A dura missão de voltar a ser grande

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Novak Djokovic durante a derrota para Kyle Edmund em Madri
Novak Djokovic durante a derrota para Kyle Edmund em Madri Getty

Tenista profissional e provavelmente todos os trabalhadores do mundo são movidos a resultado, dedicação, amor e confiança.

Quando estamos ganhando nem percebemos o difícil que é uma tarefa. Simplesmente nos concentramos e realizamos nosso objetivo. Jogamos no automático.

Novak Djokovic fez isso por anos. Entrava em quadra, apertava o automático e passava por cima de todos os adversários. Sua confiança impressionava, sua velocidade de pernas mais ainda. Infelizmente isso mudou. Hoje ele não consegue mais passar por cima de ninguém. Está lento e duvida o tempo todo de suas jogadas.

Ontem em mais uma apresentação abaixo da média, Djokovic perdeu e nem de perto foi o temido sérvio que todos conhecemos. Falta de treino? Falta de motivação? Falta de ambição?

Não.

Simplesmente falta a confiança nos momentos importantes. Agora ele pensa muito. Não joga no automático. Pensando demais nessa hora. Comete erros.

A busca pela confiança é das mais complicadas. Por ela precisamos trabalhar mais, focar nos detalhes, ser muito forte mentalmente e nunca esquecer o que já fizemos no passado. Nossa história é nossa maior companheira nesses momentos difíceis.

Novak Djokovic vai voltar a jogar seu melhor tênis. Mas antes disso ele nos dá uma importante lição. Não importa o quanto você é espetacular. Cuide do seu momento. Ele pode acabar com um simples erro. Uma simples decisão equivocada

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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A dura missão de voltar a ser grande

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Em tempos de muita turbulência no nosso país ler e assistir o Federer nos traz várias reflexões

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Roger Federer chorou após conquistar o Australian Open no último domingo
Roger Federer chorou após conquistar o Australian Open no último domingo Getty Images

Roger Federer é um gênio dentro e fora das quadras. Dentro dela com seu vigésimo Grand Slam ele chega a números difíceis de serem alcançados, mas para mim o que mais impressiona é Roger Federer atleta. Roger Federer pessoa. 

Quando um cara como ele pensa em jogar tênis provavelmente não imagina ser tão conhecido, tão rico ou tão relevante para um esporte. Mais que isso, no fundo ninguém quer pagar o preço de ser famoso. Ser reconhecido, julgado todos os dias, perder sua privacidade, esperarem o tempo todo que você seja generoso. Tudo isso é uma tarefa dura ou quase impossível.

 As histórias mostram que ele é até mais competente fora das quadras do que dentro. Atitudes incríveis, querido por todos, generoso e verdadeiro são algumas qualidades que ele tem.

Mas onde quero chegar ao querer comparar esse gênio ao Brasil? Percebo que ele faz seu trabalho, trabalha duro e deixa que trabalhem. Ele não se preocupa com o que vão falar. Ele faz. Ele não fica melindrado porque alguém ganha mais jogos que ele. Ele trabalha. Ele não inveja. Ele produz.

Aqui se fala demais. Se tenta destruir e criticam nem o que pouco entendem ou conhecem. Por anos ele foi colocado em duvida porque perdia do Nadal. Vocês viram ele criticar o espanhol? Viram ele responder? Não. Ele trabalhou e nos últimos anos começou a vencer e nem por isso jogou na cara. Roger Federer nos ensina todos os dias.

Enquanto ele realiza e usa palavras como. Faça, trabalhe, propague, lute. Muitos aqui pensam e usam as palavras.  Minta, destrua, inveje, critique e ache que tem azar.

Fica a dica

Boa semana a todos

Fonte: Fernando Meligeni, para o ESPN.com.br

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Em tempos de muita turbulência no nosso país ler e assistir o Federer nos traz várias reflexões

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Hora de recomeçar!

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Meligeni e Nardini estarão de volta para o Australian Open
Meligeni e Nardini estarão de volta para o Australian Open ESPN

Depois das férias, chegou a hora de voltar com tudo ao trabalho!

Neste domingo passado, já fiz minha primeira clínica de tênis, em Santo André, de um 2018 que promete muito.

Terça-feira cedinho (5h da manhã, de Brasília) faço meu primeiro comentário na ESPN no torneio de Sidney e a partir daí até o final do mês não paro um dia sequer.

Estamos a dias do Australian Open, que começa no próximo domingo à noite. Estarei todas as madrugadas ao lado do Fernando Nardini para mais uma maratona de jogos ao vivo. 

Todos os dias também estaremos com o "Pelas Quadra"s a partir das 21h (de Brasília) e para quem adora o programa na sexta feira faremos um "esquenta".

Nas clínicas, começamos a marcar datas, e além do Sesc, muita gente já começou a me chamar para eventos pelo Brasil. Vou a Porto Alegre na quarta-feira em um evento da Astir e estarei a semana toda no Rio Open pela Fil e pelo meu aplicativo Somos Tênis.

Falando em aplicativo, este ano promete! 

Além das viagens a Roland Garros e US Open, temos várias premiações, promoções e novidades. Em alguns dias comento sobre isso.

Mais uma informação importante: volto com toda a energia para o projeto "Jogando com o Tênis Brasileiro". 

A partir da semana que vem, volto a chamar novos juvenis. Quem se inscreveu, relaxa, pois vou fazer toda a força para chamar! Para quem ainda não se inscreveu, esta é a hora. Mande um e-mail para o batebola@trainersports.com.br

É isso, galera. Voltamos!

Fonte: Fernando Meligeni

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App, bate bola com a molecada, transmissões, clínicas... fim de mais um ano de muito trabalho

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Ontem, dia 30 de novembro, tive o prazer de participar do meu último evento do ano. Fui convidado pela Pátria Investimentos para um bate-papo e uma clinica. Com o evento de ontem, foram 31 no ano sem contar os eventos do meu aplicativo ou da ESPN.

Nestes 31 eventos, viajei o Brasil, fiz bate-papo, clinica, campanhas publicitarias, representei empresas. Um ano incrível de muito trabalho e novas ideias.

Fora os eventos criei o Bate-Bola com o tênis brasileiro, foram 16 dias com a molecada e mais de 40 horas de bate bola e conversa com os pais e técnicos, entrei de cabeça no meu aplicativo SET Somos tênis com a participação da Vivo, da Tim e nestes dias com a Claro entrando. Uma das maiores alegrias foi levar um ganhador a Roland Garros comigo e ver outro indo pro US Open graças ao app. Continuei divulgando e vendendo muito bem meu segundo livro "60 Dicas do Fino", sigo trabalhando como comentarista na ESPN entre outas coisas.

Agora é hora de relaxar um pouco, mas antes ainda vou dar uma passada no encontro de jogadores em Florianópolis na segunda que vem onde vou ficar um dia e meio me informando mais sobre nossa molecada e como está indo a nova gestão do tênis.

Após esse evento realmente acaba o ano pra mim. Dia 8 de dezembro renovo votos com minha linda esposa Carol Hubner, completamos 10 anos e vamos celebrar em uma festa com família e amigos. Muita emoção e alegria ter minha amada ao meu lado sempre.  Aí é hora de viajar e curtir.

