Cheerleaders da NFL denunciam assédio sexual institucionalizado na profissão

Linha Ofensiva
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Cheerleaders são polêmica na NFL
Cheerleaders são polêmica na NFL Getty

A NFL terá que lidar com mais uma polêmica, dessa vez suas cheerleaders.

Historicamente conhecidas por animar as torcidas durante os jogos, as cheerleaders não são apenas garotas bonitas que desfilam nas laterais dos campos. Elas são dançarinas profissionais, formadas em ballet, jazz, e outros estilos de dança. Enfrentem rotinas duras de treino e participam de competições de dança durante toda a sua carreira. 

É uma profissão predominantemente feminina na NFL, onde geralmente os homens presentes apenas servem de apoio, como no Indianapolis Colts e Baltimore Ravens. No entanto, essas barreiras já começaram a ser quebradas, já que dois homens passarão a performar da mesma maneira que as mulheres na próxima temporada, pelo LA Rams. Mas a polêmica não é essa!

O NY Times publicou nessa semana uma denúncia de assédio sexual contra as profissionais baseada no depoimento de cheerleaders das principais ligas esportivas dos Estados Unidos, em sua maioria da NFL. Segundo a matéria do jornal norte-americano, existe uma exploração sistemática por parte das franquias, que lucram ao mandar suas cheerleaders para as festas de pré-jogo, conhecidas como tailgates, e outros eventos esportivos, onde elas são verbalmente e fisicamente assediadas pelos fãs, sem nenhuma proteção da equipe de profissionais que as acompanham.

“Não existe nenhuma proteção para nós. Você tem que andar pelos tailgates, entrar nas barracas, interagir com os fãs e lidar com comentários nojentos de velhos bêbados. Isso é comum e a indústria sabe disso”, conta Labriah Lee Holt, ex-cheerleader do Tennessee Titans.

Uma ex-profissional do Washington Redskins, que preferiu não se identificar, se lembra de uma situação muito constrangedora, quando ela e mais cinco colegas foram enviadas para a casa de um torcedor, onde ele e vários amigos estavam bebendo bastante, apenas para fazer companhia enquanto eles assistiam ao jogo.

Outra história, ainda mais perturbadora, vem de uma tradicional cheerleader do Dallas Cowboys. Durante um jogo contra os Eagles, ela e suas colegas estavam passando perto de um grupo de torcedores de Philadelphia quando um rapaz gritou: “Eu espero que você seja estuprada!”. 

“Esse é o tipo de coisa que a gente ouve em jogo, até mesmo dos nossos próprios torcedores. Uma vez que eles ficam bêbados, eles gritam esse tipo de coisa e você pensa, ‘sério?’”, conta a profissional dos Cowboys, que precisa manter sua identidade em sigilo por conta de uma cláusula de confidencialidade que os times as obrigam a assinar.

Alguns times da NFL instruem as meninas na maneira de responder aos fãs, caso alguém faça um comentário inapropriado ou as toque sem permissão. Mas em muitos casos, como no Dallas Cowboys, a ordem principal é nunca chatear os torcedores.

“Eles nos ensinaram a driblar a situação quando alguém te toca sem permissão. Nos mandam dizer coisas como ‘isso não é muito legal’, mas de uma maneira doce, sem ser rude. Nos falam para usar a linguagem corporal para induzir os caras a pararem de nos tocar, sempre de uma maneira elegante e nunca se exaltar”, diz a ex-cheerleader dos Cowboys. “Se não fosse pelos torcedores, nós não estaríamos ali. É assim que eles nos pedem para encarar a situação”.

Procurados pelo jornal, Tenessee Titans e Dallas Cowboys não responderam aos pedidos de entrevistas. A NFL, por outro lado, decidiu não responder a denúncias específicas das dançarinas, mas emitiu um comunicado através do porta-voz da liga:

“A NFL e os clubes membros da NFL apoiam Práticas Justas de Contratação (uma ordem executiva assinada por Roosevelt em 25 de junho de 1941, que banem práticas discriminatórias na contratação de funcionários). Funcionários e sócios da NFL têm o direito de trabalhar em um ambiente positivo e de respeito, livre de toda e qualquer forma de assédio”.

No entanto, não é o que se vê na prática. Bailey Davis, cheerleader do New Orleans Saints, foi demitida pela franquia por postar uma foto de biquíni na sua conta privada do Instagram. Davis agora enfrenta uma batalha na justiça para defender seus direitos, e foi a responsável por dar início a onda de indignação das dançarinas, que acabou por revelar regras bizarras que são impostas a elas.

O New Orlans Saints, por exemplo, proíbe que elas tenham contas públicas no Intagram e também que postem qualquer foto que exiba “nudez, semi-nudez, ou lingerie”. Além disso, a franquia também tem uma política de “não-confraternização” entre as cheerleaders e os jogadores, não só do Saints, mas de todos os 2.000 atletas da NFL. 

A franquia defende essas políticas dizendo que elas servem para proteger as jogadoras de serem assediadas pelos jogadores. Mas o peso de evitar o contato está inteiramente sobre as dançarinas. Por exemplo, se alguma das meninas está em um restaurante e um jogador da liga entra no mesmo estabelecimento, ela é obrigada a se retirar imediatamente. 

A discussão fica ainda mais forte quando a diferença de salário entra em cena. Para quem acha que ser cheerleader é puro glamour, as dançarinas profissionais recebem apenas alguns dólares a mais que o salário mínimo norte-americano, enquanto os jogadores têm contratos astronômicos, como já sabemos, o que as torna mil vezes mais substituíveis que os atletas. 

Os Saints, para justificar a demissão da profissional, usou a foto de biquíni e uma acusação sem provas de que ela teria ido a uma festa de jogadores, que Davis nega veementemente. Agora, para vencer – o que muitos especialistas acham que é o caso -, Davis deverá provar que as normas da franquia não são baseadas em diferenças da profissão de “jogador” e “cheerleader”, mas sim em sexismo.

Já o New Orleans Saints se apoiará na ideia de que as regras são baseadas na neutralidade de gênero. Por exemplo, a obrigação de evitar contato é para o bem da liga, já que escândalos não são desejados. E a obrigação é das cheerleaders pois o cargo em si é menos essencial para a liga do que o de jogador, e não por serem mulheres.  

As aplicações legais dessa batalha são bastante complexas e passam pela predominância de mulheres como cheerleaders e, no caso da NFL, se os times estão contratando apenas mulheres por ser um cargo de apelo sexual direcionado apenas para homens, o que pode, na teoria e na lei, ser considerada uma atitude de discriminação baseada em gênero.

O assunto ainda deve dar muito o que falar ao longo dessa pré-temporada e temporada e o Linha Ofensiva trará os desdobramentos dessa batalha judicial e também das denúncias das profissionais!

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Dia do fisiculturista: Parabéns aos atletas do esporte que aprendi a amar e a admirar

Rê Spallicci
Rê Spallicci
Neste dia 30 de outubro, toda a minha gratidão ao fisiculturismo por todos os ensinamentos que levo para a minha vida!
Neste dia 30 de outubro, toda a minha gratidão ao fisiculturismo por todos os ensinamentos que levo para a minha vida! []

Hoje é Dia do Fisiculturista, e eu não poderia deixar de falar aqui na minha coluna sobre esta data de uma modalidade que é tão importante em minha vida! Sempre tive a atividade física como algo central em minha rotina, primeiro por meio do ballet, modalidade que pratiquei por muitos anos até me formar uma bailarina, e depois com a musculação.

Comecei a treinar musculação na faculdade, mas confesso que o fisiculturismo não me atraía naquele momento. Mas, conforme fui me interessando mais por malhar, por ter uma alimentação equilibrada para melhores resultados, comecei a perceber o quanto o fisiculturismo é um esporte complexo. E pouco a pouco, passei a  me interessar pela modalidade!

 O estalo com o WBFF  

 Mas foi o WBFF que, realmente, fez com que eu me apaixonasse de vez  pelo fisiculturismo! Para quem não conhece, a competição evidencia o lado fashion e glamoroso do mundo fitness, analisando os atletas não apenas pelo corpo, mas também pelos trajes, simpatia e desenvoltura no palco. Lembro-me de que, quando vi pela primeira vez uma competição do WBFF, pirei e comecei a acalentar o sonho de “quem sabe um dia” estar brilhando naqueles palcos!

Até que o sonho se tornou realidade, passei a competir no WBFF e me tornei uma atleta profissional da modalidade e fui convidada para escrever esta coluna aqui na ESPN W! E quanto mais estudo, conheço e me aprofundo no fisiculturismo, mais e mais me apaixono! 

Foco, força e fé! 

Por isso, nesta data gostaria de deixar todo o meu carinho e admiração por todos os fisiculturistas e bodybuilders e aproveitar a ocasião para expressar a gratidão por tudo que este esporte me ensina a cada dia. Mais do que músculos, construímos paciência, resiliência, poder mental e muita tenacidade na busca por objetivos cada vez maiores. A competição do fisiculturista não é com aqueles com quem  sobe no palco, mas com nossos limites, e é isso que torna o esporte tão apaixonante!

E, se você sonha em competir, um dia,  meu maior conselho é tenha foco. força e fé! O fisiculturismo exige não apenas empenho físico, mas mental também. É preciso alinhar os treinos superpesados e que exigem muito do corpo, com uma disciplina rígida de dieta, suplementação, e o mais importante: a força de sua mente. É ela que vai  mantê-lo  no foco, vai lhe dar motivos para continuar firme em direção ao objetivo, até mesmo nos dias mais difíceis. Mas uma coisa eu posso garantir a vocês: a sensação de alcançar e superar suas metas vai recompensar todo o esforço!

 Minha gratidão ao esporte e a todos os fisiculturistas!

 Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

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Como uma pesquisa sobre assédio nos tatames virou debate na Câmara dos Deputados

Mayara Munhos
Mayara Munhos
Audiência pública para debater a PL 4866/2019
Audiência pública para debater a PL 4866/2019 Reynaldo Lima/Arquivo CESPO

Acho que uma das matérias que fiz e teve mais repercussão, foi sobre assédio nos tatames. Eu já falei milhares de vezes aqui e vocês podem reler para que eu vá direto ao ponto.

Assédio nos tatames (parte 1) – Introdução
Assédio nos tatames (parte 2): A culpa não é da mulher
Assédio nos tatames (parte 3): Dentro ou fora?
Assédio nos tatames (parte 4): Também pode ser moral
Assédio nos tatames (parte final): Como e para quem reportar?

Mais cedo este ano, o UOL lançou uma série sobre o mesmo assunto (Vozes do Tatame) e em seguida, as dibradoras repercutiram. O barulho foi tão gigante que 'as vozes do tatame' chegaram lá na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Quando me convidaram para participar, eu não entendi muito bem, porque é uma coisa muito grande. Na verdade, eu ainda não entendi a dimensão, mas tenho tentado digerir que algo que eu decidi escrever há pouco mais de 2 anos e sofri uma crítica absurda (apesar do apoio ter sido maior), está correndo em forma de projeto de lei. Isso é realmente importante.

Essa sou eu :)
Essa sou eu :) Reynaldo Lima (CESPO)

Explicando: recebi um convite do deputado Bosco Costa para debater no plenário sobre a proteção e apoio psicológico à atleta vítima de violência física ou sexual e sobre PL 4866/2019. De imediato, fiquei pensando que não era politizada o suficiente para participar de uma discussão dessa. Porém, conversando com pessoas que confio, elas me mostraram o caminho de que era um debate e que eu precisava mostrar o meu ponto de vista.

'Meu ponto de vista' significa que a minha voz está sendo ouvida e cada vez mais alto. E não só a minha, mas a de pessoas como a Luciana Neder, ouvidora da Federação Sul-Americana de Jiu-Jitsu (SJJSAF) e faixa preta e a da Renata Mendonça, jornalista que luta diariamente através das dibradoras (e outros meios) pelas mulheres no esporte também. As duas também estiveram presentes na mesa, além da ex-jogadora de vôlei e agora psicóloga, Paula Barros.

Como eu disse durante o debate, depois da minha pesquisa, realizada com cerca de 250 mulheres, ter visto que 61,6% delas sofreram algum tipo de assédio nos tatames... Virou minha missão de vida estar ao lado delas, então isso que fui fazer em Brasília. Por mim, por elas, pelo jiu-jitsu e por todos os outros esportes. Além do mais, isso pode ser uma grande extensão para a sociedade em geral.

O projeto de lei tem como objetivo dar apoio psicológico às atletas vítimas de violência física ou sexual e quer promover atendimento a elas nos serviços de assistência social, saúde e segurança pública. 

O PL ainda está em desenvolvimento e tivemos a chance de colaborar com algumas ideias e sugestões para que seja mais efetivo. Em breve, ele estará disponível no wikilegis, em caráter público, onde as pessoas poderão contribuir com sugestões para melhorá-lo.

Algo grande como este só mostra que, por mais que às vezes pareça que não, nossas vozes estão sendo ouvidas e estamos dando passos largos em busca de uma evolução na cultura e na sociedade. Ainda há muito o que ser conquistado, mas nós já conquistamos pontos significativos para nos darem força de não desistir. E fizemos isso juntas! Uma voz sozinha pode não ser muito alta, mas muitas vozes ecoam muito mais. 

Estou orgulhosa em ter contado com mais de 200 mulheres para provar que o assédio existe e precisa ser combatido. Os resultados são a longo prazo, mas está acontecendo. Espero voltar em breve com novidades :)

Você pode assistir ao debate aqui.




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Destaque no mundo fitness, Michelle Lewin é a entrevistada da semana

Rê Spallicci
Rê Spallicci


No último final de semana, aconteceu em São Paulo, no Expo Center Norte, a 3ª edição da BTFF – Brasil Trending Fitness Fair. E uma das presenças internacionais de mais destaque no evento foi Michelle Lewin, modelo e atleta fitness venezuelana, radicada em Miami, Estados Unidos, e que conta com mais de 13 milhões de seguidores!

