Seahawks: Jamal Adams vai começando a fazer preço da troca valer a pena
Trocar escolhas de primeira rodadas por safeties é algo complicado – afinal, o jogador é o último na linha defensiva e costuma ter impacto menor na atuação defensiva do que um apressado de passe como Nick Bosa, Von Miller e tantos outros. O Pittsburgh Steelers fez essa aposta e ela se pagou com Minkah Fitzpatrick. Praticamente um ano depois, antes da temporada 2020, o Seattle Seahawks fez o mesmo com Jamal Adams.
Vindo do New York Jets, Adams nunca foi o melhor safety da NFL na cobertura do passe – alguma coisa longe disso, aliás. Adams tinha e tem, porém, uma versatilidade que poderia ser ouro nas mãos do coordenador defensivo certo. Chegando por duas escolhas de primeira rodada no final de julho, o safety tinha um preço caro e que dificilmente seria compensado. No início da temporada, não pagou. Para completar as coisas – além da secundária de Seattle estar tomando quase 400 jardas por jogo – o ex-Jets perdeu jogos por lesão.
Em meio a essa mazela defensiva, Russell Wilson vinha compensando as coisas e ajudando o time a aglutinar vitórias na tabela. Aí veio a fase ruim de Wilson, que lhe tirou da briga pelo MVP. Mas como diria o ditado, quando Deus fecha uma porta, abre uma janela. Em termos, foi o que aconteceu.
Mais agressividade de Ken Norton Jr, Adams começando a brilhar
Da Semana 1 à Semana 8, Norton comandou uma defesa mole, para não dizer outra coisa. Passiva. O Seattle Seahawks tinha 27% de blitzes, sendo o 17º no ranking de volume da blitz – não, não é operação Lei Seca, lembro àqueles que começaram a acompanhar agora a NFL que a blitz é aquela jogada na qual cinco ou mais defensores vão para cima do quarterback (e que com isso, há menos lá atrás para defender o passe caso o passe não seja apressado). Parecia que ninguém iria ceder mais pontos e jardas nesta temporada do que os Seahawks.
Bom, isso melhorou a partir da Semana 9 e, para além da chegada de Carlos Dunlap, que sensivelmente melhorou a % de pressão ao quarterback adversário, a unidade começou a jogar de maneira mais agressiva por meio das chamadas de seu coordenador. Com a volta de Jamal Adams, que estava lesionado, Norton foi para o tudo ou nada, por assim dizer. Ativou o modo de agressividade como seu pai tantas vezes fez como boxeador e que ele por vezes demonstrara como linebacker na NFL. Tendo Jamal Adams na escalação, era algo que deveria ter acontecido desde a Semana 1.
A defesa subiu para 40% de blitzes, terceira que mais usa do expediente da liga. Não por acaso, o time lidera a NFL em sacks desde a Semana 9 – são 28. E sim, você adivinhou certo: Jamal Adams é parte fundamental disso. O safety vem sendo usado em blitzes criativas e, nesse mesmo período, lidera a NFL em sacks com 7,5 – fato incrível se considerarmos que ele é um defensive back.
Seattle não teve nem de perto uma sequência assim no ano passado. Em realidade, o pass rush era o grande problema da equipe em 2019 – e, de maneira acessória, a chegada de Adams prometia mitigar esse problema. Finalmente está o fazendo. Claro que as coisas são dinâmicas na NFL e pode ser que os Seahawks não sigam com a sexta marcha na eficiência defensiva – mas, ao menos, afastaram a narrativa de que eram a pior defesa da liga contra o passe.
Informações estatísticas via ESPN Stats and Info.
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