa para lamentar. 

Piquerez (esq), do Palmeiras, e Ademir, do Atlético-MG, disputam jogada
Piquerez (esq), do Palmeiras, e Ademir, do Atlético-MG, disputam jogada Cesar Greco/Ag Palmeiras

O duelo em São Paulo mostrou o quanto se equiparam essas equipes e como será difícil apontar favoritismo, se eventualmente vierem a encontrar-se nas quartas de final da Libertadores. Uma possibilidade real e prevista no chaveamento do certame sul-americano. Ambas são favoritas diante de Cerro Porteño e Emelec, respectivamente. Não apostaria seco em ninguém; mas isso fica para mais adiante. 

O Palmeiras sentiu a contusão de Veiga, mas não lamentou a ausência de Weverton, Gomez e Danilo, porque Lomba, Luan, Menino deram conta do recado; ou, no mínimo, não complicaram. Faltou-lhe eficiência nos contra-ataques e pecou por raras finalizações. O Atlético apostou em Ademir, Hulk, Sasha, na frente, para envolver a zaga verde; o trio, desta vez, foi anulado por Marcos Rocha, Murilo e Piquerez. O empate por 0 a 0 não foi obra do acaso, mas consequência da postura firme dos respectivos sistemas defensivos. Galo e Palestra, porém, continuam vivos.



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Quase tudo errado para o Palmeiras em Curitiba: só faltou mesmo derrota para o Athletico

Antero Greco
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Endrick (esq) tenta jogada durante partida entre Palmeiras e Athletico-PR, pelo Brasileirão
Endrick (esq) tenta jogada durante partida entre Palmeiras e Athletico-PR, pelo Brasileirão Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Sabe aquela tarde em que tudo dá errado? Em que a gente lamenta ter posto os pés fora de casa? Pois é, foi o que aconteceu com o Palmeiras na visita ao Athletico Paranaense, pela 13ª rodada do Brasileiro. Se o sujeito for supersticioso, então, daí é que associa o que aconteceu em Curitiba à influência do azar que o número traz. 

Méritos da turma da casa à parte, para os palestrinos foi um tropeço atrás do outro. Começou com Endrick desperdiçando pênalti com dois minutos. Aliás, aqui entre nós, o cotovelaço do Zé Ivaldo no jovem atacante era para vermelho. Não importa que fosse a primeira falta, mas a jogada foi intencional. Deixa pra lá, vai.

O Palmeiras aos poucos se reequilibra, com a rapaziada reserva dando conta do recado. Endrick se reanima, com o gol aos 21 minutos, e o crescimento do time. Endrick ainda manda bola na trave. 

No segundo tempo, Gabriel Menino entra e aumenta a diferença. Epa, 2 a 0 é para comemorar, depois de duas derrotas seguidas, a descida na tabela e o Botafogo a perder de vista na liderança. (Agora, são dez pontos de diferença.)

Tudo sob controle? Aparentemente. Daí começa a desgraça. No melhor momento do Palmeiras, Garcia faz pênalti, sem discussão. Toma o segundo amarelo e consequentemente o vermelho. Vítor Bueno diminui, o Athletico se enche de moral, vai pra cima e empata com Vitor Roque aos 27. Vira sufoco até o fim. 

Como desgraça pouca é bobagem, Rony tinha entrado para dar uma correria nos zagueiros rubro-negros e torce o tornozelo sozinho. Faz figuração até o apito final, aos 53 minutos. Ou seja, o Palmeiras na prática teve dois a menos. Só faltou a derrota para consolidar um domingo para esquecer. 

O campeão de 2022 está fora da briga? Não, de forma alguma. Mas a cada rodada fica mais longe de um líder formidável e vê concorrentes se aproximarem ou o ultrapassarem. Com a atenção dividida também com Copa do Brasil e Libertadores. Será preciso ter sangue frio. Competência é comprovada, mas a turbulência está aí. 

Para não parecer pessimista demais, dá para dizer que veio, na Série A, num momento em que a recuperação é possível. Só não pode repetir nos mata-matas.


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O Corinthians se comporta como visitante em casa. E ainda estraga o almoço da Fiel

Antero Greco
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Domingo com temperatura amena, atraente para ir ao estádio logo cedo. O torcedor animado se apronta, pega o filho, a mulher, reúne-se com amigos e se manda para Itaquera. É hora de reação, o Corinthians precisa de carinho, tem de sair da zona incômoda em que se encontra no Brasileiro. E, mais tarde, um bom almoço…

Tudo o que escrevi no primeiro parágrafo pertence ao mundo ideal. A realidade é outra. Entra em campo, sai de campo como se não houvesse estado em campo. Recebe o Red Bull Bragantino como se fosse o convidado e não o dono da casa. Joga uma bolinha murcha, perde por 1 a 0, deixa a Fiel com os dois pés atrás e segue a vida em busca de rumo. Ou seja, mais um constrangimento alvinegro. 

Foi de tirar o apetite o que se viu na arena corintiana. Outra vez. A anemia é que embrulha o estômago. O Corinthians de novo não foi um time, mas um amontoado de jogadores em busca de esquema, de espaço, de algum lance de perigo. Roger Guedes, Fagner, Cássio, Gil e os demais passaram o tempo todo à cata de ao menos um jogada mais elaborada, de uma oportunidade que resultasse em gol.

Amigo torcedor: olha que humilhante. O Corinthians, em seu lindo estádio, mendigando uma falha do rival para não perder. Nem se fala em ganhar, o que seria natural e nenhum desprezo pelo Bragantino. Mas uma escapada fortuita para não ser derrotado é pensamento para equipe pequena, para quem não deseja cair. Foi essa a postura diante de uns 30 mil torcedores. Ah, dá licença!

Luxemburgo recorreu a um punhado de jovens - vários com talento, mas com risco de se queimarem pela fase horrorosa. Yuri Alberto que o diga. Toparam um adversário ajustado, que manteve o controle do jogo e que poderia ter definido com folga no primeiro tempo. A vantagem, com Eduardo Sasha, aos 16 minutos, não foi ameaçada. E o Bragantino ainda relaxou na etapa final. Viu que tinha um oponente sem moral. Pra que esforço extra?

Resumo da nossa conversa: tenha dó, Corinthians! Isso não se faz. Estragou o almoço dos fãs e ainda vem o papo de sequência difícil. Difícil porque não está jogando nada. Estivesse bem, era só uma sucessão normal, com a tabela de sempre.

Tenha a santa paciência.

Vanderlei Luxemburgo tem desafio cada vez mais complicado: dar rumo certo para o Corinthians
Vanderlei Luxemburgo tem desafio cada vez mais complicado: dar rumo certo para o Corinthians MAURO HORITA/Gazeta Press
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O Palmeiras fecha em primeiro na Libertadores. De novo. E tem gente criando crise?