Ela veio promover a modalidade Strong Zumba, explicando como ministrar o treinamento, baseado em coreografias com intervalo de alta intensidade, e como trabalhar para incentivar os alunos a atingirem suas metas.

Aproveitando a estada de Lewin aqui no Brasil, eu fiz uma entrevista exclusiva com ela. Simpática, sorridente e muito amigável, foi um papo mega-agradável que compartilho aqui com vocês.

 Renata Spallicci- Uma das coisas que mais me chama atenção em sua história é a sua transformação. Conte pra gente um pouco sobre o processo de mudança em seu corpo.

Michelle Lewin – Quando eu tinha 17 anos, há muito tempo, quase na metade da minha vida, já que hoje tenho 33 anos, eu resolvi entrar para o mundo fitness, porque não me sentia bem comigo mesma, não estava feliz com meu corpo e estava entrando em um processo de depressão. Eu tinha 1,63 de altura e somente 41 quilos! Então, resolvi começar a treinar e, junto ao treino, passei a ter uma vida mais saudável... E não parei mais.

RS – Como surgiu esta sinergia com o Strong Zumba?

ML – Eu fui chamada para ser embaixadora do Strong Zumba e achei o programa totalmente espetacular e diferente. É uma rotina de exercícios sob uma trilha musical. São movimentos de golpes, saltos, com acompanhamento da música. Não tem nada a ver com  dança. Você trabalha com o próprio peso do corpo para fazer todos os exercícios e queima muitas calorias! Há aulas de 55 minutos, de 30 minutos, e existe programa de exercícios para todos: homem, mulher, qualquer tipo de idade. A pessoa fazendo zumba de 3 a 4 vezes por semana, certamente vai ficar “sarada” - como vocês falam.

RS – Conta pra gente como é  sua rotina. Quanto tempo você treina, como é sua alimentação...

ML – Eu treino musculação pelo menos duas horas diárias, de segunda a sábado, e a zumba,  3 a 4 vezes por semana, é meu exercício cardio. Domingo não treino e não faço dieta! Como de tudo! Agora, de segunda a sábado, sou muito restrita com minha alimentação.

RS – Como está sendo sua estada aqui no Brasil?

ML – Esta é a quinta vez que venho ao Brasil, sempre a trabalho, mas consigo ter um tempinho para conhecer um pouco do país e da cultura de vocês! Comi pão de queijo, me apaixonei pelo açaí!

RS – É verdade que, em muitos lugares do mundo, acham que você é brasileira?

Michelle Lewin e Renata Spallicci
Michelle Lewin e Renata Spallicci []

ML – Sim! É curioso! Muita gente pensa mesmo que sou brasileira e não venezuelana. E eu fico feliz, porque as mulheres brasileiras são lindas e tem corpos fantásticos! Lindas pernas, bumbum espetacular! Wow! Então, fico orgulhosa! 

RS – E por falar em bumbum, o seu é um dos mais famosos da internet! E levou a mordida de um porco, é isso? Conta a história pra quem não conhece!

ML – Que nada, meu bumbum é pequeno! Mas sim, um dia, em uma praia nas Bahamas, um porco mordeu meu bumbum!! E a foto viralizou, inclusive aqui no Brasil, não é? Mas foi só um susto... É meu post com mais comentários no Instagram. Tive mais de 80 mil comentários... Algo bem inesperado!

RS – Que mensagem gostaria de deixar para o pessoal da ESPN?

ML – Muito obrigada a toda esta gente linda que me apoia aqui no Brasil. E  tenho muito carinho de estar aqui pela quinta vez.

Gratidão a Michelle e ao pessoal do Strong Zumba que proporcionaram este delicioso bate-papo. 

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

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A experiência de ter estado no ADCC e minhas considerações sobre o evento

Mayara Munhos
Mayara Munhos
Gabi Garcia, 4x campeã do ADCC
Gabi Garcia, 4x campeã do ADCC Jiu-Jitsu in Frames

Não sei nem por onde começar, mas o resumo de tudo é: eu fui para o ADCC 2019.  Em 2017, edição anterior do evento, confesso que eu não dava tanto valor a ele por não entender muito bem, mas algumas coisas me aproximaram. O fato do André Galvão lutar, o meu interesse em acompanhar as lutas femininas e também, o fato de que meu professor me incentivou a isso (‘você não vai escrever sobre no seu blog? É o maior evento de luta agarrada do mundo’. Leia aqui!).

 A partir de então, eu passei a ter uma outra visão sobre o ADCC. Logo depois da edição anterior, eu fui para San Diego pela primeira vez, fui até a Atos e tive a chance de entrevistar o professor André– que tinha acabado de vencer sua terceira superluta consecutiva, contra o Calasans.

Neste ano, o ADCC (que acontece a cada dois) foi em Anaheim, na Califórnia. E eu fui! Sim, in loco. Eu estava lá (queria usar uns emojis ou stickers). Era algo inimaginável para mim, ainda mais sendo em outro país. Mas foi uma oportunidade incrível poder estar no evento ao lado da Lisa Albon, que possibilitou tudo isso e é uma das fotógrafas mais incríveis que conheço (a foto abaixo é dela <3).

Assistir o ADCC praticamente no tatame: done!
Assistir o ADCC praticamente no tatame: done! Lisa Albon

Para quem não sabe, além de trabalhar full time na ESPN, eu tenho um canal no YouTube chamado Jiu-Jitsu in Frames. Na verdade, ele está (ou estava) um pouco parado (dá muito trabalho fazer tudo e ainda treinar, trabalhar e tentar ter vida pessoal hahaha) e eu tinha pensado inicialmente em fazer um conteúdo para dar uma movimentada nele, mas não rolou. A Flograppling tem 100% dos direitos de imagem, então tínhamos várias restrições e eu me restringi a tirar fotos, algo que não tenho muita experiência e muito menos uma lente fodástica para isso – mas foi sensacional.

Eu consegui alimentar bastante o Instagram do JJIF, conheci várias pessoas legais e estava me sentindo no meu mundo, porque eu amo muito estar no meio do jiu-jitsu. Eu pude unir os meus dois mundos, que é minha profissão e meu hobby <3.

Megaton e a neta, Moa
Megaton e a neta, Moa Jiu-Jitsu in Frames

Além disso, depois do evento consegui fazer mais uma entrevista com o André Galvão e outra com o Michael Liera, que é um faixa preta lá da Atos que está de mudança para o Colorado e vai abrir sua própria academia. A do André está no ar. Do Liera estou com problemas técnicos (torçam por mim).

Tá, mas depois de escrever tanto, eu vim dizer algumas coisas observei depois do evento. Vamos lá!

Obs: opiniões pessoais.

ADCC não é jiu-jitsu

Sim, eu sou do jiu-jitsu e tendo a achar que o ADCC é jiu-jitsu, mas me dei a chance de mudar. Depois de algumas lutas, vi pessoas comentando coisas que eu chamaria de ‘sem conhecimento de causa’. Uma delas foi o fato de o Nick Rodriguez ter vencido do Mahamed Aly logo na primeira luta (+99kg). “Caramba, como pode um faixa azul de jiu-jitsu vencer um faixa preta?”.

É polêmico, apesar de incomum, mas pode! Principalmente porque o ADCC não é jiu-jitsu (e ainda se fosse jiu-jitsu, poderia, mas é um outro papo). Como o público do jiu-jitsu é infinitamente maior e inclusive a maioria dos atletas são faixas pretas de jiu-jitsu, as pessoas às vezes esquecem que no gi é muito diferente. E esquecem ainda de um detalhe: wrestling.

E mais que isso: Nick Rod é norte-americano. Nos Estados Unidos, o wrestling é algo comum. Ele tem hoje 23 anos, é wrestler desde a high school e treinou também na faculdade. Hoje, ele treina jiu-jitsu também (e recebeu a faixa roxa no pódio). E mais do que treinar, ele é da Renzo Gracie, de Nova York, e está ao lado de atletas como Garry Tonon e Gordon Ryan – considerado o melhor grappler da atualidade.

Durante sua preparação, além dos treinos no Renzo, ele também manteve-se treinando wrestling no New Jersey Regional Training Center. Então, embora os resultados de algumas lutas tenham sido muito contestados... a história vai muito além de ‘perdeu para um faixa azul’, né.

Nick Rodriguez
Nick Rodriguez Jiu-Jitsu in Frames


Tye Ruotolo: só se surpreendeu quem não conhecia

Vamos falar do 'prodígio' Tye Ruotolo. Vi muita gente antes do evento um pouco inconformada por Tye ter sido convidado a participar. 16 anos, faixa azul e juvenil, num shark tank. E aqui talvez o que tenha pesado mais para as polêmicas nem tenha sido a faixa, mas a idade - apesar de falarem muito de faixa também. 

Minha opinião é: só ficou surpreso com a atuação de Tye quem nunca tinha o visto em ação. Ele e o irmão, Kade, treinam desde a barriga da mãe. Se pensarmos na nova geração de atletas, eles têm cerca de 10 anos de jiu-jitsu, o tempo médio que se leva para pegar uma faixa preta. Ou seja, não é um bicho de sete cabeças.

Tye esteve lá porque fez por merecer, ponto. E se ele não tivesse condições, certamente o professor, André Galvão vetaria. E um adendo aqui sobre coach: esse foi o ADCC que mais se viu atletas da Atos lutando. Então tinha muito faixa preta para ser coach dele lá. E quem estava gritando para ele? O irmão. Achei sensacional. Na entrevista com o Galvão, ele falou sobre isso, algo como precisar deixar os alunos darem coach para os outros porque só assim eles crescerão, como atletas e como coaches. E Kade esteve o tempo todo nos treinos de Tye, estava ciente daquilo.

O ponto fraco foi ele ter precisado fazer as duas primeiras lutas com atletas da mesma equipe, algo que não aconteceria na IBJJF. Ele venceu a primeira de Bruno Frazzato e em seguida, de Pablo Mantovani. Fez uma semifinal de tirar o fôlego com o Kennedy, onde não dava para achar que em algum momento ele não ia encaixar um triângulo de mão, mas acabou sendo derrotado.

Na disputa de terceiro lugar, ele enfrentou um dos atletas mais frios e calculistas do jiu-jitsu, Paulo Myiao. Só contra a elite, o faixa azul juvenil deu trabalho. Daqui dois anos, com 18, acho que ele estará ainda mais preparado (fisicamente falando) para voltar e fazer as pessoas entenderem melhor o que ele estava fazendo por lá agora. 

Tye Ruotolo vs Pablo Mantovani
Tye Ruotolo vs Pablo Mantovani Jiu-Jitsu in Frames

Livia Giles no corner do 'heel hooker'

Vou ser honesta: eu não sabia que Lachlan Giles era 'casal' de Livia Giles - porque para mim, ela era a 'Gluchowska' e não 'Giles', hahaha eu nunca ia relacionar. Mais do que isso, eu não sabia muito sobre eles, e na verdade nem sei (fica aí o invite para uma entrevista, vou formalizar prometo). Mas uma breve explicação é que eles são casados, atletas da Absolute MMA na Austrália e os dois lutaram o ADCC.

Lachlan foi derrotado no peso (77kg) por Lucas Lepri por 3 a 0 ainda nas oitavas de final. Livia foi finalizada por Bia Basílio (campeã na categoria até 60kg) nas quartas.

Ok, passou. Mas o que me chamou a atenção (que foi quando eu descobri que eles eram um casal) foi ter percebido a falta de corners mulheres. Geralmente, mulheres ficam no corner de mulheres. Então por exemplo, a Letícia Ribeiro estava no corner da Bia Mesquita e a Luana Alzugir, da Baby. Mas a Livia estava no corner do Lachlan e eu nunca tinha visto uma mulher oficialmente no corner de um homem. Achei isso muito significativo!

Mais que isso, com seus 77kg, Lachlan surpreendeu no absoluto. Com três heel hooks, ele venceu Kaynan Duarte (campeão da categoria +99kg), Patrick Gaudio (+99kg), perdeu para Gordon Ryan (campeão absoluto) e venceu Mahamed Aly (+99kg) na disputa de terceiro lugar. Sim, isso foi surpreendente.

Mas o que quero mesmo falar é o quanto achei incrível o incentivo da Livia durante todas as lutas. Ela gritava demais quando ele ganhava, sério. E na disputa de terceiro, eles correram para o abraço <3.




Categorias femininas

Pois bem, não podia deixar de falar sobre isso. Apesar do ADCC existir desde 1998, a primeira participação das mulheres foi só em 2005. As categorias eram como as de hoje (até 60kg e acima de 60kg), com o plus do absoluto - que não existe mais. 

Em 2007, as categorias cresceram: 55kg, 60kg, 67kg, acima de 67kg e absoluto. Nos últimos dez anos, as categorias novamente foram reduzidas para as 60kg e +60kg e segue sem o absoluto. 

Mo Jassim, organizador do ADCC disse em entrevista ao podcast 'The Matburn' que está trabalhando para um crescimento. "Sinto que neste ponto do jiu-jitsu, as mulheres estão crescendo. Tem muitas mulheres talentosas. Eu sei disso, porque eu podia convidar mais cinco ou seis garotas agora, fácil".

Ele ainda disse ter feito uma enquete no Instagram perguntando se seria melhor criar outra divisão para mulheres ou aumentar de 8 para 16 competidoras nas duas já existentes. A maioria escolheu adicionar uma nova categoria e manter o número de competidoras em cada uma delas. O que, de fato, é louvável. A diferença de peso da categoria até 60kg pode ser dura, mas acima de +60kg é ainda mais dura, porque a atleta pode ter 60kg ou 160kg... Então é de se pensar.

