Enquanto discutimos seleção brasileira e final da Nations League, a Alemanha ganha força para a Copa do Mundo
A vitória sobre a Romênia por 2 a 1 não foi brilhante. A seleção alemã saiu atrás no placar e conseguiu a virada apenas na reta final, mesmo com volume de jogo bem superior - foram 22 finalizações, seis no alvo, e 77,3% de posse de bola. De qualquer modo, foi a quarta vitória em quatro jogos da Alemanha sob o comando de Hansi Flick, com mais uma nas três últimas rodadas das eliminatórias europeias garante vaga na Copa do Mundo de 2022.
O mundo do futebol olha com enorme atenção a final da Nations League entre Espanha e França, neste domingo (10); discute a longevidade da seleção belga, o talento abundante da inglesa e a força coletiva da Itália, atual campeã da Eurocopa; destaca a invencibilidade argentina de 23 jogos e ressalta a competitividade da brasileira, 100% nas eliminatórias sul-americanas. Enquanto isso, sem alarde, os alemães olham para o próximo ano, de Mundial no Catar, com expectativa bastante positiva de crescimento.
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Após 15 anos de Joachim Löw, a transição para o próximo treinador poderia ser um enorme problema para a DFB, a federação de futebol alemã. Os conflitos de Hansi Flick no Bayern de Munique, no entanto, recolocaram a Mannschaft, como é chamada a seleção pelos alemães, no caminho certo. Desde sempre Flick era o sucessor natural de Löw, mas a rota foi alterada no meio do caminho e, graças ao trabalho ruim de Niko Kovac na Baviera, o jovem treinador teve a oportunidade de retomar a carreira de treinador. O resto da história no Sabener Strasse já é bem conhecida.
Ao assumir a seleção alemã em pleno caminho para 2022, Hansi Flick se viu obrigado a acelerar alguns processos. E com enorme vantagem na comparação com qualquer outro treinador nessa situação: ele já conhece muito bem todos os seus jogadores. Seja pelo período como assistente de Löw entre 2006 e 2014, seja pela passagem como diretor Esportivo da DFB de 2014 a 2017, ele tem canal direto com todos os atletas. Isso tem sido destacado na imprensa alemã, a forma como a comunicação está mais aberta entre comissão técnica e elenco. Além disso, toda base alemã do Bayern está ali também.
O começo da era Flick não foi como ele desejava. A vitória por 2 a 0 sobre Liechtenstein mostrou que havia muitos problemas para serem resolvidos, mas jamais um deles foi falta de talento. Há de sobra. Duas goleadas, 6 a 0 na Armênia e 4 a 0 na Islândia, fizeram o torcedor sorrir novamente com o bom desempenho da Mannschaft. O 2 a 1 contra a Romênia comprova a rota certa.
A base tática e a renovação logo ali no banco
O 4-2-3-1 é a base tática dessa velha/nova seleção alemã. Esquema simples e bem executado, fugindo das variações malucas que Joachim Löw vinha tentando nos últimos meses para tentar recolocar o time nos trilhos. A ideia tática é similar ao que Flick executou de maneira extremamente vitoriosa no Bayern, sem grandes segredos. Contra os romenos, Serge Gnabry e Leroy Sané foram os atacantes de lado, com Timo Werner na referência central e Marco Reus como "armador".
As aspas estão colocadas no termo armador porque, na prática, ele é muito mais um segundo atacante, com liberdade de movimentação - e também pelas próprias características individuais. No segundo tempo, Thomas Müller entrou em seu lugar, assim como Kai Havertz como atacante central na vaga de Werner - ponto de maior preocupação para a torcida alemã atualmente. Müller também é um segundo atacante, que pisa na área e marca gols - está com 39 pela seleção alemã, a três de Michael Ballack na artilharia histórica. A renovação está logo ali no banco, com Karim Adeyemi (19 anos), Florian Wirtz (18) e Jamal Musiala (18).
O meio de campo ficou sob responsabilidade de dois dos melhores do mundo em suas posições: Leon Goretzka e Joshua Kimmich, que carregam o entrosamento do Bayern para a seleção - e Florian Neuhaus está no banco, como ótima opção. A defesa ainda inspira preocupação; Jonas Hofmann tem se tornado uma opção para a direita, enquanto Thilo Kehrer preencheu o lado esquerdo contra os romenos, guardando o lugar para Robin Gosens. Hansi Flick foi determinante na Copa do Mundo de 2014 na escolha pela improvisação de Benedikt Höwedes na lateral-esquerda e o retorno de Philipp Lahm para a direita. Na zaga, Antonio Rüdiger e Niklas Süle podem não ser os melhores do mundo, mas são dois atletas que atuam no mais alto nível do futebol mundial.
Há sete meses, em uma noite de Duisburg, a Macedônia do Norte venceu a Alemanha por 2 a 1 em um resultado histórico e impactante. Nesta segunda (11), receberá os alemães em situação bem diferente. Como o próprio técnico Blagoja Milevski admite, a seleção alemã agora está melhor com Hansi Flick. "Os jogos recentes da Alemanha mostraram claramente que o estilo e a forma como o time trabalha mudaram completamente em relação ao período anterior, bem mais agressivo, com mais velocidade e disciplina nas partidas."
E a tendência é que essa evolução persista a ponto de colocar a Alemanha como uma das favoritas ao título na próxima Copa do Mundo não pela sua história, mas sim pelo futebol apresentado em campo. Evidentemente, é um time que precisa ser testado contra adversários do seu tamanho, mas o caminho correto foi recuperado.
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