Ano que vem teremos muito trabalho. Começo com o Australian Open. Os eventos começam já em janeiro, teremos um ano incrível com o app indo para vários torneios, muito mais bate bola com o tênis brasileiro e muitas novas ideias.

Queria deixar aqui meu muito obrigado às pessoas que tanto me ajudam a ter esta carreira tão maravilhosa.

Um muitíssimo obrigado ao Marcelo Ceará por ser tão parceiro e competente me ajudando a organizar, fechar, marcar e conduzir meus eventos. Maurão Menezes sócio da Mem, amigo e meu grande parceiro de eventos. Renato Messias, Josué Lima, Fabinho técnico incríveis que me acompanham nos eventos, Carlos e Gabriel Acero proprietários do meu aplicativo Somos Tenis. Todo o time da ESPN representado pelo João Palomino que ainda me aguentam na casa, Fernando Nardini meu grande parceiro nas transmissões, Henrique Farinha, dono da editora Évora, onde meu livro é tão bem tratado, galera da MEM que fazem um trabalho incrível. Odete, Harrilson, Henrique e toda a turma.

Seguimos firmes. Muitas pessoas perguntam como fazem para contatar para informações ou clinicas: clinicasdetenis@trainersports.com.br

Peço que baixem o app e conheçam o Somos Tênis. Me deem esse presente. Tenho certeza que vocês vão gostar das informações e quem quiser concorrer a grandes prêmios se cadastre dentro.

Um abraço a todos.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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A morte da mais nobre e interessante competição no tênis

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Tsonga comemora a vitória na Copa Davis deste ano
Tsonga comemora a vitória na Copa Davis deste ano Getty Images

Rumores existiam desde os tempos em que eu jogava. Falava-se que a Copa Davis mudaria de formato para preservar atletas, porque era muito longa e por motivos que poucos entendiam, mas ganhava força ano a ano.

Na semana passada depois de muitas idas e vindas a Federação Internacional de Tênis decidiu a meu ver acabar com qualquer emoção na competição... 

A partir de 2018 nos grupos 1 e 2 os jogos da Davis serão realizados em dois dias, em melhor de três sets e com um jogo de duplas antes do quarto e quinto decisivo ponto. Como dizem eles, um teste para rapidamente colocá-lo no grupo mundial em breve.

Vocês podem imaginar o que eu acho...

  • Aspecto técnico
 

Joguei 10 anos a competição e afirmo que ela só é tão interessante por ser dramática, longa, cansativa e emocionante. Uma competição diferente do que vivemos no dia a dia. Em um jogo arrastado por causa do barulho, pressão e provocações, a Davis em melhor de 5 sets tira do atleta o seu melhor. 

Jogos estratégicos e zebras impressionantes acontecem. Estratégia de colocar jogadores em confronto direto, Jogos decididos no físico e preparação de uma semana fazem parte de um evento. Não apenas de um jogo!

Jogar Davis para o atleta é algo maior que jogar tênis. Jogar Davis te prepara para a vida no circuito, mentalmente e fisicamente falando.

 

  • A derrota para para o dinheiro e o pouco patriotismo
 

 Vivemos uma nova sociedade sem valores. Vivemos uma sociedade onde o dinheiro manda. Vivemos uma sociedade com pouco engajamento patriótico. Representar seu país virou um saco para muitos ou simplesmente nem um pouco interessante financeiramente.

Na nova geração onde se ganha muito mais que antes, representar o país traz prejuízos ao próximo torneio e com isso se deixa de ganhar uma garantia ou se cansa demais. Na nova geração não se tem mais aquele prazer para representar este ou aquele país. Ser patriota virou demode. Ao invés das nossas entidades darem exemplo e pressionarem os atletas a terem prazer em representar o país eles sucumbem a pressão e abrem a porta para daqui a dois ou três anos todos perceberem que a competição não é mais interessante. Com isso a morte da Davis é evidente

Jogar Davis desde a época de Koch, Mandarino, McEnroe, era como jogar uma Copa do Mundo, ter a maior honraria que um atleta podia ter. Hoje, com essa mudança, o tênis vira mais um esporte que não respeita seus países e vira um esporte totalmente comercial, que só pensa em quanto o torneio e o atleta vai ganhar. 

Se isso é o certo, me desculpem, mas eu quero descer desse ônibus o mais rápido possível!

Que saudade dos países fortes, clubes competentes, atletas patriotas e competições de verdade...

Fonte: Fernando Meligeni

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As mudanças que fizeram de 2017 um ano impressionante para Federer e Nadal

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Em cima da linha e com a esquerda: Meligeni analisa como Federer 'pegou o jeito' de Nadal

O ano de Roger Federer e Rafael Nadal impressiona. Em quase todos os  eventos que vou, sou abordado por fãs desses dois monstros sobre a volta por cima deles. Mais de uma pessoa duvidou que eles voltariam a lutar pelo primeiro lugar outra vez. Eu admito que fui um deles.

Ao assistir os dois nos últimos anos, tudo indicava que eles acabariam as incríveis carreiras entre o ano passado e este. 

Vamos aos fatos:

Após final em Xangai, Federer e Nadal comentam partida e momento da rivalidade

- Os dois não precisam mais provar nada a ninguém;

- Os dois sofreram com lesões;

- Nadal com problemas físicos;

- Federer com a idade;

- Os dois têm dinheiro para várias gerações e não jogam por isso;

- Os dois começaram a perder de caras que não perdiam (tenista odeia isso);

- Os dois ficaram mais lentos e começaram a errar mais.

Então o que mudou?

NADAL

Rafael Nadal com o troféu do US Open 2017
Rafael Nadal com o troféu do US Open 2017 ESPN

- Não aceitou deixar as quadras lesionado. Trabalhou muito mais;

- Contratou um grande técnico chamado Carlos Moya;

- Mudou sua postura em quadra e ficou mais agressivo;

- Melhorou seu saque;

- Parou de querer jogar pontos longos. Ficou mais agressivo;

- Parou de sentir tantas dores;

- Escolheu melhor o seu calendário.

FEDERER

Roger Federer posa com a taça de Wimbledon 2017
Roger Federer posa com a taça de Wimbledon 2017 EFE/All England Lawn Tennis Club

Fez uma pausa para achar sua motivação de volta;

- Começou a jogar apenas torneios importantes;

- Acertou na contratação de Ivan Ljubicic como treinador;

- Melhorou sua esquerda;

- Voltou a ser agressivo;

- Voltou a jogar perto da linha e pegando a esquerda na frente;

- Mudou de raquete;

- Trabalhou muito o físico e voltou a flutuar em quadra.

Dupla dos sonhos! Veja os melhores momentos da vitória de Federer e Nadal sobre Querrey e Sock

Tenho certeza de que existem mais motivos. Mas, seja qual for, uma coisa ficou clara: não importa seu nível ou o que você já conquistou. Se você quiser continuar competitivo, você precisa ousar, mudar, melhorar, querem mais. A tal frase 'em time que está ganhando, não se mexe' parece que vem ficando no passado. Time que não muda ganha hoje, mas não se prepara para o amanhã.

