Premier League: Cristiano Ronaldo teve a companhia de Lukaku, Édouard e Salah como os grandes destaques da quarta rodada

Mário Marra
Mário Marra

A quarta rodada da Premier League acabou nessa segunda-feira (13) com a bela virada do Everton sobre o Burnley e marcou a tão esperada (e badalada) reestreia (e que reestreia, hein) de Cristiano Ronaldo pelo Manchester United. Mas ela teve muito mais do que isto, como a primeira queda do Tottenham com 'desconhecido' fazendo a festa, o alívio do Arsenal, entre outras coisas. Vamos aos destaques.     

Muito prazer, Odsonne Édouard
Foram 22 gols marcados na temporada 2019/20 e mais 18 na 20/21 pelo Celtic na Premiership, primeira divisão da Escócia. Édouard já marcou os seus dois primeiros na Premier League e precisou de seis minutos apenas para isto. O Crystal Palace conquistou a sua primeira vitória na temporada e acabou com os 100% de aproveitamento do Tottenham, que também perdeu a liderança. O time de Patrick Vieira, mais do que o confortável 3 a 0, mostrou que realmente parece estar mudando de cara e praticando um futebol mais leve. Zaha marcou o primeiro gol contra o Tottenham em 15 jogos disputados. O Tottenham foi muito pouco criativo. É certo que o time ofereceu pouco espaço ao Palace na primeira etapa, mas a ideia de jogar ofensivamente pelos lados do campo com Emerson e Reguilón não se mostrou tão efetiva. Nuno Espírito Santo não pôde contar com Son, machucado, e Kane não conseguiu fazer a diferença.

Crystal Palace bate Tottenham com show do estreante Édouard; veja os melhores momentos

Ele voltou
Estava na cara que seria um jogo de ataque contra defesa. Estava na cara que o Newcastle apostava em roubar a bola e jogar com Almirón e Saint-Maximin em contra-ataque, mas também era evidente que não seria permitido errar. Já bem perto do final do primeiro tempo, Greenwood, que tem jogado muito, chutou para o gol e viu o goleiro Woodman soltar a bola nos pés de Cristiano Ronaldo. Foram 12 anos e 124 dias sem marcar um gol na Premier League. O torcedor, em êxtase, demorou a entender como Manquillo, que não marcava desde a temporada 16/17 - quando defendia o Sunderland -, empatou. Sem dramas. Luke Shaw teve espaço para avançar por dentro e colocar Cristiano Ronaldo na cara de Woodman. Gol. Bruno Fernandes e Lingard ampliaram. O Manchester United já era forte sem ele...

Cristiano Ronaldo brilha na reestreia, e United goleia o Newcastle; assista aos melhores momentos

O mais internacional Brighton de toda a história
O animado Brentford, que veio da segunda divisão e estreou batendo o Arsenal, recebeu o Brighton e conheceu a sua primeira derrota na Premier League. Até dá para afirmar que jogo foi definido em um erro do atacante Mbeumo, que desperdiçou chance clara, mas não tem como fechar os olhos para o crescimento do time de Graham Potter. Trossard, que disputou os três últimos jogos das eliminatórias pela seleção belga, não perdoou e já perto do fim do jogo confirmou a terceira vitória em 4 jogos para os visitantes. A partida foi histórica para o Brighton. Quando Adam Webster saiu machucado, aos 37 minutos, Potter colocou o polonês Moder em campo e, pela primeira vez na história, o Brighton jogou com dez jogadores que vestem ou já vestiram camisa de seleção em campo. 

Trossard faz quase no minuto final, e Brighton vence o Brentford; veja os melhores momentos

Manchester City vence a terceira seguida
Os últimos jogos entre Leicester e Manchester City têm sido emocionantes e muito disputados. Entretanto, se olharmos os números do jogo, o time de Guardiola até mereceu um placar um pouco mais dilatado. Foram 25 finalizações contra apenas seis dos donos da casa. É bem verdade que Vardy marcou em posição de impedimento e Barnes desperdiçou outra boa oportunidade. O camisa 10 James Maddison, que não vive bom momento, foi substituído e chegou a ouvir críticas da arquibancada. Iheanacho entrou e ameaçou o gol defendido pelo brasileiro Ederson. O Manchester City manteve Laporte ao lado de Rúben Dias na zaga e Cancelo na esquerda. Bernardo Silva marcou o gol do jogo.

Manchester City bate o Leicester fora de casa; assista aos melhores momentos

Alívio e desespero no Emirates
O jogo entre Arsenal e Norwich era o encontro de duas equipes que não haviam conseguido pontuar na competição. Arteta fez modificações na equipe. Ramsdale foi o goleiro titular, o japonês Tomiyasu fez sua estreia, Gabriel Magalhães teve condição de jogo pela primeira vez na temporada e Smith Rowe ficou como opção no banco de reservas. A escalação do Norwich também foi surpreendente. Farke deixou Billy Gilmour, Todd Cantwell, Idah e Rashica no banco de reservas. É preciso ser muito corajoso para apostar em uma linha defensiva tão jovem com Max Aarons (21), Andrew Omobamidele (19) e Brandon Williams (21). Novamente não dá para falar que o Norwich tenha jogado mal, mas agora já são quatro derrotas seguidas e o desespero começa a falar mais alto. O Arsenal, ufa, respira mais aliviado.

Arsenal bate o Norwich no jogo dos desesperados e, enfim, pontua na Premier League; veja os melhores momentos

Um passinho para trás
Ralph Hasenhuttl experimentou algo diferente no jogo contra o West Ham. Com Djenepo pela esquerda, Redmond pela direita, Ward-Prowse e Elyounoussi fechando o meio e Romeu protegendo a defesa, o Southampton tratou de dar uns passos para trás no campo e deixar a bola com os visitantes. A estratégia só não foi vencedora porque Declan Rice salvou em cima da linha uma cabeçada de Armando Broja e Broja, de novo, acertou a trave em um rápido contra-ataque. Visivelmente incomodado com a falta de espaço e de encaixe de seu time, Michail Antonio, escolhido o jogador da Premier League do mês de agosto, acabou sendo expulso de campo já perto do apito final. O Southampton ainda não venceu na atual edição de Premier League, mas o time parece estar crescendo.

Southampton para em cima da linha e na trave, só empata com o West Ham e segue sem vencer; assista aos melhores momentos

Do avião para a rede
A primeira vitória do Wolverhampton até que demorou. O time de Bruno Lage não estava jogando mal e não merecia continuar sem vencer. A partida foi muito corrida e intensa. Watford e Wolverhampton buscavam o gol e acabavam oferecendo espaços. O primeiro gol dos Wolves foi marcado contra pelo zagueiro chileno Sierralta. Depois de disputar os 96 minutos da vitória da sua Coreia do Sul diante do Líbano, Hee-Chan Hwang enfrentou 16 horas de voo até Londres, treinou 30 minutos com seus companheiros e marcou o segundo gol do jogo. É preciso destacar que quase saiu o primeiro gol da temporada do mexicano Raul Jiménez. 

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Centésimo de Salah
O egípcio foi um dos grandes nomes do Liverpool na sólida vitória, fora de casa, diante do Ledds, por 3 a 0. Mohamed Salah fez o centésimo gol na Premier League. Vale destacar que dois foram marcados com a camisa do Chelsea. Já são 13 jogos de invencibilidade do time de Jurgen Klopp. Fabinho, que foi dono do meio campo e também do jogo, marcou o primeiro da temporada e o quarto dele na Premier League. O gol foi oferecido ao pai do jogador, que faleceu recentemente. Elliott novamente era um dos destaques do jogo, mas o jovem jogador acabou sofrendo uma séria contusão e saiu direto para o hospital. Mané, que desperdiçou um caminhão de gols, fechou o placar. O Leeds ainda não venceu na PL. Bamford e Rodrigo tiveram chances, mas ou Alisson ou a falta de pontaria impediram o gol do time de Marcelo Bielsa.

Liverpool faz 3 a 0 no Leeds em jogo marcado por lesão grave do garoto Harvey Elliott; assista aos melhores momentos

O imparável Lukaku

O Aston Villa foi ao Stamford Bridge para  jogar. O time finalizou 18 vezes e obrigou Mendy a fazer boas e importantes defesas.  Sem o argentino Emiliano Buendía, o time tinha a bola, mas tinha dificuldade para acelerar os passes. Do outro lado estava o Chelsea.Hudson-Odoi de um lado e Marcos Alonso de outro. Saúl Ñiguez fez o seu primeiro jogo e teve dificuldades, mas Tuchel sabia que tinha Christensen, Azpilicueta, Jorginho, Mason Mount e Timo Werner no banco. Se a bola chegasse para Lukaku, ele marcaria. Kovacic achou o camisa 9 e Lukaku marcou o primeiro dele em casa. É verdade que Mings errou feio e acabou facilitando a vida de Kovacic, que fez o segundo. O terceiro, que deu ainda mais tranquilidade, foi de novo de Lukaku, o imparável. O próximo desafio do Aston Villa, de Dean Smith, será contra o Everton. O Chelsea, que está no grupo dos líderes da Premier League, vai receber o Zenit, em jogo válido pela Champions League.

Lukaku brilha com golaços e comanda vitória do Chelsea sobre o Aston Villa; veja os melhores momentos

Everton vence, vai para a ponta e Rafa vai ganhando moral
O primeiro tempo do jogo que marcou o final da quarta rodada, no Goodison Park, mostrou um Everton com mais dificuldades. Sem Calvert-Lewin, ficou com Richarlison o incômodo desafio de lutar contra Ben Mee e Tarkowski. Logo no início da segunda etapa, Mee abriu o placar para o Burnley e fez o Everton despertar no jogo. Keane, Townsend e Gray marcaram três gols em seis minutos. Alucinante! Após o gol de empate, Rafa Benitez abriu mão de uma linha defensiva com três homens e fez André Gomes entrar no lugar de Godfrey. o técnico espanhol apostou em dois nomes que eram questionáveis: Gray e Townsend. Os dois fecham os lados de campo e têm jogado bem. Ponto para o treinador. O jogo marcou o reencontro de Rafa Benitez com o atacante venezuelano Salomón Rondón, que foi jogador dele no Newcastle e no Dalian Pro, da China - e agora está no Everton. O Everton venceu e fica com a mesma pontuação dos líderes.

Townsend faz golaço, dá assistência, e Everton vence o Burnley na Premier League; assista aos melhores momentos

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Harry Kane atingiu uma marca que talvez ninguém mais consiga alcançar

Mário Marra
Mário Marra

Emerson Royal foi pressionado, escapou bem, acionou Son pelo lado esquerdo e dele para Harry Kane receber, proteger a bola, girar o corpo e bater no canto do goleiro Leno. Gol! A descrição acima ficou muito longe de querer reproduzir a narração de Paulo Andrade para um gol tão especial. Um gol inesquecível para Kane e que será sempre lembrado não apenas pela vitória ou pelos três pontos somados. 

Harry Kane não carrega a faixa de capitão do Tottenham, mas entende muito bem o que ele representa para seus torcedores e para o clube. Ao marcar o gol da magra vitória em cima do Fulham, Kane assumiu, ao lado da lenda Jimmy Greaves a artilharia do Tottenham - clube que nasceu em 1882. Já pensou nisso? Harry Kane é o maior artilheiro de um clube de 141 anos!

Giro bonito e chute 'fatal': VEJA o gol que tornou Kane o maior artilheiro da história do Tottenham e deu vitória contra o Fulham

Faz todo sentido pensar que o camisa 10 tenha vivido momentos de ansiedade antes de alcançar o feito. Ele realmente parecia estar sentindo o peso. Claro que também vale a ponderação que o artilheiro ficou apenas dois jogos consecutivos sem marcar e os jogos foram da grandeza de confrontos contra os atuais líderes da Premier League

O salto característico na comemoração deve ter antecedido os pensamentos de alívio. Kane conseguiu. As línguas mais maldosas ainda vão cobrar títulos pelo Tottenham e é fato que eles precisam vir, mas Kane não é apenas o jogador a alcançar Jimmy Greaves. Ele é títular e artilheiro da seleção da Inglaterra e foi com ele em campo que o Tottenham chegou a disputar uma final de Champions League. Mesmo sem os esperados títulos, trata-se de um grande vencedor.

