4 motivos para os Astros -- e 4 para os Braves -- ganharem a World Series | Semana MLB
O que esperar do duelo entre Houston Astros e Atlanta Braves na decisão da MLB
As casas de apostas muitas vezes servem de termômetro para avaliar quem é tido como favorito para uma disputa esportiva. Faz sentido, pois elas têm especialistas em determinar as possibilidades de vitória e, principalmente, acabam reagindo imediatamente a flutuações na opinião do público, manifestada nas apostas feitas. Por esse ponto de vista, a World Series de 2021 chega com o Houston Astros como favoritos sobre o Atlanta Braves.
Até faz sentido -- é o meu palpite, inclusive --, mas os playoffs da MLB adoram contrariar expectativas. A pós-temporada atual tem sido particularmente agitada nisso, com apenas três duelos (Los Angeles Dodgers contra o St. Louis Cardinals e os Astros contra o Chicago White Sox e contra o Boston Red Sox) vencidos pelos times de melhor campanha na temporada regular (Red Sox x New York Yankees tinham a mesma campanha).
Por isso, há bons argumentos para qualquer lado na final da MLB. Para ajudar a quem ainda está em dúvida, aí vão quatro motivos para acreditar que os Astros confirmarão a tendência das casas de apostas… e outros quatro para acreditar que os Braves vão surpreender.
HOUSTON ASTROS
Poder de decisão
Os Astros chegaram à final da Liga Americana nos últimos cinco anos, e pela terceira vez alcançam a World Series (ganharam uma). É uma equipe acostumada a decisão, com jogadores que constantemente crescem nesses momentos, como Carlos Correa, José Altuve, Yuli Gurriel, Michael Brantley e Yordan Álvarez. Até Kyle Tucker merece atenção do adversário.
Por isso é tão difícil eliminar os Astros, pois parece que a equipe sempre tem alguma resposta a dar. É um time que tem muito volume de jogo, que às vezes supera o adversário até no cansaço durante séries mais longas de playoff.
Dusty Baker
O técnico dos Astros é o que tem mais vitórias na história da MLB entre os que nunca conquistaram a World Series. Ele já chegou à pós-temporada comandando San Francisco Giants, Chicago Cubs, Cincinnati Reds e Washington Nationals e já foi muitas vezes acusado de não saber vencer na hora decisiva. Ainda assim, ter boas campanhas com tantos times diferentes mostra a qualidade de Baker, que aprendeu com alguns dos erros de temporadas passadas.
Hoje, é um técnico que dá um toque de intuição dentro de uma organização que se orienta muito pela frieza dos números. O resultado da mistura tem sido bom, a ponto de virar um duelo que parecia inglório contra os Red Sox de Alex Cora (tido como excelente estrategista e ele próprio um ex-membro da comissão técnica dos Astros).
Inteligência
O escândalo de roubo de sinais fez (e ainda faz) muito barulho, mas o sistema de inteligência dos Astros não era acionado apenas para isso. Pelo contrário. É uma das franquias que utiliza mais dados avançados e análises detalhadas para enriquecer seu jogo. Uma prática que fica bastante evidente no trabalho dos arremessadores, que muitas vezes evoluem quando chegam a Houston. Charlie Morton, coincidentemente o abridor do jogo 1 da World Series pelos Braves, é um caso.
Na final da Liga Americana, esse trabalho foi fundamental para virar a série contra os Red Sox. Os arremessadores Framber Valdez e Luis García tiveram muitas dificuldades nos dois primeiros jogos da série e, se repetissem o desempenho nas partidas 5 e 6, o Houston teria sérios problemas. Mas ambos fizeram correções, dominaram o ataque do Boston e prepararam o terreno para o ataque (ver o item um) resolver o jogo.
Algo a provar
Para o Houston Astros, um dos efeitos colaterais (não as punições em si, mas as consequências indiretas) do escândalo de roubo de sinais foi lançar uma nuvem de desconfiança sobre o time de 2017. Não apenas por colocar o carimbo de “trapaceiros” na testa de muitos dos jogadores, mas também por criar dúvidas sobre a qualidade deles, sobre sua capacidade de realmente conquistar um título de maneira limpa.
Mas o time é bom, sabe que é bom e tem a chance de poder mostrar a todos que é realmente bom. Entra em campo sabendo que um novo título pode, entre outras coisas, reduzir os ataques pelo título de 2017. E, desde o ano passado, alguns jogadores já deixaram claro que isso é um fator de motivação dentro do elenco.
ATLANTA BRAVES
Rotação
Os playoffs da MLB têm sido palco das mais diversas práticas de gestão dos arremessadores. Jogos de bullpen, relievers que ficam várias entradas, relievers que abrem jogos, abridores que entram no meio da partida, abridores que trabalham como relievers em dia de folga… Várias ideias deram bons resultados, mas algumas acabaram se voltando contra os técnicos que as adotaram.