Obrigado, Rafa e Roger. Vocês nos ensinam todos os dias. Dentro e principalmente fora das quadras. Quem segue seus passos cresce e evolui.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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As mudanças que fizeram de 2017 um ano impressionante para Federer e Nadal

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Não há defesa ou motivo para deixar Nuzman como presidente do COB. Não te queremos mais

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Da casa de Nuzman, Gabi Moreira informa como operação 'Unfair Play - segundo tempo' prendeu dirigente

Carlos Arthur Nuzman foi preso, e com ele a certeza de que quando alguém fica muito tempo mandando no esporte ou na política tem grande chance de acabar mal. 

Há anos venho escutando que muitas pessoas que faziam coisas erradas (fui doce agora) estavam indo para o esporte e, para nossa infelicidade, estavam no poder dele. Ao mesmo tempo escutava que o esporte era perfeito porque ninguém dava a mínima e não teriam problemas.

Veja o momento em que Nuzman é conduzido à viatura da Polícia Federal

Bom. Hoje começo a acreditar que as coisas podem mudar. Os dirigentes que por anos ficaram no desmando do esporte com certeza dormem com um olho aberto e um fechado. Os que riram dos atletas, falaram que mandavam no esporte, que éramos trouxas, começam realmente a acreditar que podem acabar presos. 

Felizmente o Brasil mudou. Não da velocidade e da maneira que gostaríamos, mas vemos que existe a intenção.  

Há um ano, Nuzman falou sobre escândalos no esporte: ‘Deverão ser tratados dentro de medidas cabíveis'

Com todo respeito, chegou a hora de mudar. O esporte brasileiro não pode ser dirigido por alguém como Nuzman. Ele que se defenda. Tem todo o direito. Mas ao ser preso, ele teria que ser tirado do COB imediatamente. Não há defesa ou motivo para deixá-lo lá. 

Torço para que possamos ter um novo comandante e desta vez que se preocupe mais com o esporte e menos com ele mesmo. 

Advogado de Carlos Arthur Nuzman fala sobre a prisão

Que a prisão dele sirva de exemplo que o esporte é soberano e se ele for inocentado chegou a hora de dizer. Descanse longe do esporte. Não te queremos mais.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Profissão dirigente esportivo

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Ao acordar dei de cara com a matéria que o skatista Bob Burnsquist virou presidente da confederação de Skate e já se rotulou um presidente rebelde.

Tenho que admitir que fiquei feliz ao ver um atleta consagrado, inteligente, querido e ativo entrando nesse vespeiro. Fiquei mais feliz ainda com sua vontade e direção de não ser político, ser mais técnico e contestador, mas ao mesmo tempo a sua decisão me fez pensar. 

Será que o caminho é esse? Será que os atletas precisam ou devem se colocar nessa situação?

Há tempos eu vejo atletas entrando nas confederações e em pouco tempo abandonando o barco. Muitos deles totalmente decepcionados, outros revoltados. Poucos ficaram em fizeram um bom trabalho. Eu mesmo escuto que deveria fazer esse caminho. Muitos já me indagaram a respeito. Mas no meu caso isso está bem fora dos planos

Eu tenho claro algumas coisas sobre esse assunto:

1. Não importa o quanto o atleta foi bem sucedido. Na minha visão para ser presidente de uma confederação o postulante tem que ter muita noção de gestão, planejamento e ser um pouco político. De gestão e planejamento o cara precisa ser bom porque ele vai ser o responsável por um esporte. Uma empresa. Político, porque mesmo sendo rebelde o cara vai ter que lidar com presidentes, ministros, atletas e muitas vezes ou na maioria delas os outros não pensam como ele, ou melhor,  ele pensa totalmente diferente e tem um respeito ao esporte que os outros nem passam perto de ter.

2. Tem que ter estômago. Não preciso dizer aqui que o esporte brasileiro é dirigido em sua quase totalidade por caras que pouco produzem, pouco se preocupam com o desenvolvimento ou atletas. A sua grande maioria é feita de pessoas que não tem condição de estar lá e usam o posto para se promoverem e terem ingresso, regalias e um minuto de fama na frente da televisão. Ganham o posto e automaticamente viram a cara para o verdadeiro esporte.

3. Ter sido um grande atleta não representa ser um bom dirigente. Não te dá a credencial de competente. Não te dá a isenção de incompetente ou idôneo. Temos no esporte muito atleta perigoso. No caso do Bob, tenho certeza que ele tem condição. Mais que um atleta ele sempre se mostrou um empresário e um agregador. Não precisa da fama e do dinheiro da confederação e ama o esporte. Todas as credenciais necessárias.

4. Ter tempo para trabalhar. O esporte é fundamental. Temos que ter respeito a ele. Para isso quem assumir tem que trabalha duro. Ter tempo para pensar, aglutinar pessoas, fazer decisões, conversar, mas acima de tudo fazer decisões importantes. Mudanças radicais. Para isso se precisa tempo e um time forte. Sem isso vejo pouca chance de sucesso. Presidente que vai só no final da tarde para assinar papéis e ficar sabendo o que aconteceu quase sempre é engolido pela política brasileira.

Falado isso, reafirmo que estou feliz em ver o Bob encarando um desafio desses. Torço para que ele consiga mudar o falido processo dos dirigentes esportivos. Que ele incentive e mostre uma alternativa aos atletas e com isso que tenhamos mais e mais pessoas competentes no poder. Que ele consiga pressionar o COB e o ministério dos Esportes. É por último que ele tenha em casa guardado muita paciência.

Boa sorte, Bob. Voe alto. Tenha equilíbrio, erre ou acerte tentando o correto. Lute pela nota 10.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Uma Copa Davis para o tênis brasileiro esquecer

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Bruno Soares, Marcelo Melo, Guilherme Clezar, Thiago Monteiro e o capitão João Zwetsch
Bruno Soares, Marcelo Melo, Guilherme Clezar, Thiago Monteiro e o capitão João Zwetsch Getty

O time do Brasil volta do Japão com um saldo muito negativo e um gosto amargo. Fiquei pensando como escreveria este texto. Por onde eu pensava via lados negativos. Tivemos problemas na convocação, problemas com vídeos vazados com ofensas gratuitas a um top 10 que nem no confronto estava, uma atitude imperdoável de um atleta do time que repercutiu no mundo inteiro, e a derrota que nos mantém na segunda divisão da Copa Davis. De positivo? A dupla que mais uma vez foi e deu conta do recado.

Como ex-jogador e ex-capitão da Davis, fica muito difícil comentar a convocação do capitão João Zwetsch. Tenho minhas convicções, mas, como estive lá, a escolha é muito pessoal e baseada em confiança. O que fica claro é que a maneira como isso ocorreu criou um grande desconforto geral e com isso a recusa de Rogerinho, tenista número 1 do Brasil.

