Por que a MLB estaria trabalhando para reduzir os home runs nas partidas | Semana MLB
O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta uma nova edição
O primeiro mês da temporada 2022 da MLB foi fraco ofensivamente. Cada time anotou uma média de 4 corridas por partida, a pior marca de um mês desde 1981. O aproveitamento no bastão (23,1%) é o pior de um mês desde 1968, ano em que os arremessadores dominaram tanto que a liga decidiu mudar as regras – baixou o montinho e criou o rebatedor designado – para esquentar os bastões. A quantidade de home runs por jogo é igual à de 2015. Tudo isso em uma temporada em que os números deveriam subir pela adoção de rebatedor designado em todos os times. E, para muitos, a liga trabalhou para criar esse cenário. Mas… por que fariam isso?
Bem, há uma dose de teoria da conspiração nisso. Vamos primeiro ao que é fato:
- Por causa do locaute, a pré-temporada foi mais curta que o normal, prejudicando a preparação dos jogadores. Isso traz obviamente um efeito negativo no desempenho dos times nas primeiras semanas, mas a tendência é que os arremessadores sentissem mais esse problema (o que deveria aumentar a produção ofensiva);
- Abril geralmente é um mês ofensivamente mais fraco na MLB, devido ao frio. Com o ar mais denso e o clima mais seco, as bolas tendem a voar menos após o contato com o bastão. Ainda assim, os números ofensivos deste ano são inferiores aos de outros meses de abril;
- A MLB implementou umidificador em todos os estádios, fazendo que as bolas sejam armazenadas em ambiente controlado para serem mais parecidas de um jogo para o outro. Em uma época do ano mais seca, como a primavera, o umidificador deixa a bola mais úmida do que estaria normalmente. No verão, mais úmido, a bola ficaria mais seca que o normal e a produção ofensiva poderia melhorar;
- A MLB também reduziu a compactação das primeiras camadas da lã que envolve o núcleo de cortiça da bola, reduzindo o coeficiente de restituição (o quanto a bola vai viajar) após o contato.
Pelos dois últimos itens, sobretudo o último, dá realmente a entender que a liga quer que a bola voe menos após o contato. Isso reduz os home runs, e muita gente – jogadores, treinadores, jornalistas que cobrem o esporte e torcedores – têm observado que muitas rebatidas que pareciam dignas de home runs estão se transformando em rebatidas duplas ou eliminações por bola voadora.
Não é apenas impressão. A ESPN americana fez um levantamento, comparando rebatidas com velocidade de saída da bola acima de 103,6 milhas/hora e ângulo do contato entre 27 e 29º nos últimos anos e em 2022. Ah, e apenas contando jogos no American Family Field (Milwaukee) e Tropicana Field (St. Petersburg, região metropolitana de Tampa) por serem estádios climatizados, sem variação atmosférica. Foram identificados sete pares de rebatidas iguais. Nas do passado, seis foram home runs. Nas de 2022, apenas três. E todos os contatos deste ano viajaram menos que seus equivalentes do passado.
Muitos acreditam que esse movimento é proposital, e, por mais que soe contra-intuitivo trabalhar para reduzir a força dos ataques, há argumentos para defender uma bola que voe menos. Nos últimos anos, a MLB se tornou uma liga com pouca bola colocada em jogo. Muitos duelos terminavam sem que a defesa trabalhasse e corredores fossem para as bases, pois eram concluídos com strikeouts, walks ou home runs (a liga bateu recordes nessas três estatísticas nos últimos anos).
Vários fatores levaram a isso:
- A especialização cada vez maior do bullpen, com a quantidade crescente de arremessadores capazes de mandar bolas perto de 100 milhas/hora;
- O aperfeiçoamento do posicionamento dos defensores para cada cenário do jogo, aumentando a taxa de contatos no campo que se transformam em eliminação. Com isso, a quantidade de rebatidas simples e duplas diminuem, e buscar um home rum se torna mais prático como forma de anotar corridas;
- O treinamento dos rebatedores para mudar o ângulo de contato da bola, buscando rebatidas que subam mais e, com isso, tenham mais chance de atravessar todo o campo.
Apesar de a grande quantidade de home runs dos últimos anos ser um efeito positivo, a conta não fecha. No geral, isso não compensa a queda de rebatidas simples e duplas, de situações de roubo de base e de jogadas defensivas espetaculares que gerem eliminações em base, muito menos o aumento de walks e strikeouts. Por isso, a MLB tem motivos para querer um beisebol com mais bolas rebatidas para o campo, nem que isso tenha de reduzir os home runs.