“Como eu disse, precisamos ter paciência com as coisas. As coisas para o ADCC precisam de tempo para acontecer e já mudamos algumas coisas neste evento”, completou Mo Jassim, que foi confirmado como head para a edição de 2021.

Durante o podcast, ele também ressaltou diversas vezes que o objetivo principal é fazer ‘um bom show’ e o melhor para todos. Isso pode dar mais esperanças de vermos novas categorias femininas no ADCC 2021.

Bia Basílio, campeã da categoria até 60kg
Bia Basílio, campeã da categoria até 60kg Jiu-Jitsu in Frames

Por fim, o que tenho a dizer é que foi um PUTA evento! Eu nunca tinha acompanhado e me surpreendi. Foi a maior satisfação ter estado lá e ter recebido tantos prints durante as lutas falando 'ei, tô te vendo aqui', hahaha. Sim, quase tomei várias quedas, fui amassada e tudo mais. Mas valeu a pena.

2021: já dá pra pensar? Não sei. Se nem o André Galvão sabe ainda se a superluta vai acontecer, quem sou eu para saber se estarei lá? Na verdade só falei isso para divulgar a última parte da nossa entrevista aqui! Hahaha até a próxima.


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Fisiculturismo é um grande laboratório

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Muita gente me pergunta o que me fascina tanto no fisiculturismo. Alguns apostam que é o prazer de aumentar os pesos em uma competição com a gente mesmo, para descobrir nossos limites; outros imaginam que é ver o corpo cada vez mais definido… Mas poucos são os que realmente acertam! O que me fascina no fisiculturismo não são os resultados físicos, mas sim, resultados que podemos levar do palco para todas as pessoas!

Assim como a Fórmula 1 é um laboratório para as tecnologias que teremos em nossos carros, no futuro, o fisiculturismo é um laboratório, a fim de  que, depois, as pessoas comuns possam utilizar  em suas vidas o conhecimento aprendido no esporte.

Um desses casos é a utilização de equipes multidisciplinares para a perda de peso, por exemplo!

No fisiculturismo, a formação de equipe com vários profissionais para o acompanhamento dos atletas é uma realidade. Eu mesma tenho todo um staff que me acompanha –  preparador físico, nutricionista, médico, coachs – , que me auxiliam em diversas  abordagens, para  eu poder alcançar os objetivos a que me propus.

 E este mesmo conceito pode ser atribuído a pessoas que querem perder peso e têm problemas em seguir dietas. 

Segundo estudo científico, conduzido pelos especialistas norte-americanos George L. Blackburn, MD, PhD; Isaac Greenberg, PhD; Anne McNamara, RN; Daniel Rooks, PhD, FACSM; Shannon Fischer, MA; e Kristina Day, RD, LD, os cuidados multidisciplinares, voltados para pequenas etapas e abordagens práticas para a mudança de estilo de vida,  podem ser um meio efetivo de tratamento para muitos pacientes que apresentam dificuldade para a perda de peso.

Isso porque, cada membro do time, formado por médicos, nutricionistas, especialistas em exercícios, terapeutas comportamentais e enfermeiros, traz um conjunto único de habilidades para atender às diferentes necessidades do paciente. Os médicos, por exemplo, pesquisam problemas que podem afetar a perda de peso, enquanto os nutricionistas ajudam os pacientes a aprenderem, gradualmente, a comer menos e a incorporarem alimentos saudáveis em suas dietas. Os especialistas em exercícios ensinam formas práticas de integrar a atividade física no dia a dia, e os terapeutas comportamentais trabalham o preparo mental de todo esse processo de mudança de estilo de vida.

“Estratégias eficazes de tratamento para sobrepeso e obesidade têm sido evasivas. Ao longo dos anos, tornou-se evidente que os objetivos drásticos de perda de peso e abordagens estreitas para o tratamento da obesidade raramente são eficazes, e que uma estratégia mais ampla e multidisciplinar, baseada em pequenas e práticas mudanças de estilo de vida, é mais viável para os pacientes e produz resultados mais duradouros”, ensinam os profissionais em artigo científico, publicado no site Bariatric Times.

Outro ponto, que alguns atletas de fisiculturismo já utilizam há algum tempo, e que passa a ficar mais comum em outras abordagens, é o uso da Programação Neurolinguística (PNL), metodologia que permite compreender a busca do autoconhecimento e identificar nossos modelos mentais, para que possamos questioná-los, refletir sobre eles e, se preciso, ressignificá-los.

Hoje se sabe que ela também pode ser uma aliada na perda de peso, pois a  forma como pensamos tem enorme poder sobre nossas atitudes, e é possível reprogramar esse modelo mental, para que alcancemos nossos objetivos.

E isso serve para todos os segmentos de nossa vida, desde a perda de peso até ganho de massa ou qualquer outro resultado que busque para  seu corpo.

Segundo essa técnica, simples mudanças em nossa forma de enxergar o mundo podem trazer resultados significativos. Trocar frases negativas, como “Eu NÃO quero engordar” por “Eu quero emagrecer” ou “Vou ter uma alimentação saudável” ao invés de “NÃO posso comer doces e massas” seria valioso na busca pela vitória contra a balança.

Ou seja, tudo aquilo que nós, atletas, utilizamos há um tempo serviu de modelo para que outras pessoas possam se beneficiar do nosso aprendizado.E este talvez seja o maior legado do fisiculturismo e que tanto me fascina!

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci


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Fisiculturismo é um grande laboratório

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Arbitragem feminina e mulheres sofrem discriminação em programa de rádio

Renata Ruel
Renata Ruel

Quem acha que a discriminação no futebol acabou está enganado. Infelizmente ela ainda existe e está bem explícita, inclusive em programa esportivo, como se pode observar nas declarações do senhor Daniel Campelo na rádio Jovem Pan Ceará, no último domingo (13). Quando questionado sobre o que acha das mulheres estarem tomando conta da arbitragem, respondeu: “Não acho uma boa não. Acho que mulher tem que tomar conta da casa, e do marido e dos filhos.”

Mulheres ainda são vítimas de preconceito
Mulheres ainda são vítimas de preconceito Angelo Blankespoor/Soccrates/Getty Image

Com a repercussão negativa de sua fala, Campelo teve a oportunidade de se desculpar na mesma rádio nesta segunda (14), porém ratificou seu comentário anterior e ainda acrescentou algumas falas a mais como: “esse negócio de mulher metida com macho dentro de estádio”, e suas palavras não pararam por aí.

César Augusto, operador de áudio da Rádio Jovem Pan CE, publicou em seu Twitter que o Sr Daniel não faz mais parte da equipe de esportes da rádio.


O Sr Campelo demonstrou com palavras um pouco do que o treinador do Bahia, Roger Machado, disse durante sua entrevista coletiva, após jogo no sábado (12) contra o Fluminense: “Para mim nós vivemos um preconceito estrutural, institucionalizado. O preconceito que sofri não foi de injúria racial. O que sofro é quando vou a um restaurante e só tem eu de negro. Fiz uma faculdade onde era só eu era negro. As pessoas podem falar que não há racismo porque estou aqui e eu nego: há racismo porque só eu estou aqui.” E não parou por aí: “Esses casos que vêm aumentado agora, de feminicídio, homofobia e preconceito racial, mostram que a estrutura social é racista. Ela sempre foi racista.”

Ou seja, o preconceito não acabou, ao contrário, está mais vivo do que nunca no Brasil e presente no futebol. Ainda há discriminação com mulheres, com negros, há homofobia. Não, não podemos generalizar, existe sim quem lute para que todos tenham o seu espaço, para no âmbito profissional se analisar a competência, a qualificação e não o gênero, a idade, cor de olhos entre outros.

Já escutei muitas coisas neste tempo que trabalho com o futebol, por exemplo: “Eu não me casaria com uma mulher que trabalha com futebol.”; “Não estou feliz em saber que você tem mais sucesso profissional do que eu que sou homem.”; “Torço para mulheres reprovarem no teste físico.. Sim, vi colegas sendo chamados de “macaco”, mulheres de coisas que não me sinto confortável em reproduzir e muito mais.

Uma mudança cultural se faz necessária, o respeito ao próximo deve prevalecer. Pois chega de preconceito e lugar de mulher é onde ela quiser.

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Seis dicas de musculação para ótimos resultados!

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Hoje,  resolvi fazer uma coluna com dicas práticas para você que curte o fisiculturismo e também a musculação. São aprendizados simples que obtive em anos de treinamento, e que podem  ajudá-lo a rever conceitos e otimizar  seu treino! Lembrado que você deve  ter sempre o acompanhamento de um profissional!

Dica 1: Aumente sempre os pesos

A primeira dica de musculação, que fará a maior diferença na sua taxa de ganho muscular, é que você deve adicionar consecutivamente mais peso à barra.

Não importa quantos princípios sofisticados você use. Se  não estiver aumentando a quantidade total que está levantando, não estará construindo músculos tão rapidamente quanto deveria.

A prioridade número um de qualquer programa de treinamento para ganhar massa muscular deve ser o levantamento de pesos cada vez mais pesados.

Quando você fica "preso" e não consegue aumentar o peso,  é o momento em que deve  utilizar outras estratégias... E aí, sim, começa a aumentar o potencial do seu corpo.

Qualquer protocolo sofisticado não terá nenhum efeito prático até você conseguir levantar pesos mais pesados.

Dica 2: Cuidado ao treinar até a fadiga muscular

A segunda dica de musculação em que se deve  prestar atenção é a regra da fadiga muscular. Algumas pessoas acreditam que fadigar todo e qualquer conjunto é a melhor maneira de construir músculos. Elas acham que, para obter um músculo para crescer, você precisa esgotá-lo completamente.

Embora seja verdade que  é  preciso levar os músculos além do nível de conforto para poder ver o progresso, você pode encontrar vários problemas ao elevar a falha a cada série.

A primeira questão importante é a fadiga do sistema nervoso central. Programas de treino projetados para ir ao extremo sempre serão muito desgastantes para o CNS.

 Após algumas semanas desse programa, é altamente provável que você encontre o CNS tão exausto que não consegue nem levantar o peso que costumava usar para o número necessário de repetições.

O segundo problema de ir à fadiga é que, se você fizer isso no primeiro exercício do dia, não terá muita energia para o segundo, terceiro e quarto exercícios.

 Como você deve fazer pelo menos alguns exercícios diferentes em cada treino, tal procedimento se torna muito difícil de realizar.

Em vez disso, tente fazer uma ou duas repetições sem fadigar. Isso ainda fará com que você force seu corpo e trabalhe no nível de intensidade necessário para construir músculos, mas evitará que você tenha que terminar o treino de forma prematura.

Dica 3:  Não treine menos em dois grupos musculares de uma só vez

A dica número três para musculação é focar nos exercícios compostos. Você só tem uma quantidade limitada de tempo que pode gastar na academia todos os dias, devido a restrições de agenda e recuperação; por isso, se você perder esse tempo com exercícios que funcionam apenas em um ou dois grupos musculares menores, não estará maximizando exatamente seu potencial.

Em vez disso, siga a regra: para 80% do seu treino, você só fará exercícios que trabalhem em pelo menos dois grupos musculares.

 A pressão do ombro, por exemplo, trabalhará os ombros e o tríceps. O agachamento vai trabalhar os quadríceps e os isquiotibiais. O supino trabalha os ombros, o peito e o tríceps (mesmo o bíceps em um grau muito pequeno).

Em levantamentos compostos, você normalmente consegue levantar mais peso e, como leu na primeira dica deste artigo, você sabe que isso é fundamental para o sucesso.   

Dica 4: Abasteça seu corpo antes e depois do treino

A quarta dica a seguir com o seu programa de exercícios de musculação é garantir que você esteja abastecendo seu corpo adequadamente antes e depois do treino.

 Não conseguir obter os aminoácidos que seu corpo usará para sintetizar a nova massa muscular ou os carboidratos que fornecem energia para formular o novo tecido muscular é um erro crítico que vai gerar falta de resultados.

Se há um momento em que você não pode errar em sua nutrição, é nesses dois pontos do dia.

Durante o resto do dia, você pode ser um pouco mais flexível em termos de horários e composição das refeições, desde que ainda atenda às suas necessidades de calorias e macronutrientes. Mas antes e depois do treino, as coisas precisam estar 100% ativadas.

 Dica 5: Nunca passe mais de duas semanas sem progredir

Se você já alcançou um ponto em seus treinos e parece que não está ganhando mais músculos, esse é um sinal claro de que você está em um platô.

Os platôs tendem a impactar quase todos em algum momento ou outro, a menos que você esteja tomando muito cuidado para evitá-lo. 

O que exatamente é um platô? Um platô pode ser definido como qualquer ponto no tempo em que você passa mais de duas semanas sem nenhum tipo de progresso. Para um atleta dedicado, isso significa desperdício de tempo e esforço da academia.

Para impedir que esse platô ocorra, seu trabalho é garantir que algo em seu programa esteja sempre mudando. Pode ser a ordem em que você realiza os exercícios, a quantidade de descanso entre as séries ou até o tipo de exercício que está realizando.

Se você não puder  aumentar o peso em uma sessão sucessiva, está na hora de mudar alguma coisa. Se você fizer isso, terá a certeza de obter os resultados que procura.

Dica 6: Lembre-se de que o descanso é obrigatório

Finalmente, para terminar nossas dicas de musculação, lembre-se sempre de descansar. Muitas pessoas cometem o erro de treinar com muita frequência, sem dar tempo para a recuperação.

 Se você não permitir que o corpo descanse antes de voltar à academia, em vez de ficar mais forte, está apenas ficando mais fraco e cansado.

 Idealmente,  deve tirar um dia de folga entre cada treino de levantamento de peso, mas, se preferir optar por  uma divisão superior / inferior que o faça malhar com maior frequência, certifique-se de ter pelo menos dois dias inteiros por semana.