Antero Greco
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Entendo a vocação do torcedor do Palmeiras de ser corneteiro. Conheço muito bem esse espírito contestador. Mas tem limite até para espinafrar o próprio clube. Bastaram duas derrotas no Brasileiro para uma turma transformar em princípio de crise?! Vão cobrar isso e aquilo, avião e não sei o quê?! Pessoal mal-acostumado.

Tão habituado anda o palmeirista com alegria que a resposta veio nesta quinta-feira (29), dia de São Pedro, com a surra de 4 a 0 sobre o Bolívar. Jogo em casa, com público bom, porém abaixo da média (33 mil pagantes), tarefa tranquila, quinta vitória em seguida, 15 pontos, primeiro lugar geral na fase de grupos. 

Palmeiras conta com brilho de Artur, goleia o Bolívar e garante 1º lugar geral da fase de grupos da Libertadores; veja os gols

          

     



Mais uma vez. O que significa decidir em casa, até eventualmente chegar à final. Barriga cheia. O único escorregão foi na estreia, na Bolívia, contra esse adversário.

Vai reclamar do quê, essa eu gostaria de saber? Abel Ferreira parece ter feito até de propósito - e se o fez concordo. Mandou  a campo força máxima (Zé Rafael, machucado, ficou fora) e só fez substituições no finzinho, quando a vitória estava consolidada. Para mostrar a confiança que tem no elenco. 

E os jogadores corresponderam. Do início ao fim, o Palmeiras correu risco zero de zebra. Ignorou o Bolívar e os gols surgiram naturalmente, como era de esperar. Rony, o homem-gol verde na Libertadores, abriu a contagem aos 24 minutos e Artur aumentou aos 33. Pronto, ida para o intervalo com missão cumprida. 

Para dar mais segurança, Piquerez fez o terceiro aos 30 da etapa final e Artur, cheio de cãibras, passou o giz aos 39 minutos. E não é que Fabinho entrou e ainda tentou tirar uma lasquinha? Palmeiras ligadíssimo. 

Portanto, caro palestrino, exerça seu “espírito de porco”, mas sem achar que o mundo desabou por duas tropeçadas no Brasileiro. A temporada promete…

Artur comemora gol do Palmeiras
Artur comemora gol do Palmeiras Cesar Greco/SE Palmeiras
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O Palmeiras fecha em primeiro na Libertadores. De novo. E tem gente criando crise?

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O Fortaleza cresce, ameaça 'gente famosa', bate no Atlético-MG. E que suba mais e mais

Antero Greco
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Tinga comemora após marcar para o Fortaleza sobre o Atlético-MG
Tinga comemora após marcar para o Fortaleza sobre o Atlético-MG Leonardo Moreira/Fortaleza EC

Tem time que dá gosto de ver jogar. O Fortaleza está nesta lista. E não é de agora. Faz tempo que mostra segurança, maturidade, convicção do que faz. Não é por acaso que ganhou destaque nacional e internacional. Dá pra dizer que tem projeto em andamento. 

Não estou enchendo a bola do Leão por acaso, do nada. Basta olhar as últimas temporadas e ver a razão dos elogios. No ano passado, por exemplo, largou mal, flertou com a zona de rebaixamento, passou sufoco. Nem por isso, fez mudanças radicais, mandou embora técnico e outras afobações. Reagiu e está vivíssimo.

Como se viu no início da noite deste sábado, ao receber o Atlético-MG e sair com outros três pontos no bolso. Seis pontos em poucos dias em confrontos com mineiros. E vitória ajustada e justa por 2 a 1 diante de um rival em transição, sob novo comando (Felipão) e em busca de rumo. 

Houve equilíbrio, o Galo até tratou de impor-se, Hulk deu trabalho para João Ricardo. O Fortaleza não deixou por menos, não se afobou, recorreu ao jeito fluente que encampou com Vojvoda, construiu a vantagem sem pressa. Dois vacilos alvinegros, e gols de Pochettino aos 9 minutos e Tinga 17 do segundo tempo. Alan Kardec entrou no fim, no lugar de Hulk, e diminuiu aos 42. Fim.

O Fortaleza ultrapassou o Galo (20 a 19), está na parte de cima e ameaça mais uma vez o sossego de “gente mais famosa”. O Leão aos poucos se firma como time relevante, de destaque. E que continue assim. Antes, que suba mais e mais. 


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Bragantino deixa o Flamengo sem o rumo de casa. Fora o baile

Antero Greco
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Meu amigo rubro-negro. Tem jogo em que a gente olha e diz: “Não vai dar certo.” Foi o caso de Bragantino x Flamengo, na noite desta quinta-feira (22). Desde o primeiro toque de bola, o time da casa mostrou que não estava para vacilos diante de um adversário badalado, embalado e já de olho na vice-liderança do Brasileiro. 

E assim foi, do início ao fim. Quem acompanhou, viu um espetáculo impecável do Bragantino e o desempenho horroroso do pessoal de Jorge Sampaoli. Aliás, o Flamengo foi para Bragança Paulista? Os jogadores pareciam ser os mesmos, o uniforme era o manto sagrado, a comissão técnica aquela que assumiu um tempo atrás. 

Mas, no todo, não era o Flamengo, não. Por incrível que pareça, teve umas três finalizações, para não dizer que não chutou a gol. Em contrapartida, levou uma saraivada sem dó. Só no primeiro tempo, deveria ter ido para os vestiários com três de desvantagem, para contar o mínimo. Foi bola na trave, foi defesa de Matheus Cunha, foi gol de Eduardo Cunha aos 40 minutos. 

O Flamengo foi barata tonta e não mudou na parte final. Para provar quem mandava, logo aos 3 Mosquera fez 2 a 0 e mandou o Flamengo para as cordas. O nocaute se tornou mais evidente com Alerrandro aos 30 e o juiz abriu contagem com Mosquera aos 35 minutos. 


O Flamengo não viu a cor da bola, dava a impressão de que remoía alguma congestão. Congestão de dez dias de treinos? De uma escalação entortada? Os 4  0 foram pouco. Raspou trave uma surra histórica, daquelas de esconder nas estatísticas. 

Perder para o Bragantino de hoje em dia não é vexame: trata-se de clube e equipe organizados. Nem o placar seria feio, se o Flamengo tivesse jogado bola. O chato, mas chato mesmo, foi ser derrubado numa apatia, numa falta de apetite, numa incapacidade de reação assombrosas. Assim fica difícil alcançar o Botafogo…


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Falta muito campeonato. Mas temo pelo pior para o Vasco da Gama

Antero Greco
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Amigo vascaíno, faltam 27 rodadas para o fim do Brasileiro, mas não vou esconder de você: já bate o medo do rebaixamento. Sei que a sensação é catastrófica, porém provocada pelo desempenho e pelos números. Até agora, a campanha é de quem vai para a Série B, com convicção e pela quinta vez. Em resumo: decepção. 

Tento ver pontos positivos, à medida que o campeonato avança. Olho para o Vasco com a esperança de que, com SAF, poderá deixar para o passado os momentos de amadorismo, de improvisação, de bagunça. Nesse aspecto, notam-se alterações. Pero no mucho. O complexo de inferioridade corre risco de fixar-se num dos grandes clubes brasileiros. A sequência de quedas põe tudo a perder. 