A Premier League, competição criada em 1992, acabou servindo como cenário para outros grandes clubes terem novos artilheiros históricos. Além de Kane no Tottenham, Rooney, Lampard, Shearer, Henry e Agüero também são os maiores goleadores de seus clubes. Algum outro jogador dos elencos atuais poderá vir a ser o maior artilheiro de todos os tempos de seu clube? O ótimo analista inglês Michael Cox fez o levantamento histórico dos números de gols de cada artilheiro e a tarefa de ser o maior de todos os tempos parece ser muito mais complicada.

A situação dos dois clubes de Liverpool parece ser a mais difícil. Dixie Dean, maior da história do Everton, tem uma história inigualável com o clube. O craque chegou a marcar 60 gols na temporada e, já idoso, faleceu no Goodison Park assistindo ao clássico da cidade. Se olharmos para o elenco do Everton, veremos que Calvert-Lewin é o maior artilheiro em atividade com 59 gols. Lembre-se que 60 dos 386 o mago Dixie Dean fez em apenas uma temporada.

Salah tem ótimos números no Liverpool e com frequência luta pelas artilharias das competições. Entretanto, o egípcio precisa dos mesmo 173 gols que fez para igualar os 346 que Ian Rush fez. 

Vic Watson anotou 326 com a camisa do West Ham, o artilheiro Michail Antonio tem 66...

Claro que faz todo sentido pensar Haaland pode vir a ser o maior artilheiro da história do Manchester City, mas no elenco atual quem mais marcou foi Kevin De Bruyne e os 89 que ele fez estão bem distantes dos 260 de Kun Agüero. Haaland dá todos os sinais de que vai lutar para isso, mas precisaria ficar no City e marcar muito todos os anos. Imagine uma média de 50 por ano. Seriam cinco anos e mais um pouco marcando 50 para chegar perto dos 260 do argentino. Bola ele tem, mas não temos ideia se ele vai ficar e se vai ficar saudável por tanto tempo.

Harry Kane em ação pelo Tottenham
Harry Kane em ação pelo Tottenham Clive Rose/Getty Images

Jamie Vardy tem menos chance ainda. Arthur Chandler, grande artilheiro do Leicester, marcou 259 e Vardy somou até hoje 154. A ótima fase de Rashford também permite sonhar, mas Rooney chegou aos 253 e Rashford tem 110.

Inatingível para Raúl Jiménez, maior artilheiro do atual elenco do Wolverhampton, a marca de Steve Bull com 250 gols. 

E vamos lá: 

Bamford tem 46 com a camisa do Leeds, mas o artilheiro maior é Peter Lorimer, que fez 238. Solanke está longe da marca de Ron Eyre e seus 229 gols pelo Bournemouth

Mitrovic é também candidato a ser o maior do Fulham. Foram 106 gols marcados e o número é bastante bom, mas ainda distante dos 178 de Gordon Davies.

Claro que aqui estão apenas números frios e distantes do que é a alegria e a história sendo escrita pelos pés e cabeças de tantos jogadores. Todo gol teve sua emoção, sua carga emocional e é mesquinho comparar o que cada torcedor sentiu com os feitos de seus ídolos. Harry Kane, o gigante da vez, talvez fique ainda maior e ainda tem muitos desafios com a camisa do Tottenham. Parece que ele é o último dos grandes artilheiros a atingir a marca e a carregar a grife de maior artilheiro de um clube de Premier League de todos os tempos. Kane é muito grande.


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O ótimo Newcastle vive a expectativa e o dilema sobre o que fazer no próximo janeiro

Mário Marra
Mário Marra

A Premier League está de volta e com ela está uma das grandes sensações da temporada europeia. Os próximos dias podem mostrar se o Newcastle já é sólido o suficiente para grandes saltos ou se o caminho está ainda sendo pavimentado. As contratações de Nick Pope, Botman e Alexander Isak deram uma boa sinalização para os torcedores e para o mercado. O time não disputaria mais para fugir de posições constrangedoras na tabela de classificação da liga inglesa. Os tempos mudaram e com ele, as aspirações. Para entender melhor o atual momento é recomendável voltar uma janela antes das chegadas dos nomes citados acima.

Eddie Howe assumiu em novembro de 2021. A primeira partida, contra o Arsenal e fora de casa, foi uma esperada derrota por 2 a 0. Naquele momento, o Newcastle já era um 'novo rico', mas tinha a pior campanha da Premier League. Howe assumiu na rodada 13, com seis pontos, seis empates e sete derrotas. O saldo já era negativo de 14 gols, 29 sofridos e 15 feitos. A primeira vitória sob o novo comando veio três rodadas depois, um suado 1 a 0 em cima do Burnley

Howe sabia que a janela abriria em janeiro e sabia também que não teria muito tempo para errar. Chegaram Trippier, Targett, Chris Wood, Dan Burn e Bruno Guimarães. Eddie Howe conseguiu. Compare os números descritos anteriormente com os números finais: o Newcastle abandonou a lanterna e terminou no 11º lugar; foram 13 vitórias, 10 empates e 15 derrotas. O time, que não marcava gols, terminou a temporada com o 12º melhor ataque. Tudo mudou em janeiro.

Agora,  um novo janeiro se aproxima, mas o Newcastle de hoje é completamente diferente. O time, ao lado do Arsenal (líder com 37 pontos), é o que menos perdeu na competição. A última derrota foi aquela em Anfield para o Liverpool e com um gol marcado nos acréscimos. A terceira colocação na tabela (30 pontos) é invejada por gigantes do Big Six. A defesa, de novo ao lado do Arsenal, é a menos vazada e estar a dois pontos do campeão Manchester City (32 pontos) não parece ser uma informação desprezível. Qual será a abordagem de Eddie Howe e do Newcastle no mercado?

Dinheiro não falta, mas o treinador sabe que um movimento brusco pode gerar problemas. Entretanto, ainda faltam 22 rodadas para o fim da Premier League. Sonhar com um título que não chega desde a temporada 1926-1927 é permitido e buscar uma vaga de Champions tem se tornado um aspiração bem real. É hora de contratar e dar o salto para as grandes conquistas ou é hora de evitar tumultos no ambiente e mostrar para o grupo de jogadores que eles merecem a confiança? Claro que Eddie Howe e o clube têm planos, mas eles sabem muito bem o quanto foi difícil transformar o ambiente carregado de derrotas e insucessos em dias de esperança. 

Aos outros concorrentes, o Newcastle já deu o recado: fiquem todos de olhos abertos. Ao torcedor, a mensagem é também bastante clara: os tempos são outros. Eddie Howe e seus jogadores foram ótimos até agora e com o clube está a decisão para o próximo janeiro.

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Hey, Jude Bellingham, você é capaz de transformar um jogo

Mário Marra
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Nem tem tanto tempo assim. Foi no dia 12 de novembro que Julian Lennon postou em sua conta no Instagram o inusitado encontro com Paul McCartney. Julian, que carrega o apelido de Jude, dizia estar feliz e surpreso ao rever o 'tio' Paul.

Paul teve participação importante na vida de Julian. O filho de John se sentia distante do pai e não foi uma ou duas vezes que Paul deu um jeito de visitar o menino. O sucesso Hey Jude foi escrito em uma das visitas de Paul após a separação de John e Cynthia Lennon. Dá para entender como um carinho de Paul em Julian. Mas o que isso tem a ver com o jogo da Inglaterra? Talvez nada. Talvez tudo.

INGLATERRA 3 x 0 SENEGAL: ASSISTA PELA ESPN NO STAR+ AO COMPACTO DO JOGO COM NARRAÇÃO DE JOÃO GUILHERME E COMENTÁRIOS DE LEONARDO BERTOZZI

O primeiro tempo de Inglaterra x Senegal se mostrou muito complicado para a seleção europeia, que em poucos lances transformou o que parecia difícil em um confortável 2 a 0. Southgate optou por Saka e Foden pelos lados. Foden foi pela esquerda e Saka, na direita. Atrás deles estavam Henderson, Rice e Jude Bellingham. 

Senegal não apertava a saída de bola inglesa, mas delimitava território. Maguire e Stones poderiam trocar passes entre eles, mas do meio campo para a frente os combates senegaleses se mostravam muito eficientes e pouco permitiram aos ingleses.

O primeiro gol inglês foi também a primeira vez que Jude Belingham conseguiu escapar da marcação e chegar na área adversária. Harry Kane, talvez um tio para Bellingham, se mexeu, criou espaço e iludiu a marcação do meio de Senegal. Bellingham colocou Henderson na cara do gol, e o capitão do Liverpool marcou o seu gol. Nem demorou tanto para Belingham disputar e roubar a bola, arrancar em contra-ataque, acompanhar o capitão Kane receber de Foden e ampliar. O terceiro gol saiu na etapa final e teve, de novo, a participação de Kane e Foden, com Saka marcando e fechando o placar.

A seleção da Inglaterra teve uma atuação convincente, mas é claro que o próximo adversário, a França, 'só' a atual campeã do mundo, vai exigir muito de todo o elenco inglês. O desafio será pesado. Pesado demais para os jovens Foden, Rice e Saka. Para Jude Bellingham, o conselho que o tio Paul McCartney deu ao menino Jude foi claro: transforme o triste em alegre, você pode melhorar as coisas

Jude Bellingham comemora gol da Inglaterra
Jude Bellingham comemora gol da Inglaterra Getty Images
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Inglaterra vence bem, mas pode muito mais

Mário Marra
Mário Marra

É flertar com o erro olhar para a seleção da Inglaterra sem compor um cenário. Campeã do mundo em 1966, a Inglaterra teve equipes capazes de repetir o feito, mas sempre esbarrou em uma ou outra desculpa (ou time adversário) que acabou impedindo o sonho. O tempo foi passando e a autoestima foi perdendo terreno para a desconfiança e até mesmo para o pessimismo e os resultados só faziam arranhar a imagem.

O título mundial sub-17, em 2017, mostrou que era permitido sonhar. Um time que tinha Phil Foden e Gallagher, que estão no atual elenco de Southgate, além de Marc Guéhi, Gibbs-White, Jadon Sancho, Smith Rowe e Hudson-Odoi. Com a permissão para o sonho conquistada, a seleção principal foi para a Copa do Mundo de 2018 e ficou entre as quatro primeiras. 

PAÍS DE GALES 0 x 3 INGLATERRA: ASSISTA PELA ESPN NO STAR+ AO COMPACTO DO JOGO COM NARRAÇÃO DE ROGÉRIO VAUGHAN E COMENTÁRIOS DE GUSTAVO ZUPAK

A confiança ficou alta na Euro, que foi disputada em 2021. O time jogava bem e foi para a final contra a Itália, mas acabou sendo batida nos pênaltis. Ali o mundo caiu, a desconfiança voltou e a seleção passou a jogar mal.

O estranho é que o grupo de jogadores cada dia que passa rende mais nos clubes. Se antes Pickford era a única opção, Nick Pope e Ramsdale são grandes goleiros e boas sombras para o goleiro do Everton. Mesmo sabendo que Reece James e Chilwell estão fora, os laterais dão conta do recado. Nem vou ficar perso em nomes de meio e ataque. Basta ver o que os times ingleses têm feito, o nível de futebol mostrado. Como eles têm jogado bem e conquistado mais torcedores ano após ano. 

De 2017 até hoje, apenas uma final de Liga dos Campeões não teve um time inglês e duas, as de 18-19 e 20-21, foram disputadas por clubes ingleses. A seleção prefere a contramão. Joga mal com frequência e acabou de cair para a segunda divisão da Liga das Nações. Gareth Southgate abandonou o trabalho, o lançamento de ideias novas, a tentativa de repetir o sucesso de seus jogadores nos clubes e abraçou fortemente o jogo feio de resultados. Eu entendo Southgate, mas também entendo que ele poderia entregar mais.

Cenário montado, a Inglaterra passou como líder de seu grupo na Copa do Mundo. Passou marcando 9 gols e sofrendo apenas 2, mas não conseguiu converter a desconfiança do torcedor.

Para o terceiro jogo, Southgate pode contar com Walker e não apostou em uma linha com três zagueiros - função que Walker faz tão bem no clube. À frente da primeira linha de defesa, Rice centralizava, Henderson atuava pela direita e Bellingham caía mais pela esquerda, mas tudo parecia muito intuitivo e ficava confuso. Um lance, ainda no primeiro tempo, bem gerado pela direita com Walker, mostrou Henderson, Foden e Bellingham praticamente na mesma bola... Todo o jogo perigoso se dava pela direita, com Shaw e Rashford implorando por apoio pela esquerda.