Após lesão de Bellucci, Rogerinho, que não tinha sido convocado, recusa substituí-lo na Copa Davis; veja discussão

Os dois episódios lamentáveis foram tristes e comprometem muito mais nosso tênis que os protagonistas. O presidente da confederação colocou um vídeo interno do time onde vaza um xingamento a Kei Nishikori. Claramente era uma brincadeira, conhecendo cada um dos tenistas, sei que não tem a ver com o que eles pensam. Na pressão, uma brincadeira mal colocada é normal, mas o que não é aceitável é um dirigente sentado à mesa com atletas expor os jogadores. Pior ainda é publicar coisas do time. O conhecido fogo amigo não pode acontecer. Mais triste foi ver que em nenhum momento veio e pediu desculpas publicamente. O ‘deixa pra lá’ e simplesmente apagar a publicação não resolvem. Em uma ‘nova era’ esperávamos mais e melhor atitude.

O caso do Guilherme Clezar já foi falado demais. Nem preciso dizer que ele errou feio e está pagando pelo seu ato. Tentou se desculpar e que a atitude sirva para seu futuro como tenista é cidadão. O que posso dizer é que atleta que está em quadra representando o país tem uma responsabilidade muito grande. O que fazemos, o que mostramos repercute muito. Precisamos saber que nosso time, nosso esporte e nosso país estão acima de tudo e temos que respeitar. Foi um erro grave. Eu, como atleta, me senti ofendido, então fico imaginando como se sentiram todos os atingidos.

O resultado?  Na boa, ficou em segundo plano diante de tudo que aconteceu. Aprendi na minha primeira Copa Davis que o resultado vem de uma preparação bem feita, harmonia no time, união de fora e de dentro e muita luta na hora do jogo. Se um dos lados ou pontos da preparação é mal feito, a derrota quase sempre vem.

Pergunto: merecíamos vencer? Desta vez não. Que na próxima oportunidade tudo seja diferente.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Do ‘tenista básico’ ao ‘tenista alma’, quem é quem no circuito?

Fernando Meligeni
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Del Potro foi pura raça e alma na vitória sobre Dominic Thiem
Del Potro foi pura raça e alma na vitória sobre Dominic Thiem Getty

Ao assistir e comentar o jogo do Del Potro ontem, fiquei pensando nos tipos de jogadores de tênis que existem. Todos os estilos técnicos e mentais merecem respeito, mas não consigo deixar de admirar tenistas com o argentino. 

Vou tentar fazer um exercício aqui e convido vocês se quiserem participar deixando um comentário dizendo quem são seus tenistas favoritos.

Jogador de Tênis: para mim, todo mundo que um dia pegou em uma raquete pode se considerar tenista. Aqui não importa o nível ou a periodicidade. No circuito todos que estão no ranking merecem respeito. Mas ser tenista para mim quer dizer que o cara joga bem, tem pontos, ranking, mas não para nunca de se doar e de se entregar ao esporte. Frase desse jogador: “Estou feliz de jogar o circuito. Vou fazer o meu melhor”. 

Jogador Talento: quando nascemos, chegamos ao mundo com habilidades. Alguns trabalham muito duro para tentar melhorá-las. Outros vêm com habilidades especiais e tudo fica mais fácil. No mundo do amador vemos tenistas talentosos. Nem sempre eles vencem. Normalmente eles não pagam o preço nos jogos duros e longos. No circuito é igual. Poucos que são muito habilidosos treinam como deveriam e encaram o circuito com a garra e atitude que se precisa. Eles jogam bem, muito bem, mas claramente poderiam muito mais. Sempre deixam a impressão que poderiam ser bem melhores do que são. Frase desse jogador: “Já treinei, tenho dúvidas do quando eu amo este esporte. Pelo o que eu treino, sou bom”.   

Jogador Completo: esse é aquele jogador que não é o mais talentoso, não é o que mais chama a atenção, mas trabalha duro. Quer ser bom. Se joga no circuito. A falta de um talento ou o lado mental o trai às vezes, mas ele tenta com muita garra. Aqui fica a grande maioria dos tenistas amadores e principalmente os tenistas do circuito. A galera que está entre o 30º e o 120º do mundo está por aí. Erram, tentam, trabalham, viajam, vivem do esporte com atitude e profissionalismo. Ser tenista para esses caras é uma profissão como a de médico, professor, engenheiro. Esse cara trabalha duro. Frase desse jogador: “Tênis é a minha profissão e faço de tudo para ser o melhor possível. Abdico do que for para atingir meu grande objetivo: ser tenista”. 

Jogador Alma: é fácil e muito legal falar desse jogador. Ao assistir o jogador, você percebe que ele deixa tudo em quadra. Não importa o quanto ele é bom ou se tem pontos fracos. Seus olhos brilham, seus treinos são intensos, sua atitude é exemplar. Cada bola parece que é a última que ele vai bater na vida. Dentro desse jogador tem fogo, atitude, coração. O ‘tenista alma’ encanta pela sua garra e amor ao esporte. Pode não ganhar sempre, e muitas vezes perde, mas sempre deixa o torcedor feliz por ter acreditado e sem se importar completamente pelo resultado final. Ele sempre deixa tudo dentro da quadra. Frase desse jogador: “Tênis é a minha vida, um sentimento maravilhoso, minha opção de vida. Ganhar e perder faz parte, mas, por tudo o que eu amo e faço pelo esporte, não aceito perder. Vou lutar até o último ponto e gotinha de suor”. 

Pergunto: quem é você? Quem é o tenista profissional em cada exemplo que eu dei?

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Do ‘tenista básico’ ao ‘tenista alma’, quem é quem no circuito?

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Desabafo: força meu querido tênis

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Pai apela às redes sociais para pedir ajuda a Fernando Meligeni: situação do tênis no Brasil é lamentável

Ser tenista no Brasil sempre foi uma aventura. Desde os tempos da Maria Esther e Thomaz Koch, o esporte era visto sem o respeito ou importância que merecia. O tempo foi passando e sempre imaginamos e sonhamos com um esporte mais forte, mais reconhecido e querido.

Nestes anos ele vem sendo mais respeitado pelas pessoas. Mas infelizmente, como na política, as pessoas (algumas nem merecem esse rótulo) que passaram pelo esporte deixaram a desejar, fizeram feio e envergonharam a comunidade. O mais triste é que muitos deles, que deveriam estar escondidos e morrendo de vergonha, estão jogando tênis em clubes, e 'latindo' em Facebook como se tivessem moral para isso.


Muitos desses dirigentes, tenistas, técnicos, e promotores que pouco fizeram, muito se aproveitaram do esporte e não deixaram nenhum legado, continuam por ai dando risada de tudo e de todos. Pensando um pouco, sabemos que somos bem responsáveis. Poucos se molham, poucos têm atitude ou coragem de falar e MUITOS são os que preferem deixar pra lá porque estão bem, estão 'de boa', estão ganhando bom dinheiro.

Está claro que vamos chegando ao fundo do poço, mas, quando vejo um vídeo como este, que recebi de um pai de tenista em pleno Parque Olímpico, organizado por uma federação que prometeu mudar o tênis do Rio, que brigou com muita gente falando que o passado era horrível, sinceramente me deprime. Podem tentar dar qualquer justificativa, mas contra imagem e um monte de gente declarando não há o que falar. Sem cadeira, sem estrutura, sem organização, com árbitro em cima da cadeira e mais um monte de coisa mostram que o respeito ao esporte desapareceu.

