Linha do VAR em Palmeiras x Cuiabá mostra como ferramenta não é precisa
Desde o começo do uso do VAR (árbitro de vídeo), defendo o seu uso, porém, eu sempre disse que há falhas, inclusive da linha de impedimento que muitos diziam ser exata. Não vou entrar hoje no mérito de lances de pênaltis, cartões, falta de critérios. Agora é hora de falar exclusivamente da linha de impedimento do VAR.
O Palmeiras teve um gol do Zé Rafael anulado por impedimento do Dudu, no início da jogada, no jogo contra o Cuiabá neste domingo (22). E a grande questão do lance foi a imagem das linhas traçadas pelo VAR, que parece equivocada, onde foram colocadas na parte dos jogadores de ataque e defesa para se considerar o impedimento.
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A imagem do VAR é confusa, tornando difícil entender onde foram traçadas. Na verdade, parece que cortam os jogadores ao meio, ao invés da linha estar na parte do corpo dos jogadores mais próxima da linha de fundo, sem considerar os braços, como sugere a regra.
Sim, a ferramenta ajuda, mas não tem 100% de precisão.
A linha do impedimento é traçada pelo computador, mas o ponto do corpo do jogador onde ela será traçada é indicado pelo árbitro de vídeo ao técnico do VAR que está na cabine, este faz um clique e a partir daí o computador cria a linha. O braço não conta para fins de impedimento, mas ombro, pé, nariz, joelho e todas as outras partes, sim.
Como o ponto do corpo é indicado pelo árbitro de vídeo, um pouquinho mais para cá ou para lá gera diferença e pode gerar um equivocado impedimento, ainda mais em lances ajustados.
Ainda há a contestação do frame da bola. O VAR normalmente possui três para serem utilizados no momento do primeiro toque para o passe, o que é pouco, pois um vídeo taxa de frame menor é capaz de gerar 10 imagens por segundo.
A própria CBF já admitiu erro na linha de impedimento traçada em gol mal anulado do São Paulo contra o Atlético-MG, no Brasileiro de 2020. Este mesmo blog fez anteriormente uma matéria sobre a margem do VAR.
Não há como ser preciso, ainda mais em lances ajustados.
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No evento Brasil Futebol Expo que ocorreu em 2020, a CBF colocou o VAR para muitos conhecerem e tive a oportunidade de ver seu funcionamento em outras ocasiões. Não me esqueço de um episódio em um curso do VAR no qual o técnico que opera a ferramenta tinha dois instrutores da CBF diferentes analisando o mesmo lance, essas pessoas definiam o frame da bola e os pontos nos quais as linhas seriam traçadas no defensor e no atacante. O mesmo lance, a mesma jogada, com uma pessoa deu o gol, foi legal; com a outra, o gol foi invalidado por impedimento.
Depois de presenciar isso sempre bati e bato na tecla de que não há precisão na ferramenta do VAR para lances de impedimentos, principalmente quando as posições de atacantes e defensores são muito justas, próximas.
Além do que, aparentemente, não existe mais mesma linha, pois não vemos mais uma sobreposta à outra e o VAR dando posição legal desta forma.
Para diminuir a margem de erro em linhas de impedimento, a Premier League resolveu engrossar a largura da linha de impedimento e assim não anular tantos gols.
A tecnologia avança muito a cada dia, e a Fifa busca constantemente busca saídas para automatizar o traço da linha de impedimento para diminuir essa margem de erro. Entretanto, enquanto não a tivermos, linhas erradas podem seguir sendo traçadas e uma ou outra equipe ser prejudicada.
Linha do VAR em Palmeiras x Cuiabá mostra como ferramenta não é precisa
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