São estas as dicas que deixo hoje aqui para vocês! Sei que não há nenhuma invenção da roda, e que muitas delas vocês já sabem e praticam. Mas, muitas vezes, temos que ser lembrados do simples e óbvio para não cair no esquecimento. Espero que tenham curtido e até a próxima!

 Busque o seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

 

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Inspiração para a sua jornada no fisiculturismo

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Uma das coisas mais fascinantes no fisiculturismo é a individualidade. Sim, porque nenhuma transformação, nenhuma dieta, nenhum corpo, nenhum treino é exatamente igual ao outro.

Cada atleta percorre sua própria jornada para chegar ao topo e, muitas vezes, os caminhos são completamente diferentes.

Com isso, quero deixar claro que não existe uma receita única de sucesso, mas sim, exemplos de pessoas que chegaram lá e que podem nos ensinar algo. Por isso, hoje separei algumas dicas de atletas internacionalmente destacados no esporte para você se inspirar!

 Lony Pizarro, modelo de fitness, fisiculturista WBFF e NGA Pro

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“Se você não tiver um objetivo definido e específico, estará perdendo seu tempo. Quanto mais específico você for, maior a chance de chegar ao corpo ideal. Pergunte a si mesmo: ‘Por que eu quero alcançar esse corpo? ’ Se suas respostas não forem fortes o suficiente, você nunca terá sucesso e, mesmo se conseguir, o resultado não será tão gratificante. Certifique-se de que sua meta  é realmente o que você deseja e que vale todo o esforço. Transformar seu corpo pode ser um caminho muito longo e difícil ou um caminho curto e difícil, porque o corpo humano é complexo, e todos os detalhes são importantes. O conhecimento e a orientação de um treinador experiente podem ajudá-lo a evitar anos de tentativa e erro.”

Whitney Wiser, concorrente do IFBB Pro Olympia

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“Às vezes, ficamos tão fixos no plano que deixamos que um erro ou dia imperfeito nos desencorajem... E jogamos a toalha completamente. Por exemplo, continuar a comer excessivamente após um pequeno acidente na sua dieta é como pegar um pneu furado e depois cortar os outros três apenas porque um já está bagunçado. Nem faz sentido. As mudanças acontecem durante um período de tempo para tomar boas decisões de forma consistente - não sendo perfeitas.O fator dominante nas pessoas que alcançam o sucesso é que elas acreditam que podem atingi-lo. Se você fala consigo mesmo de uma maneira negativa – ‘Eu nunca vou perder peso’, ‘Eu odeio minha aparência’, ‘Eu não posso fazer nada certo’ - como você pode esperar que melhore? Se você não disser à outra pessoa, não diga a si mesmo. Em vez disso, diga algo positivo, como: ‘Talvez ainda não esteja aonde quero estar, mas chegarei lá, não importa quanto tempo leve.’”

 Tobias Young, Treinador Fitness Online

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“O fisiculturismo é uma maratona, não uma corrida de curta distância. Depois de atingir  certo nível de condicionamento físico, você deseja mantê-lo; portanto, aprenda os hábitos saudáveis que criarão uma verdadeira mudança de estilo de vida e não apenas uma rápida perda de peso de alguns quilos. Já vi muitas pessoas adotando dietas malucas que prometem perda de peso extrema em um curto período de tempo. Mas dietas radicais podem queimar músculos e danificar o metabolismo, causando o efeito sanfona, o que  leva à frustração e à busca de outra solução rápida. É assim que se inicia um ciclo vicioso.Quando se trata de nutrição, comece com os fundamentos básicos:

Tente comer proteína magra a cada refeição;

Coma a maioria dos carboidratos antes e depois do treino;

Evite comer carboidratos simples demais ao longo do dia e tente obter carboidratos complexos como sua principal fonte. O pós-treino pode ser uma exceção.

Adicione vegetais às suas refeições para obter mais nutrientes e fibras.

Hidrate-se corretamente.”

“E, para fechar, deixo aqui uma citação daquele que é um dos maiores ícones do fisiculturismo: Arnold Schwarzenegger: ‘A pior coisa que posso ser é o mesmo que todo mundo.’” 

Portanto, conheça histórias, aprenda com os exemplos, inspire-se, mas crie a sua própria jornada sempre.

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

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Você sabe o que é vigorexia?

Rê Spallicci
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Eu sou uma atleta de fisiculturismo e, obviamente, amo todos os comportamentos que aprimoramos por meio do esporte: resiliência, disciplina, humildade, coragem e tantos outros.

 Mas não podemos tampar o sol com a peneira e negar que, muitas vezes, a obsessão por um corpo perfeito pode levar algumas pessoas aos transtornos alimentares. E uma das mais comuns entre os fisiculturistas é a vigorexia, também conhecida como dismorfia muscular, uma preocupação patológica com músculos e magreza que afeta, principalmente, indivíduos do sexo masculino, mas que pode também afetar mulheres.

 As causas da vigorexia

A vigorexia implica uma insatisfação específica com a musculatura e não com o corpo como um todo, com uma discrepância entre o imaginado e o real.

Concentrando-se abertamente na imagem corporal, alguns atletas são induzidos a desejar uma figura inatingível. Tal compulsão inclui passar horas na academia, gastando quantidades excessivas de dinheiro em suplementos desportivos ineficazes, padrões alimentares anormais ou mesmo abuso de substâncias.

Quem a vigorexia afeta?

A vigorexia pode afetar qualquer pessoa, mas é mais prevalente em homens do que em mulheres. Embora os números sejam difíceis de estimar, até 100 mil pessoas ou mais em todo o mundo atendem aos critérios diagnósticos formais da população em geral.

A prevalência entre atletas ainda não foi determinada por meio de estudos clínicos formais, e grande parte da informação foi extrapolada da população geral.

À medida que as influências sociais mudam e promovem um físico mais musculoso, as crianças cada vez mais jovens correm maior risco de desenvolver distúrbios da imagem corporal, como a dismorfia muscular.

Os dados que descrevem o efeito da vigorexia em mulheres também são muito limitados. No entanto, os pesquisadores reconhecem que as mulheres podem ser afetadas, embora o impulso muscular seja menor que o observado nos homens.

 Diagnóstico

 Atribuir vigorexia a um único fator causal é difícil. Alguns atribuem essa desordem ao efeito da mídia e da cultura popular, enquanto outros estão inclinados a fatores predisponentes psicológicos individuais.

Quaisquer que sejam as causas, a vigorexia é uma preocupação crescente, particularmente em termos de identificar as pessoas mais suscetíveis ao seu desenvolvimento.

Estudos de casos clínicos sugerem que a vigorexia é encontrada com mais frequência em pessoas que não estão satisfeitas com seus corpos e fortemente envolvidas em atividades de desenvolvimento muscular. A vigorexia pode ter um efeito profundo em todos os aspectos da vida, muitas vezes interferindo na função diária normal.

Em estudos sobre o tema, um homem com essa doença detalhou como ele perdeu o nascimento de seu primeiro filho porque ele teve que terminar seu treinamento de seis horas.Outro testemunhou que perdeu sua posição de prestígio em um conhecido escritório de advocacia, porque teve de cumprir uma dieta rigorosa.

Dismorfia muscular e abuso de substâncias

Muitas pessoas que não conseguem alcançar objetivos pessoais ou lidam com as pressões dos treinadores, em relação a uma imagem corporal ideal irrealista, podem recorrer a esteroides anabolizantes ou outras substâncias perigosas para realizar suas aspirações.

Certamente, nem todos aqueles que estão em risco de desenvolver vigorexia recorrem ao uso de esteroides anabolizantes, mas todas essas pessoas correm o risco de sofrer danos devastadores à sua autoestima e ao seu bem-estar físico e emocional.

Muitas pessoas com vigorexia ou sintomas semelhantes recorrem ao uso exagerado de suplementos esportivos e nutricionais e tomam doses mais altas desses produtos do que o recomendado, o que pode predispor a uma variedade de problemas de saúde.

Tratamento da vigorexia

As pessoas com vigorexia, muitas vezes, não procuram tratamento. Então um dos maiores obstáculos é convencer o paciente a aceitar ajuda.

A vigorexia responde bem aos mesmos tratamentos que ajudam outros transtornos alimentares. O tratamento deve se concentrar inicialmente na normalização dos padrões de alimentação e exercício, e também na abordagem dos pensamentos obsessivos.

Aqueles que responderam melhor foram tratados com medicamentos antidepressivos, como a fluoxetina (Prozac, Eli Lilly e Co, IN), isoladamente ou em combinação com a terapia cognitivo-comportamental.

Meu objetivo com este texto é alertar o quanto a obsessão por um corpo perfeito pode produzir efeitos devastadores e transtornos alimentares sérios. Eu sou uma adepta da busca pelo corpo que você considere o ideal para você, mas sempre de uma forma leve e, principalmente, saudável e de acordo com  sua genética.

Alertar sobre os transtornos alimentares é um dever de todos nós que militamos nos esportes fitness! E eu sempre que posso faço a minha parte!

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

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Primeira fisiculturista brasileira no Pan de Lima, Carla Lobo divide experiências

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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No dia 14 de setembro, no final do Pan-americano de Lima, eu fiz uma matéria aqui na minha coluna sobre a participação brasileira na primeira competição de fisiculturismo da história dos jogos.

E hoje, tenho o prazer e a honra de trazer uma entrevista exclusiva que fiz com nossa representante feminina no Pan Lima 2019, Carla Lobo. Ela conta sobre sua carreira, experiência nos jogos e planos para o futuro. Confira!

Renata Spallicci - Conte-nos um pouco sobre  sua história no esporte. Antes do fisiculturismo já praticava outro esporte? E como o fisiculturismo entrou em sua vida?

 Carla Lobo – Desde criança, amo esportes. Comecei no ballet, depois ginástica olímpica, ginástica aeróbica, maratonas e entrei no mundo do fisiculturismo há três  anos. Em 2015, eu estava insatisfeita com meu corpo e queria realmente transformá-lo. Estava com percentual de gordura alto, pouco peso e não me sentia confortável. Passei a fazer um programa de musculação e nutrição mais intenso e, em setembro de 2016, já participei de minha primeira competição. 

 Renata Spallicci - Quais as maiores dificuldades que enfrentou no esporte?

 Carla Lobo – Batalhar contra uma genética de corredora, com perfil magro e que tinha muita resistência, mas pouca força. A dieta a seguir também é muito complicada e, infelizmente, ainda há um preconceito contra o fisiculturismo. Mas  sinto que a cada dia tal postura vai ficando para trás.

Renata Spallicci - Desde quando compete e quais suas principais conquistas?

 Carla Lobo – Comecei a competir em setembro de 2016 e “de cara” fui vice-campeã na Copa Body Classic. Terceiro lugar do Mister Santos, em 2016, campeã brasiliense, em 2017 e 2018, segundo lugar no campeonato brasileiro, em 2018, terceiro lugar sul-americano, top 7 no Arnold e outros campeonatos. 

Renata Spallicci - Como foi que  se tornou uma atleta olímpica e como se deu a seletiva para atuar no Pan?

 Carla Lobo – Até minha sétima competição eu era body fitness e resolvi mudar para o fitness coreográfico, por saber que era uma das categorias olímpicas. Então, em 2018, passei a me preparar nessa categoria, fui campeã estadual, vice-brasileira e terceira no sul-americano no Paraguai e na Guatemala, e esta sequência me levou ao Pan. 

Renata Spallicci - Como funciona o fisiculturismo no Pan para mulheres? Quais as categorias e os critérios de julgamento?

Carla Lobo – A única categoria feminina do Pan é o Fitness Coreográfico ou Womans Fitness, e somos julgadas em duas apresentações. Uma primeira, na qual fazemos uma apresentação coreográfica com duração  de um minuto e trinta. Nesta apresentação, são avaliados quesitos como força, flexibilidade, força estática e dinâmica, desenvoltura no palco. Depois, trocamos de roupa, colocamos o biquíni e fazemos o desfile, que é a segunda etapa do nosso julgamento.  Nessa  etapa é avaliado o shape: simetria, densidade muscular, feminilidade, etc.  

 Renata Spallicci - Como você avalia  sua primeira experiência no esporte olímpico?

Carla Lobo - Uma experiência inédita! Como foi a primeira vez do fisiculturismo no Pan, me senti honrada em ser a pioneira no Brasil, e também isso me levou a ter uma enorme  responsabilidade para fazer o melhor possível e dar o meu máximo. Não consegui trazer medalha, mas sei que dei o meu melhor e fiz uma boa apresentação. E mais do que isso, sei que estou abrindo portas para outras atletas no futuro.

 Renata Spallicci - E como foi a sensação de participar de uma festa como o Pan? Estar na Vila, participar das cerimônias de abertura e fechamento?

Carla Lobo – É algo indescritível! Estar com os outros esportistas de outras modalidades, tendo a valorização como atleta é algo fantástico. A organização e o atendimento do Comitê Olímpico Brasileiro e do comitê organizador local foram perfeitos. Como minha competição foi bem no final do Pan, eu não participei da cerimônia de abertura, mas estava lá na de fechamento e foi um momento surreal em minha vida... E que guardarei para sempre. Uma emoção que não tem igual. O lema que os jogos carregaram foi:  “Jogamos Todos”, e eu me senti exatamente assim, sem nenhuma discriminação de esportes, igual perante todos os atletas!

 Renata Spallicci - Quais os planos do esporte para as Olimpíadas? Você vai participar?

 Carla Lobo – Eu tenho um sonho, mas ainda não é certo que o fisiculturismo estará nas Olimpíadas. Estou torcendo por isso, mas acredito que na de Tóquio ainda não estará.

 Renata Spallicci - Quais suas expectativas agora para sua carreira?