Não sei mais o que dizer. Espero de coração que a CBT puna a federação, que tenhamos represálias, que tenhamos pelo menos um pedido de desculpas ou melhor, uma declaração de que estão envergonhados e tudo mudará. Além de melhorias imediatas.

Queria morar em um país onde se respeitasse nosso esporte. Queria morar em um país no qual os dirigentes esportivos morressem pelo esporte. Queria morar em um país onde o esporte fosse mais importante que o poder e a vontade de simplesmente aparecer. Queria morar em um país onde, ao ser devidamente criticado, o cara se calasse e trabalhasse, e não viesse com pedras mentindo ou tentando enganar. Queria morar em um país onde dirigente corrupto fosse preso e apodrecesse na cadeia. Queria morar em um país que amasse o esporte.

Não moro nesse país mas nem por isso desisti. Queria muito que os outros atletas não desistissem. Não se calassem. Não se omitissem.

Força meu querido tênis.

Força meu querido país Brasil.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Olá tenistas juvenis que sonham em jogar profissionalmente

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Novo projeto de Fernando Meligeni
Novo projeto de Fernando Meligeni Divulgação

No intuito de ajudar e trazer informação, sem nenhum interesse financeiro ou pessoal, gostaria de devolver ao tênis uma pequena parcela do que ele me proporcionou, além de incentivar nossos meninos e meninas.    

A partir da primeira semana de setembro, vou jogar 2 horas por semana com diferentes tenistas juvenis ou que estão na transição para o profissional. 


Por tempo indeterminado e de acordo com minha agenda vou jogar com diferentes meninos e meninas de 14 a 20 anos, todas as semanas.

Quando moleque, via os grandes jogadores e sonhava em bater uma bola com eles, conversar e imaginava se eles poderiam de alguma maneira me inspirar. 

Ao colocar este projeto em funcionamento, volto no tempo tentando ajudar um pouco e aproximar a molecada do mundo do tênis.

Que fique claro que NÃO pretendo ser treinador, será uma contribuição ao nosso esporte, que vivo desde os 8 anos de idade. 

COMO IRÁ FUNCIONAR

Uma vez por semana (entre terça e quinta feira) vou bater bola com meninos e meninas que jogam torneios estaduais, nacionais e internacionais.

A ideia é ter dois jogadores por semana jogando uma hora comigo na MEM TENNIS, que fica em São Paulo. 

Sempre que possível será escolhido um menino e uma menina por semana. Minha intenção é apenas cooperar com o tênis e passar a minha experiência no bate bola. Gostaria da participação do treinador e dos pais. A ideia é ter a oportunidade de jogar com o Meligeni. É poder ter uma opinião diferente da que tem normalmente.

COMO SE INSCREVER

O jogador tem que se inscrever por e-mail para batebola@trainersports.com.br e mandar algumas informações:

NOME COMPLETO / DATA DE NASCIMENTO / CIDADE / TELEFONE DE CONTATO

NOME DO PAI / MÃE / RESPONSÁVEL / TELEFONE DO CONTATO

NOME DO TREINADOR / CLUBE

CONTAR UM POUCO SOBRE O TREINAMENTO

NÚMERO DE DIAS QUE TREINA E TEMPO DE QUADRA.

TORNEIOS QUE DISPUTOU EM 2017

RANKING ATUAL FEDERAÇÃO / CONFEDERAÇÃO / ITF JUNIORS / ATP ou WTA

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Olá tenistas juvenis que sonham em jogar profissionalmente

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Profissão treinador

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Meligeni conversa com o técnico da seleção brasileira, Mauro Menezis, em 2006
Meligeni conversa com o técnico da seleção brasileira, Mauro Menezis, em 2006 GazetaPress

Em uma longa conversa com minha sobrinha hoje caíram mais algumas fichas sobre a profissão treinador.

Ela que há um mês se mudou para a Argentina, onde treina na academia do Hernan Gumy e Ale Lombardo. Com eles está a ex-jogadora Maria José Gaidano. Muita coisa mudou. Por respeito e confiança no trabalho deles, tenho falado bem menos com ela. Mas hoje, em um longo papo muitas, coisas me vieram à cabeça.

O tempo de treino, que para muitos pode parecer pouco para um bom trabalho, uma semana ou um mês é tempo suficiente para mudar muita coisa. Mudar conceitos, arrumar vícios, entender diferentes táticas, ganhar confiança no seu jogo.

Na conversa li e escutei muitas vezes. Tenho e tive coragem de mudar coisas. Sinto confiança porque vejo que tem alguém muito ativo ao meu lado. Me mostraram muitas e muitas vezes como, quando e porque.

As palavras dela me levaram a 1985 quando fui treinar na mesma Argentina e de lá voltei como número 1 do mundo juvenil. De lá voltei obcecado pelo trabalho. De lá voltei um jogador de tênis. 

Assista aos lances da vitória de Roger Federer sobre Roberto Bautista Agut por 2 sets a 0!

Mudar coisas

Ter a humildade de perceber que precisamos mudar é o primeiro passo para o tenista evoluir. Confiar no que seu técnico fala e quer é a segunda. Saber que será difícil mas se treinar duro consegue é a terceira.

Ter o técnico ativo ao seu lado 

Falo disso há tempos e já entrei em dividida com muitos técnicos no Brasil por acreditar que a maneira grupal que se treina aqui é um dos cânceres do nosso esporte. Tenista se faz em repetição e proximidade. Tenista é bicho cabeça dura e precisa de puxão de orelha sempre. Para isso, o técnico precisa ver, estar perto, estar presente. Presente não quer dizer no clube, sabendo que o outro técnico fez. Presente é estar na quadra, na mudança, na suadeira. Isso não é um dia, uma semana. Isso é sempre. Só assim se muda, se evolui. 

Mostrar, desenhar 

Temos tenistas que entendem escutando, outros vendo, outros fazendo. Mas esses três precisam ver o desenho, ver na pratica. Não importa se com a prancheta do professor Joel Santana ou um simples desenho no chão. Não importa se uma vez ou muitas. A evolução é o objetivo dos dois (técnico e jogador). Sem esse diálogo não se obtém resultado. 

Por último (poderia escrever 10 tópicos) confiança do jogador no treinador

Como um jogador vai ter confiança sem o puxão de orelha? Sem a atitude de FAZ O QUE EU TE DIGO. Confia no que estou te pedindo. Se essa confiança não existe, o resultado infelizmente não vem. É melhor deixar o jogador voar para outro lugar. 

Ser treinador no Brasil é muito difícil. Somos um povo paternalista, que achamos que entendemos de tudo, que queremos opinar de tática, técnica e estratégia sem ter segurado uma raquete. Mas também temos o defeito de não buscar a excelência no que fazemos. Temos a mania de achar que tenista pode ser solto e livre. 

Estou feliz demais e aprendendo muito com as coisas que escuto, converso, debato e vejo nos treinos. Estou seguro que o resultado de um jogador ou jogadora pode vir ou não com muito trabalho, mas não vem com um quase trabalho, um meio empenho, um talvez eu faça. 