Enquanto isso, os Braves têm uma rotação. Não é o cenário perfeito porque Mike Soroka, talvez o melhor arremessador do time, ainda não voltou de uma lesão sofrida no ano passado, mas são três abridores clássicos para os playoffs: Max Fried, Ian Anderson e Charlie Morton. Todos sobem ao montinho na expectativa de fazerem cinco ou seis entradas, quando o bullpen entra. Só no jogo 4 da série que o bullpen deve entrar em ação já na primeira entrada.
É o trivial, mas dá uma estabilidade ao time. O bullpen não fica sobrecarregado pela sequência de jogos, e nem há o risco de o arremessador titular cansar prematuramente por desgaste de uma aparição no jogo de dois dias antes. Se o trio da rotação estiver inspirado na World Series, o bom bullpen do Atlanta pode deixar o ataque do Houston com pouca margem para trabalhar.
Freddie Freeman + Austin Riley
Eddie Rosario é o grande nome do Atlanta Braves nos playoffs, com 30,8% de aproveitamento contra o Milwaukee Brewers e surreais 56% contra os Dodgers. E ele pode perfeitamente estar como David Freese nos Cardinals de 2011 e ser o improvável herói do título, mas o que dá segurança ao torcedor dos Braves é a dupla que fica nos cantos do diamante.
O primeira base Freddie Freeman -- MVP da Liga Nacional da temporada passada -- é um símbolo de consistência ofensiva e defensiva. O terceira base Austin Riley vem do melhor ano de sua carreira, a ponto de torcedores do Atlanta o chamarem de “MVP” sempre que ele vai ao bastão. Essa dupla pode causar danos a qualquer arremessador, e mostrou isso contra Brewers e Dodgers, dois dos times que arremessaram melhor ao longo de 2021.
Bullpen
Ataque por ataque, os dois times têm bons rebatedores. O dos Astros acaba inspirando mais confiança porque já temos cinco anos de amostragem sobre como ele se comporta em playoffs. Com o bullpen dá para dizer o contrário: os dois são bons, mas o dos Braves chama mais a atenção porque mostrou do que é capaz.
Os Astros tiveram algumas vitórias duras nos playoffs e o bullpen se comportou bem no geral, mas a maior parte das vitórias da equipe texana foi com relativa tranquilidade e os arremessadores que foram ao montinho nas entradas finais tinham apenas de controlar a vantagem. Os Braves, não. Jogos apertados contra Brewers e Dodgers, em alguns deles até com necessidade de segurar o adversário para permitir a reação. E, tirando um ou outro susto (Luke Jackson, pensei em você agora), a maior parte dos relievers -- sobretudo Will Smith, Tyler Matzek e AJ Minter -- foi impecável.
Menos pressão
O Houston Astros tem uma pressão já conhecida, a de precisar provar que não foi campeão (em 2017) apenas porque teve ajuda externa ilegal. Mas outra pressão sobre a organização é que esse grupo vitorioso está em seus últimos anos. Alguns jogadores, como Gerrit Cole e George Springer, já deixaram o time após o término de seus contratos. O mesmo pode acontecer com Carlos Correa e Justin Verlander neste ano e com Yuli Gurriel em 2022. Apenas Altuve e Bregman têm contratos de longo prazo, ambos se encerrando em 2024.
Desse modo, os Astros talvez tenham de passar por uma reformulação em breve, e a capacidade de brigar pelo título ficará de lado por um tempo. A atual World Series pode ser a última, ou uma das últimas, que o time poderá conquistar em alguns anos.
O Atlanta está no sentido oposto. Apesar de veteranos importantes como Freeman e Morton, o time é jovem e ainda está em crescimento. A tendência é que o período de grande competitividade deste grupo esteja apenas começando, e não há um sentido tão grande de urgência para ganhar neste ano. Os Braves devem ser frequentadores assíduos dos playoffs por muitos anos, e novas oportunidades surgirão.
Isso dá uma leveza ao elenco, que pode se focar mais no jogo em si para desempenhar seu melhor.
PROGRAMAÇÃO DE TV*
Terça, 26/out
21h - Houston Astros x Atlanta Braves, jogo 1 (ESPN)
Quarta, 27/out
21h - Houston Astros x Atlanta Braves, jogo 2 (ESPN)
Sexta, 29/out
21h - Atlanta Braves x Houston Astros, jogo 3 (ESPN)
Sábado, 30/out
21h - Atlanta Braves x Houston Astros, jogo 4 (ESPN)
Domingo, 31/out
21h - Atlanta Braves x Houston Astros, jogo 5 (ESPN)
Terça, 2/nov
21h - Houston Astros x Atlanta Braves, jogo 6 (ESPN)
Quarta, 3/nov
21h - Houston Astros x Atlanta Braves, jogo 7 (ESPN)
*Os jogos também estarão disponíveis ao vivo no Star+
Obs.: Horários de Brasília. Grade sujeita a alteração
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