O belo gol de Rashford, bem no início do segundo tempo, destravou Gales e fez a confiança voltar. Gales lutava, lutava e lutava. Quase só isso. O segundo gol saiu um minuto após o primeiro. Kane, nada egoísta, caiu pela direira e fez a bola atravessar a pequena área galesa até encontrar Phil Foden e ele marcou.

Southgate fez Kalvin Phillips, Callum Wilson e Alexander-Arnold entrarem. Ele poderia muito bem variar o time e apostar em Walker mais fixo com Arnold, forte no apoio, acionando Foden, mas não. Claro que é justificável pensar que a classificação já estava na mão e que alguns jogadores poderiam ser poupados, mas fica na cara que o mais do mesmo vai continuar sendo a inspiração do treinador.

É incrível como parece ser improvável ver Saka, Foden, Rashford e Kane juntos. Já se tornou impossível sonhar com Walker no trio defensivo que daria campo para Arnold e Shaw abusarem da ofensividade que têm.

A Inglaterra venceu e tem números bem animadores, mas o campo não parece ser tão confiável assim. Abraçado aos resultados, Southgate segue e suas opções conservadoras fazem Guardiola e Klopp parecerem equivocados. A questão é: até quando? Até quando será possível ser conservador? 

O próximo adversário será a boa seleção de Senegal, que se redesenhou para jogar sem sua principal estrela e parece alimentar fortemente o desejo de escrever história ano após ano. Southgate deve estar sonhando com uma bola alta na área que poderia mudar o rumo do jogo. Acho que o time pode e deve render mais, mas será que o treinador também pensa assim?

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Inglaterra vence bem, mas pode muito mais

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Inglaterra escapa de derrota em jogo muito pouco inspirado

Mário Marra
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Se o jogo de abertura da Inglaterra gerou uma expectativa elevada para a sequência da Copa do Mundo, o segundo jogo serviu para acalmar os ânimos de quem acreditava que o caminho para uma conquista havia sido encontrado dias antes. Se o segundo tempo da seleção dos Estados Unidos no jogo contra Gales desanimou o torcedor, o que se viu em campo contra a Inglaterra serviu para resgatar as esperanças.

A Inglaterra, que havia conseguido com folga furar o bloqueio defensivo iraniano, repetiu a mesma escalação contra os Estados Unidos, mas teve um desempenho bastante inferior e dá até para comemorar o mesmo resultado do Mundial de 2010. Southgate optou por não colocar Foden em campo e acabou comemorando mais uma sólida atuação de Maguire, o que é muito pouco para uma seleção que pretende disputar o título.

Estados Unidos pressiona, cria chances, mas empata com a Inglaterra; VEJA como foi

          

     


Sterling por um lado e Saka do outro esperavam companheiros para tabelas e jogadas de aproximação, mas sem tanto apoio dos laterais e com Bellingham e Rice tendo trabalhos defensivos, apenas Mount se tornava opção.

A seleção dos EUA teve em Christian Pulisic a sua principal fonte de inspiração. O jogador do Chelsea conseguia alimentar o ataque e ainda foi o jogador que melhor criava situações de perigo. McKennie teve a chance mais clara do jogo, mas errou a finalização. A Inglaterra mostrou ter muita dificuldade para se fechar quando não tinha a bola. Os problemas mostrados durante boa parte da preparação para a Copa se repetiram. O time se mostrou sem coordenação na compactação e mais lenta quando a bola estava com o adversário.

A discussão entre Football e Soccer terminou com um empate que obriga ingleses e estadunidenses a se desgastarem na terceira e última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. Não é que os ingleses agora vivam um drama, mas vão precisar do resultado contra o País de Gales. O caldeirão vai ferver mesmo no outro jogo do grupo já que os Estados Unidos vão precisar vencer o Irã na última rodada.

Mason Mount decepcionado após chance perdida
Mason Mount decepcionado após chance perdida Getty Images
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Inglaterra escapa de derrota em jogo muito pouco inspirado

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Como a Inglaterra asfixiou e massacrou o Irã e por que isto vale uns dias de paz a Southgate

Mário Marra
Mário Marra

Sabe aquele sorriso de canto de boca de quem tinha plena consciência de que era necessário dar uma resposta? Pois é, Gareth Southgate pode e merece comemorar a estreia recheada de gols da sua Inglaterra sobre o Irã por 6 a 2 na Copa do Mundo do Qatar, nesta segunda-feira (21), mas mostrar todos os dentes com uma barulhenta gargalhada ainda não está permitido ao técnico, que não sabia o que era vitória nos seis jogos anteriores.

Para início de conversa, o grupo B é puro suco de geopolítica, de história e de rivalidades

Inglaterra, Irã, Páis de Gales e Estados Unidos têm muitos traços de encontros e desencontros e o jogo, mesmo sendo válido por um Mundial, acaba valendo não apenas três pontos.

INGLATERRA 6 X 2 IRÃ: ASSISTA PELA ESPN NO STAR+ AO COMPACTO DO JOGO COM NARRAÇÃO DE LUIZ CARLOS LARGO E COMENTÁRIOS DE MÁRIO MARRA

Ainda sem poder contar com Walker, Southgate colocou em campo uma linha de defesa com Trippier, Stones, Maguire e Luke Shaw. Declan Rice e Jude Bellingham iniciando as jogadas no meio e muita movimentação no campo de ataque com Sterling, Mason Mount, Saka e Kane. Phil Foden acabou ficando no banco de reservas. E mesmo antes de a bola rolar, era fácil prever que o Irã teria linhas baixas de marcação e que o trabalho da Inglaterra seria fabricar espaços contra um time treinado por Carlos Queiroz, que reassumiu a seleção asiática após não conseguir entregar os resultados que Colômbia e Egito esperavam.

Os laterais ingleses pouco tocaram na bola no campo de defesa e os meias muito se movimentaram no ataque. Declan Rice e Bellingham determinavam o território e não permitiram que a seleção iraniana pensasse em jogar em contra-ataque. O ciclo pressão-retomada de bola-pressão tornou o ar irrespirável para a defesa do Irã, que ainda muito cedo perdeu o goleiro Beiranvand, que fez história ao ser o primeiro substituído em Copa sem queimar uma troca. Eu explico: o novo protocolo de concussão cerebral prevê a substituição do jogador e ainda libera para que outras cinco modificações sejam possíveis. 

Bellingham, o único jogador convocado que não disputa a Premier League [atua pelo Borussia Dortmund, da Alemanha], abriu o placar. Saka e Sterling ampliaram a contagem ainda no primeiro tempo. A imposição inglesa foi tanta que o número de troca de passes completos ajuda a explicar muita coisa. Foram 365 contra 46 passes certos no primeiro tempo. Massacre!

O quarto gol, também marcado por Saka, foi a senha para que a concentração baixasse um pouco. É certo também que a seleção iraniana passou a tentar jogar mais no campo de ataque e conseguiu diminuir com o atacante Taremi, que vem em grande momento no Porto, aproveitando boa jogada pelo lado direito do ataque. 

Southgate e Queiroz mudaram seus times. Rashford entrou em campo e marcou o quinto inglês e Grealish, que também veio do banco, fez o sexto. O árbitro Raphael Claus ainda foi chamado pelo VAR e marcou um pênalti, que Taremi converteu. O placar final de 6 a 2 diz muito para Southgate.

O técnico da Inglaterra, Gareth Southgate
O técnico da Inglaterra, Gareth Southgate Matthias Hangst/Getty Images

O sexto gol inglês reacendeu uma fantástica história recente. No mês passado, Grealish recebeu uma carta de um jovem fã. Finlay, 11 anos, tem paralisia cerebral e é uma criança completamente encantada pela forma que vê o relacionamento de Grealish com Holly, irmã mais nova do meia, que também tem paralisia cerebral. Grealish não só leu a carta como fez uma visita surpresa ao pequeno admirador. Entre uma lágrima e outra, Grealish prometeu que faria uma comemoração especial para o jovem Finlay. E olha que Grealish só havia marcado um gol na atual temporada. Finlay sabia que podia acreditar em Grealish, que acabou presenteando o menino no maior torneio do mundo. Que bom!

Southgate viu o nível de seu trabalho cair muito após a Eurocopa. O jogo não rendia e alguns convocados passaram a conviver com críticas mais severas. O técnico deu um voto de confiança a seus eleitos e manteve para o Mundial no Qatar 20 dos 26 convocados para a Euro. Maguire, vítima fácil, realmente havia se perdido em seu clube [o Manchester United] e na seleção, mas foi mantido e entregou uma boa partida. Saka, que acabou ganhando espaço de Foden, foi outra aposta que deu certo.

Em um grupo onde todos as seleções estão entre as vinte primeiras colocadas no ranking da Fifa, a Inglaterra reconquista a confiança e ainda manda recado para os outros competidores. Southgate, que antes fazia malabarismos para se defender nas entrevistas coletivas, agora já se permite abrir um leve sorriso. O caminho ainda é longo, mas o primeiro passo foi consistente.



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Como a Inglaterra asfixiou e massacrou o Irã e por que isto vale uns dias de paz a Southgate

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Kompany x Tomasson - domingo é dia de a história do futebol entrar em campo

Mário Marra
Mário Marra

"Queremos tranquilizar moradores e fãs de que há uma operação policial significativa ocorrendo em East Lancashire, com oficiais especializados, equipes de investigação, helicóptero da polícia e drones em operação." O porta-voz da polícia de Lancashire fez questão de dar o recado com todas as letras. O domingo será tenso, empolgante, nervoso, incrível e cheio de emoções controversas. Sempre foi assim quando Burnley e Blackburn se encontravam e será assim novamente.

Um pub de Oswaldtwistle, pequena cidade muito perto de Blackburn, optou por não abrir no domingo, dia do jogo. O proprietário entrevistado pelo Lancashire Telegraph disse que sabe que o dia pode ser perigoso e optou até mesmo por deixar de faturar com o movimento, que poderia ser muito bom, do dia do clássico.  A partida ocorrerá às 9h30 (de Brasília), com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+.

No Nay Never: A história da rivalidade entre Blackburn Rovers e Burnley, livro escrito por Michael Hodkinson, traz 500 páginas tentando explicar o que significa a rivalidade, o que faz o East Lancashire derby ou o Cotton Mills derby ser um dos maiores clássicos de todos os tempos.

Vincent Kompany x  Jon Dahl Tomasson
Vincent Kompany x Jon Dahl Tomasson Isaac Parkin/PA Images via Getty Images

Burnley e Blackburn são times fundadores da Football League, a primeira liga de futebol, e seria muito óbvio atribuir o peso da rivalidade apenas aos pouco mais de 10 quilômetros que separam as duas cidades. Conhecida como a primeira rivalidade do futebol inglês, Blackburn e Burnley fazem ainda hoje, e sempre fizeram, questão de deixar claro que não se toleram dentro ou fora de campo. 

Há quem afirme que o Blackburn, lá em 1890, reclamou com a Football League sobre jogadores escoceses irregulares que defendiam o Burnley, o que já desagradou o rival. Fora do campo, a disputa entre as cidades pelo comércio de algodão determinava a qualidade de vida de seus moradores. A cidade de Blackburn teria fechado um belo contrato que beneficiou sua fábrica de algodão, o que fez com que os moradores de Blackburn tivessem seus empregos garantidos e salários aumentados. Felicidade de um lado, desemprego do outro. E foi sempre assim.

Os dois clubes têm títulos do campeonato inglês. O Burnley levantou a taça em 1920-21 e em 1959-60, já os Rovers incrivelmente levantaram a Premier League de 1994-95 e os títulos de 1911-12 e 1913-14.

Trippier comemora vitória do Burnley no clássico
Trippier comemora vitória do Burnley no clássico Lancashire Telegraph

Já são longos seis anos sem o clássico. O Blackburn tem sofrido com quedas até para a terceira divisão, o Burnley ostentou quase uma década na Premier League e até mesmo para a Europa League se classificou. E não é que o domingo, dia 13 de novembro vai marcar o reencontro?

Em 2014, com um gol de Danny Ings, o Burnley quebrou a incômoda escrita de 35 anos sem bater o rival, mas agora já são doze anos sem perder e com quatro vitórias consecutivas.