A união do treinador e jogador tem que ser como a de uma dupla de dança. Se um cair, caem os dois. Se um errar, o outro perde junto. Se um não se esforçar, os dois ficam no quase e não vencem.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Profissão treinador

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10 de agosto

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Fernando Meligeni após a conquista do ouro pan-americano em 2003
Fernando Meligeni após a conquista do ouro pan-americano em 2003 Getty

Dia 10 de agosto de 2003 começou ensolarado, quente e prometendo ser um dia longo. Ao caminhar com o técnico Mauro Menezes e o amigo tenista Marcio Carlsson em direção ao ônibus que me levava ao complexo de tênis para minha final, sentia um nervosismo diferente. Era um dia que podia mudar minha vida.

Todo tenista quando acorda sente que o jogo do dia pode ser diferente. Ao caminhar encontrava outros atletas e todos me mandavam boas vibrações. A galera que na noite anterior estava comigo, no jantar, sabia que seria meu último jogo como profissional. Ganhando ou perdendo do Marcelo Ríos, sendo ouro ou prata, minha carreira acabaria ali em Santo Domingo

A história do jogo, dos bastidores, todos conhecem. Hoje completa 14 anos que tudo aconteceu. Tudo passou muito rápido. Tudo foi muito maravilhoso.

Mas o que será que esse dia fez com minha vida. O que mudou?

Simplesmente tudo.

Coincidências? Meligeni analisa lesões dos grandes e chances de Nadal assumir topo do ranking

Hoje, graças a esse dia, sei que não existe nada que não possamos tentar fazer. Não existe o VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR. A palavra "lutar" entrou definitivamente em tudo que eu acredito. O respeito e gratidão por pessoas que me ajudaram aumentou. 

Graças ao dia 10 de agosto de 2003 virei uma pessoa melhor. Sou grato ao tênis, aos amigos, treinadores, família e todos que me levaram a essa emoção. 

Graças ao dia 10 fiquei mais intolerante com quem desrespeita o tênis, quem faz maldade com ele e virei um cara que combate e quer ajudar sem fazer política barata, partidária ou pessoal.

Federer torce para Nadal voltar ao topo do ranking, e espanhol confirma que seria especial

Dia 10 de agosto é um dia inesquecível pra mim. O dia que virei campeão pan-americano pelo Brasil em um jogo épico vencendo Marcelo Ríos no Dia dos Pais. Um presente incrível ao meu querido pai que pude dar enquanto ele ainda era vivo. 

Jamais esquecerei a emoção de cada segundo desse dia, da medalha, do acerto em virar brasileiro e representar este país incrível.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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10 de agosto

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Um ano se passou. Obrigado Cabral, Paes, Picciani, Nuzman e Lula

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Um ano se passou. Para muitos a euforia, para os atletas o sonho, para o povo a dúvida, para muitos políticos a chance de se promover, para os dirigentes um tiro único, para os críticos a certeza que escreveríamos um texto triste um ano depois. 

O tempo passou e as promessas viraram promessas, o legado virou piada, as obras viraram elefantes brancos, as medalhas viraram símbolo de conquista pessoal, os responsáveis sumiram. Um ano passou e continuamos sonhando. Agora acordados e com raiva. Raiva de acreditar mais uma vez que seria diferente que seria incrível. 

Mais uma vez nos mostraram que o esporte serve apenas para ascensão política para alguns. Um ano se passou e o esporte segue igual. A ultima pasta, a cara mais feia do nosso Brasil. Obrigado Cabral. Obrigado Paes. Obrigado Picciani. Obrigado Nuzman. Obrigado Lula. Por nos fazer acreditar em algo que não foi, não era, não vingou. 

Apenas aconteceu.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Um ano se passou. Obrigado Cabral, Paes, Picciani, Nuzman e Lula

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Uma nova cara na CBT

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Sempre fui e sempre serei um cara que questiona, que encara de frente, que exige o máximo das pessoas e principalmente das entidades que trabalham com nosso esporte. Ter uma credencial de ¨todo poderoso¨, gestor, presidente ou o nome que forem dar, recebe um ônus pesado de ter que ser quase perfeito. Ou pelo menos tentar ser.

Em tempo que só notícia ruim vem pela frente, começar a escutar que a nova gestão da CBT está fazendo um bom trabalho me deixa muito feliz. Recebi recado de ex-jogador que estava na Copa das Federações e no brasileiro, recebi e-mail de pais de jogadores juvenis e técnicos, ligação de pessoas do meio, dizendo que mudou. Que uma nova cara aparece. Que temos bastante a evoluir ainda, mas que caminhamos finalmente para frente.

Alguns pontos ficam claro para que exista essa mudança. Diálogo, explicação da estratégia, verdade da situação da entidade e principalmente estratégia que será desenvolvida.

Tudo isso para mim tem um nome: Eduardo Frick. Antes de falar dele, é importante parabenizar o presidente da entidade pela escolha. Corajosa, fora dos padrões (infelizmente do esporte) e pelo que escutei e vejo, liberdade para ousar, trabalhar e colocar suas ideias em curso. Nos dias de hoje. que presidente quer mandar e ser dono do esporte, dar poder as pessoas é digno de aplauso.

Voltando ao Frick... Se não é surpresa, mas é com muita alegria que vejo o comprometimento, a abertura, a paixão e as boas ideias até o momento. Incansável ele estava em Wimbledon uma semana, no Brasileiro na outra e tentando melhorar nossa estrutura. Vem pensando em alternativas em um momento de vacas magras. Vem tentando ajudar os juvenis (mesmo que com pouco ou nenhum dinheiro).

Com isso a credibilidade aumenta e o tênis pode sair do obvio e do passado triste que nos abateu.

Pontos que já percebi nestes meses:

- Presença nos eventos

- Dialogo com todos os jogadores, pais e técnicos

- Cuidado com os centros de treinamentos

- Pedido de objetivos

- Resgate dos ex-jogadores e preocupação em escutar as reclamações, ideias e tentar trazer alguns de volta

- Humildade de tentar trazer o tênis estrangeiro para o Brasil. Informação, metodologia, ideias, gestão

Fica claro que existe um movimento para frente. Existe um acerto muito grande e um cara que como nós quer o bem do esporte. Sempre sonhei em poder escrever bem da nossa entidade. Quero de coração continuar escrevendo e aplaudindo.

Que seja o primeiro post de muitos.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Uma nova cara na CBT

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Parada de Djokovic não deveria ser tão traumática

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Djokovic abandonou quartas de final de Wimbledon por problema no cotovelo direito
Djokovic abandonou quartas de final de Wimbledon por problema no cotovelo direito Julian Finney/Getty Images Sport

A dependência tenística do chamado Big Four faz com que a desistência de Novak Djokovic do US Open e o anúncio de que ele só volta no ano que vem vire mais traumática do que deveria.

Se machucar, parar de jogar por um tempo, é muito normal em um esporte onde o tenista exige demais do seu corpo e a repetição de movimento é o grande vilão.