 Carla Lobo – Eu sou personal trainer, pós-graduada em fisiologia do exercício desportivo, mas nada me deu tanto conhecimento quanto minha atuação como atleta. Vou, então, agregar este conhecimento prático à teoria e continuar atendendo aos meus alunos, transformando vidas e pessoas. Não só na parte física, mas também na mental.

Renata Spallicci - Que conselho daria para quem quer entrar neste esporte?

Carla Lobo – Tenha força, foco e fé! Estas três palavras são meu lema e é realmente muito aplicado ao fisiculturismo. Quem for entrar no esporte tem de saber que é uma modalidade que exige demais, que é preciso ter muito discernimento para não se perder, muita consciência da dieta e responsabilidade sobre si. O fisiculturismo é um esporte do autoconhecimento, então, o primeiro conselho é avaliar: o que é ser atleta para você? Para mim, ser atleta é um estilo de vida, não é somente subir no placo e dar um show, mas sim, ter todas as suas escolhas baseadas nessa carreira que escolheu. Tem que  gostar do que  faz, abraçar a causa e saber que somos formadores de opinião e, como tal, temos responsabilidades com nossa imagem, nossas palavras e nossas atitudes. 

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Gratidão, Carla, pela oportunidade de compartilhar aqui  com a gente essa sua experiência fantástica! E espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu gostei! 

Busque seu propósito. Deixe  seu legado.

Rê Spallicci

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A mulher tem mais dificuldades físicas para ser uma fisiculturista?

Rê Spallicci
Rê Spallicci
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Muitas meninas me perguntam se nós, mulheres, em relação aos homens,  temos mais dificuldades para nos tornarmos fisiculturistas. Sim, a verdade é que temos de driblar mais questões genéticas e hormonais, além, é claro, do preconceito!

 Nós temos níveis muito mais baixos do hormônio testosterona do que os homens, o que torna mais difícil ganhar músculos. Temos também níveis muito mais altos de estrogênio que os homens, o que faz com que retenhamos mais gordura.

 De acordo com o Conselho Americano de Exercício, nem todas as mulheres têm capacidades iguais para ganhar massa muscular. A genética desempenha um papel fundamental. Por exemplo, mulheres que têm uma estrutura corporal mesomórfica, que apresenta musculatura natural, têm uma vantagem sobre os ectomorfos e endomorfos. Além disso, algumas mulheres têm níveis mais altos de testosterona que outras, o que lhes dá uma vantagem no desenvolvimento muscular. Apesar dessas diferenças genéticas, a maioria das mulheres experimentará um aumento de 20 a 40% na força, após vários meses de treinamento.

Ou seja, aplicando estratégias-chave ao nosso estilo de vida, com exercícios e dieta orientados, pode-se adquirir um corpo musculoso e bem torneado.

 E é sobre estas estratégias que vou lhes falar agora:

 Exercícios cardio

 As mulheres, em geral, carregam uma porcentagem maior de gordura corporal do que os homens. Para ser um fisiculturista de sucesso, é importante reduzir a gordura corporal,  em especial diretamente sob a pele. Consequentemente, você deve se concentrar em sessões frequentes de exercícios aeróbicos de baixos a moderados.

Durante o exercício aeróbico, a maior porcentagem de calorias queimadas é proveniente de gordura. Fisiculturistas devem realizar de 35 a 45 minutos de exercícios aeróbicos, cinco dias por semana. Para determinar a intensidade de seu exercício aeróbico, você precisa determinar a sua zona alvo de frequência cardíaca. Sua zona de treinamento é determinada subtraindo sua idade de 220, e multiplicando o resultado entre 50 e 85%. Para um treinamento de intensidade muito baixa, sua frequência cardíaca deve ser mantida mais próxima do nível de 50%, por pelo menos 20 minutos. Para um treinamento de intensidade muito alta, sua frequência cardíaca deve estar mais próxima do nível de 85%.

Dieta

 De acordo com muscleandstrength.com, mulheres que estão tentando perder gordura e desenvolver um corpo magro e forte devem seguir uma dieta pobre em carboidratos. As mulheres tendem a queimar uma proporção maior de gordura e carboidratos do que os homens, é o que se  afirma no site.  A proteína é necessária para desenvolver músculos e deve ser consumida em pequenas refeições ao longo do dia. A proteína que você consome deve ter todos os nove aminoácidos essenciais. Exemplos de proteínas completas:  carne, peixe, aves, claras de ovos, soja e soro de leite. Cada refeição também deve conter gorduras monossaturadas, como salmão, azeitonas, a maioria das nozes e abacates. Os carboidratos que você consome, em quantidades limitadas, devem ser carboidratos complexos que são aqueles que fornecem energia sustentada. Exemplos de carboidratos complexos:  frutas, legumes, macarrão integral e feijão.

Treinamento

 De acordo com muscleandstrength.com, as mulheres não devem treinar de maneira muito diferente à dos  homens. Em vez de usar pesos leves e realizar de 15 a 20 repetições, você deve levantar pesos relativamente pesados e manter suas repetições entre 6 e 12. Seu foco deve estar no uso de pesos livres e na execução de exercícios compostos – os que  utilizam o músculo motor principal e os músculos estabilizadores para executar o levantamento. Exemplos de exercícios compostos são agachamentos, supino inclinado, linhas verticais e prensas suspensas. Também é importante descansar o suficiente, enquanto você treina, pois o crescimento e o reparo muscular ocorrem durante o descanso.

 Conclusão

Em resumo, como tudo na vida, nós, mulheres, podemos e devemos fazer aquilo que tivermos desejo! E com o fisiculturismo não é diferente. Com as estratégias certas conseguiremos, sim, chegar ao corpo dos nossos sonhos, sempre ressaltando, é claro, a necessidade de acompanhamento profissional e de muita disciplina

Além dessas questões, como já citei, infelizmente, as mulheres do esporte ainda têm que driblar uma série de preconceitos, mas isso já faz parte da nossa natureza feminina, é ou não é? E quem disse que olhares tortos ou opiniões contrárias vão limitar nossos sonhos?

Por isso, se você sonha em ser uma fisiculturista, se jogue e vá em busca dos seus sonhos! E, se precisar de qualquer ajuda, conte comigo!

 Busque seu propósito. Deixe seu legado. 

Rê Spallicci

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Ter feito uma série sobre assédio nos tatames mudou a minha vida

Mayara Munhos
Mayara Munhos
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Em março de 2017 fiz algo que não esperava que mudaria minha vida para sempre: uma série sobre assédio nos tatames. Algo delicado de ser dito, que eu sabia que podia me acarretar coisas positivas, mas negativas também e que eu nunca tinha visto ser abordado.

Foi o que aconteceu. Há pouco mais de dois anos, quando decidi ‘pagar o preço’ independentemente do que pudesse vir a acontecer, eu lancei a série dividida em cinco partes. Para que ela saísse do papel, eu fiz uma pesquisa com mulheres do meio, totalmente anônima, e obtive mais de 250 respostas. O resultado foi triste. E por conta disso, eu demorei ainda mais para conseguir publicar.

Comecei a pesquisar no final de 2016 e botei no ar só uns 3 meses depois. Eu quase desisti. Eu recebi depoimentos chocantes. Uns de mulheres abusadas quando crianças, outros que eu consegui identificar de onde vinham, alguns que eu nunca esperava ouvir. Eu tive que digerir tudo aquilo e pensar em como levar para frente. E aqui está!

Assédio nos tatames (parte 1) – Introdução
Assédio nos tatames (parte 2): A culpa não é da mulher
Assédio nos tatames (parte 3): Dentro ou fora?
Assédio nos tatames (parte 4): Também pode ser moral
Assédio nos tatames (parte final): Como e para quem reportar?

Eu não precisei falar sobre absolutamente nada pessoal ali, porque não era um depoimento meu. Era uma pesquisa, com dados, números – o que mostrava que aquele comportamento dentro do tatame, cometido por pessoas se aproveitando de seu poder ou submissão que o jiu-jitsu pode proporcionar, era completamente normal. Isso foi primordial para que a minha série tivesse credibilidade. Eu não estava opinando ou querendo ‘dar o troco’ por já ter passado pela situação, mas estava mostrando com dados o quanto isso era normalizado e que precisávamos levar para frente e mudar essa situação.

Decidi falar sobre isso novamente porque UOL lançou uma série sobre o mesmo assunto e isso mexeu bastante comigo. Mas o que quero destacar é que me deixou muito feliz (apesar da situação) ver que as pessoas estão olhando mais para esse lado e, mais do que isso, que as mulheres estão se encorajando a falar sobre sem medo das consequências ruins que podem sofrer.

A ideia da série (“Vozes no tatame”) é que as mulheres ‘deem a cara a tapa’ e usem a hashtag #QueroLutarEmPaz para expor situações de assédio que sofreram no meio das artes marciais.

Eu digo com toda certeza que a série que escrevi em 2017 mudou minha vida porque, de fato, ela mudou. Ela mudou minha maneira de ver o mundo, ela me fez lutar mais pelas causas que acredito. Ela me fez ser uma pessoa mais tolerante, tanto com homens quanto com mulheres. Me fez ter paciência de sentar e conversar com meus amigos de treino ou professores sobre o que me incomoda ou então, de levar para frente alguma situação de alguém que convive comigo.

E me fez estender a mão para as mulheres cada vez mais para que elas saibam que podem contar comigo e com muitas outras para superar esse tipo de situação. Hoje, comandando uma turma feminina de jiu-jitsu, por exemplo, vejo o quanto é importante ter diálogo com elas para que se sintam à vontade em me reportar qualquer coisa do tipo, bem como se sintam tranquilas de estarem ali, entre mulheres que se entendem e se respeitam - e homens também, no treino misto, o que é uma premissa dentro da minha equipe: respeito e caráter.

A série me alertou para coisas que eu mesma já sofri. Me acarretou uma mudança de equipe que, sem dúvida alguma, foi uma das melhores decisões que tomei na minha vida. Me trouxe apoio mesmo que eu nunca tenha falado nada sobre minha pessoa ali e me fez acreditar ainda mais que devemos lutar até o fim – dentro e fora dos tatames.

Algumas pessoas me procuraram para parabenizar, outras para me agradecer, outras para palestrar, algumas outras ainda para me contar que viram minha pesquisa citada em algum lugar. Mulheres que passaram pela situação se fortaleceram a deixarem suas equipes e contarem suas histórias. Apesar da pesquisa ter sido anônima, algumas me deixaram contato e me pediram uma conversa e eu fiz questão de chamar cada uma delas. Vai que seja minha missão na terra :)

Também tive problemas, conversas tensas com pessoas que discordaram, perdi algumas amizades próximas que gostava muito... Nem tudo são flores – bem como o motivo que me fez escrever a série.

Eu sempre estive muito envolvida com mulheres do jiu-jitsu e, por conta disso, eu ouvia muitos relatos. Esse foi o primeiro motivo pelo qual eu optei por escrever a minha série. Eu precisava dar uma voz para aquelas mulheres que se sentiam coagidas. Eu espero tê-las ajudado.

Depois que publiquei, também recebi alguns questionamentos: mas e você, Mayara?

Eu não gosto de explanar minhas situações pessoais para o mundo. Afinal, apesar de ser o meu blog, o meu trabalho foi jornalístico. Mas 'e eu' posso dizer que quando tinha 13 anos, um ex-colega de treino dominou uma posição durante a luta e me lascou um beijo na bochecha – me pediu desculpas e disse que ‘não aguentou’ – ele já era maior de idade.

'E eu' posso dizer que um ex-colega de equipe, quando eu tinha 14 anos, me chamou depois de ter me visto lutando com um cara, para ‘me aconselhar’ que eu não treinasse com ele por ter percebido que estava com más intenções comigo.

'E eu' posso dizer que, não mais criança, precisei driblar comentários maldosos de um ex-professor com muito jogo de cintura para não ser taxada de louca dentro da academia. Pessoas já viram, pessoas sabiam, pessoas falavam comigo sobre o assunto, pessoas relatavam situações que já tinham passado... Mas ninguém se propôs a me ajudar nessa. Sozinha é mais difícil, né?

Portanto, a repercussão do assunto é extremamente importante. Só repercutindo as mulheres terão coragem de falar, anonimamente ou não. Só juntas vamos conseguir, cada vez mais, diminuir os casos. E só falando os homens também vão poder entender a gravidade do problema e entrar nessa com a gente.

Obrigada por terem levado a ideia para frente. Obrigada por se posicionarem também. E força, a cada uma que já passou por cada tipo de situação e parabéns, pela coragem de não terem medo de dar a cara a tapa.

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Ter feito uma série sobre assédio nos tatames mudou a minha vida

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Fisiculturismo no Pan: Carla Lobo fez história como primeira brasileira na disputa

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Quando subiram ao palco dos Jogos Pan-Americanos de Lima, que terminaram no último domingo, dia 11/08, os atletas brasileiros, Carla Lobo e Juscelino Santos, fizeram história. Isso porque eles foram os representantes do Brasil na primeira vez em que o fisiculturismo integrou as competições do Pan.

 Para todos nós que militamos no esporte, a entrada do fisiculturismo como um esporte olímpico é uma grande vitória, pois o leva  a um novo patamar, aumentando sua visibilidade, importância e até mesmo possibilidade de mais patrocínios.

O esporte foi adicionado ao programa oficial dos Jogos Pan-Americanos em 2016, e nesta sua primeira edição, contou com representantes de 19 países para as disputas na capital peruana. Ao todo, foram 32 competidores, divididos igualmente nas categorias masculina e feminina.

Para obter classificação ao Campeonato Pan-Americano de fisiculturismo, em novembro do ano passado, aconteceu, em Antígua, na Guatemala, o único torneio qualificatório, visando à competição do Peru. E Juscelino e Carla Lobo foram os atletas brasileiros classificados no evento.