Treinadores famosos

Não é fácil para clubes tão tradicionais e tão conectados com suas comunidades locais aceitar que um treinador de outro país tenha a honra de defender suas histórias. Fundado em 1875, o Blackburn sempre teve treinadores britânicos ou irlandeses. A primeira aposta diferente foi o norueguês Henning Berg, mas, cá entre nós, Berg havia sido jogador e campeão pelos Rovers em 1994-95. A segunda exceção é Jon Dahl Tomasson. Lembra dele com a camisa do Feyenoord, do Newcastle, do Milan ou do Villarreal? Tomasson foi campeão de Champions League com o Milan e foi jogador de Copa do Mundo pela Dinamarca.

Se não foi fácil aceitar um treinador estrangeiro para o Blackburn, para o Burnley foi mais difícil ainda. Vincent Kompany, sim, ele mesmo, foi o único a furar o "bloqueio" de britânicos e irlandeses e é o primeiro estrangeiro a treinar o time de Turf Moor. Kompany dispensa maiores comentários como jogador vencedor e líder do Manchester City e da seleção da Bélgica. A carreira de treinador está em seus primeiros passos. Do Anderlecht para o Burnley em pouco menos de dois anos. 

Tomasson e Kompany não são bobos e já viveram o ambiente do futebol em diferentes situações. Eles sabem que a região onde trabalham respira futebol desde que o futebol passou a ser organizado. A atual temporada marca o encontro na mesma divisão de quatro grandes rivalidades. Burnley, Blackburn, Preston North End e Blackpool são rivalidades desde quando "era tudo mato", mas não se encontravam os quatro na mesma divisão desde 1960.

Os dois grandes rivais vivem ótimos momentos e ambos estão classificados para a quarta fase da Copa da Liga. O Burnley de Kompany vai encarar o Manchester United. Sim, Kompany contra o United. O Blackburn, que conta com o ótimo desempenho de Brereton Diaz, eliminou o West Ham e vai pegar o Nottingham Forest, um jogo de muita história.

Domingo é o dia

O Burnley, atual líder da segunda divisão da Inglaterra, tem apenas duas derrotas em toda a temporada e somando todas as competições. O Blackburn, atual segundo colocado, é o time que mais venceu na Championship. São os líderes da competição e eles farão o último jogo da rodada. O vencedor, além de poder bater no peito e sorrir com o prazer da uma rivalidade de mais de cem anos, vai abrir a tabela da competição e se deliciar com a liderança por um mês, já que a competição tem uma pausa e só voltará no dia 10 de dezembro.

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Casemiro chegou e ele vai ajudar muito o Manchester United

Mário Marra
Mário Marra

Os primeiros três pontos da temporada vieram e vieram contra o maior rival. Além de comemorar uma atmosfera daquelas, Old Trafford recebeu e celebrou a chegada de um novo contratado. Casemiro chegou, foi ao gramado, tirou fotos com fãs e ajudou a elevar a expectativa de que algo bom pode voltar a ocorrer na temporada do Manchester United.

O maior campeão da Premier League precisava da contratação. Casemiro oferece força de meio campo, presença marcante em jogadas de bola parada ofensiva e defensiva, desarme, passe e algo que não é fundamento de jogo, mas é fundamental para um time vencedor: o desafio.

Casemiro era feliz no Real Madrid. Levantava uma taça atrás da outra, tinha o respeito do vestiário, da direção, dos torcedores e, ainda assim, arriscou tudo e quis sair. E mais: arriscou em ano de Copa do Mundo, quando todos os movimentos costumam ser muito bem calculados pelos selecionáveis. O pensamento é claro. Ele sabe o tamanho do Manchester United e sabe o que pode representar o reencontro com o caminho dos títulos. 

Casemiro é apresentado no Old Trafford antes de Manchester United x Liverpool

Mas é possível pensar em título? Calma! A Premier League mudou. É preciso destacar que atualmente a pontuação do campeão é algo surpreendente. Se olharmos para as edições iniciais, ainda com 22 equipes e consequentemente com mais chances de pontuar, o máximo conquistado foi 92 pontos, em 1993, pelo Manchester United. De lá até a edição 2008, apenas outras cinco vezes o campeão atingiu 90 ou mais pontos. De 2016 até a última edição, apenas em 2020, ano do início da pandemia e de diversos adiamentos de partidas, o Manchester City foi campeão com menos de 90 (86) pontos. Os números mostram que é muito difícil buscar o título perdendo os seis primeiros pontos e vivendo os momentos iniciais de uma nova filosofia de trabalho e um novo grupo sendo montado.

As chances maiores de título estão nas copas locais e na Liga Europa. A temporada de chegada de Ten Hag precisa simbolizar o resgate da confiança e da autoridade do Manchester United. Se os títulos vierem, representarão um belo carimbo no trabalho, mas ainda assim será um início da uma caminhada.

Em campo, a expectativa é que Casemiro proteja melhor a defesa. Dá para imaginar o time com ele e Fred ou com ele e McTominay mais próximos aos últimos defensores. Na partida contra o Liverpool, Ten Hag optou por McTominay e Eriksen quase lado a lado, mas em vários jogos vai ser possível ver Casemiro, Fred e Eriksen - formação que vai oferecer controle de jogo a partir da posse da bola. Casemiro vai oferecer versatilidade de modelo de jogo e é esperado que ele ofereça experiência e tranquilidade para os companheiros mais jovens. As cobranças que têm abatido a confiança dos jogadores mais jovens são e foram comuns na carreira vencedora de Casemiro. Ele sabe como conviver com os desafios e vai ajudar.




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Com mudanças na direção e na comissão técnica, um novo Southampton vem aí

Mário Marra
Mário Marra

De um tempo para cá, quando o assunto é a aquisição de um clube de futebol a origem do dinheiro é de algum país árabe, de um grupo empresarial norte-americano ou asiático. Os exemplos estão aí: Manchester United e Liverpool pertencem aos norte-americanos, o Leicester pertence ao tailandês Asian Football Group, o Wolverhampton, apesar de recheado de portugueses, tem dinheiro chinês do Fosun International, o famoso grupo City tem quase 80% de seu capital proveniente de Abu Dhabi e, para encerrar a lista de exemplos, o Newcastle foi comprado por um fundo de investimentos saudita. 

Gao Jisheng, um milionário chinês viveu por quase cinco anos a aventura de ser dono de 80% do  Southampton. A aventura terminou quando o grupo Sport Republic pagou algo próximo a 100 milhões de libras pelo clube. E aí está a surpresa. A Sport Republic foi criada para comprar o clube do Sul da Inglaterra. Rasmus Ankersen e Henrik Kraft foram os escolhidos por Dragan Solak, o grande investidor, para tocarem o projeto. Dragan Solak é um empresário sérvio e tem fortuna avaliada em algo em torno de 1 bilhão de libras. 

Manchester City: Haaland ‘puxa a fila’ em reapresentação dos Citizens para a temporada 2022/23

          

          

     


Um nome é chave para tentarmos entender os caminhos que o Southampton deve trilhar. O dinamarquês Rasmus Ankersen reergueu o Brentford e só saiu do clube londrino para encarar o desafio dos Saints. No Brentford por muitos anos, Ankersen aprendeu a buscar jovens jogadores em mercados considerados menos importantes e conseguiu vender a ideia de construção de equipes vencedoras. Vale destacar que antes de trabalhar no Brentford, Ankersen trabalhou e desenvolveu o jovem Midtjylland, que em poucos anos somou títulos do campeonato dinamarquês e da Copa da Dinamarca.

O Sport Republic assumiu em janeiro, meio da temporada da Premier League. O curto período foi de pouca ação e muita observação. A decisão da permanência do austríaco Ralf Hasenhuttl veio acompanhada da opção pela troca de boa parte de sua comissão técnica. Saíram Craig Fleming, Dave Watson, que era o treinador de goleiros, e Kelvin Davis, que jogou por uma década no clube e também fazia parte do staff de Hasenhuttl. 

Novos donos, nova visão, nova comissão técnica e vida nova também para Joe Shields, que trabalhava no recrutamento de jogadores para a base do Manchester City e agora trabalha contratações para o time de cima do Southampton. A chegada de Shields ajuda a explicar alguns movimentos interessantes de mercado dos Saints. O veterano goleiro Fraser Forster não teve o seu contrato renovado e o jovem Bazunu, que pertencia ao City, foi contratado. Também da base do Manchester City chegou o belga Romeo Lavia. Ainda não é oficial, mas não são poucos os rumores que ligam o atacante Liam Delap ao clube do Sul da Inglaterra e Delap é outro que pertence ao campeão inglês.

Ainda falta muito para entendermos os rumos e os objetivos que a Sport Republic têm para o Southampton, mas parece existir um direcionamento e uma tentativa de rejuvenescer o elenco e torná-lo mais competitivo. Se vai ser Hasenhuttl que vai colher os frutos, não é possível saber, mas a empresa de capital sérvio está agindo. 

Ralph Hasenhuttl durante pré-temporada do Southampton
Ralph Hasenhuttl durante pré-temporada do Southampton Matt Watson/Southampton FC via Getty Ima
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Sobre o City campeão, Guardiola, Gundogan e Haaland

Mário Marra
Mário Marra

O drama visto na partida entre Manchester City e Aston Villa serviu muito para mostrar que os jogadores, muitos deles já campeões, bem treinados e bem-sucedidos, são seres humanos. Pode até não parecer, mas são. Eles sentem pressões, sentem quando a tarde não está das melhores, sentem falta de confiança para determinadas ações. A partida também serviu para mostrar o motivo de amarmos tanto o futebol, que insiste em escapar de roteiros fáceis e faz acelerar os batimentos cardíacos de quem está dentro de campo e de quem apenas acompanha de casa ou do estádio.

Foram tantos acontecimentos incríveis! É incrível pensar que o Aston Villa, que não havia conseguido tirar ponto dos cinco primeiros colocados, estava, logo no jogo do título, fazendo um 2 a 0 na casa do líder do campeonato. É igualmente maluco observar que o City, sempre acadêmico no seu jeito de envolver os adversários, havia começado a cruzar da intermediária tentando achar um cabeceador grandão. 

Vendo e sentindo tudo de tão perto, Guardiola abre mão de um armador clássico, um jogador que trabalha com a bola nos pés, que se movimenta muito e faz entrar um jogador que aprendeu a ser infiltrador. Sim, Gundogan aprendeu a infiltrar e a marcar gols com o Manchester City e ele definiu o campeonato. Agora pense aqui comigo: o City já tinha números incríveis de posse de bola e de finalizações e ainda faltavam 20 minutos de jogo. Guardiola perdeu um armador, que também tem boa capacidade de finalizar e de chegar na área, como Bernardo Silva e apostou em um jogador que oferece menos posse. Deu tudo certo e ele sabia bem o que estava fazendo.

As cinco temporadas de Gundogan no Borussia Dortmund foram tudo menos temporadas goleadoras. A temporada 11-12 foi de títulos da Copa da Alemanha e do Campeonato Alemão, mas apenas quatro gols marcados. Foram quatro também na temporada 12-13 e um na 13-14. As duas últimas temporadas do alemão no Dortmund viram Gundogan marcar seis gols, três em 14-15 e mais três em 15-16. Não precisa somar. Foram 15 gols em cinco temporadas. 

Guardiola e o Manchester City mudaram Gundogan. Era de um jogador como ele que Guardiola contava para mudar a história do jogo.  Já são seis temporadas no Manchester City e são 49 gols marcados pelo alemão. 

16-17 - 5 gols.

17-18 - 6 gols.

18-19 - 6 gols.

19-20 - 5 gols.

20-21 - 17 gols.

21-22 - 10 gols.

Guardiola ofereceu a oportunidade de Gundogan somar novas qualidades ao seu futebol e ele aceitou. E retribuiu fazendo dois gols em 22 minutos em campo. Gundogan não é um caso isolado. Dá para falar que quase todos os jogadores de Manchester City e também de Liverpool foram transformados por Pep Guardiola e Jürgen Klopp. 

Pep Guardiola durante partida do Manchester City
Pep Guardiola durante partida do Manchester City Manchester City FC/Manchester City FC vi

A próxima temporada já tem o nome do Manchester City como candidato a tudo que vai disputar. É assim, tem sido assim e vai continuar por um bom tempo sendo assim. Mesmo sabendo que jogadores são seres humanos passíveis de erros, novamente o título veio e novamente a história foi recontada a partir da ideia de quem comanda e quem melhora seus atletas. 