Em entrevista à ESPN Brasil, Boris Becker fala sobre Djokovic, Federer e de suas memórias de Wimbledon

Ao decidir parar até o ano que vem, muitas teorias aparecem. A mais real é a de que ele está machucado e vai aproveitar essa parada para resolver todos os pontos que o fizeram cair de ranking e, principalmente, mostrou ao mundo que está pouco motivado. 

Ao assistir Djokovic nos últimos meses, fica claro que perdeu o brilho nos olhos. Ao escutar suas declarações, percebemos que o tênis virou segundo plano. Ao conversar com pessoas no mundo do tênis, fica mais evidente ainda que ele precisa repensar sua carreira. Conquistou muito e chegou a um ponto que precisa decidir se acelera ou se conforma com o que já conquistou.

Meligeni lamenta abandono de Djokovic contra Berdych: 'É uma pena'

Novak Djokovic tem muito mais tênis e pode conquistar muito mais do que já tem. O difícil parece ser a falta de um objetivo maior.

Torço para que ele descanse e volte com toda sua genialidade, força física e mental.

A pergunta que fica é: ele fará o mesmo que Roger Federer no ano passado? Conseguirá voltar da mesma forma?

Em entrevista exclusiva, Federer se surpreende com idolatria mundial e coloca 8º título em Wimbledon entre maiores feitos: 'É realmente surreal'

Deixo para vocês as respostas.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Parada de Djokovic não deveria ser tão traumática

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Ideia de ver filho jogando grande torneio de tênis nos cega

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Pelas Quadras analisam decisão polêmica de Nadal e vitória em Wimbledon

Na última terça-feira, tive o prazer de receber no "Pelas Quadras" o ex-tenista e hoje executivo da ITF Cesar Kist. Sempre tive muito carinho e respeito por ele. Cara batalhador e focado. Encontrou na entidade a oportunidade de desenvolver o esporte e faz isso com muita competência.

Ao chegar na ESPN, conversamos sobre a transição e ele me mostrou muitos números, dados e estudos que a entidade está fazendo. Admito que fiquei muito impressionado.

Quando entramos no mundo do tênis, vemos muito mais glamour que outra coisa. A ideia de jogar ou ver nossos filhos jogando os grandes torneios às vezes nos cega e perdemos um pouco da realidade dos fatos.

Fiquei com alguns números na cabeça. Os tenistas demoram em média cinco anos depois que saíram do juvenil para entrar entre os 100 do mundo.

Em média um tenista ou pai dele gasta US$ 38 mil (R$ 126 mil) por ano em viagens, comida, encordoamento... E neste número não está incluso o gasto com treinador ou preparador físico!

7% dos meninos e 19% das meninas que foram top 100 na ranking juvenil conseguem ser top 100 no profissional. Apenas 1% dos meninos que não foram top 100 do juvenil conseguem ser top 100 do profissional.

Para começar a se pagar no circuito o tenista tem que ser cerca de 330 do mundo no masculino e 250 no feminino. Antes disso gasta. Nesse ranking empata.

Outro número alarmante é a quantidade de tenistas tentando o profissionalismo. Cerca de 9 mil no masculino e 5 mil no feminino jogam os torneios Futures, Challengers, etc, etc. mas muitos desses nunca tiveram pontos de ATP ou WTA.

Preocupados com isso esto querendo mudar muitas coisas. Uma delas é diminuir a quantidade de jogadores jogando acima do seu nível e com isso gastando o que tem é o que não tem. O sonho da ITF é ter 750 jogadores bem remunerados em cada circuito e para isso vem uma ação de tênis transição muito forte. O circuito de transição. 

Meligeni destaca vitória de Andy Murray e avalia possível lesão do escocês

Convido a entrarem no site da ITF e conhecerem essas ideias e estudos. Eu com certeza sou a favor de algumas mudanças, posso não ter certeza de outras, mas claramente para os países da América do Sul uma mudança é fundamental. Poucos e cada vez menos tem o dinheiro para pagar o dia a dia do circuito e a dificuldade de entrar na zona mais alta de premiação é maior.

Países como Brasil e Argentina sofrem e precisam repensar a maneira de fazer jogadores. Se deixarem apenas nas mãos dos pais teremos cada vez menos jogadores no circuito. Aos meninos e meninas uma certeza. O tênis virou coisa séria. Tênis é uma profissão dura e para poucos. Maravilhosa, mas difícil demais.

Estou na torcida para que as mudanças ajudem. Obrigado, César, pela aula que você nos deu ontem.

Viva o tênis!

Fonte: Fernando Meligeni

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Ideia de ver filho jogando grande torneio de tênis nos cega

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Onde e com quem treinar são passos fundamentais na carreira do tenista

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

A decisão de onde e com quem o jovem ou o tenista em transição vai treinar é das mais importantes e certeiras na carreira do atleta e de seus pais.

Hernan e Carol
Hernan e Carol Divulgação
Tenho aqui sido bem duro com técnicos e jogadores. Sou um cara que acredito no trabalho, na seriedade e no engajamento. Não adianta ter o melhor técnico, se não tivermos tenistas com vontade e atitude. Não adianta ter atitude e querer ser jogador, se o técnico pouco se importa ou não entende do circuito. Por isso, sempre que posso, aconselho ou mostro alternativas.

Sou um apaixonado pela filosofia de trabalho dos argentinos. Lá se treina com muita seriedade e amor. Por ter feito minha transição lá e conhecer muitos dos atuais treinadores, me sinto confortável ao elogiar ou recomendar.

A partir desta semana, minha sobrinha Carol foi treinar com um dos caras que eu mais gosto e admiro no circuito. Hernan Gumy foi um batalhador dentro da quadra. Um daqueles jogadores duros de vencer, impossível de cansar, e uma vitória sobre ele era a certeza de que você tinha vencido uma guerra. Sua sabedoria tática e atitude o fizeram ser top 40 do mundo e o ajudaram a conhecer os caminhos para entrar na cabeça dos jogadores que treinou.

Quando parou de jogar, trabalhou com grandes nomes do tênis. Cañas, Guga, Gulbis, Kuznetsova, entre tantos outros. Sempre focado, direto, verdadeiro e trabalhador. Hoje, tem na Argentina uma belíssima academia ao lado de outro grande técnico - Alejandro Lombardo - chamada El Abierto Club e treina nomes como Zeballos, Arguello, Coria e vários tenistas mais jovens.

Conversar com ele é ter a certeza que você está entregando o jogador em um lugar sério, liderado por alguém que sabe sua função e onde não se pode perder tempo. Em uma das conversas comigo disse a simples frase: “Vou trabalhar duro com a Carol. Você sabe que não existe mágica, existe trabalho duro e esse é o único caminho”.

El Abierto Club é um lugar a se ter em conta por quem pensa em trabalhar sério na profissão.  Os brasileiros que eu mandei relatam que são apaixonados pelo trabalho e com a real ideia da dificuldade que é ser um jogador profissional de tênis.

Boa sorte, Carol. Parabéns, Hernan.
www.elabiertoclub.com

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Profissão tenista: o que os jovens precisam ter em mente?