Toda esta conversa para resumir o que aconteceu na noite desta quinta-feira (22) em São Januário. No início, o incentivo da torcida, na esperança de criar bom astral. Até que animou, porque o Vasco foi pra cima, fez gol (anulado pelo VAR), mandou bola na trave, teve zagueiro goiano salvando em cima da linha, também levou gol (igualmente ignorado pela tecnologia.). 

Dava a impressão de que levaria a melhor contra adversário que, no momento, é o que conta. Ou seja, a turma da parte de baixo. Mas, como a fase já anda conturbada, mesmo aquilo que fez de certo não representou vitória. Preocupante. Tão preocupante quanto o segundo tempo, em que o desempenho caiu, a pressão da torcida aumentou o desastre veio com o gol decisivo de Morelli. 

O Vasco é penúltimo, levou 7 derrotas em 11 rodadas, não consegue ter uma escalação equilibrada. Parte da torcida ameaça partir pra ignorância. O que será desse time? Temo pelo pior. 

Maurício Barbieri lamenta derrota do Vasco para o Goiás em São Januário
Maurício Barbieri lamenta derrota do Vasco para o Goiás em São Januário Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press


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O Palmeiras estava no doce balanço mar. Acordou com a vitória do Bahia

Antero Greco
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Parecia mais um daqueles jogos em que o Palmeiras finge dar espaço ao adversário. E, quando este se dá conta, a turma de Abel Ferreira volta para casa no mínimo com um empate. Ao menos era esse o roteiro que se desenhava diante do Bahia até os 47 minutos do segundo tempo. Um 0 a 0 conveniente, que mantinha invencibilidade e distância curta do líder Botafogo. Até aparecer Thaciano para fazer 1 a 0

O resultado em si não surpreende. O tricolor baiano jogou o suficiente para não cair na armadilha verde. Não se expôs, como outros tantos, tampouco se trancou em demasia, a ponto de não aguentar pressão. Ficou na média, e assim venceu, nos acréscimos, em raríssimo momento de vacilo de um dos melhores sistemas defensivos do futebol nacional. Cochilada coletiva que resultou na derrota. 

O Palmeiras esteve em doce balanço do mar, em homenagem a uma das mais lindas e acolhedoras cidades brasileiras. Exceto por bons momentos no primeiro tempo, Dudu, Artur, Endrick, Gomez e demais apostaram em ritmo mais cadenciado, sem esforço, sem pressa, na certeza de que o gol sairia em lance mais elaborado. 

Quase deu certo antes do intervalo. Na jogada mais significativa, Artur chutou, Marcos Felipe vacilou e conseguiu pegar a bola a meio centímetro de ter ultrapassado a linha. A olho nu, gol. Com o olhar eletrônico faltou esse tico. Marcos Felipe ainda se tornou destaque com duas boas defesas no segundo tempo. 

Endrick teve oportunidade, Artur insistiu também. Quer dizer, então, que o Palmeiras foi melhor? Um pouco, nada significativo. Já se apresentou com mais autoridade. Detalhe, para não ser injusto: a ausência de Veiga, Rony, Piquerez foi sentida. E não seria diferente, pois são parte essencial do time. 

A prova de fogo, para diminuir novamente distância e ficar de olho na ponta é o duelo com o Botafogo, na tarde de domingo, em casa. Acordado. Bem desperto.

Abel Ferreira durante Bahia x Palmeiras pelo Brasileirão
Abel Ferreira durante Bahia x Palmeiras pelo Brasileirão Cesar Greco/Palmeiras/by Canon


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Carlo Ancelotti é grande. A história da Seleção Brasileira é maior

Antero Greco
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Caro amigo, às vezes demoro um pouco mais para postar um comentário. Faço por precaução, e sei que vou no ritmo contrário à velocidade de um blog. Não estranhe. É para digerir, compreender um fato e falar com menos ligeireza. 

Dito isto, vamos lá: que mico a seleção pagou mais uma vez, e por não ter técnico fixo! Não é pelo resultado em si. Se bem que levar de 4 a 2 não soa normal. Não vou procurar em estatísticas, porque sei que isso vários já o fizeram. 

Não se trata também pelo tropeço ter ocorrido diante de Senegal, rival africano, com boa qualidade, embora com histórico que não engraxa uma chuteira nacional. O problema é como veio. Com um treinador interino, com uma indefinição a respeito do futuro. E, sobretudo, pela demora na escolha do rumo da “amarelinha”. 

Não me recordo de o maior campeão do mundo ter ficado tantos meses sem um treinador. Isso não existe desde a época do amadorismo, um século atrás. Bem ou mal, com “professor” de início ao fim de um ciclo de Copa do Mundo - ou não -, fato é que o Brasil jamais se sentiu abandonado. 

A sensação atual é de equipe largada, à espera de um salvador da pátria, que hoje tem nome e sobrenome italiano: Carlo Ancelotti. Nem discuto o currículo de um multivencedor, não contesto a preferência por ele, não terei reação de xenofobia diante da perspectiva de termos pela primeira vez um gringo à frente. 

Acho válida a tentativa de mudar, nestes tempos em que portugueses, argentinos e outros de fora têm conquistado espaço, referência, títulos com nossos clubes. Mas é muita a espera até o início de 2024. Não dá para jogar nas costas de Ramon tamanha pressão, sem contar que há seis jogos até o fim do ano. E Eliminatórias. 

A necessidade de uma Comissão Técnica já ficou escancarada na bobeira em que o Brasil se viu nos 4 a 2 desta terça-feira (20). O que se viu em Portugal foi um monte de bom jogador amontoado em campo. Não havia uma equipe. Não funcionou meio-campo, os laterais não apoiaram, Vini quis carregar a tropa nas costas, Rony foi jogado na fogueira, numa correria diferente daquela organizada no Palmeiras. 

Em

Carlo Ancelotti  é o preferido para a Seleção. Vale a pena esperar e correr riscos?
Carlo Ancelotti é o preferido para a Seleção. Vale a pena esperar e correr riscos? EFC
resumo: um show de horrores. Ancelotti é grande; a história da seleção brasileira, maior.
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Carlo Ancelotti é grande. A história da Seleção Brasileira é maior

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O Palmeirense que não gosta do estilo do Abel. Tem, e eu conheço

Antero Greco
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Tenho um amigo palmeirense - daqueles históricos, não modinha - que não gosta do Abel Ferreira. Não tem jeito, o português pode ficar 20 anos no clube, pode ganhar dezenas de títulos, mas este querido corneteiro não se sente atraído pelos métodos lusos. “Medroso” é o adjetivo mais suave que usa para definir sua crítica. 