O time que já é bom e vencedor terá a presença de um goleador como Erling Haaland. Guardiola certamente esfrega as mãos para ver os primeiros dias de treinamentos. Haaland também. Os dois já sabem que as coisas já estão ótimas hoje, mas poderão ficar ainda melhores. Haaland, como Gundogan e seus companheiros, pode se permitir conhecer novas qualidades de seu já tão bom futebol. O mundo do futebol agradece e o torcedor do City também.



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O sorriso que resgatou o Liverpool

Mário Marra
Mário Marra

Então volte no tempo. Volte ao dia 04 de outubro de 2015. A BBC publicava cinco nomes como possíveis indicados para a vaga do demitido Brendan Rodgers. Acho que cabe uma outra volta no tempo. Rodgers havia sido contratado após dar vários sinais positivos. Conteúdo tático, brilho nos olhos, vontade de vencer e aptidão para trabalhar na formação de jogadores eram pontos relevantes para um clube que precisava voltar a andar para frente e que se distanciava de sua grandeza. Não é justo resumir a passagem de Rodgers como frustrante. Com ele o Liverpool lutou até o fim por um título de Premier League e com ele o clube voltou a disputar uma Champions League, mas desde aquele Stoke 6 x 1 Liverpool, ainda no final da temporada 2014/15, a sensação era clara de que o trabalho havia se esgotado e que ele não teria força para encontrar um céu dourado após a tempestade. 

Klopp comemora classificação do Liverpool para final da Champions
Klopp comemora classificação do Liverpool para final da Champions David Ramos/Getty Images


Os nomes citados pela BBC eram Walter Mazzarri, Jürgen Klinsmann, Frank de Boer, Carlo Ancelotti e Jürgen Klopp. Passados quase sete anos, é incrível como o casamento entre Liverpool e Klopp deu certo e como parece que um foi feito para o outro. Quase quinze dias após sua estreia no clube, Klopp viveu uma noite que talvez seja a mais importante para uma mudança na atmosfera do clube. O jogo, em Anfield, contra o Crystal Palace terminou com vitória do time londrino. Klopp, em entrevista coletiva, se disse triste quando percebeu que após Scott Dann marcar, faltando oito minutos para o fim, vários torcedores preferiram deixar o estádio. O treinador alemão sabia do tamanho do clube, do tamanho do desafio e sabia que o torcedor precisava entender sua participação na caminhada. Vale lembrar qual time Klopp colocou em campo naquela noite: Mignolet, Clyne, Skrtel, Sakho, Alberto Moreno; Can, Lucas; Ibe, Lallana e Coutinho; Benteke. 

Trabalhar em uma Premier League, que faz questão de ser midiática e impactante, obrigaria Klopp a conviver com outros grandes figurões do futebol internacional. Jogar contra Arsène Wenger, contra José Mourinho fazia parte do cardápio. O Special One já era um grande vencedor há um bom tempo e Klopp foi perguntado sobre qual rótulo ele gostaria de levar. A resposta, logo na coletiva de apresentação, foi enfática e arrancou gargalhadas dos jornalistas, que no dia seguinte repetiam e descreviam o treinador como o Normal One. Seria impossível pedir que ele fosse discreto, que não chamasse tanto a atenção e que apenas trabalhasse em silêncio para recolocar as coisas no lugar. É verdade que o sorriso cativava mais que o time em campo. 

E Klopp foi conhecendo o clube e se tornando conhecido. Os bons jogos se repetiam com mais frequência e a ansiedade também. O clube parecia entender que tudo era uma questão de tempo, mas o torcedor ainda se deparava com jogadores que se doavam ao máximo, mas esbarravam facilmente em suas limitações técnicas. Limitações que custaram títulos de Europa League e de Liga dos Campeões. 

Klopp ao lado de Ian Ayre durante sua apresentação no Liverpool em 2015
Klopp ao lado de Ian Ayre durante sua apresentação no Liverpool em 2015 Andrew Powell/Liverpool FC via Getty Ima

É difícil cravar qual foi o ponto da virada, mas não é difícil ver como ele mudou as vidas de tantos jogadores. Salah era rotulado como um jogador fracassado na Premier League e que só usada a perna direita para subir no ônibus. Sadio Mané era uma promessa que jogava com Grazziano Pellé no Southampton. Sim, os Saints tinham Mané e Pelé. Robertson havia sido rebaixado com o Hull. Arnold era um menino da base que batia bem na bola. Volte o texto e veja qual time ele pegou, imagine quem eram os atuais jogadores do elenco antes de Klopp e abra o mesmo sorriso de satisfação que o Normal One exibe diariamente. 

Nem tudo foi fácil. Klopp conviveu com derrotas em campo, com a saída de Coutinho, com o afastamento de Sakho, com uma criação de Superliga, com a pandemia, com a morte da mãe, com o fim de contrato de Can e de Wijnaldum, com as dúvidas sobre a adaptação de Thiago, com o departamento médico lotado de zagueiros (titulares, reservas e improvisados). Klopp poderia estar mesmo exausto, mas ele também viu Robertson ostentar a faixa de capitão da seleção da Escócia, Mané ser capitão, líder e astro em Senegal, viu Salah levar a seleção do Egito até a Rússia, viu o amadurecimento de Arnold, viu um golaço de Alisson, Klopp não viu na hora, mas soube que sua esposa Ulla estava comemorando no meio da multidão, viu a cidade se render e sofrer quando o torcedor Sean Cox foi espancado, viu o 96 virar 97 e, de novo, sentiu que tudo aquilo valia a pena.

Klopp conseguiu. Ele transformou jogadores, mudou a vida daquelas pessoas, observou Alisson, Van Dijk e Fabinho e mudou a estatura de cada um deles no futebol mundial. Os títulos vieram. A tão sonhada Premier League veio após 30 anos e após o Liverpool levantar a sexta Champions. Entretanto, nos últimos meses uma dúvida cobrava noites de sono dos torcedores do Liverpool. O que seria do clube após a saída de Jürgen Klopp? As bases de time e clube estavam totalmente alicerçadas para viver sem aquele sorriso? O Liverpool estava pronto para caminhar sozinho?

Os nomes de Steven Gerrard e de Pep Ljinders, que é auxiliar de Klopp, eram sempre lembrados e Klopp já havia destacado que tinha o desejo de viver um pouco mais distante do futebol, de se permitir um período de descanso. Para a surpresa de boa parte da torcida e da imprensa que cobre diariamente o Liverpool, Klopp um acordou com o sorriso mais aberto ainda e anunciou que o amor ao clube não havia permitido que ele visse um fim de relacionamento assim tão próximo. O treinador, segundo informações, não pleiteou aumento de salário, mas lutou para que todos os seus auxiliares fossem bem recompensados e assinou a renovação até 2026.

A atual temporada é de título da Copa da Liga, de duas outras finais a serem disputadas e de luta para conseguir alcançar o Manchester City na Premier League. Klopp pode até não conseguir e o Liverpool pode somar mais três vices, mas volte ao início do texto e perceba a revolução que o homem do sorriso escancarado alcançou. O Liverpool teve a coragem de ousar e de se adaptar a um treinador e os dois, clube e treinador, são melhores com isso. Não existe transformação só com dinheiro ou com vontade e talvez esteja aí o maior ensinamento. 

Hoje o torcedor do Liverpool faz questão de cantar alto uma música dos Beatles, devidamente adaptada para Jürgen Klopp. A letra diz "I'm in love with him and I feel fine. I'm so glad that Jürgen is a Red. I'm so glad, he delivered what he said". Que quer dizer: Eu estou apaixonado por ele e me sinto bem. Eu sou muito feliz que Jürgen é um Red. Eu estou muito feliz que ele entregou o que prometeu.

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Obrigado Guardiola e obrigado Klopp

Mário Marra
Mário Marra

Um ponto separa os dois times na tabela do campeonato. Após 30 jogos. É incrível pensar que, de novo, os dois fazem a grande disputa pelo título da Premier League. Um ponto também é a diferença da pontuação conquistada na Premier League desde o início da edição de 2018/19.

Pep Guardiola fez uma verdadeira revolução no Manchester City campeão da temporada passada. Vários sinais foram dados no início da temporada anterior de que algo não estava caminhando como o planejado, mas ele achou um novo caminho e levantou outra taça.

A temporada passada viu um Jürgen Klopp que pouco falava sobre o time ou até mesmo sobre suas ideias de jogo. Todas as manchetes apontavam para o departamento médico e para as necessárias improvisações. Klopp também encontrou meios, não para ser campeão, mas para, de forma épica resgatar a campanha e colocar o Liverpool em outra Liga dos Campeões.

Pep Guardiola e Jürgen Klopp têm sido assim. Eles têm conseguido driblar situações desconfortáveis, descrenças, departamentos médicos lotados. Os dois amam o que fazem e são amados pelo que fazem.

Jürgen Klopp e Pep Guardiola se cumprimentam antes de jogo entre Liverpool e Manchester City
Jürgen Klopp e Pep Guardiola se cumprimentam antes de jogo entre Liverpool e Manchester City Getty Images

Observe as possíveis escalações que Manchester City e Liverpool podem colocar em campo no domingo e reflita sobre a influência deles nas vidas de cada um daqueles jogadores. Talvez a única exceção seja Thiago Alcântara, que já chegou no Liverpool como um jogador consagrado, mas todos os outros tiveram suas vidas e conceitos de futebol mudados por dois dos melhores técnicos do mundo. Até mesmo os inquestionáveis Kevin De Bruyne e Van Dijk foram mudados por eles. 

Cada um dentro de seu estilo. Guardiola é considerado um revolucionário do futebol, um pensador. Klopp tem a intensidade como sua grande marca. Que bom que os dois são rivais e que se respeitam.

Guardiola foi dos primeiros a telefonar para Klopp quando o Liverpool levantou a taça da Liga dos Campeões. Klopp se rende a Pep em cada entrevista. Perguntado sobre o Liverpool e sobre Klopp, o técnico do Manchester City apontou o Liverpool como o grande rival de sua carreira e Klopp como alguém que faz o mundo do futebol melhor. 

Domingo, além de ser dia de uma possível decisão de Premier League, será dia de tentar captar todos os movimentos dos dois, dia de olhos fixos em profissionais que mudam as vidas de seus atletas e que inspiram novas gerações de técnicos. Obrigado por tudo, Guardiola. Obrigado por tanto, Klopp.

Reserve um tempo de seu dia para eles.

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Sábado será dia de sofrimento extra para a família Brownhill

Mário Marra
Mário Marra

A Premier League está de volta. A rodada começa no sábado com sete jogos, passa por mais dois no domingo e segunda será dia derby londrino de um jogo que pode carregar o apelido de Patrick Vieira Derby.

Pensando em ponta de tabela, o sábado já amanhecerá quente. O Liverpool, que já pode sonhar com a liderança, receberá o desesperado Watford, em sua já tradicional contra o rebaixamento. Será mais um dos muitos encontros entre Roy Hodgson e seu antigo clube. O sábado ainda será dia de ver o líder Manchester City, fora de casa, contra outro desesperado. O Burnley até ameaçou uma reação quando bateu Brighton e Tottenham, mas já são três derrotas consecutivas e a luta para escapar da zona de rebaixamento continua.

Gabriel Jesus dá assistência, sofre pênalti, e Manchester City supera Southampton na Copa da Inglaterra

         
     


Sean Dyche, há uma década no clube, já caiu para a segunda divisão uma vez. Caiu, voltou e conseguiu até mesmo disputar uma Liga Europa com o Burnley, mas a atual temporada tem sido muito desafiadora e a tal reação precisa ser alcançada. O jogo já tem um cenário antes de a bola rolar e os números deixam tudo muito claro. O lado visitante, que luta pelo título, tem amor pelo ataque e pela posse da bola. São 18,5 finalizações por jogo e 68% de posse de bola. Do outro lado, o Burnley finaliza 10 vezes por jogo e tem 39% de posse.  Para vencer, Josh Brownhill vai ser bastante exigido e vai precisar estar em um dia muito especial.

Bronwhill participou de 24 dos 27 jogos do Burnley e foi titular em 22. O empenho na marcação e o posicionamento são características marcantes do futebol dele desde os tempos de Preston North End e do Bristol - onde até mesmo gols ele marcou. A curiosidade é que Josh Brownhill fez base no Manchester United e naquela época o menino e ele torce, e não é pouco, pelo Manchester City. Não só ele. 

