Onde está nossa capacidade de inovação no esporte?
Nesta quinta-feira (13) começa, no Rio de Janeiro, a Rio Innovation Week, um evento de quatro dias que abordará a inovação em diversos segmentos da sociedade. Um dos painéis abordará o esporte, sendo promovido pela Arena Hub, centro de negócios que tenta se transformar no maior polo de inovação no esporte brasileiro.
O evento é uma forma de alguns grandes batalhadores do mercado tentarem mostrar que já temos soluções inovadoras para serem aplicadas por clubes, entidades esportivas e competições no país. São ideias que já estão aí, foram desenvolvidas e falta, literalmente, campo de jogo para colocar em prática.
Nesta quarta-feira, na Máquina do Esporte, publicamos duas matérias sobre eventos que acontecem daqui a algumas semanas e que têm investido em inovação como forma de entregar um melhor serviço aos torcedores, aos patrocinadores e, na ponta final, gerar mais negócios para o organizador.
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O Australian Open decidiu lançar uma série de NFTs, os tais tokens não-fungíveis, com bolas alusivas à competição, mas que foram desenhadas por artistas. A graça do NFT é vender um artigo 100% digital, exclusivo e que só uma pessoa pode comprar. O que vale isso? A relíquia, o exclusivismo, a graça de ser portador de algo só seu a vida toda.
Mas o que fez os organizadores do torneio? Criar um NFT de qualquer coisa relacionada a esporte é hoje uma febre mundial. Como criar o desejo de compra 6.700 bolas de tênis virtuais para os torcedores? Aí entrou a inovação. Uma parceria com outra empresa que mapeou o tamanho de uma quadra de tênis e, assim, decidiu que cada bola será responsável por um quadradinho de menos de 20cm² da superfície de jogo. Assim, cada bola que pingar naquele lugar atualizará, imediatamente, uma estatística do jogo a que ela se refere na NFT. Ter a bola não é a única vantagem. A relíquia passará a ser daquele ponto. Isso deve elevar o valor do token. E, claro, a receita do Australian Open com a ação.
Já na China, o governo que bancou praticamente todo o exorbitante custo de organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 decidiu que usará o evento como uma plataforma de testes para uma nova tecnologia que se pretende implementar no país.
Os atletas poderão usar uma moeda virtual que foi criada pelo Banco Central chinês como meio de pagamento dentro das arenas olímpicas. Ou seja. Com alguns milhares de usuários, o governo testará uma nova tecnologia a ser implementada para sua população bilionária em questão de meses. É o prenúncio da chegada das empresas de criptomoeda aos grandes eventos.
E o Brasil no meio disso? Enquanto não transformarmos o esporte numa plataforma de testes para a inovação, continuaremos a perder grandes oportunidades e, no fim das contas, receita. Ter um evento em que apresentamos ideias é muito legal. Resta saber se o esporte estará lá para escutar, ou seguiremos pregando no deserto, sem fazer chegar à ponta final a inovação. Inovar é preciso. Para isso, é preciso criatividade e vontade de correr riscos. Essas duas características, infelizmente, ainda passam longe da realidade do esporte brasileiro.

Onde está nossa capacidade de inovação no esporte?
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