Este fraternal colega apega-se, de forma irredutível, à escola palestrina das “Academias”. É fanático por aquelas dos anos 60 e 70, que giravam em torno do talento de Ademir da Guia. Os jogadores e a forma de jogar de então são para ele a  essência do Palmeiras. Digo-lhe que também sou apegado às gerações de Djalma Santos, Dudu, Servilio, Luis Pereira, César Maluco, Leivinha, Vavá, etc. 

“Mas são outros tempos, argumento.” Ele não aceita e diz. “Com os jogadores que o Palmeiras tem hoje pode jogar muito mais, e mais agressivo.” Vamos lá. 

Mostro que o time, sob comando de Abel, tem sido não só eficiente, como equilibrado também. Não me ligo nessas estatísticas que rodam por aí, que no fundo são mais curiosidades para discussões do que dados científicos. 

No entanto, há dados concretos. Na maioria dos títulos conquistados nos últimos três anos - e foram tantos -, o Palmeiras leva a taça com o maior número de vitórias, o menor número de derrotas; em geral, com o melhor ataque e a defesa que menos buscou bolas nas próprias redes. Fica um tempão sem perder e tem atletas lembrados na “formação ideal.” (Não, neste item nem tanto.)

O que escrevi entre parênteses pode parecer negativo; no entanto, é um dos segredos do sucesso. O Palmeiras da atualidade pode não ter superastros, como alguns de seus rivais ou como ele mesmo teve no passado. Porém, a harmonia entre os setores é gritante, raras vezes vista num elenco competitivo. 

Eis algo para notar: sem dar na vista, sem parecer, o Palmeiras é um rolo-compressor. Não massacra adversários, no sentido de enchê-los de gol. Não faz 5 de uma vez e, em seguida, passa semanas na seca. Vai com regularidade nos seus 2, 3, muitas vezes 1 gol de diferença, com constância. 

Quantas vezes parece pressionado, empurrado para o próprio campo, sem que o rival, na prática, consiga furar as muralhas? Como os alas, a zaga se fecham? Como Menino e Zé Rafael, os titulares do meio hoje, compactam o setor? Quantas defesas absurdas Weverton tem de fazer? (Faz várias, claro, porque é ótimo.)

Como Veiga, Dudu, Rony voltam também para recompor? Veja o trabalho de Breno Lopes, de Richard Ríos aos poucos inserido, se encaixa na estratégia taçada por Abel. E os mais jovens? Como o técnico os tem aproveitado, sem queimar etapas, sem jogar sujo, sem discriminar? E que acelera, que vai pra cima, que tem alternativas de bola parada, conta com zagueiros artilheiros. 

Por isso, raras vezes se observa um Palmeiras destemperado em campo - isso fica para a Comissão Técnica zoeira à beira do gramado. E assim, sem dar na vista, o “Alviverde imponente” mantém, na maioria das vezes, o controle. Isso não é uma forma de ser rolo-compressor?

“Não”, diz meu amigo. E juro que não é personagem inventado. “Tem de jogar mais. O português pode sempre jogar no mínimo com três atacantes”. 

Eu desisto. 


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Abel Ferreira é ídolo da torcida do Palmeiras. Mas, acredite, tem que não gosto do jeito dele treinar
Abel Ferreira é ídolo da torcida do Palmeiras. Mas, acredite, tem que não gosto do jeito dele treinar Gazeta Press
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O Palmeirense que não gosta do estilo do Abel. Tem, e eu conheço

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Palmeiras, campeão há 30 anos. Vitória no campo e no Jornalismo

Antero Greco
Antero Greco


Amigo palestrino, permita que relembre com você um episódio marcante na minha carreira. Aconteceu há 30 anos, num dia de 12 junho para lá de especial. Era final do Campeonato Paulista, Palmeiras Corinthians decidiam a hegemonia local. 

Tensão intensa, o Palestra vivia seca de títulos desde 1976, ano em que, no fim carreira do Divino Ademir da Guia, fazia sua última festa. O jejum incomodava, já criara sentimento de inferioridade numa das torcidas mais vitoriosas do país. E, para complicar, tinha pela frente o maior rival. Para piorar, na partida de ida tinha perdido por 1 a 0, no famoso "gol porquinho" comemorado por Viola. 

Na época, eu era chefe de Esportes do Estadão, uma responsabilidade e tanto. O jornal vendia muito anúncio classificado. Por isso, no sábado pela manhã já tinha pronta uma edição do domingo, que ia para bancas da capital e muitas cidades do interior. Os leitores queriam ver ofertas do dia seguinte. 

Para a redação, era um problema, pois tínhamos de preparar duas tiragens: uma "fria", com reportagens preparadas na sexta-feira. E outra "quente", com as informações do sábado. Jornada dupla - e nem sempre compreendida pelo leitor. Afinal, ele ficava indignado porque não recebia, fora de São Paulo, o jornal "completo". Parecia que era preguiça dos redatores. 

ATACANTE: Evair, com 73% (disputou com Caetano, Obina e Ronaldo)
ATACANTE: Evair, com 73% (disputou com Caetano, Obina e Ronaldo) Gazeta Press

Tanto insisti, tanto enchi a paciência da direção, que consegui suspender a edição sem graça, de começo de sábado. Com o compromisso de que, assim que houvesse o apito final, estaria tudo pronto. Bateu aquela adrenalina, mas topei o desafio. Chamei uma tropa de choque para me ajudar e deixamos tudo no jeito. 

A bola rolou, Zinho fez o primeiro gol, vieram os gols de Evair e Edilson. Junto com eles, veio a prorrogação. A gente ali, batucando nos computadores, e o pessoal da cúpula só de olho, com cronômetro na mão. Confusão no campo, expulsões, e o risco de atraso. Até o gol final, do Evair, de pênalti. Palmeiras campeão.

Palmeiras, enfim, campeão, como foi a manchete que dei. Com um requinte: o Estadão foi o único jornal a dar pôster gigante, em página dupla, com foto do dia, quentíssima. Todos os leitores do jornalão naquele sábado à noite e no domingo receberam edição com respeito a eles, com respeito ao campeão, com respeito a profissionais que olhavam para o Jornalismo e não apenas para o comercial. 

Tenho saudade de fazer aquele tipo de jornal, em que todos iam para casa satisfeitos com o dever cumprido. E, no fundo, no fundo, havia também a alegria pessoal, de quem curte futebol e vê a alegria de uma torcida campeã.


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Pedir Pizza?! O Corinthians estraga mais uma noite de sábado da Fiel

Antero Greco
Antero Greco


Sábado à noite, jogo terminado, aquela vontade de pedir pizza, como manda a tradição paulista. Mas, fico aqui a imaginar: qual o ânimo do corintiano para ritual tão simples? Sinceramente, não sei. Tem horas que acho que se perde até a fome, por causa da fase que o time atravessa. O campeonato é longo, muita treta vai rolar até dezembro. Mas, se desde já bate o medo do pior, como reagir?