Filho de Gary Brownhill, que jogou na base do City, Josh Brownhill e seus irmãos Lewis e Joel nunca esconderam o clube do coração e foi na casa deles, ainda na infância, que Josh, o filho mais novo, aprendeu a lidar com a necessidade de lutar pela bola e de ser firme nos enfrentamentos.  A família, ainda que constrangida, torceu por ele quando o menino esteve na base do Manchester United. Hoje, os irmãos e o pai, gostam de lembrar que Brownhill, quando tinha 11 anos, escreveu um poema para Wayne Rooney. Com o perdão que a tradução merece, aqui vão as linhas escritas para o atacante que brilhou no United, Everton e na seleção: 

“Eu gostaria de ser como ele. Eu teria um sorriso permanente. Sua vida é tão notável. E ele mantém o ritmo. Eu gostaria que fosse eu. Um dia talvez veremos.”

Já na sua terceira disputa de Premier League pelo clube, o meia teve ótimos números em interceptações na temporada passada. Foram 69 no total, apenas Bednarek, zagueiro do Southampton conseguiu mais. 

Josh Brownhill tem se destacado também fora de campo. Preocupado com a comunidade próxima de sua casa, do estádio e do centro de treinamentos do Burnley, o meia fez uma série em suas redes sociais incentivando e divulgando o comércio local. O jogador divulgou restaurante vegano, o lavajato e também o local onde costuma tomar um cafezinho. Simples atitudes que podem ajudar quem sofreu com os efeitos da pandemia. Brownhill mostra que suas qualidades de campo podem ajudar a melhorar a vida das pessoas de sua comunidade.

Josh (esquerda) Lewis e Joel Brownhill
Josh (esquerda) Lewis e Joel Brownhill Bristolpost/Bristollive

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Racismo, violência e pedofilia nos porões do obscuro passado do futebol inglês

Mário Marra
Mário Marra

O sonho de quatro crianças, com idade entre 14 a 18 anos, estava se tornando um pesadelo diário.  Todos os dias aqueles rapazes saíam de suas casas cheios de esperança. Driblar, marcar gols, evitar ataques adversários e crescer dentro de um gigante como o Chelsea. O grande problema é que os maiores adversários estavam dentro do próprio clube. Dia após dia os quatro meninos ouviam ofensas racistas e algumas vezes elas eram seguidas de agressões físicas. 

Gwyn Williams trabalhou de 1979 até 2006 na base do Chelsea. Graham Rix chegou a ser capitão do Arsenal e disputou a Copa do Mundo de 1982 pela seleção da Inglaterra. A carreira de treinador começou no Chelsea. Foram sete anos no clube e lá ele trabalhou com Gwyn Williams. Os dois negaram as acusações dos quatro garotos, mas o Chelsea ouviu o que cada um disse e ofereceu um acordo para os quatro. Em uma manifestação pública, o clube pediu desculpas há dois anos e aceitou que havia uma cultura racista no clube naquela época. Hoje, após longos anos e antes que o processo chegasse a um julgamento, o clube fez um acordo com os meninos. O acordo não cicatriza as feridas.

Stamford Bridge
Stamford Bridge Scott Heavey/PA Images/Getty Images

Os porões do futebol inglês têm sido abertos e os escândalos não se deram em um ou dois clubes. O ambiente era nocivo. Vários clubes do Noroeste da Inglaterra conviviam com a obscura figura de Barry Bennell. O treinador de futebol trabalhou para o Crewe Alexandra por muitos anos. Barry tinha bom trânsito em outros clubes e até mesmo o Manchester City chegou a ter vínculo com ele. Todos os clubes demoraram muito para perceber que Bennett era, antes de um treinador, um monstro. 

Acusado de 55 crimes, no período entre 1979 e 1991, Bennell assumiu a culpa em sete, que envolviam crianças entre 11 e 14 anos. O tribunal chegou a ouvir um depoimento que destacava Barry Bennell como um molestador de crianças em escala industrial. Após um julgamento que durou cinco semanas, Bennell foi considerado culpado de 43 crimes.

É bom que a sensação de justiça cresça e que a de impunidade sofra. Os passos são lentos e muitos crimes talvez nunca venham a ser descobertos. O acordo celebrado hoje entre o Cheslea e os quatro jogadores é mais um passo dado para frente. A prisão de Barry Bennell, ainda que não tenha devolvido paz aos meninos violentados, serviu para que entidades como a Offside Trust conseguissem dar apoio às vítimas.  Clubes e até mesmo a Premier League hoje discutem práticas que visam proteger jovens jogadores. É preciso desconstruir conceitos, é necessário e é possível construir um ambiente acolhedor.




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Racismo, violência e pedofilia nos porões do obscuro passado do futebol inglês

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Steve Cooper: da classificação em cima do Arsenal ao desafio de colocar o Forest na Premier League

Mário Marra
Mário Marra

O dia 22 de julho de 2020 foi dramático para os torcedores do Nottingham Forest. Afastado da Premier League desde a temporada 1998/99, o Forest havia entrado na reta final da disputa da segunda divisão com chances de classificação, mas precisava confirmar a vaga nos play-offs, em casa, contra o Stoke, que já não disputava nada. Uma vitória simples daria a vaga para a disputa do play-off da segunda divisão da Inglaterra. Talvez até mesmo uma derrota poderia confirmar a vaga. Entretanto, os sinais mostrados pelo time davam desespero nos torcedores. 

A situação parecia bem controlada na rodada 40.  A vitória por 1 a 0 sobre o Bristol City colocou o Forest em quarto lugar na tabela de classificação e a sete pontos de vantagem para o primeiro time fora da zona de classificação, o grande rival Derby County.

Lewis Grabban marca no fim, Nottingham Forest vence e elimina o Arsenal na FA Cup; veja os melhores momentos

         
     



A rodada 41 marcava justamente o clássico de East Midlands. O Forest abriu o placar e criou diversas oportunidades, mas a bola preferia a trave e não entrava. Até que no último lance do jogo, em uma falta do meio de campo batida para a área, o goleiro Samba saiu errado e Chris Martin empatou o jogo. O placar não foi bem digerido e o que se viu na sequência do campeonato foi uma incrível queda de rendimento. Em crise, o time parou de vencer. Até o jogo contra o Stoke, foram 12 pontos disputados e apenas dois somados. O Swansea, que na rodada 40 tinha dez pontos a menos que o Forest, já estava a apenas três de distância.

E não deu outra. Sem o desespero estampado nos rostos dos donos da casa, o Stoke fez um sólido 4 a 1 para cima do Nottingham Forest. Para complicar tudo, o Swansea, fora de casa, conseguiu também um 4 a 1 e buscou a última vaga para os play-offs. Depressão no Forest, euforia no Swansea.

De lá para cá o Nottingham Forest tenta se encontrar. Saiu Sabri Lamouchi , veio Chris Hughton e nada de reencontrar a paz. O início da atual temporada foi o pior desde a temporada de 1913. Chris Hughton não suportou a pressão e foi demitido, para o lugar dele: Steve Cooper.  Sim, era Steve Cooper o técnico do Swansea na temporada 2019/20. Os caminhos Nottingham Forest e Steve Cooper agora se encontravam.

Ele chegou e melhorou tudo. O time diminuiu os gols sofridos e aumentou o número de gols marcados. Trocou a luta contra o rebaixamento pela luta por um novo play-off. O time que não sabia o que era uma vitória na temporada, chegou a ter apenas uma derrota em 16 jogos. 

Steve Cooper  foi treinador na base do Liverpool e campeão do mundo com a  seleção da Inglaterra. Foi com ele que os ingleses comemoraram o título da Copa do Mundo sub-17 em 2017. Cooper, naquela oportunidade, trabalhou com talentos como Phil Foden, Smith Rowe, Guéhi, Gallagher, Gibbs-White, Sancho, Brewster e Hudson-Odoi. 

Assim que assumiu o desafio de reconduzir o Forest ao caminho das vitórias, Cooper chamou para uma reunião os ídolos e campeões da Liga dos Campeões com o clube Garry Birtles e John McGovern. O diálogo com expoentes da história do clube foi estendido aos jogadores. O ambiente mudou e os resultados mudaram. Hoje o Forest está a seis pontos do Huddersfield, que é o sexto colocado, conseguiu eliminar o Arsenal da Copa da Inglaterra e tem a direção do clube e os torcedores na mesma direção, cenário de união que não era visto há algum tempo.

Não dá para fazer qualquer tipo de previsão, mas não é difícil perceber que um caminho melhor está sendo trilhado. Steve Cooper já é um nome respeitado pelas suas conquistas e coleciona bons trabalhos em sua carreira. Recolocar o Nottingham Forest na Premier League pode ser tudo o que ele precisa para dar o seu maior salto.

Steve Cooper, técnico do Nottingham Forest
Steve Cooper, técnico do Nottingham Forest Getty Images
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Conheça o novo Sunderland, adversário do Arsenal na Copa da Liga Inglesa

Mário Marra
Mário Marra

O Arsenal vem em pleno crescimento na tabela de classificação da Premier League e na sua proposta de jogo. O time que acostumou o seu torcedor a sofrer com as oscilações vem com três vitórias consecutivas, marcando nove gols e sofrendo apenas um, de pênalti, na última rodada. A principal competição de clubes do mundo dará um pequeno descanso ao time de Arteta e companhia, mas o calendário marca um encontro, pela Copa da Liga, com um outro grande campeão. Sim, o Arsenal vai receber o Sunderland. O que o Sunderland tem vivido? Quem joga por lá? A proposta do post é justamente ajudar a entender por qual processo está passando o time que um dia revelou Pickford e Henderson e já levantou taças e mais taças na Inglaterra. 

A terceira posição na tabela de classificação não oferece garantia alguma ao Sunderland, mas a distância de apenas dois pontos para o Wigan, que está em segundo, e a invencibilidade de sete jogos na League One permitem que o torcedor acredite que o pesadelo da terceira divisão pode estar com os dias contados. O clube, pelo menos, parece estar, enfim, andando para frente.

O clube, que possui seis conquistas de título do campeonato inglês e outras duas de taça da Inglaterra, chegou muito perto do fundo do poço quando foi rebaixado da Premier League na temporada 2016/17 e caiu de novo, agora para a terceira divisão, na temporada seguinte. Os diversos insucessos endividaram ainda mais o tradicional clube e a solução passou a ser encontrar um novo comprador, o que não foi muito difícil. 

Kyril Louis-Dreyfus em jogo do Sunderland
Kyril Louis-Dreyfus em jogo do Sunderland John Walton/PA Images/Getty Images

Kyril Louis-Dreyfus é um milionário francês e apaixonado por futebol. Vindo de uma família influente no esporte, o jovem de 23 anos aceitou dar o passo e começou a desenhar um novo Sunderland a partir de Kristjaan Speakman, diretor esportivo que veio do Birmingham, Stuart Harvey, que foi chefe do departamento de recrutamento do Blackburn, e Lee Johnson, técnico que arrancou elogios de Pep Guardiola pelo seu trabalho à frente do Bristol City. 

Kyril Louis-Dreyfus é filho de Robert Louis-Dreyfus e herdou dele boa parte de sua fortuna e a paixão pelo futebol. Robert foi dono do Olympique de Marseille e um dos principais acionistas do belga Standard Liege. A inclinação para os negócios também foi estimulada pela mãe de Kyril. Margarita Bogdanova é considerada a russa mais rica do mundo. 

A montagem do elenco passa pela ideia de oferecer espaço a jovens jogadores. O goleiro que tem sido titular trabalhou com Ralf Rangnick no RB Leipzig e treinou diariamente com Manuel Neuer no Bayern. Ron-Thorben Hoffman, 22 anos, buscou conselhos com Neuer e decidiu que o melhor seria jogar. Sair da Alemanha não estava nos planos, mas a ideia de subir com o Sunderland mexeu com ele, que assinou o contrato de empréstimo com a cláusula de saída do Bayern caso o Sunderland suba. 

Hoffman foi recebido por um sobrenome nobre na região. Brian Henderson, pai do capitão do Liverpool, aceitou alugar a casa do filho para o goleiro alemão. 

O Sunderland tem entrado em campo nos jogos da League One com um time com média de idade inferior a 25 anos. Jovens como Callum Doyle, 18 anos, vindo da base do Manchester City, Leon Dajaku, 20 anos, vindo da base do Stuttgart e do Bayern, Daniel Neil, 20 anos, formado em casa e  Nathan Broadhead, 23 anos, base do Everton.

