Copas são o caminho para o São Paulo levantar taças no ano
Logo no começo da temporada, escrevi neste espaço e comentei no SportSCenter, em mais de uma ocasião, que o São Paulo deveria concentrar forças e esperanças na disputa das Copas - a Sul-Americana e a do Brasil, com o Campeonato Paulista à parte. Eu vislumbrava potencial para a turma de Rogério Ceni se dar bem nesse tipo de competição de tiro mais curto e com etapas de mata-matas. Pela formação do elenco, não o enxergava como candidato ao título do Brasileiro, por exigir mais fôlego.
Pois a trajetória tricolor no ano mostra que, ao menos até o momento, o "conselho" deste que vos escreve não era fora de propósito. Rogério e sua trupe foram à final do Estadual, cujo título bateu na trave, e avançam para as semifinais nos outros dois campeonatos. Vá lá que com algum sofrimento - foi nos pênaltis contra o Ceará na corrida por troféu continental e agora com empate por 2 a 2 com o América-MG na Copa do Brasil. Mas o que vale é seguir adiante - e isso tem conseguido.
O duelo com os mineiros nesta quinta-feira (18) mostrou limites do São Paulo, sobretudo a queda de desempenho no segundo tempo de boa parte de seus jogos. O gás acaba, ou fica em nível baixo, antes do apito final. Por isso, há mais intensidade no início, na tentativa de abrir vantagem que em seguida possa ser controlada. Deu certo mais uma vez, porque vieram dois gols antes de meia hora (Luciano, aos 22 e aos 29 minutos), suficientes para aguentar o tranco com a pressão. Luciano havia feito também o gol do 1 a 0, na ida.
O América diminuiu antes do intervalo, com pênalti batido por Wellington Paulista, e empatou aos 20 do segundo tempo, com Everaldo. O caldo quase entornou com a expulsão de Miranda, antes do segundo gol americano. Rogério fez várias mexidas, colocou alguns jogadores experientes (Rafinha, Patrick, Nikão) e freou a vontade da turma da casa de chegar à virada e levar tudo para as cobranças de pênaltis. A vaga veio, sem contestação de resultados (vitória no Morumbi e empate no Independência); no entanto, fica aquela pontinha de desconfiança: será que dá para chegar à decisão? E, mais do que isso, levantar o caneco?
Dá, claro, por se tratar de jogo único (no caso da Sul-Americana) e ida e volta na Copa do Brasil. Na primeira, terá tira-teima contra rival doméstico, o imprevisível Atlético-GO. Já na Copa do Brasil o fio aperta, porque o desafio será contra o Flamengo, que vive momento de alta. Rogério terá dor de cabeça, pois ainda não encontrou o equilíbrio ideal entre defesa e ataque (no Brasileiro, por exemplo, são 31 gols marcados e 27 sofridos) - e este é detalhe crucial ao topar com os dois rubro-negros, principalmente (é óbvio) os cariocas. E há pouco tempo para aprimorar, já que a semifinal começa na semana que vem.
O São Paulo precisa ao menos de um desses dois troféus, para não fechar mais um ano em seca. Desde o tri brasileiro de 2006/07/08, foram apenas duas conquistas: a Sul-Americana de 2012 e o Paulista de 2021. Pouco, muito pouco, para um clube que até poucos anos atrás estava acostumado a empilhar taças de todas as qualidades. E, além de pensar num alto de pódio, tem de cuidar para não melhorar a posição na Série A (por ora, é o 11. º colocado.
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