Com dez rodadas apenas, o Corinthians flerta com a zona de rebaixamento, não engrena, perdeu a metade dos jogos e pode terminar o fim de semana entre os últimos. A Fiel apoiou, pressionou, aplaudiu e, em alguns momentos, partiu para a ignorância. Será que adianta? Pra mim, não. Papo de jogar por amor ou por terror é furado. Tumultuar o ambiente numa hora dessas só deixa tudo mais enroscado.

Enrolado está dentro de campo, como se viu no começo da noite deste sábado, na Neo Química Arena. Arrancar empate por 1 a 1 com o Cuiabá foi sufoco. E não deveria ser assim. Na boa: a turma do Luxemburgo foi até melhor do que o adversário, criou, não vacilou tanto, poderia ter saído com vitória. 

Só que as desgraças se acumulam. A primeira delas, e que tem sido frequente: Renato Augusto se machuca cedo. A saída dele deixa sempre um abismo. Parece que ninguém mais sabe o que fazer do meio pra frente. Não há armação, o ataque fica abandonado, a tensão passa para a arquibancada. Foi assim mais uma vez. 

Para piorar, vem o estraga-prazeres do Deyverson e faz 1 a 0. Só para a adrenalina alvinegra subir a nível sufocante. Luxa mexe, ajeita aqui, testa ali. No fim, a salvação vem do banco, de onde não saía havia três anos: Ruan. O moço fez o gol de empate, livra um pouco a cara, mas mostra que o caminho da salvação do Corinthians é longo, complicado. 

Sei lá, jogar é essencial. Mas eu recomendaria também umas velinhas extras para São Jorge. Mas o sábado da Fiel foi estragado. 

  

Vanderlei Luxemburgo pediu créditos, mas eles estão terminando no Corinthians
Vanderlei Luxemburgo pediu créditos, mas eles estão terminando no Corinthians MAURO HORITA/Gazeta Press
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Pedir Pizza?! O Corinthians estraga mais uma noite de sábado da Fiel

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Que inveja: queria ter visto a virada do Palmeiras no campo

Antero Greco
Antero Greco

Não sei se acontece com você, mas comigo muitas vezes bate inveja de ver um colega no estádio. “Queria estar lá”, imagino, enquanto acompanho o jogo pela tevê ou pelo estúdio. Porque, meu amigo, tem partida que é preciso acompanhar ao vivo, no local, para sentir a pulsação dos jogadores, da torcida, dos sorveteiros e baleiros.

Pois deve ter sido incrível ver a transformação que ocorreu do primeiro para o segundo tempo do duelo que o Palmeiras teve com o Barcelona-EQU, na noite desta quarta-feira (70), no Allianz, pela quinta rodada da CONMEBOL Libertadores. No primeiro tempo, aquele susto, com os 2 a 0 do time equatoriano. Depois, a virada e a vitória por 4 a 2, sem contestação, sem arestas, com o carimbo da vaga para as oitavas. 

O Palmeiras foi, em essência, o mesmo de sempre - até na escalação previsível, com os titulares disponíveis no momento. Abel Ferreira não abriu mão de ninguém, e não importa se no fim de semana tem clássico com o São Paulo, no Morumbi, pelo Brasileirão. O desafio era liquidar a questão no torneio sul-americano. Para tanto, era mandar a linha de frente para a arena. 


         
     

O adversário não era grande coisa, mas surpreendeu com postura menos defensiva. Pouca coisa, porém suficiente para pregar duas peças, com os gols de Polaco, aos 33 e aos 38 minutos. Epa, algo para ficar ligado. A invencibilidade em casa era longa, o empate servia, até a derrota não atrapalhava tanto. Só ficava chato, em véspera de feriado, com os fãs dispostos a divertir-se. 

A diversão veio na segunda parte. Abel voltou com Flaco Lopez no lugar de Menino, além de confiar no trio dos baixinhos Arthur, Rony e Dudu. Quem colocou a equipe na briga, porém, foi el Capitán Gomez, com mais um de seus gols de zagueiro-artilheiro. Logo com um minuto, que era para assustar o Barcelona. 

Objetivo alcançado, daí em diante ressurgiu o Palmeiras frio, calculista, indiferente que o tem caracterizado num período virtuoso. O empate apareceu com Piquerez, aos 13. Depois, Arthur virou aos 25. Até Endrick, que andava escanteado no banco de reservas, deu o ar da graça. Entrou lá pelos 40 e, na primeira bola que lhe sobrou, mandou para fazer o quarto e definitivo.

O Palmeiras diz presente, outra vez, na corrida pelo título. Vai chegar? É outro papo. Só sei que este jogo eu queria ter visto lá dentro. Vida de cronista tem seus percalços: a maioria dos grandes encontros só vemos pela telinha fria e digital da tevê.

Jogadores do Palmeiras comemoram vitória sobre o Barcelona na Libertadores
Jogadores do Palmeiras comemoram vitória sobre o Barcelona na Libertadores Alexandre Schneider / Getty Images

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Que inveja: queria ter visto a virada do Palmeiras no campo

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Corinthians 'irreconhecível' no Equador? Não. Reconhecível como ruim e eliminado

Antero Greco
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Durante o jogo de agora há pouco, ouvi alguém dizer que “o Corinthians está irreconhecível” diante do Independiente del Valle. Discordo. O que vimos em Quito, na derrota por 3 a 0 desta quarta-feira (7), foi um time reconhecível como ruim neste momento. Desconjuntado, sem ousadia, perdido, em busca de rumo. 

Não tinha como ser diferente o resultado na visita ao Equador. Minto: como tem ocorrido em fases instáveis, poderia ter perdido por mais, não fossem boas defesas de Cássio. Enfim, um panorama decepcionante, que desembocou na eliminação na fase de grupos da CONMEBOL Libertadores. Resta a esperança, como consolo, de vaga na etapa seguinte da CONMEBOL Sul-Americana. Será que valerá a pena?

Luxemburgo apelou mais uma vez para formação com três zagueiros, numa alternativa para proteger a área. Não deu certo. Desde o começo o Del Valle deitou e rolou pelo setor, e os dois primeiros gols, ambos de Royos e na etapa inicial, saíram com naturalidade. O terceiro, de Zornoza, e no tempo final, foi até mais fácil, parecia treino. Foi duro de acompanhar. 

Complicado ver uma equipe que não tirou casquinha do gol defendido por Pinargote. Nem Renato Augusto, nem Roger, nem Yuri souberam o que fazer com as poucas bolas que receberam. Até que chegou um ponto em que Luxa mandou a turma descansar, porque no fim de semana tem jogo pelo Brasileiro, com o Cuiabá, em casa. O time do Mato Grosso tem 11 pontos, o Timão está com 8. Perigo. 