Frederik Alves em ação pelo Sunderland
Frederik Alves em ação pelo Sunderland Will Matthews/MI News/NurPhoto/Getty Ima

Uma curiosidade do elenco é o dinamarquês Frederik Alves. Filho de um dinamarquês e de uma brasileira, Alves passou um tempo com familiares no Brasil e acabou sendo aproveitado pela base do Coritiba. Era para ser algo como um período de férias e acabou sendo por dois anos. Alves saiu do Coxa, já como jogador, e voltou para a Dinamarca para defender o Silkeborg, onde se destacou e acabou sendo contratado pelo West Ham. Ele tem contrato de empréstimo com o Sunderland até o final da atual temporada e é possível que ele volte ao time de Londres. 

O tradicional Sunderland, conhecido e amado pelos seus torcedores como Black Cats, é o adversário do Arsenal, time que o técnico Lee Johnson jogou ainda na base. É claro que o time londrino é o favorito, mas é muito legal poder rever uma camisa tão tradicional em uma disputa contra um gigante. Mais legal ainda é observar o que pode ser uma trajetória de sucesso. 



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A saída de Michael Edwards é uma equação de difícil solução no Liverpool

Mário Marra
Mário Marra

O fim da linha para Michael Edwards, diretor esportivo do Liverpool, está logo ali. Após dez anos, o Liverpool vai viver um estranho momento. Estaria com Edwards a responsabilidade de dar os passos necessários para a renovação de um elenco que envelheceu junto. Cairia também nos ombros dele a traumática condução do processo de substituição de Jürgen Klopp, que termina o vínculo com o clube em 2024, mas Edwards decidiu que cumprirá o contrato até o final da atual temporada. Nada além disso.

Tido como um gênio das negociações, Edwards tem muito bom trânsito com a FSG, proprietária do Liverpool, e com Klopp. Ele fala, pondera, questiona e é ouvido. Sua atuação na venda de Philippe Coutinho para o Barcelona rendeu ao clube a condição de fechar com Alisson e Van Dijk.

 A partir da solidez dos dois contratados, as vitórias e os títulos. Durante a pandemia e com os problemas de queda de faturamento, Edwards parcelou, quase que a perder de vista, a compra de Diogo Jota. Sem falar nas apostas certeiras em Robertson, que havia sido rebaixado com o Hull, e Mohamed Salah, que era tido como um jogador que deu errado na Premier League.  Edwards tem preparado Julian Ward para o cargo, mas os desafios são imensos. 

Veja golaços da Premier League!

         
     




Liverpool é historicamente um clube que tem prazer em ser local, que tem alegria de carregar o nome da cidade e que gosta de cultuar quem faz dele um clube ainda maior. Um clube que deixa claro os alicerces de sua história em figuras como Bill Shankly e Bob Paisley não parece estar preparado a ver uma mudança tão radical de cenário com a saída dos pilares Edwards/Klopp e ainda a necessidade de rejuvenescer boa parte do elenco.

Michael Edwards (à esquerda) e Klopp (ao centro)
Michael Edwards (à esquerda) e Klopp (ao centro) Getty Images


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Premier League: Chelsea novo líder, o insano Liverpool x City e olhos abertos com o Brentford

Mário Marra
Mário Marra

A sétima rodada da Premier League teve um clássico pra lá de insano, Cristiano Ronaldo no banco de reservas e o 'caçula' Brentford aprontando mais uma das suas. E acabou com o Chelsea superando Liverpool e Manchester City e assumindo como novo líder. Vamos aos destaques - e detalhes - de cada jogo e lidemos com a espera, já que o Inglês só volta dia 16, após a Data Fifa - Você assiste TODAS as partidas da Premier League pela ESPN no Star+.

Cristiano Ronaldo no banco

Solskjaer optou por Greenwood, Bruno Fernandes, Martial e Cavani. Eles iniciaram a partida e Cristiano Ronaldo só entrou aos 12 do segundo tempo, quando o placar mostrava apenas o gol marcado por Martial. Pogba foi outro que começou no banco e viu Fred e McTominay iciciarem a partida. Do outro lado estava um Everton que cada dia mais assume que vai mesmo lutar dentro de campo. Os números da partida mostraram 72% de posse para os donos da casa. A posse foi do United, mas o Everton sabia bem como fazer para atacar e foram 12 finalizações contra o gol de De Gea. Mais um gol de Townsend em mais uma assistência de Doucouré - a quarta da temporada. E vale lembrar que os Toffees não contaram com Richarlison e Calvert-Lewin.

Saiu o primeiro ponto do Norwich

O Burnley criou algumas situações claras de gol e Sean Dyche reclamou muito da arbitragem, mas, pela primeira vez na temporada, dá para dizer que o Norwich mereceu conquistar o seu primeiro ponto e passar um jogo inteiro sem sofrer gol. O lance que o Burnley reclama envolveu o atacante Vydra e o goleiro Krul, do Norwich. E foi feio mesmo. Krul saiu para socar a bola e acabou acertando o rosto do atacante adversário. A arbitragem entendeu o lance como normal. Vydra acabou saindo de campo e Jay Rodriguez foi chamado. O Norwich não havia pontuado ainda, mas é preciso dizer que o time tem crescido. Sargent já dá sinais claros de entender mais como Pukki joga. O experiente zagueiro Hanley foi soberano jogo aéreo defensivo e viu Kabak também dar conta do recado. O destaque do jogo foi o norueguês Normann, que quase fez um golaço. 

Chelsea líder em dia de Timo Werner

Thomas Tuchel deu uma boa girada no elenco e voltou a vencer, mas não dá para dizer que tenha sido fácil. Chalobah, ainda no início do jogo marcou o seu segundo gol na competição. Timo Werner ampliou perto do fim do primeiro tempo, mas Martin Atkinson, com o auxílio do VAR, apontou falta de Azpilicueta no início da jogada. O capitão Ward-Prowse empatou em cobrança de pênalti. O jogo chegou a ficar muito emocionante com os Saints apostando em jogadas de velocidade pelos lados do campo, mas a expulsão de Ward-Prowse desmontou o meio do time de Hasenhüttl. Vale destacar que foi apenas a segunda expulsão de Ward-Prowse em uma década de Premier League. Timo Werner marcou o primeiro dele na temporada e Chilwell ampliou. Hasenhüttl de novo teve Walker-Peters na esquerda e Livramento, ex-Chelsea, na direita. A vitória deu a liderança isolada ao time de Stamford, já o Southampton ainda não venceu na temporada.

Saiu a primeira vitória do Leeds e caiu o primeiro técnico da temporada

Não é que o Leeds foi melhor no jogo, foi muito melhor. O time treinado por Marcelo Bielsa precisava da primeira vitória da temporada e ela veio com um gol de Diego Llorente, mas outros tantos poderiam ter vindo. Dallas teve chances claras, Raphinha e Shackleton faziam a bola chegar com facilidade, mas os ataques insistiam em parar nas boas defesas de Ben Foster. Tyler Roberts entrou já perto do final do jogo e quase marcou um belo gol. O Watford não fez um bom jogo. O time teve dificuldades em todos os setores do campo. Ficou evidente que seria batido e foi incrível como o meio não conseguia ter a bola ou fazer a bola chegar ao ataque. A sequência de jogos e de desempenhos frustrantes acabou cobrando o cargo do treinador Xisco Muñoz. A direção optou por dar uma oportunidade ao italiano Claudio Ranieri.

Nova dupla dá ao Wolverhampton a primeira vitória em casa

A rodada passada foi marcada pelo reencontro de Raúl Jimenez com o gol. Jimenez não marcou no sábado, contra o Newcastle, mas deu as duas assistências para Hwang marcar. Já são três gols em quatro jogos. O gol de empate do Newcastle foi marcado por Hendrick, que acabara de entrar no lugar do lesionado Willock. Trincão vai se soltando e quase marcou belo gol, mas acabou acertando o travessão. O goleiro português José Sá ainda fez algumas boas defesas em quase que um confronto pessoal contra Saint-Maximin. Steve Bruce continua apostando em um time fechado e preparado para contra-ataques com Almirón, Joelinton e Saint-Maximin. Foi a primeira vitória dos Lobos em casa. O Newcastle ainda não conseguiu vencer na competição e sem Callum Wilson, machucado, as coisas vão continuar difíceis.

Brighton e Arsenal empatam sem gols

O placar em branco não explica bem como a partida foi jogada por Brighton e Arsenal. Os donos da casa não se intimidaram diante de um Arsenal que vinha de vitória no clássico. Graham Potter tem colhido bons frutos em um meio com Pascal Gross, Lallana e Moder. Cucurella, pelo lado esquerdo, foi um dos destaques do jogo. Trossard e Maupay também tiveram oportunidades, mas é preciso destacar que a pontaria não foi o forte do Brighton. Quando a bola ia na direção do gol, Ramsdale explicava os motivos de ser apontado como novo titular do Arsenal. Smith Rowe, Aubameyang e Saka criaram oportunidades, mas o jogo de Odegaard foi discreto. Sem Xhaka, a proteção de meio campo foi oferecida por Partey e Sambi Lokonga. O trabalho de Graham Potter é muito bem feito. O Brighton viveu o oitavo jogo de Premier League do ano sem sofrer gol em casa. Apenas Manchester City e Chelsea têm nove jogos sem sofrerem gol em casa.

Brentford desconhece o medo e bate o West Ham

Um jogo com 31 finalizações. Nada mal. O West Ham recebeu o Brentford e não resistiu. Criou muito, foram 18 finalizações, mas o time de Thomas Frank vende qualquer resultado muito caro e abriu o placar com Mbeumo, que há pouco acertara o travessão de Fabianski. Bowen empatou e Wissa, sempre ele e sempre nos minutos finais, marcou o gol da vitória. David Moyes apostou no volume de jogo ofensivo de seu time e mandou a campo um ataque que tinha Fornals, Benrahma, Bowen e Antonio. Sem Janelt, que sentiu no aquecimento, o Brentford poderia até ter sido presa fácil diante de um ataque tão poderoso, mas o time aceitou o jogo mais franco e também foi agressivo. Entretenimento puro. 

Substituições melhoram o Palace e Patrick Vieira comemora início promissor

O Leicester chegou a ter o resultado nas mãos. Iheanacho e Vardy marcaram ainda no primeiro tempo, mas é bastante louvável o trabalho inicial de Patrick Vieira à frente do Palace e os donos da casa buscaram a igualdade. O primeiro gol saiu em uma falha na saída de bola do bom zagueiro Andersen. Iheanacho ganhou a bola e saiu na frente de Guaita. Foi o primeiro dele na temporada. Vardy fez o sexto em sete jogos. Vieira colocou Olise e Schlupp em campo nos lugares de Jordan Ayew e Gallagher. Os dois que entraram marcaram os gols, o que dá ainda mais pontos para o treinador. O francês Olise fez o primeiro dele na Premier League e Schlupp, que foi campeão da Premier League com o Leicester, marcou no mesmo minuto que entrou em campo. Patrick Vieira continua invicto em jogos em casa e Brendan Rodgers busca entender os motivos para a queda do Leicester.

Tottenham volta a vencer

O Tottenham precisava muito do resultado, mas do outro lado estava o time que havia batido o Manchester United, fora de casa, na semana passada. Nuno Espírito Santo apostou em Hojbjerg e Skipp protegendo a defesa e iniciando as jogadas, Emerson e Reguilón foram os laterais e Lucas, Ndombélé e Son próximos a Harry Kane. Dean Smith armou um meio com Douglas Luiz ao lado de McGinn e do menino Ramsey; Targett e Cash pelos lados e Danny Ings tentando fazer a bola chegar até Watkins. O Tottenham foi melhor. Son participou dos dois gols. Hojbjerg e Targett (contra) marcaram. O mesmo Targett construiu o gol do Villa, que foi marcado por Ollie Watkins - o primeiro dele na temporada. 

