Ibra em 2018 é Romário em 2002. Você levaria?
Os americanos estão descobrindo Zlatan Ibrahimovic. E adorando, claro! Califórnia, Los Angeles, Hollywood... Na terra do espetáculo, Ibra está conseguindo a proeza de atrair a atenção do americano típico (se é que ainda é possível falar assim) para o “soccer” de uma maneira que outros astros internacionais como Beckham e Kaká não conseguiram fazer. O sueco é um showman dentro e fora do gramado. Na estreia pelo LA Galaxy, fez aquele golaço do meio de campo e depois mais um na vitória por 4 x 3 sobre os LA FC. Nas entrevistas, provoca gargalhadas a cada resposta que dá. É um ator canastrão de primeira linha.
Na última terça, foi ao concorridíssimo talk show de Jimmy Kimmel, aquele mesmo que apresenta o Oscar. Jimmy confessou que Ibra estava fazendo as pessoas em Los Angeles olharem para o “soccer” de um jeito como nunca olharam. Ibra destilou suas pérolas: “Sou um presente para Los Angeles”; “Eu coloquei a Suécia no mapa”; “Desculpe aos fãs de outros esportes que não me têm jogando”; “Eu vou para a Copa do Mundo”; “Uma Copa sem Ibra não é uma Copa de verdade”. Carismático, nem ele aguenta suas fanfarronices, tanto que cai na gargalhada com o público e o entrevistador a cada resposta que dá. Enfim, um personagem maravilhoso.
Entretanto, é nas afirmações sobre a Copa que o bicho pega. Após a eliminação na fase de grupos da Euro-2016, Ibra disse que não jogaria mais pela seleção de seu país. O time teve que aprender a viver sem sua estrela. E foi assim que conseguiu a vaga para o Mundial da Rússia.
Aos 36 anos, recuperado de lesão e se destacando nos Estados Unidos, Zlatan divide hoje a opinião pública e a imprensa na Suécia sobre sua presença na Copa. O treinador Jan Andersson não gosta quando tem que responder sobre Ibra. É compreensível. O craque é personalista e deixou a seleção por vontade própria. O time se virou bem sem ele. Agora, na hora do filé, faz pressão para ser chamado?
Se tecnicamente não pairam muitas dúvidas de que Ibra em forma tem lugar entre os convocados, do ponto de vista da gestão de grupo a coisa é mais complicada. Para chamar o astro, considerado por muitos o melhor jogador da história do futebol sueco, Andersson terá que deixar alguém de fora. Mais: terá que fazer o elenco entender que os benefícios compensarão o “pacote Ibra” – a personalidade, a pressão para sua escalação como titular, a cobertura extensa da mídia focada em um só jogador, etc.
Curiosamente, Felipão tangenciou o tema dias atrás em um congresso na Espanha. Perguntado sobre o corte de Romário em 2002, ele disse que o interesse coletivo deve prevalecer. “Às vezes, um jogador melhor tecnicamente não é o melhor para a equipe. A decisão mais difícil que eu tive para a Copa de 2002 foi convocar o Ronaldo e deixar fora o Romário, um grande ídolo brasileiro", disse. A confiança em Ronaldo, recém-recuperado, é fácil de compreender. Todos queriam vê-lo no Mundial. Mais difícil foi bancar Luisão para deixar Romário no Rio. Felipão fincou pé e foi campeão. Tivesse perdido a Copa, seria avacalhado por não ter levado o Baixinho.
Eu quero ver Ibra na Copa, adoro o jeito como ele não se leva a sério. E o cara joga muito. Não sei o que faria na pele do treinador. Mas, certamente, compartilharia a reflexão com o elenco antes de tomar a decisão. E você, levaria Ibra?
Fonte: Maurício Barros
Ibra em 2018 é Romário em 2002. Você levaria?
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