Matheus Bidu é a cara decepcionante do Corinthians na eliminação na Libertadores
Matheus Bidu é a cara decepcionante do Corinthians na eliminação na Libertadores Franklin Jacome / Getty Images
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Espanhóis querem que Vini Jr. se cale, como um dia ordenou o rei Juan Carlos para Hugo Chavez. Chavez não se calou nem Vini vai

Antero Greco
Antero Greco

Onde existe inteligência e sensibilidade no futebol - excluída a direção da Liga Espanhola -, houve indignação pelo enésimo caso de racismo contra Vini Jr. As cenas grotescas protagonizadas pelo público que esteve no estádio Mestalla correram mundo e mereceram reprovação de atletas a treinadores, de jornalistas a políticos. Os gritos de “Macaco! Macaco”! dirigidos à jovem estrela do Real Madrid doem no coração e revoltam as pessoas realmente do bem. 

Ao ver a reação dos energúmenos que estavam no campo do Valencia e ao ler as explicações furadas e hipócritas de Javier Tebas, presidente de La Liga, imediatamente me veio em mente a famosa frase de Juan Carlos I “Por que non te callas?” (Cale a boca!) dita a Hugo Chavez, falecido presidente da Venezuela. 

O ex-rei da Espanha havia se irritado com críticas feitas por Chavez a um primeiro-ministro espanhol, durante debates na reunião de cúpula da Comunidade Ibero-Americana, em Santiago, em 2007. Depois do episódio, o venezuelano tirou onda de Juan Carlos, ao lembrar que ambos eram chefes de Estado, com uma diferença: “Eu fui eleito pelo meu povo”.  

A postura de um antigo colonizado incomodou o colonizador, que se viu no direito de mandá-lo ficar quieto. Mais ou menos o que sugere Javier Tebas, cartola simpatizante de partido de extrema direita espanhol. O que, felizmente, não foi levado a sério tanto então como agora. O paralelo serve para o que têm feito sobretudo torcedores em diversos campos onde Vini Jr. se apresenta com o Real Madrid. O moço teve a petulância de mostrar-se incomodado com o racismo, desde a primeira ocasião em que isso ocorreu.

É comum pretos, asiáticos e sul-americanos engolirem em seco as mais duras ofensas, como se o destino deles fosse o da subserviência, como se fosse natural abaixar a cabeça, calar-se e fingir que nada aconteceu. São escravos bem pagos, do que pretendem reclamar?!

 Vini Jr. rompeu, no futebol, a passividade diante dos intolerantes, como nos EUA, em diversos esportes já houve manifestações semelhantes de inconformismo. Por isso, é atacado e hostilizado; a intenção é atingir sua alma, destruir a autoestima, para que se coloque em seu lugar, faça o seu e não amole ninguém com o papo furado de igualdade racial. Não deve ter discurso politicamente correto. 


         
     

Vinicius Jr. se revolta, parte para cima de torcedor e árbitro paralisa jogo de LaLiga por ofensas racistas

Mas Vini Jr. não pode abaixar a guarda agora; antes, deve seguir em frente, precisa de apoio dos colegas, dos amigos, de instituições internacionais que lutam pelos Direitos Humanos. Por mais que doa, deve tirar força ao sentir que são mais, muito mais, os que o admiram, respeitam e amam do que os imbecis que expõem suas vidas vazias e medíocres com coros que agridem seres melhores do que eles. 

Mas, pensando bem, é uma loucura coletiva afirmar que se ouviram coros de “Macaco! Macaco!” contra Vini Jr. Seria a primeira vez na história que mulas, jumentos e burros falariam. Esses muares zurram e escoiceiam; não raciocinam, e precisam de arreios e freios para serem conduzidos em manadas. Enfim, não são gente, embora se assemelhem a seres humanos. 


Vinicius Jr. precisa de apoio para continuar a luta contra a imbecilidade dos racistas
Vinicius Jr. precisa de apoio para continuar a luta contra a imbecilidade dos racistas Jose Breton / Getty Images
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Dúvida cruel: onde é o fundo do poço do Corinthians?

Antero Greco
Antero Greco

A constatação é óbvia e redundante: quando a fase é desastrosa, tudo dá errado, mesmo que se faça a coisa certa. O Corinthians teve sua melhor apresentação desde a chegada de Vanderlei Luxemburgo, após a brevíssima aventura com Cuca. Pressionou o Flamengo, não teve medo da força do adversário nem da torcida rubro-negra, no Maracanã. Criou oportunidades para marcar e acabar com a fase ruim que dura várias semanas. 

Mas… aos 48 minutos do segundo tempo uma cabeçada de Léo Pereira colocou tudo a perder: 1 a 0, nova derrota e a permanência na zona de rebaixamento. É para derrubar a esperança do mais otimista torcedor. E colocar na cabeça da maioria a pergunta perturbadora: onde é o fim do poço nessa saga de desgraças?

Luxa fala em 'cobrança mais forte' no vestiário do Corinthians: 'É isso que quero'

          

     




Luxemburgo manteve a estrutura do time que no meio da semana perdeu para o Atlético-MG, no clássico de ida das oitavas da Copa do Brasil. A defesa não sofreu muita alteração, embora Fagner tenha entrado apenas no segundo tempo. Mas jogou o suficiente para não dar espaço para Gabigol e Pedro, que mais uma vez não brilharam, como não apareceram os jogadores do meio-campo do Fla. Arrascaeta foi baixa de última hora, e Victor Hugo, o substituto, foi apenas discreto.

O poucos, porém melhores momentos do primeiro tempo, surgiram por iniciativa alvinegra, que foi para o intervalo no mínimo com a sensação de que não perderia. O que, na atual circunstância, não seria decepcionante. O ritmo não se alterou na segunda parte, com Adson, Roger Guedes e Yuri Alberto a assustar Santos. 

O Flamengo em fase de recuperação irritou a torcida, diante da dificuldade que encontrou num rival em busca de rumo. No final, quando se ouviam ensaios de protestos e vaias, veio o gol salvador para um lado e desolador para outro. 

Vitórias e derrotas alteram humores e projeções, mesmo que nem sempre sejam reprodução da realidade. O Flamengo prossegue a caminhada rumo ao bloco principal e topo da classificação, o que lhe dá ânimo nos desafios na Libertadores e na Copa do Brasil. 

O Corinthians fica sem saber como encarar o futuro imediato, com jogos decisivos contra Argentinos Juniors, Fluminense e Atlético-MG. Embora, neste domingo (21), não tenha sido um vexame em campo. Mas, por causa do conjunto de problemas, há risco risco palpável de terminar Maio com duas eliminações e uma permanência incômoda na zona da “confujão”, como define Luxemburgo a rabeira da classificação da Série A. 

Dias incertos continuam a rondar o Parque São Jorge.

Adson (esq) incomodou Gerson e o meio-campo do Flamengo, mas não evitou derrota corintiana
Adson (esq) incomodou Gerson e o meio-campo do Flamengo, mas não evitou derrota corintiana Thiago Ribeiro/Agif/Gazeta Press
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O melhor ataque (Palmeiras) para na melhor defesa (Santos). Deu empate, e o líder Botafogo agradece

Antero Greco
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Quando o melhor ataque de uma competição enfrenta a melhor defesa, não é raro que o jogo termine em 0 a 0. Essa lógica prevaleceu no duelo entre Santos (5 gols sofridos) e Palmeiras (16 marcados), na noite deste sábado (20), na Vila Belmiro. 