 A categoria “fisiculturismo clássico” marcou a prova masculina, considerando o tamanho dos músculos, proporção e simetria. Além disso, houve a limitação de peso, de acordo com a altura do fisiculturista. Para o feminino, a categoria foi o “biquíni fitness”, na qual musculatura, força e flexibilidade são julgadas pela arbitragem. Carisma e fluidez nos movimentos fizeram parte da apresentação coreografada e também foram analisados.

E as medalhistas na categoria feminina foram: Paulina Zamora, de El Salvador, com ouro, Xymora Valdívia, do México, com prata, e Macarena Figueroa, do Chile, com bronze. No masculino, o ouro ficou com Yuri Rodrigues, El Salvador, a prata com Carlos Alberto Giraldo, Colômbia, e o bronze com Jonathan Estuar Martinez, da Guatemala.

Aos 48 anos, a brasileira Carla Lobo sentiu-se honrada em representar o Brasil e falou um pouco sobre a realidade dos atletas de fisiculturismo no Brasil. “É uma honra representar o País na estreia da modalidade. É indescritível o tamanho da minha emoção. Essa conquista é fruto de muito trabalho. Além de atleta, sou personal trainer e tenho três filhos. Administrar casa, trabalho e competições não é fácil, mas me sinto feliz e grata por ter essa missão.”

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Juscelino Santos, com 47 anos, também viu o Pan como o ápice de sua carreira que já tem 30 anos! Desde 17 anos no esporte, ele conta que entrou para o fisiculturismo inspirado pelo personagem dos quadrinhos, Conan, vivido no cinema pelo mito Arnold Schwarzenegger. Duas vezes campeão do Pan-Americano de fisiculturismo, Juscelino é bi-campeão Sul-americano, campeão paulista, campeão estadual, vice-campeão sênior até 70 kg, tetra brasileiro e está entre os melhores do mundo.

Mas a sua maior conquista é conviver há anos com doença de Chagas sem nunca apresentar qualquer sintoma da doença.

 Agora esporte olímpico, o fisiculturismo estreará nas Olimpíadas em Tóquio, no ano que vem, e até lá saberemos quem serão os representantes brasileiros deste momento histórico.

 Como atleta de fisiculturismo fico extremamente feliz por ver o meu esporte no principal palco esportivo mundial e bastante satisfeita pelos  nossos colegas brasileiros brilhando em Lima!

Que venham as próximas competições, e que, em breve, possamos ter a bandeira brasileira no mais alto lugar do pódio.

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

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Ter dupla (ou tripla) jornada entre treinos e trabalho não faz de você uma exceção

Mayara Munhos
Mayara Munhos
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. Sinistro Photo Film

Já que faz um tempão que não escrevo por aqui (muito menos algo pessoal), vou aproveitar o gancho do campeonato que disputei no último final de semana para falar um pouco sobre minha percepção de treinar, competir e ter uma vida pessoal [quase] normal.

Embora seja muito difícil botar tudo o que vou falar em prática no dia-a-dia, na minha cabeça esse tipo de coisa é muito certo. Isto se chama foco, dedicação, prazer em fazer aquilo que escolhi e driblar algumas adversidades.

De fato, eu levo uma vida dupla. É o que dizem meus amigos próximos e minha família. Eu saio de casa 6h da manhã para treinar, saio do treino para o trabalho, do trabalho para o treino e volto para casa por volta das 23h. É uma rotina cansativa e exaustiva, porque isso me tira muito tempo de descanso ou lazer. Além da longa rotina de horário e de minha casa/trabalho/treino não serem nada perto um do outro, no meio do dia muitas coisas acontecem: pressão no trabalho, pressão nos treinos, trânsito, imprevistos...

No domingo eu disputei a III Etapa do Circuito Paulista e comecei a reparar como quando sempre que eu perco uma luta, as pessoas usam os mesmos argumentos para me consolar: “Mas Mayara, você tem uma vida dupla, você trabalha e ainda treina”. Ok, pessoas, obrigada por isso, eu amo vocês de verdade e sei que falam isso de peito aberto – não estou pedindo para que não falem. Eu realmente acho um esforço tremendo. Por um momento, até achei que era uma baita glória ou que eu devia mesmo ser uma pessoa diferenciada, mas eu vivo no meio disso e me esforçar não faz de mim uma exceção. Todos se esforçam da sua maneira. 

Eu não sou diferenciada, eu sou só mais uma. 

Eu não convivo em meio à atletas profissionais, o que faz de mim só mais uma pessoa entre tantas outras que, simplesmente, precisam se dividir entre trabalhar, treinar, algumas estudar e ainda ter filhos, competir e ter uma vida pessoal. Eu seria uma exceção se me esforçasse o mínimo e alcançasse o resultado máximo, seria um ponto fora da curva. Mas em meu meio, eu sou só mais uma.  

É claro que eu reconheço todos os meus esforços diários para manter essa rotina em pé. E eu não estou dizendo que é fácil – porque não é, mesmo! Diariamente a gente precisa fazer pequenas escolhas e isso se chama foco. Por exemplo: eu sei que posso dormir 2h a mais para trabalhar, mas eu escolho acordar 2h antes de ir treinar. Ou então que eu posso sair do trabalho e ir encontrar uma galera para fazer um 'happy hour', mas eu escolho ir treinar. Eu podia treinar só de manhã ou só a tarde? Claro. Mas o que isso me agregaria mais ou menos? Óbvio que eu 'saio do trilho' uma vez ou outra, mas não num panorama geral, porque a partir do momento em que me prontifiquei a fazer uma coisa, creio que eu deva fazê-la com excelência até o final. E é por isso que cobro tanto de mim mesma o resultado de uma competição. E creio que a maioria das pessoas que tem essa dupla ou tripla jornada também.

O que também não é tão bom caso passe do ponto [reconheço que às vezes eu passo mesmo]. E talvez esse ‘passar do ponto’ seja um empecilho para conquistar os resultados esperados. Quando eu me lesiono, por exemplo, eu acho praticamente inaceitável que eu precise ficar sem treinar. Eu penso que talvez eu possa estar deixando de treinar durante uma hora enquanto a pessoa que eu vou enfrentar no campeonato treinou sei lá, três horas a mais do que eu – isso é doido.

Estive conversando com algumas pessoas que convivem bastante comigo, principalmente meus professores, e a opinião é unanime – o que torna um fato. Eu sempre me lesiono ou fico doente às vésperas de uma competição. E desta vez não foi diferente.

Mas o prazer de competir e de abrir mão de algumas coisas, mesmo que doam um pouquinho o coração [tipo “amigas, não vou no aniversário de vocês porque estou 100% com a cabeça na luta da semana que vem e não posso desviar o foco”], para estar lá e não deixar que toda essa rotina insana seja em vão, é muito sensacional. 

Sentir a adrenalina de um campeonato é muito incrível. E desde que eu decidi que ia voltar às competições [por volta de 2014], reconheço que cresci muito. E na verdade, a cada derrota, eu tenho crescido ainda mais. Eu acumulei bronze para caramba este ano, perdi de vista... E como explicar? Ano passado eu obtive resultados bem melhores treinando menos. Mas a cada medalha que olho, eu tento me lembrar o que fiz de errado e como posso tentar melhorar. Essa é uma percepção que eu não tinha lá pelos meados de 2014.

Depois da derrota de domingo, eu percebi que embora eu tenha conseguido colocar em prática quase tudo o que tenho treinado, faltaram alguns detalhes. Se fosse antes, eu nem teria ideia do que fiz durante a luta. Pelo menos eu consigo lembrar agora, hahaha.

Apesar de parecer clichê e talvez uma 'desculpa de perdedores', perder nos ensina muito. Ganhar é sensacional, é uma sensação realmente indescritível, por isso as pessoas se perdem nas comemorações e às vezes fazem umas loucuras na hora daquela adrenalina louca. Ganhar demais também deve ser sensacional, porque te bota numa zona de segurança tremenda. E perder é horrível, eu odeio perder.

Mas como sempre aprendi a ver o lado bom das coisas [mesmo que eu deixe prevalecer os ruins às vezes], eu tenho tentado enxergar o que melhorei e me focar no que ainda preciso ajustar. Sou cercada de pessoas que me elevam sempre e me fazem acreditar ainda mais que dá para chegar lá. E acredito que quando chegar, vai ser igualmente incrível. É uma caminhada longa, complexa e que precisa de persistência. 

E depois de tudo, na segunda-feira a rotina continua insana. Perder não vai te fazer acabar com a vida e ganhar não vai te fazer tirar uma semana de folga para comemorar 'metendo o louco'. 

Na verdade eu gravei um vídeo falando sobre isso de rotina vs treinos vs competições durante o Campeonato Brasileiro do ano passado que eu nunca publiquei [e nem vou, hahaha]. Mas de certa forma, acho que talvez eu devesse compartilhar com quem também precisa passar por tudo isso e mesmo assim não se derruba por nada, porque o prazer de realizar tudo isso é maior do que qualquer cansaço físico, mental, derrota... E às vezes, até mais valioso do que umas vitórias [mas eu quero ganhar, ok?]! <3

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A importância da saúde mental para atletas de alto rendimento

Edênia
Edênia
Saúde mental
Saúde mental Daniel Zappe

Quantas vezes você já ouviu falar que para você fazer algo extraordinário precisa se dedicar 100%? Como atleta há quase vinte anos, ouço isso praticamente todos os dias. Tudo sempre foi sobre: "você não pode, tem treino", "você não é igual aos outros, precisa ser focada", "se o resultado for ruim, a única culpada é você", "não posso, tenho treino." Perceberam quantas vezes o "não" é recorrente? Pois bem, viver uma vida de privações é para poucos mesmo, você precisa ter consciência na hora de escolher sua profissão. E como ter essa consciência aos 5 anos ou até mesmo, quando você recém terminou o ensino médio? Escolha complexa, não?!

Me lembro bem quando tinha por volta dos meus 7 anos, quando minha família aos finais de semana ia ao parque aquático, eu não gostava de ficar na piscina das crianças, sempre acompanhava meu pai na piscina de salto. Ficava fazendo ondulações de um lado para o outro, enquanto isso ele saltava e minha mãe, concentrada em mim,  sempre falava que eu parecia uma sereia. Talvez minha mãe tenha visto algo que ninguém até então tenha percebido, minha paixão por piscinas, por me exibir na piscina dos adultos rs. Na infância é tudo tão natural, sempre ouvimos falar que criança não mente. Então seria inteligente perguntar a essa mesma criança qual profissão ela gostaria de seguir, mesmo sem ela saber quais seriam suas abdicações, fracassos e dor ao decorrer da vida? 

Um outro momento que lembro bem, foi quando entrei para aula de natação, na época não se falava sobre esporte para pessoas com deficiência, tão pouco sobre paralimpíadas, mas minha mãe achava que me faria bem algum tipo de exercício, e assim comecei. Pouco tempo depois, minha mãe preocupada com minha evolução nas aulas, pediu ao professor que me orientasse melhor, porque meu tempo era diferente, o professor se negou, foi assim que minha mãe me tirou da natação.  Quando retornei as piscinas tinha meus 12 anos, já não era por diversão, foi por orientação medica. Não preciso dizer que aquela paixão adormecida por alguns anos, retornou mais viva do que nunca. O ambiente era completamente diferente da antiga escolinha do Sesi/Crato, morávamos em Natal/RN, estado conhecido por ter os maiores nadadores paralímpicos na época. Comecei de mansinho, fui aprendendo a ter mais domínio do meu corpo na água, um ano depois estava competindo; "me exibindo por todo lado", há quem diga que era um sonho de menina, talvez isso seja verdade, mas ainda não sabia o que estava por vir. 

Sabe quando você começa a entender aquela historinha do "você não pode, tem treino"? Foi por volta dos meus 15 anos, treinando para o meu primeiro mundial, enquanto comia pela primeira vez um hambúrguer, que ouvi o NÃO. "Não pode comer besteira Edênia, você é atleta." Foi bem ali que descobri que seria o primeiro não de muitos; não para festas, não para finais de semana, não até para namoro. 

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Nunca questionei, sabia que para chegar no topo do mundo teria que viver só para o esporte, ou pelo menos é assim que somos ensinados no meio esportivo. O que ninguém fala é que você é um ser humano e não pode se privar de tudo o tempo todo. Dá mesma maneira que viver somente para o esporte pode trazer medalhas e glamour, pode desencadear depressão, ansiedade, causar transtornos psicológicos graves, inaptidão social, competitividade desmedida. Um grande exemplo disso é o Michael Phelps, o maior fenômeno do esporte mundial, em seu livro ele relata não ter perdido uma só sessão de treino num ciclo olímpico, porém depois de se aposentar declarou ter depressão, que lutou duro para superar essa fase, chegando até tentar o suicídio. Confesso que foi depois dos relatos do Michael, que comecei a pensar na minha saúde mental, do que seria saudável dentro dos meus limites de atleta, fazer para não cair na pressão mental que é viver no esporte. Passei a observar outros atletas, suas rotinas, o que na minha rotina poderia ser diferente. Não queria passar horas jogando games que estimulassem mais minha competitividade e me privassem de conviver com outras pessoas, também não queria passar horas assistindo series de TV, apesar de ser outra grande paixão. 

Quanto mais historias de atletas com depressão surgiam, mais questionava tudo. Passei a ler sobre Coaching, PNL, biografias de atletas e com isso meu desejo por autoconhecimento só aumentava. Nesse meio termo, descobria que convivi com a ansiedade durante toda minha vida, momento muito difícil. Tempos depois decidi fazer um curso de meditação transcendental, me ajudou bastante na busca da consciência e redução do estresse e com isso minha recuperação pós treino.  