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Mesmo que muitos não consideram, mesmo que os pais ainda torçam o nariz quando o filho diz que quer ser tenista, mesmo que o governo não trate o esportista tenista como um profissional e dê seus devidos direitos, eu afirmo que ser tenista é uma profissão. No papel e na vida real não existe nenhuma diferença entre ser jogador de futebol (que tem seus direitos), ser dentista, ser engenheiro e ser tenista.

Dito isso, precisamos colocar na cabeça dos nossos jovens atletas que tênis é um esporte maravilhoso, desafiante, mas muito difícil. Ser tenista é coisa pra gente grande.

Antes de falar o que penso a respeito de ser tenista, quero dividir bem. Você, garotão ou pai de tenista, peço que inicialmente se classifique em uma dessas duas categorias.

Categoria 1: Sou tenista social. Gosto de jogar tênis, mas não tenho pretensão de ser profissional e viver do esporte. Quero curtir, treinar e, quando fizer 16,17 anos, pretendo fazer uma faculdade e virar médico, ser engenheiro e ter uma profissão diferente. Que legal. Jogue, curta, aproveite. Este esporte é incrível e te dará uma base incrível de justiça, resiliência, hierarquia. Você aprenderá a vencer e perder e que a bola na linha é boa.

Categoria 2: Você quer viver de tênis. Quer ser profissional? Ou pelo menos ter a chance de ser?

A primeira pergunta que te faço é: você está trabalhando para isso? Você vai dormir à noite cansado, com a certeza que está vivendo para o esporte? Você conhece a palavra ABDICAR? Você deixa uma festa, um namoro, uma viagem, férias, aniversários para treinar, para jogar ou simplesmente para descansar e continuar focado no seu objetivo?
Se você duvidar ou rapidamente disser que não, sinto te informar que você está no caminho errado. Que terá pouca chance de chegar.
A primeira coisa que precisamos urgentemente colocar na cabeça dos nossos meninos e meninas é que, para jogar tênis profissional, são necessários dedicação e foco. Muitas vezes nossos jovens ACHAM que treinam direito, ACHAM que estão focados, ACHAM que são profissionais.

Ser tenista profissional é muito difícil. Quem escreve aqui é um cara que lutou muito, abdicou muito e mesmo assim quase não chegou. Esteve por um triz e quase batendo na porta do estúdio fotográfico do pai, deixando seu sonho para trás.

Vejo nos treinos e nas mídias que são poucos os jovens que realmente estão abdicando e deixando as coisas de lado. Muitos vão me achar extremista, mas vocês realmente acreditam que jogar contra Djokovic, Nadal, Rogerinho, Mayer, Robredo ou quem seja é fácil? Os caras treinam forte, dormem cedo, quase não saem, comem com o maior cuidado, treinam de segunda a sábado e só tem o domingo livre. Ao escutar e ver tenistas jovens, me deprimo quando dizem que não treinam em dia de chuva ou no final de semana.

Com essa atitude vocês acham que vão conseguir concorrer com os melhores do mundo?

Outro ponto a ser abordado aqui é que muitos acham que Nadal, Federer, Djokovic não são do mesmo circuito. Ao decidir virar profissional, o garoto está ganhando um passaporte que vai ao encontro desses caras. Vocês não acham meio pretensioso ou vergonhoso não treinar forte e se denominar tenista profissional do mesmo meio que esses caras? Ah, mas eles são jovens, já diria um pai, ou um treinador. E o Thiem, Zverer, Khachanov, Coric? Eles fazem as coisas certas, treinam duro e têm 17 ou 18 anos. Por quê? Porque eles querem ser tenistas profissionais.

Finalizo aqui perguntando mais uma vez aos nossos jovens: vocês realmente querem ser tenistas profissionais?

Boa sorte, bons treinos e vivam para o esporte.

Fonte: Fernando Meligeni

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Profissão tenista: o que os jovens precisam ter em mente?

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Hoje, no Dia Olímpico, tenho um pedido: cartolas e políticos, peçam desculpas pelo Rio 2016

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Getty
O esporte visto de cima - Com o Maracanã ao fundo, Cristo Redentos abençoa os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Cristo Redentor abriu os braços para os Jogos do Rio. Hoje, deve estar triste

Hoje, 23 de junho, é o Dia Olímpico.

Tenho muito orgulho de ter sido um atleta olímpico. Quando pequenos, sonhamos em representar nosso país em uma Olimpíada. Tive esse privilégio em 1996, em Atlanta, e posso dizer que não tem coisa mais mágica do que estar em uma Vila, conviver com atletas, conversar com técnicos e aprender com médicos, preparadores físicos e pessoas que fazem os Jogos o maior de todos os eventos esportivos.

Na minha experiência, tive a oportunidade de conviver com Zé Roberto Guimarães, Fernando "Xuxa" Scherer, Robert Scheidt, Torben Grael e tantos outros gigantes do esporte. Dentro dessas feras, o que mais me chamou a atenção foi o comprometimento e a alegria de representar o país. Ao mesmo tempo, me assustou as diferenças de preparação e de possibilidade de cada atleta. Enquanto alguns tinham um esquema perfeito de trabalho, outros iam na pindaiba e da maneira que dava.

Handebol sacou R$ 1,5 milhão dos cofres públicos e distribuiu entre 'coronéis' estrangeiros

Ser um atleta olímpico no Brasil tem sabor doce e azedo. Se por um lado você conquista um sonho, por outro percebe a diferença de tratamento e seriedade com nosso esporte. Histórias não faltam. Atletas sem grana, atletas que tiveram que lutar para estar lá contra todos e tudo, atletas que vivem esse momento como o dia de suas vidas, porque sabem que ao voltar ao Brasil não terão dinheiro nem para comer.

Como disse, ser atleta olímpico no Brasil é muito mais um prazer pessoal do que a certeza de um passo à frente. Ser atleta olímpico no Brasil é simplesmente chegar ao seu sonho mais impossível.

Denúncia de TV alemã coloca sistema anti-doping do Brasil sob suspeita

Tivemos a chance das nossas vidas ao sediar o Rio 2016. Foi uma festa. Foi lindo. Lindo como aquela foto retocada no Photoshop milhares de vezes. Mostramos ao mundo que temos atletas e vontade de ser campeão ou campeã mundial, mas somos aprendizes, sem direito a voltar a fazer uma Olimpíada no Brasil. Mostramos ao mundo que não nos preparamos, que não deixamos nenhum legado, as obras foram caríssimas, continuamos pagando e pior que tudo isso: acabou, e as instalações estão deixadas de lado.

Novo presidente da CBDA explica situação de eleição que a Federação não reconhece

Sinto dizer com todas as letras: hoje é Dia Olímpico para cada atleta que lutou por medalha ou para estar nos Jogos. Hoje não é dia olímpico para o Brasil, para o COB, para o Rio 2016, para o Ministério do Esporte e todos os órgãos que trouxeram os Jogos para o Brasil. Eles precisam refletir e pedir desculpas ao povo e aos atletas pelos seus atos e por deixar de fazer tanta coisa que prometeram.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Hoje, no Dia Olímpico, tenho um pedido: cartolas e políticos, peçam desculpas pelo Rio 2016

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