Não houve muitas chances de gol, Weverton e João Paulo apareceram pouco, e no fim das contas cada um ficou com um ponto. Melhor para o Botafogo, que bateu o Fluminense por 1 a 0, foi para 18 pontos e não tem os palmeirenses (15) no cangote. Os santistas estão com 11.

Para quem gosta de números, curiosidades e estatísticas, o clássico serviu para o Palmeiras manter tabu de não perder para o Santos desde 2019. Agora são 12 jogos com esse detalhe, o que não quer dizer grande coisa. Nesse período, a partida mais importante aconteceu no início de 2021, na decisão da CONMEBOL Libertadores de 2020 e que teve vitória verde por 1 a 0, gol de Breno Lopes, no Maracanã. 


         
     

O suspenso Abel Ferreira mandou a campo a força máxima, de olho na possibilidade de manter a equipe a fazer sombra para o Botafogo e manter-se como única invicta. O Palmeiras foi melhor em grande parte do primeiro tempo, com posse de bola de 60%, como se isso também fizesse diferença e carimbasse a superioridade. Houve, na prática, duas finalizações de Gabriel Menino que levaram mais perigo. O Santos melhorou na reta final antes da pausa para o intervalo. 

O panorama não muito muito no segundo tempo. O Palmeiras ensaiou vários contragolpes, que pararam na segura defesa santista. Tanto que Rony passou em branco e foi substituído por Endrick (também jogou pouco). Em contrapartida, o meio-campo e o ataque do Santos não encontravam brecha na defesa do Palmeiras, também uma das melhores do Campeonato Brasileiro (6 gols sofridos).

Assim, de marcação em marcação, só o placar não foi mexido. O Botafogo olha para o retrovisor, em mais uma rodada em primeiro. E o Palmeiras tem jogo pela Libertadores, no meio da semana.

Endrick e Maicon disputam jogada em Santos x Palmeiras pelo Brasileirão
Endrick e Maicon disputam jogada em Santos x Palmeiras pelo Brasileirão Cesar Greco / Palmeiras

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O São Paulo sobe a ladeira e o Vasco permanece no bloco de baixo

Antero Greco
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Calleri comemora após marcar para o São Paulo sobre o Vasco
Calleri comemora após marcar para o São Paulo sobre o Vasco Rubens Chiri/saopaulofc.net

E não é que o São Paulo de Dorival Júnior vem subindo a ladeira?! O treinador pegou um grupo de jogadores com moral baixa, há um mês (precisamente em 22 de abril), e de lá para cá parece não só ter arrumado a casa, como leva o time a forte guinada, sobretudo no Brasileiro. A prova mais quentinha veio na noite deste sábado (20), com os 4 a 2 sobre o Vasco, numa partida movimentada no Morumbi. 

A vitória foi merecida, suntuosa no placar, mas o Tricolor não teve moleza pela frente. O Vasco deu trabalho, principalmente depois de levar os dois gols iniciais - aos 23 minutos, com Calleri, e aos 41, com bela finalização de Nestor. Antes do intervalo, Barros diminuiu aos 43, o que deixou o jogo aberto para a segunda parte. Tanto que, com um minuto, o Vasco teve chance de empatar. 

Dorival percebeu a melhora do adversário, mexeu no meio-campo para tornar mais eficiente a marcação, segurou a vantagem até os 38,quando Galarza empatou. O susto, na arrancada final do clássico, despertou os são-paulinos, que foram para cima, pressionaram e conseguiram os outros dois gols, com Beraldo, aos 43, após cobrança de escanteio, e Juan aos 47. Ainda houve espaço para uma tentativa derradeira, mas Leo Jardim evitou. 

O Vasco teve bons momentos no jogo, mas foi prejudicado porque sobressaiu o maior defeito até o momento: a inconstância. Há oscilação, principalmente, no setor defensivo, o que o deixa vulnerável e aberto para contragolpes dos rivais. O São Paulo explorou bem essa brecha, o que foi um dos caminhos para a vitória. 

O São Paulo entra no bloco principal, invicto sob o comando de Dorival, e o Vasco permanece na turma de baixo. 


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O Palmeiras faz muitos gols de bola parada. Ótimo, pois sabe como criar essas situações favoráveis

Antero Greco
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Não sou bom de números, estatísticas e curiosidades. Tenho colegas que dominam o tema de maneira magnífica - e os invejo por isso. Trazem na ponta da língua dados e informações que não sei como conseguem retê-los, de tão minuciosos. 

Feita a ressalva, vamos ao assunto deste breve bate-papo. O Palmeiras impressionou na quarta-feira pela forma como entortou o Grêmio, com os 4 a 1, no Allianz Parque e que o fizeram dormir na liderança do Brasileiro, após cinco rodadas. Há consenso de que foi a melhor apresentação da equipe em 2023. Sei que foi impecável, todos os setores se mostraram integrados e equilibrados. 

No entanto, aqui e ali, surge um porém: há quem detecte que o Palmeiras ganha muitos jogos, sem que tenha estilo criativo. A alegação é a de que sei lá quantos gols marcou nesta temporada - e em outras - como consequência de lance de bola parada. Ou seja, mandou bola nas redes rivais por cobranças de falta, de pênalti, de escanteio. Como se isso limitasse o mérito de suas conquistas. 

Um detalhe parece passar despercebido nesse tipo de análise. Para ter escanteio, falta, pênalti a favor é preciso criar, ir para cima do adversário, provocar o erro que leve a estas alternativas previstas num jogo de futebol. Em resumo: sem iniciativa e qualidade, não se sai do lugar. Além disso, também é necessário apresentar repertório para aproveitar a oportunidade criada na bola parada.

É comum ver o Palmeiras com movimentos ensaiados nessas jogadas - e conta com jogadores capacitados para variações e execuções. Nos pênaltis, tem Veiga, o especialista, mas também Gomez. O zagueiro, junto com Murilo e Luan, sabe colocar-se na área “inimiga”; não por acaso são goleadores. Menino é bom cobrador de faltas e escanteios. Percebe-se que Abel e colaboradores ensaiam essas opções. Isso não é mérito? Ou o certo é apostar só no improviso? A espontaneidade seria mais valiosa do que o combinado, arranjado, testado?

Alguém (não foi da imprensa) cornetou o Palmeiras dizendo que parece um “circo de pulgas amestradas”. Observação ridícula. Basta uma correlação simples e racional com uma equipe de futebol americano. Por mais fortes que sejam os jogadores, cada um depende do outro, do conjunto. Ninguém sai a correr feito besta achando que, do nada, chegará ao touchdown.  Outra comparação é com uma orquestra: ela tem diversos virtuoses; porém, se cada um tocar por si, sai um som horrível. A harmonia é imprescindível.