O ponto máximo nessa descoberta foi quando me formei em Coaching, lá comecei a entender que o ser humano é mais complexo do que imaginamos, não existe uma receita pronta para o sucesso, não é só se dedicar 100% ao trabalho. Isso é uma crença que nos limita! E sendo limitados, os resultados também não serão duradouros. Temos a necessidade de conviver em sociedade, se queremos tanto um bom desempenho, precisamos de tempo de lazer e tirar um tempo com a família, com amigos é fundamental. Me atrevo a dizer que ter amigos que não estejam só no esporte é algo que me ajuda muito, os assuntos são diversos e fora do meio esportivo! Terminei o curso determinada a mudar meus hábitos, passaria a priorizar meus momentos de descanso sem me culpar, sem achar que minhas adversarias estariam treinando, passei a me entender melhor. 

Bom estou no começo do caminho dessa descoberta do ponto de equilíbrio para manter minha saúde mental dentro do alto rendimento. Convido a todas a fazerem o mesmo!

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Conheça a atual campeã brasileira de Fisiculturismo

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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A cidade de Limeira, no interior de São Paulo, foi palco da 50ª edição do Campeonato Brasileiro da IFBB, a principal confederação de fisiculturismo do Brasil. As competições aconteceram de 1 a 4 de agosto no Hotel Nacional Inn e reuniram atletas em nove categorias.

  E para falar um pouco sobre o campeonato e sobre a experiência no fisiculturismo, conversei com uma das atletas campeãs, Amanda Marques, que conquistou o título Overall na categoria Bikini Fitness. Falamos sobre a sua história no esporte, dificuldades que encontra e sobre futuro. Acompanhe! 

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Renata Spallicci – Conte-nos um pouco de sua história no esporte? Desde quando treina e quando passou a competir e porque?

 Amanda Marques - Desde pequena sempre gostei de praticar esportes. Na escola jogava voôei, futebol, handebol, mas nunca imaginei que pudesse me encantar com o fisiculturismo.

Em 2015 conheci o meu atual marido, e ele já frequentava academia assiduamente. Comecei a ir com ele, afinal eu já fazia musculação, porém não levava tão a sério. 

Depois de algum tempo percebi que, para que eu pudesse ter melhoras expressivas no meu físico, eu deveria melhorar também a minha alimentação.

Foi quando surgiu a ideia de procurar um Coach. Ao mesmo tempo comecei a me interessar pelo universo do fisiculturismo e seguir algumas atletas no Instagram, como  a Bruna Toigo, Fernanda Saggin, Etila Santiago, Angela Borges entre outras. Fui me encantando cada vez mais pelo esporte e um belo dia decidi que queria competir.

Não sei explicar direito, de repente eu me vi focada e determinada para alcançar o meu sonho de subir no palco pela primeira vez.

Após um tempo, mais precisamente em 01/08/2018 comecei a consultoria com a Bioquimica Anabolica que é a equipe do meu atual Coach Gabriel Kaminski, com quem estou até hoje. Ele foi o responsável por me dar as diretrizes para que eu me preparasse para o meu primeiro palco. Sou muito grata por tudo o que ele faz por mim. É como se fosse um pai mesmo, sempre colocando a minha saúde em primeiro lugar. No começo desse ano de 2019, eu também tive a honra de entrar para o time de atletas do treinador Fabricio Pacholok e, desde então, ele é o responsável por montar e corrigir os meus treinos, que são bem específicos para a categoria Bikini.

RS – Quais foram as competições que já participou?

AM – Foram três competições e três títulos de Campeã Overall, ou seja, um aproveitamento de 100%.

No ano passado, eu estreei no fisiculturismo em novembro. Fui campeã da COPA SUL que é um campeonato regional menor e que me classificou para o Campeonato Paranaense em Junho/2019. Logo após vencer a COPA SUL eu já decidi competir em um campeonato bem maior, um aberto nacional, o Campeonato Sul Brasileiro. Ele aconteceu em dezembro/2018 em Balneário Camboriú e novamente me consagrei CAMPEÃ OVERALL na minha categoria me tornando CAMPEÃ OVERALL SUL-BRASILEIRA. Ao vencer este campeonato eu ganhei automaticamente a vaga para competir o Campeonato Brasileiro que aconteceu agora de 1 a 4 de agosto em Limeira/SP, onde fui CAMPEÃ BRASILEIRA.

 RS - RS - Quais seu próximos objetivos? Você vai disputar o sul americano em Quito? E depois quais os planos?

 Com o título de Campeã Brasileira eu obtive automaticamente o direito de solicitar o PRO CARD, ou seja, me tornar atleta profissional. Porém, eu, em conjunto com os meus treinadores, iremos decidir qual será o momento certo de migrar do amador para a liga profissional. 

Irei disputar o Sul Americano em Quito, em setembro. Será uma oportunidade única, minha primeira viagem internacional em competição. Estou muito feliz. Esse sonho só pode ser possível graças a Leader Nutrition que é a atual empresa de Suplementos Alimentares que me patrocina e que torna os meus sonhos em realidade e que viabilizou esta viagem para mim.

RS – Fale mais sobre a categoria pela qual compete, a Bikini Fitness.

AM - A BIKINI FITNESS é dividida por altura e não por peso. A que eu me enquadro é a Bikini Fitness até e incluindo 1,72. A categoria bikini é avaliada como um conjunto. Primeiramente avalia-se o físico, onde a atleta deve apresentar um condicionamento magro e condicionado, com leves marcações musculares. Além da cintura fina, as atletas devem possuir os braços e ombros levemente destacados. Os glúteos devem ser redondos e firmes, e o percentual de gordura deve ser baixo, mas sem aspectos de desidratação. O julgamento das atletas não ocorre somente pelo físico, mas também pela beleza facial, cabelos, e até mesmo a harmonia da maquiagem em relação ao conjunto corporal, cabelos, cor do biquíni etc. Além disso, as atletas devem possuir carisma, desenvoltura, e “luz própria” em cima do palco, fator primordial para a composição da nota, e que pode somar ou também diminuir muitos pontos  na avaliação inicial da condição física que é feita pelos árbitros nas rodadas eliminatórias.

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RS - Quais as maiores dificuldades que encontra no esporte? E como supera-las?

AM - Infelizmente ainda temos que lidar com o preconceito, mas isso é algo que não me incomoda mais. Por ser um esporte não tão difundido no Brasil, temos que lidar com alguns comentários maldosos de pessoas que não entendem nada sobre o esporte. Venho fazendo a minha parte que é cada vez mais divulgar e incentivar as pessoas a terem mais qualidade de vida, praticarem esportes, e se tiverem vontade, porque não, se tornarem um(a) atleta de fisiculturismo também. 

Outra dificuldade que enfrentamos é a falta de reconhecimento. Ser atleta de fisiculturismo hoje no Brasil não é tão simples, envolve viagens, inscrições de campeonato, hospedagens, bikinis que são de pedras e geralmente não são baratos,  pintura corporal, alimentação, etc. Não temos muito apoio financeiro, e no meu caso, a partir do momento que eu me tornar profissional a maioria dos campeonatos são fora do Brasil, o que complica um pouco mais. 

RS - Você não vive do esporte, certo? Você exerce alguma outra profissão?

AM - Certo. O sonho de todo atleta é viver do esporte, mas isso é algo extremamente difícil no Brasil. Eu sou acadêmica de Direito, estou no VIII período e atuo na área desde o primeiro ano. Atualmente, sou servidora pública no Município de Paranaguá. Apesar das pessoas acharem que vivo só treinando e fazendo dieta, isso é apenas 10% do meu dia, todo o restante vivo a minha vida normalmente, como uma pessoa comum que trabalha oito horas por dia e faz faculdade.

RS - E como conciliar a rotina dura de treinamento com trabalho e estudos?

AM - É uma loucura, às vezes nem eu entendo como dou conta. Treino às 6h30, trabalho o dia todo e vou direto para a faculdade a noite. De segunda a sexta. Sem esquecer que no meio disso tenho que preparar as minhas marmitas todos os dias, sem errar. Em época de preparação para campeonato tenho que fazer aeróbico duas vezes no dia. Chego em casa supertarde e no outro dia começa tudo de novo. Mas, isso já está no meu modo automático. Faço sem pensar, sem reclamar. Quando você tem um objetivo traçado nada lhe tira do foco e quando se tem amor pelo o que faz, tudo flui mais fácil.

RS - O que este titulo de 2019 significa para você?

AM - Que toda a minha dedicação e amor pelo esporte foram recompensados. Eu não esperava que tudo fosse acontecer tão rápido para mim. Estou tentando aproveitar cada momento, cada fase da minha carreira. Ser Campeã Brasileira hoje é sem dúvida a realização de um sonho.

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci







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Como se tornar uma atleta fitness

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Muita gente me pergunta como eu fiz para me tornar uma atleta fitness e, principalmente, que dicas eu daria para quem quer seguir esse caminho.

 Bom, em primeiro lugar, eu ainda sou uma “novata” nesse mercado e tenho uma história bastante peculiar, já que eu exerço outras atividades e não “vivo” somente de minha atividade como atleta.

 Mas, de qualquer forma, meu convívio e vivência com esse mercado nos últimos anos, e, em especial, meu conhecimento como empresária e empreendedora me gabaritam a poder traçar um panorama desse segmento e a responder a esse questionamento sobre “como se tornar um atleta profissional fitness”.

 A primeira coisa que você precisa ter em conta, ao decidir se tornar um atleta profissional fitness, é que você, inevitavelmente, demorará a ganhar dinheiro!

 Por isso, é fundamental que você esteja preparado para conciliar a sua atividade de atleta com outra, que possa prover o seu sustento e até mesmo recursos para investir em seu sonho.

 Afinal, para ser um atleta, você precisará investir em uma alimentação correta, suplementação, horas e horas de treinos e profissionais, books com fotógrafos especializados… e isso tudo custa! E não é pouco!

 Para ter duas carreiras em paralelo, a primeira coisa a ter em mente é uma boa capacidade de gestão do tempo, foco e disciplina. Afinal, se um trabalho já exige muita organização, o que não dizer de duas atividades e bastante distintas? Um dos segredos que considero eficaz para conseguir dar conta disso tudo é saber elencar suas atividades e priorizá-las. O maior risco de quem tem mais de uma carreira é acabar não dando conta de nenhuma das duas, mas acredito que, com inteligência e dedicação, é possível, sim, levar ambas com a mesma qualidade!

 Por isso, tenha uma agenda rigorosamente planejada na qual coloque todas as suas atividades e as cumpra integralmente.

E lembre-se de sempre colocar na agenda seus treinos, pausas para alimentação e tudo aquilo que faz parte da sua atividade como atleta.

Conheço muita gente que, por mais amor que tenha à atividade atlética, não a leva com o profissionalismo necessário. É aí que as coisas se perdem, e o sonho de se tornar um atleta fica distante.

Outra característica para manter mais de uma carreira é saber que aquela distinção entre dias de trabalho e sem trabalho praticamente deixará de existir. Todo tempo livre é essencial, principalmente para treinar e se preparar para a nova carreira como atleta.

Muito além do treino

 Se você pensa que, para ser um atleta profissional, treino forte, alimentação balanceada ou uma genética generosa lhe bastam, desculpe decepcioná-lo, mas isso é só o começo!

 Afinal, esses atributos técnicos são o mínimo a se esperar de alguém que pretende se tornar um atleta fitness. Para se diferenciar, é preciso ir muito além disso, pois boa parte do seu trabalho será exibir o seu corpo. Então, é preciso estar pronto para passar horas e horas fotografando até descobrir o seu melhor ângulo.

 Uma sessão de fotos demanda muitas horas de trabalho, e as fotos são essenciais para que você tenha um material bacana para enviar para possíveis patrocinadores, por exemplo.

Por isso, esteja preparado para um tempo infinito de posar, sorrir, posar, sorrir… infinitas vezes.

 Você se sentirá envergonhado de se apresentar em uma sunga ou biquíni na frente de diretores de arte, gerentes, estilistas e outras pessoas envolvidas no projeto? Então, esqueça essa profissão! Você deve estar confortável (ou fingir muito bem estar confortável), caso contrário, esse desconforto será exibido nas fotos.

 Quando tiver que fotografar, sinta-se seguro e confiante, flexione seus músculos, mantenha seu rosto relaxado e conquiste as lentes da câmera!

 E aqui vale uma dica: suas fotos são o retrato (literalmente) do seu esforço e treinamento, e um fotógrafo pode realçar ou estragar tudo aquilo que construiu. Assim, seja criterioso na escolha desse profissional e dê preferência àqueles que já têm experiência com outros modelos do nosso segmento.

Participe sempre de competições

Estar em evidência é fundamental para o seu aprendizado e também para que possa atrair patrocinadores. Portanto, participe de todas as competições que puder!

 Mas, mesmo que você ainda não se sinta preparado para já encarar uma competição, se você pretende ser um atleta, precisa estar lá! Não há aula melhor do que ver os competidores, como eles desfilam, que corpo chegam a uma competição de alto nível… Enfim, se você quiser ser um atleta, é necessário ter alguém em quem se espelhar!

Torne-se uma empresa

 Ser um atleta profissional é ser também uma empresa. Você terá que dar nota fiscal ao ser contratado para trabalhos como modelo fitness e também para patrocinadores.

Nesse caso, é importante que você já pense em como se estruturar como uma verdadeira companhia e, para tanto, necessita abrir sua empresa. A atividade esportiva ainda não está no rol de profissionais que podem ser Microempreendores Individuais (MEI), mas já existe uma lei tramitando no congresso para alcançar este objetivo.

Por fim, tenha muita dedicação, força de vontade, disciplina e resiliência. Obviamente, essa sua jornada não será nada fácil, senão qualquer pessoa poderia se tornar um modelo de fitness ou bodybuilder. Mas este não é o mundo em que vivemos! Então, esteja preparado para suar muito a camisa antes de conseguir colher os frutos! Porém, se isso é o que você realmente ama, pode ter a certeza de que será recompensado!

