A camisa de Jesus mostra o oceano que nos separa da Europa

Tenho o costume de assinar diversos e-mails marketing dos grandes clubes europeus e de times do esporte americano. A ideia, mais do que lotar a minha caixa de entrada, é ver de que forma esses clubes trabalham a comunicação com seus torcedores.
Entre outras comunicações, as que mais achei legal foram o e-mail de aniversário personalizado com Marcelo e os brasileiros do Real Madrid cantando parabéns a você e do Orlando Magic, da NBA, convidando para comprar um pacote de viagem e ir ver um jogo do time sem precisar pagar pelo ingresso.
Nesta sexta-feira (21), recebi um e-mail marketing do Manchester City que mostra como existe um abismo dos clubes daqui em relação aos de lá de fora. A comunicação é sempre em inglês, e o conteúdo é de um boletim semanal com resumo de notícias, impressões pré-jogo, entrevista do Guardiola e tudo mais. Desta vez, porém, o título já dizia: “Win a signed Jesus shirt”.
Decidi abrir para ver como eu ganharia uma camisa autografada por Gabriel Jesus. A surpresa veio no meio do e-mail. A promoção está quase no pé da mensagem. E escrita em português! Claramente, foi uma ação focada exclusivamente para os usuários brasileiros cadastrados na base do City.
É a típica ação que ajuda a fisgar o torcedor. E a fidelizar o consumidor além-mar. A grata surpresa pelo e-mail recebido se transformou, pouco tempo depois, em decepção. Não pelo City, mas pelo que fazemos com o nosso torcedor aqui no Brasil.
Também assino os boletins de alguns clubes brasileiros. Ou melhor. Tento assinar. São poucos os que aceitam um cadastro sem eu ter de pagar por algum serviço. Menos ainda são os clubes que têm o costume de me mandar informações sobre o que acontece no dia a dia dele.
Justiça seja feita, nos últimos três meses o Atlético-MG melhorou bastante a comunicação com sua base de fãs. Não tem nada tão específico como o que foi feito pelo City, o Real Madrid ou o Orlando Magic. Mas é alguma coisa.
É um primeiro passo para começarmos a tratar melhor o nosso torcedor. Como costumo dizer, nenhum torcedor é obrigado a consumir o time. É preciso convencê-lo de que vale a pena investir nessa paixão. Ainda estamos a muito mais do que um oceano de distância dos grandes clubes europeus. E a camisa autografada de Jesus é só mais um indício disso.
A camisa de Jesus mostra o oceano que nos separa da Europa
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