E o Palmeiras de hoje tem essa harmonia, pois cada um sabe quais papéis tem de exercer, com ou sem bola. Também por isso o time consegue faltas, escanteios, pênaltis. E desperdiça poucas oportunidades. Para sorte dele e da torcida. E para dor de cotovelo de adversários, que procuram pêlo em ovo. 

Abel Ferreira tem preocupação de ensaiar o time a variar nas oportunidades com bola parada
Abel Ferreira tem preocupação de ensaiar o time a variar nas oportunidades com bola parada Gazeta Press
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O Palmeiras faz muitos gols de bola parada. Ótimo, pois sabe como criar essas situações favoráveis

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Depois do passeio do Palmeiras sobre o Grêmio, vai aumentar o movimento "Fora, Abel!"

Antero Greco
Antero Greco


Tenho vários amigos gaiatos e palpiteiros que há algum tempo iniciaram o movimento "Fora, Abel!". Eles não suportam mais a presença do treinador no Palmeiras. Chegaram à conclusão de que o português já atingiu o auge no comando da equipe e daqui para a frente estará fazendo hora extra, à espera de salto maior, seja seleção brasileira ou seja convite de clube europeu. 

A manifestação contra o Abel deve aumentar, depois dos 4 a 1 do Palmeiras sobre o Grêmio, na noite desta quarta-feira (10), no Allianz Parque. O resultado reflete o passeio do campeão brasileiro em cima do tradicional rival gaúcho. Na verdade, há até um exagero: a turma de Renato Portaluppi deu um chute certo, apenas um, e marcou com Bitello, aos 47 minutos do primeiro tempo (era o 1 a 1). No mais, Weverton limitou-se a reposições de bola. Nem precisaria tomar banho.

O Palmeiras dominou do início ao fim. Exceto no lance do gol tricolor, não se deixou incomodar. Vá lá que a fase do Grêmio não é das mais empolgantes e também não contou com Luis Suárez. O uruguaio foi poupado para não sofrer mais desgaste físico. Pelo que a equipe dele não mostrou em São Paulo, provavelmente não se cansaria, pois ficaria isolado à frente. 

O líder provisório (13 pontos, mas o Botafogo com 12 joga nesta quinta) foi pegador, atento, ousado, finalizou mais de 20 vezes. Abel não poupou titulares e apostou no entrosamento impecável. Percebe-se como os deslocamentos são naturais, sincronizados, como cada um sabe o que fazer quando o companheiro se movimenta. 

Chama a atenção - e, claro, não é de agora - como há revezamento nas funções. Numa jogada, é Zé Rafael que aparece para concluir, noutra ele rouba bola na defesa. Rony dá canseira na zaga adversária, da mesma maneira como dá pinote para evitar contragolpe. Dudu dribla, dribla, serve os outros e fecha espaços, quando necessário. Veiga é um faz-tudo no meio-campo: desarma, organiza o ataque, cobra faltas, escanteios, pênaltis. Faz até gol de cabeça, como no lance que abriu o placar, aos 23 minutos. Recupera excelente fase e é artilheiro do time no ano.

O Palmeiras fez uma das melhores, senão a melhor, apresentação em 2023. No segundo tempo, sobretudo, deslanchou e abriu diferença inalcançável com os gols de Veiga aos 11, de pênalti, Mayke (jogou muito) aos 23 e Luan aos 28. Abel deu-se o luxo de colocar um grupo de reservas (Fabinho, Endrick, Tabata, Lopes e Richard) para fazê-los movimentar-se e gastar o tempo. Porque a bola o time gastou em campo.

É chegado mesmo o momento de reforçar o “Fora, Abel!”.

Com um detalhe que eu quase esquecia: nenhum desses meus amigos gozadores é palmeirense. Entendo o desejo deles, pois com Abel no comando o Palmeiras voa. Perde até a graça… para os outros.

Abel Ferreira continua a mostrar que sabe como incentivar os jogadores do Palmeiras e armar o time
Abel Ferreira continua a mostrar que sabe como incentivar os jogadores do Palmeiras e armar o time Gazeta Press

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Depois do passeio do Palmeiras sobre o Grêmio, vai aumentar o movimento "Fora, Abel!"

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O Corinthians se esfola diante do Fortaleza. Por enquanto, será assim contra qualquer rival forte

Antero Greco
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Vanderlei Luxemburgo deve ter voltado para casa com a sola do sapato gasta e suja de grama. O técnico do Corinthians andou pra cá e pra lá, na área que lhe é reservada, e em raros momentos aliviou o semblante carrancudo. Também pudera, o time sob seu comando há uma semana penou para empatar por 1 a 1 com o Fortaleza, na noite desta segunda-feira (8), em Itaquera. Se serve como consolo, o empate o tirou da zona de rebaixamento (4 pontos) para onde empurrou o Flamengo (3). 

O Corinthians não foi um desastre, apesar do suor para evitar tropeço diante de um dos adversários mais bem organizados do futebol brasileiro. Houve melhora no sistema defensivo alvinegro, com algumas alterações em relação aos titulares que iniciaram o jogo contra o Independiente del Valle. Matheus Araújo, Roni e Pedro ocuparam as vagas de Maycon, Giuliano e Yuri Alberto. 

Houve estabilidade e Cássio não sofreu sustos. O Corinthians soube conter o Fortaleza, que em pouco mais de 30 minutos perdeu duas referências no ataque: Galhardo e Moisés saíram por contusão. Silvio Romero e Romarinho foram incumbidos da missão e deram conta do recado. O que teve de melhor foi um chute de Fagner que bateu na trave, no último lance antes do intervalo.

A partida fluiu mais na segunda parte, com o Fortaleza melhor, embora o Corinthians tenha acelerado o ritmo. O time cearense abriu o placar, aos 21 minutos, com Silvio Romero, mas o gol foi anulado por impedimento. Pouco antes, Calebe tinha mandado bola na trave. O gol que valeu foi o de Caio Alexandre, aos 33 minutos, numa bonita jogada coletiva. 

O Corinthians esqueceu esquema, abandonou a disciplina tática, se lançou à frente, já com a presença de Yuri Alberto (saiu Matheus Araújo), e empatou aos 43 minutos. Em lançamento de Roger Guedes, do lado esquerdo, o goleiro Fernando Miguel e Bruno Pacheco bateram cabeça e no rebote Yuri empatou. 

O Fortaleza é o quarto colocado, com 8 pontos, e um dos três invictos na Série A, ao lado de Botafogo (líder com 12) e do vice-líder Palmeiras (10). A turma de Juan Pablo Vojvoda vai dar trabalho para muita gente. O pessoal de Luxemburgo vai penar diante de qualquer rival. Ao menos por enquanto, porque tem chão a percorrer até encontrar o rumo certo. E Luxa que arrume sapatos com sola duradoura. 

Róger Guedes e Caio Alexandre em Corinthians x Fortaleza
Róger Guedes e Caio Alexandre em Corinthians x Fortaleza Vinicius Nunes/Agencia F8/Gazeta Press/A

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