Eu sempre digo que minha carreira foi 100% força de vontade! Nunca me senti uma iluminada, predestinada, ou coisa assim. Por isso, sempre dei o meu melhor em cada treinamento para conseguir chegar aos meus resultados.

Portanto, se este for o seu sonho, arregace as mangas e lute por ele! E não deixe para amanhã! Comece agora mesmo!

 Busque seu propósito. Deixe  seu legado.

Rê Spallicci

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Como se tornar uma atleta fitness

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Minhas dicas para os iniciantes no fisiculturismo

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Há cerca de um mês, escrevi aqui no blog uma matéria com os principais conceitos que uma pessoa deve conhecer antes de entrar no mundo do fisiculturismo. Falei sobre preparação, plano alimentar, resiliência e disciplina. Agora quero voltar ao tema, mas trazendo aquelas dicas mais do dia a dia, sabe? Os segredinhos que ninguém  conta? E aí, bora lá?

Priorize os pesos livres.

Mesmo que as academias modernas estejam repletas de máquinas elegantes e brilhantes, elas não o ajudarão a construir uma base sólida de massa muscular. Halteres são os melhores, quando se trata de construir músculos, especialmente para um iniciante.

Faça movimentos compostos.

Em vez de sair experimentando todos os exercícios possíveis que você vê em revistas de fitness ou sites, comece pelos movimentos básicos. Exercícios como o agachamento, levantamento terra, o supino com barra e o ombro militar não devem faltar à sua rotina.

Tenha um programa e cumpra-o

Você não pode simplesmente ir à academia e sair treinando conforme seu humor. Um fisiculturista precisa ter uma rotina rígida de treinamento e segui-la à risca. Tenha um personal trainer ou o coach de um fisiculturista experiente que lhe forneça um programa que inclua os exercícios exatos que você precisa fazer, o número de séries e o número de repetições por série. Quando você pisa na academia,  precisa saber exatamente o que vai fazer em cada sessão.

Não treine todos os dias.

Sua rotina de treinos deve ter três ou quatro treinos por semana. Como iniciante, você não precisa treinar mais do que isso. Utilize os outros dias da semana para descansar e se recuperar.

Treine cada grupo muscular a cada semana.

Embora muitos dias na academia não o ajudem a ficar maior, poucos exercícios também não são bons. Você precisa trabalhar cada grupo muscular pelo menos uma vez por semana.

Aprenda a forma correta de cada exercício.

Não fique pensando em ver quanto você aguenta levantar. Comece com pouco peso e aprenda a forma correta de cada exercício.

Aumente os pesos gradualmente.

 Depois de dominar a forma correta em cada exercício, você precisa começar a aumentar os pesos periodicamente. Acompanhe o quanto você aumenta em cada exercício e aumente ligeiramente o peso a cada duas semanas. Isso aumentará sua força e o levará a ganhos musculares.

 Tenha cautela

Quando você chegar ao ponto de pegar bastante peso, use uma cinta de segurança para proteção das costas.

 Coma muita proteína.

 A proteína é essencial, quando se trata de construir músculos, e pode ser encontrada em frango, peixe, ovos, leite, produtos lácteos e algumas nozes e vegetais. A maioria dos especialistas recomenda pelo menos 1 grama de proteína por quilo de peso corporal para os melhores resultados. Se consumir proteína suficiente a cada dia se tornar difícil, adicione um shake também de proteína.

 Tenha um excedente calórico.

Para construir músculos, você precisa comer mais calorias do que queima. Use uma calculadora de calorias para descobrir a sua TMB (taxa metabólica basal) e ajuste de acordo com sua atividade. Se você tiver um emprego sedentário, precisará de menos calorias; se estiver muito ativo, precisará de mais.

Coma frequentemente.

 Faça de 4 a 5 refeições por dia e coma a cada 3 ou 4 horas. Evite ficar com fome!

 Evite tranqueiras.

É verdade que você quer ganhar algum peso, mas quer que o peso seja massa muscular e não gordura! Consuma alimentos de qualidade como proteínas magras, carboidratos complexos e gorduras saudáveis. Fique longe de junk food, muitos doces e alimentos gordurosos. O único momento em que você deve consumir carboidratos de rápida absorção (geralmente alimentos que contêm muito açúcar ou farinha branca) é logo após o treino.

 Consuma frutas e legumes.

Além de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras), seu corpo também precisa de micronutrientes (vitaminas e minerais). Portanto, certifique-se de consumir muitas frutas e legumes todos os dias!

 Descanse e recupere.

 Seus músculos não crescem quando você se exercita, mas quando você dorme. Então, certifique-se de dormir o suficiente a cada noite (cerca de 8-9 horas).

 Aja como um atleta.

Tente ter um estilo de vida saudável e evitar o máximo possível de fumo, álcool e outros vícios prejudiciais.

Estas dicas são úteis para quem quer ser um atleta, mas também para toda pessoa que queira treinar musculação e moldar o corpo. Espero que tenha curtido e que estes nossos papos o incentive a ter uma vida mais saudável e um corpo pleno!

Busque seu propósito. Deixe  seu legado. 

  Rê Spallicci

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Fisiculturista também precisa fazer cardio?

Rê Spallicci
Rê Spallicci
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Quem vê um fisiculturista sabe que ele fica horas na academia praticando musculação e levantando quanto peso puder suportar, mas pouca gente sabe o quanto o treinamento cardiovascular é também essencial na vida de um bodybuilder.

Sim! Ter uma rotina de exercícios cardiovasculares também faz parte do cardápio de exercícios dos atletas de fisiculturismo. Eu hoje venho usando o samba como o meu cardio. Confesso que não é a melhor opção para um fisiculturista, por ser pesado demais, mas como tenho essa paixão pelo Carnaval, fazer o quê?    

Mas a verdade é que boa parte dos fisiculturistas usa o treinamento cardiovascular principalmente como um meio de aumentar o gasto calórico, maximizando, assim, a perda de gordura, ou diminuindo o ganho de gordura. Entretanto, os benefícios do cardio vão muito além disso, como explicarei a seguir:

1.Melhoria da saúde do coração

O primeiro benefício é desenvolver  uma melhor condição do coração.  Nosso coração é um músculo como qualquer outro e, para que ele se torne forte, deve ser trabalhado. Se isso não acontecer, ele vai enfraquecer ao longo do tempo, o que pode causar uma variedade de efeitos negativos na saúde.

 2. Metabolismo Aumentado

Outra razão para realizar cardio é por seus efeitos no metabolismo. Juntamente com a aceleração do ritmo cardíaco, o exercício cardiovascular também aumenta a taxa de vários outros processos no corpo, também conhecido como o seu metabolismo.

De um modo geral, quanto mais intensa a sessão de cardio, mais notável será o aumento de sua taxa metabólica. Sprints de intervalo intenso (também conhecido como HIIT) aumentam o metabolismo; o mais alto com um processo chamado EPOC (Excess Post-exercise Oxygen Consumption). Um aumento do metabolismo significa a maneira mais fácil de manter seu peso (ou perder peso, conforme o caso).

3. Melhor Perfil Hormonal

Realizar exercícios cardiovasculares também altera consideravelmente o perfil hormonal de seu corpo. Ele libera hormônios “do prazer” que ajudarão a aliviar os sintomas de depressão e fadiga, além de liberar hormônios que diminuem o apetite.

Indivíduos que participam regularmente do exercício cardio, muitas vezes, têm uma visão muito mais positiva da vida, simplesmente porque eles estão recebendo os benefícios de alívio do estresse desses hormônios.

4. Melhor capacidade de recuperação

Certos tipos de exercícios aeróbicos, geralmente mais baixos, com formas mais moderadamente estimuladas, também podem diminuir seu tempo de recuperação. Se você acabou de realizar uma sessão difícil na academia, ir paraa esteira para uma caminhada ou corrida leve ajudará a remover alguns dos subprodutos que foram criados durante a sessão de musculação.

Isso ajudará a reduzir as dores musculares e a trazer mais sangue rico em oxigênio para o tecido muscular, melhorando o processo de reparo e reconstrução.

5. Gestão de Diabetes

Por fim, para aqueles que têm diabetes, o exercício cardiovascular ajuda a gerenciar essa condição. Ao realizar o exercício, você aumentará a capacidade do seu músculo de utilizar glicose. Aqueles que se exercitam regularmente tendem a ter melhor controle de seus açúcares no sangue e não observam tantas oscilações  quanto aqueles que não o fazem.

Bom, espero que tenham curtido e entendido o quanto o cardio é importante para qualquer pessoa, seja atleta, fisiculturista ou não!

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci

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Precisamos falar sobre transtorno alimentar!

Rê Spallicci
Rê Spallicci

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Não podemos tapar o sol com a peneira! Sim, o mundo do fisiculturismo pode ser cruel com suas dietas megarrestritas e uma cobrança monstruosa, para que tenhamos o corpo perfeito.

 E, infelizmente, muitas vezes, esta pressão imposta pela sociedade, pela comunidade do esporte e, principalmente, por nós mesmos pode acabar levando a transtornos alimentares.

Foi exatamente o que aconteceu com Sarita Federle, que tomou a decisão de abandonar as competições exatamente por conta deste problema.

 Atleta Pro WBFF, Sarita competiu de 2011 a 2018, mas, em seus dois últimos anos como atleta, passou a ter problemas com as dietas megarrestritivas do esporte. 

 “Geralmente quando terminava uma competição, eu passava alguns dias me permitindo ingerir alimentos que eu ficara meses sem comer. Sempre fui muito disciplinada e levava sempre 100 % o protocolo que meu treinador passava durante a preparação. Não saía por nada da dieta, mas, quando acabava a competição, eu não conseguia ter o controle e comia compulsivamente, porque sabia que logo teria que restringir novamente  minha alimentação. Não conseguia ter um equilíbrio. No início, durava poucos dias e logo passava... E já entrava em uma próxima preparação. Mas, nas duas últimas competições, uma aqui no Brasil e outra em Los Angeles, percebi que essa compulsão se estendeu por meses e eu já não estava feliz. Meu psicológico não estava legal. Fora isso, vários outros problemas foram me preocupando e me deixando ansiosa, o que piorou ainda mais.Descontava tudo na comida’’, confessa Sarita.

 Além disso,  sua própria cobrança por um corpo perfeito atrapalhava bastante, conforme explica.  “Ao me olhar no espelho e não ver mais aquele corpo ‘seco’ e com músculos, eu sofria. Eu me cobrando, as pessoas me olhando com olhares diferentes, porque queriam ver um corpo de atleta  e não um corpo saudável fora de competição, tudo isso me incomodava muito. Foi quando decidi que precisava mudar minha cabeça e me afastar das competições para melhorar.”

Após algumas sessões de terapia e fortalecimento da fé, Sarita entrou em um processo de autoconhecimento e autoaceitação, e hoje, se sente muito melhor com a nova situação em sua vida.

“Ser atleta me ensinou a não questionar Deus, quando as coisas não acontecem como se espera. Tudo tem um propósito maior, e ele sabe a hora certa. Sempre fui muito grata pelas minhas vitórias, mas, muitas vezes, me pegava questionando  minhas derrotas. Hoje, entendo que tudo tinha um motivo para acontecer da forma como foi. Estar fortalecida na fé e oração faz muito diferença para um atleta”, professa. 

Sarita Federle
Sarita Federle []


Mais do que um problema do esporte, Sarita acredita que os transtornos alimentares têm a ver com a nossa cobrança sobre nós mesmos e pela busca por um corpo perfeito inatingível. “As pessoas se cobram e se comparam demais, e essa comparação constante com os outros diminui a autoestima e faz com que uma pessoa se sinta mal consigo mesma. Acho que devemos procurar melhorar e evoluir sempre, mas não precisamos nos machucar para isso. Precisamos levar em conta nossas limitações e prioridades.”

Atualmente,  Sarita atua como influenciadora e tem uma loja de acessórios femininos em sua cidade natal, Guarapuava.“Eu já conquistei e realizei muitas coisas que, quando adolescente, eram apenas sonhos... sempre quis ser independente e ter minhas coisas por méritos meus. Hoje tenho uma loja de acessórios femininos que é referência na cidade, tive a oportunidade de trabalhar com moda que é outro ramo que adoro, sonhei em me tornar atleta profissional e conquistei. Meu sonho sempre foi morar fora do Brasil, quando era pequena. Então, esperei ter idade, planejei e fui... morei na Inglaterra em 2004, EUA, em 2015, e estou mudando novamente de país. Estou sempre estudando, me reciclando e buscando novas oportunidades... O céu é o limite! Motivação para mudar, para querer o novo, sair da zona de conforto e não parar nunca, isso nos mantém vivos e motivados. Esse é o meu legado, provar para as  pessoas que elas podem obter tudo o que quiserem”, explica.

Embora ela afirme  que está muito mais feliz com sua nova fase,  não descarta voltar ao mundo das competições. “Nunca digo nunca. Se um dia sentir que estou preparada pra voltar a competir, voltarei. Mas hoje isso não faz parte dos meus planos, consigo aproveitar muito mais meu tempo para a empresa, família e amigos. Sempre fui de curtir muito a vida, e as competições me limitaram, então, agora quero aproveitar e me dedicar ao máximo àquilo que amo e em que acredito.”

Para quem pensa em começar no esporte ela aconselha: “Como qualquer esporte o fisiculturismo precisa de muita dedicação. Você deve ter em mente que vai precisar seguir dietas na maioria das vezes bem rigorosas, por longos períodos,  e que precisará adaptar toda  sua rotina diária às suas necessidades alimentares, aos treinos e abrir mão de muitas coisas . É necessário muito esforço, muito trabalho duro, foco e dedicação.O desafio é você com você mesmo! O importante é o seu esforço e superação de cada dia. Não crie muitas expectativas com federações e competições , não tenha medo do fracasso e acredite em você”, finaliza.

Busque seu propósito. Deixe  seu legado. 

  Rê Spallicci

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