Um jogão em Anfield

O melhor jogo da rodada foi também o melhor da temporada. Liverpool e Manchester City fizeram tudo o que deles era esperado. Klopp manteve Milner no lugar de Arnold. Curtis Jones, que foi muito bem na vitória pela Liga dos Campeões, fez o meio com Henderson e Fabinho. Jota, Salah e Mané no ataque. Guardiola tinha Rodri mais centralizado e à frente dele muita qualidade com Bernardo Silva, De Bruyne, Gabriel Jesus, Phil Foden e Grealish. A novidade foi Grealish mais afastado da esquerda e Foden mais aberto. O primeiro tempo foi muito do City. O Liverpool suportou a pressão e foi aliviado para o intervalo. Foram sete finalizações dos visitantes contra apenas uma dos donos da casa. O segundo tempo foi disputado em um ritmo alucinante. Cinco finalizações para cada lado e dois gols para cada time. O primeiro gol saiu de uma bela jogada construída desde a saída de bola. De pé em pé até que Salah partiu para o confronto individual com João Cancelo. De Salah para Mané e de Mané para o gol. O empate veio em ótima jogada de Gabriel Jesus, que atravessou a linha de meio campo do Liverpool e deu a Foden a oportunidade de empatar. O que falar sobre a pintura de gol que Mohamed Salah fez? Foi lindo. Em grande jogada individual e passando por quatro defensores. De Bruyne iniciou e finalizou a jogada do último gol do jogo. Klopp e Guardiola sabem bem o que proporcionaram e se abraçaram após a partida.

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Liverpool empata, mas assume a ponta em uma rodada de quebra de invencibilidades

Mário Marra
Mário Marra

Gabriel Jesus decide

Thomas Tuchel vinha de uma sequência de três vitórias contra Pep Guardiola e também vinha de invencibilidade na Premier League. Vinha. O Chelsea recebeu o Manchester City em casa e pode contar novamente com Mendy no gol. Sem Mason Mount, a opção foi por apostar em Timo Werner mais perto de Lukaku. O City entrou em campo sem um 9. Phil Foden acabou sendo o jogador que atuou mais perto do gol do Chelsea. Em campo, o jogo foi de intensa luta por espaços. O City tinha mais a bola, mas não encontrava espaços para finalizar com maior perigo. Gabriel Jesus foi  autor do único gol da partida, após apanhar um rebote da defesa. A vitória recoloca o City na luta pelas primeiras posições e fez o Chelsea conhecer a primeira derrota da temporada de Premier League.

Villa vence a primeira fora de casa e Bruno Fernandes perde pênalti

O Aston Villa conquistou uma importante vitória. O time de Dean Smith tinha o invicto Manchester United pela frente e Hause, que iniciou como titular pela primeira vez na temporada, marcou o gol. Solskjaer pode contar com Fred e McTominay. Pogba foi o meia que caía mais pela esquerda e Greenwood, pela direita, tentava crescer para cima da defesa do Villa. O incrível é que o gol marcado pelo Aston Villa parecia ser o último ato da partida, mas o Manchester United teve ainda uma oportunidade clara com o pênalti desperdiçado por Bruno Fernandes. O ataque do time de Birmingham teve Ings ao lado de Watkins, mas especialmente teve de novo Matty Cash tentando atacar pela direita. Precisamos falar sobre Jacob Ramsey. O menino de 20 anos começou as últimas partidas como titular e é possível perceber o amadurecimento dele com e sem a bola. O amadurecimento dele é um belo reforço para o Aston Villa.

Townsend e Doucouré afundam ainda mais o Norwich

Sem Richarlison e Calvert-Lewin, o Everton, que vinha de derrota para o Aston Villa na Premier League e de eliminação na Copa da Liga Inglesa, precisava pontuar bem contra o Norwich, que continua zerado na competição. Townsend, que marcou pela segunda vez seguida na Premier League, abriu o placar e Doucouré, outro que tem encontrado as redes com frequência ampliou na segunda etapa. O Norwich deu alguns sinais de progresso. Daniel Farke gosta de ter mais a bola e teve, mesmo jogando no Goodison Park. Mathias Normann é outro bom sinal. O norueguês conseguia fechar o meio e ainda chegar com a bola para finalizar. Se existem sinais positivos, existe também a dura constatação de que as vitórias precisam vir com muita urgência. Já foram disputados 18 pontos e até agora o Norwich não conseguiu pontuar.

Raphinha marca, mas Antonio desequilibra

Raphinha fez uma grande partida. Foi dele o gol do Leeds e com ele o Leeds poderia ter até mesmo ampliado o placar, mas a bola acabou na trave. Raphinha também criou uma bela jogada para Klich, que acabou batendo para fora. Entretanto, do outro lado estava o West Ham e o time de David Moyes vende qualquer ponto muito caro. Com Antonio de volta, o West Ham foi o time que mais bateu para o gol e que conseguiu a virada. O empate veio com Bowen batendo a bola e contando com os desvios para vencer Meslier. Michail Antonio marcou o segundo gol já muito perto do fim do jogo. É muito interessante perceber como o West Ham parece estar ainda mais pronto e maduro para novos voos. O Leeds de novo criou chances claras e de novo não conseguiu vencer.

Vardy é o nome do jogo

Seis jogos e cinco gols. Lá vem Jamie Vardy de novo. Ao lado de Antonio e Salah, Vardy é artilheiro da Premier League. É óbvio que Vardy sempre faz gols, mas é bastante estranho quando ele desvia uma cobrança de escanteio de cabeça contra o próprio gol. Sim, o primeiro gol do jogo foi contra e marcado por Vardy. O empate saiu com Tielemans dando ótimo passe para Vardy. Pela primeira vez, o marfinense Cornet iniciou um jogo de Premier League pelo Burnley e foi ele que novamente deu a vantagem no placar ao Burnley. Brendan Rodgers mudou o time e fez Iheanacho entrar no lugar de Soumaré e Iheanacho foi o jogador que deu a assistência para Vardy marcar mais um. Não deixou de ser estranho ver o torcedor do Leicester vaiar a substituição de Lookman por Maddison. Brendan Rodgers, em entrevista pós-jogo, disse que perceber Lookman mais cansado e por isso mexeu. Outro destaque no jogo, Cornet saiu sentindo dores na coxa e pode não ter condição de defender o Burnley contra o Norwich.

Watford teve a volta de João Pedro

Um jogo de 35 finalizações e com várias pequenas disputas em campo. Sarr x Darlow ou Sean Longstaff x Foster. Xisco Munoz optou por uma dupla de zaga com Troost-Ekong e Cathcart. Femenía pela direita e Danny Rose, que na temporada passada foi jogador do Newcastle, na esquerda foram os laterais. O senegalês Sarr foi novamente o destaque e marcou o quarto gol na temporada. O primeiro tempo foi melhor do Newcastle, que entrou em campo com Joelinton pela esquerda, Almirón pela direita, Sean Longstaff, Hayden e Willock fechando o meio campo. Sean Longstaff venceu Foster ainda antes dos primeiros 25 minutos. A partida marcou a volta do brasileiro João Pedro aos campos. O brasileiro entrou no lugar do eslovaco Kucka e com ele o Watford ocupou ainda mais o campo de ataque.

Brentford e Liverpool fazem um senhor jogo

Brentford e Liverpool fizeram um grande jogo. Os donos da casa só haviam sofrido dois gols e os visitantes só tinham levado um gol. Placar? 3 a 3! Thomas Frank apostou na manutenção de sua linha de três zagueiros. Canós e Henry foram os alas e abusavam da velocidade quando tinham a bola. O meio tinha a marcação como principal característica e o ataque com Mbeumo e Toney é bastante perigoso. Com Firmino de volta ao banco de reservas após um tempo entregue ao departamento médico, Klopp manteve o trio Jota-Salah-Mané. Jones foi o companheiro de Fabinho e Henderson no meio e Klopp recolocou Matip e van Dijk, o que dá para achar que é a sua dupla de zaga titular. Salah se tornou o jogador do Liverpool que mais rapidamente marcou cem gols com a camisa do Liverpool na Premier League. Yoanne Wissa marcou o terceiro gol do Brentford no jogo e o primeiro dele na Premier League. 


Raul Jimenez é o herói 

Novamente o Southampton perdeu uma partida e novamente não consigo dizer que o time foi mal. Foram 18 finalizações contra o gol de José Sá, que fez muito bom jogo. Ralph Hasenhüttl iniciou o jogo com Livramento pela direita e Walker-Peters pela esquerda. Oriol Romeu várias vezes se posicionou quase como um terceiro zagueiro. Elyounoussi e Redmond pelos lados e Ward-Prowse por dentro. O Wolverhampton teve dificuldade de se impor no campo de defesa e acabou aceitando o convite de jogar em velocidade de contra-ataque. Com Rúben Neves no banco, Bruno Lage optou por Dendoncker e Moutinho por dentro. Adama Traoré também ficou como opção de banco e o ataque teve Podence, Jimenez e Hwang. O mexicano Raul Jimezes marcou após 336 dias. Vale lembrar que o atacante lutou pela vida e tem se recuperado na carreira. 

Garotada do Arsenal ganha o clássico

O Arsenal venceu o clássico do Norte de Londres. E que clássico! Com um time com média de idade de 24 anos a velocidade tinha que ser a principal marca do time de Arteta. Ramsdale deixou Leno no banco e Tomiyasu parece ter mesmo assumido a lateral direita. A dupla de zaga com Ben White e Gabriel Magalhães também merece destaque, mas foi impressionante observar como Partey e Xhaka ofereciam poucos espaços para o meio e ataque do Tottenham. Quando os dois recuperavam a bola, o trio de garotos Saka (20), Odegaard (22) e Smith Rowe (21) disparava em alta velocidade em direção ao gol de Llorris. O Arsenal emendou a terceira vitória seguida na Premier League e o Tottenham conheceu a terceira derrota seguida na Liga. Para piorar ainda mais, foi a terceira derrota sofrendo três gols.


Brighton marca no apagar das luzes

O clássico entre Crystal Palace e Brighton poderia ter colocado o time de Graham Potter na liderança isolada da competição, mas vai falar isso para o Zaha. De novo ele. Zaha abriu o placar e o muito perto do apito final o francês Maupay empatou. Gallagher tem confirmado o bom momento no meio do Palace. Cucurella de um lado e Veltman de outro, mas a notícia boa é que parece estar cada dia mais perto a chance de vermos Lamptey, que esteve no banco, e Cucurella. A derrota parcial no primeiro tempo fez Potter alterar o time e colocar Alzate no lugar de Burn. O Palace melhorou, mas só chegou ao gol no fim do jogo.

Todas as partidas da Premier League têm transmissão pela ESPN no Star+.

Salah em Brentford x Liverpool na Premier League
Salah em Brentford x Liverpool na Premier League Getty Images

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Cristiano Ronaldo voltou e deu o recado

Mário Marra
Mário Marra

Cristiano Ronaldo saiu do Manchester United como uma estrela. O caminho dele continuou vitorioso, mas o Manchester United, já há algum tempo, precisava mostrar para o seu torcedor que seria novamente forte candidato a levantar as taças. Chegou a hora! Cristiano Ronaldo voltou e o jogo de estreia deixou claro que, se faltava alguém para reencontrar o caminho das vitórias, já não falta mais.

Manchester United faz 4 a 1 no Newcastle com gols de Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes e Lingard

Todos os jogos da Premier League têm transmissão AO VIVO pela ESPN no Star+.

Não foi surpresa para ninguém a postura adotada pelo Newcastle. O time de Steve Bruce prefere jogar se defendendo e o calendário marcava um encontro com o novo Manchester United, com Cristiano Ronaldo e tudo. O Newcastle estava armado para roubar a bola, partir em velocidade e não permitir espaços aos donos da casa. A estratégia estava tendo efeito. Greenwood e Sancho abertos pelos lados, Cristiano Ronaldo lutando no meio dos zagueiros e Bruno Fernandes tentando ajudar. Greenwood, que tem sido destaque em todos os jogos, percebeu um pouco mais de espaço e bateu para o gol. O goleiro Woodman, que vem substituindo Dubravka e Darlow, soltou e Cristiano Ronaldo, de centroavante, voltou a marcar um gol em um jogo de Premier League após doze 12 anos e 124 dias. 

Cristiano Ronaldo
Cristiano Ronaldo Matthew Peters/Manchester United/Getty I

O Newcastle não mudou a postura para o segundo tempo. Time fechado, organizado e lutando por achar uma ou outra escapada. Com uma ótima participação do paraguaio Miguel Almirón e com um passe especial de Saint-Maximin, o improvável Manquillo marcou o gol de empate. Cristiano Ronaldo marcou mais um em ótimo passe de Luke Shaw. Bruno Fernandes e Lingard ampliaram o placar. 

O recado foi dado. Não que o Manchester United já achou os encaixes perfeitos, mas mesmo quando o jogo se mostra muito complicado, a quantidade de talento reunida é muito grande. Cristiano Ronaldo jogou todos os minutos no seu retorno. Foram dois gols e a certeza de sorrisos resgatados. 

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Cristiano Ronaldo voltou e deu o recado

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