Em um primeiro momento, o resultado das medidas são ataques pouco produtivos e placares baixos. Mas isso pode mudar se a liga implementar o relógio para arremessos (reduzindo o tempo de descanso entre um arremesso e outro e, com isso, reduzindo a quantidade de torpedos de 100 milhas/hora), criar alguma limitação para o posicionamento das defesas e, claro, se os rebatedores se adaptarem e reaprenderem a arte do contato rasteiro ou em linha que busca brechas no campo. Confiar nisso, porém, é exercício de otimismo. Teoricamente faz sentido, mas só dá para cravar depois de essas mudanças ocorrerem. Se é que ocorrerão.
PERSONAGEM DA SEMANA
Houston Astros e Seattle Mariners se enfrentam 19 vezes todo ano, e o encontro da última terça (dia 3) deveria ser mais um desses jogos. Mas, com os 4 a 0 dos Astros, a partida acabou marcando a 2.000ª vitória da carreira de Dusty Baker. O técnico do Houston é o 12º com mais triunfos na história da MLB e, apesar de jamais ter conquistado uma World Series (pelo menos por enquanto), terá seu nome imortalizado no Hall da Fama do Beisebol em breve. Até porque, a despeito de suas limitações como gerenciador de bullpen, ele é tido como uma das figuras mais adoradas por todos no esporte e, com seu poder de liderança e experiência no jogo, sabe como poucos os caminhos para construir uma equipe vencedora.
O NÚMERO DA SEMANA
12. Um time muito ruim, daqueles que ficam marcados entre os piores de uma década, terminará a temporada regular da MLB com aproveitamento em torno de 33%. Isso seria o equivalente a 54 vitórias e 108 derrotas, uma campanha que já seria vista como escandalosamente fraca. Pois o Cincinnati Reds do começo de 2022 está destruindo qualquer parâmetro de fragilidade nas grandes ligas. Após 25 jogos, venceu apenas três, um aproveitamento de 12%, quase um terço do que já seria notavelmente ruim. Claro, a tendência é que melhore quando o time começar a jogar mais partidas em casa e alguns dos 15 (sim, já são 15) lesionados retornarem a campo. Mas dá uma noção de como a franquia está largada pelos seus dirigentes.
VÍDEO DA SEMANA
O New York Mets teve uma semana e tanto contra seu principal rival, o Philadelphia Phillies. Na última sexta, 29 de abril, o time nova-iorquino conseguiu o segundo no-hitter de sua história. Seis dias depois, chegou à nona entrada perdendo por 7 a 1. E fez isso:
O QUE VEM POR AÍ
Corbin Burnes é o último vencedor do Prêmio Cy Young da Liga Nacional, e começou 2022 disposto a justificar a honraria. Após cinco jogos, o ás do Milwaukee Brewers arremessou 32,2 entradas e cedeu apenas sete corridas, o que resulta em um ERA de 1,93. Max Fried, do Atlanta Braves, teve um ERA espetacular de 1,56 depois de 28 de julho na temporada passada e começou a atual com efetividade de apenas 3. São dois dos melhores arremessadores da MLB nos últimos dois anos, e se enfrentarão neste sábado em Atlanta. Um duelaço no montinho, que pode ser até prévia de encontro nos playoffs.
PROGRAMAÇÃO #MLBnaESPN
Sexta, 6/mai
20h - Texas Rangers x New York Yankees (ESPN 3 e Star+)
Sábado, 7/mai
22h - Washington Nationals x Los Angeles Angels (Star+)
Domingo, 8/mai
20h - Los Angeles Dodgers x Chicago Cubs (ESPN 2 e Star+)
Segunda, 9/mai
22h30 - Chicago Cubs x San Diego Padres (ESPN 3 e Star+)
Terça, 10/mai
20h - Toronto Blue Jays x New York Yankees (ESPN 3 e Star+)
Quarta, 11/mai
20h - Boston Red Sox x Atlanta Braves (Star+)
Quinta, 12/mai
23h - Philadelphia Phillies x Los Angeles Dodgers (ESPN 3 e Star+)
Sexta, 13/mai
20h - Toronto Blue Jays x Tampa Bay Rays (ESPN 3 e Star+)
MAIS BEISEBOL E SOFTBOL NO STAR+
Sexta, 6/mai
18h - NCAA (softbol): Louisville x Notre Dame
18h - NCAA (softbol): Northwestern x Minnesota
19h - NCAA (softbol): Auburn x Tennessee
20h - NCAA (softbol): Oklahoma State x Oklahoma
20h - NCAA (beisebol): Georgia Tech x Clemson
21h - NCAA (beisebol): Florida x Mississippi State
23h - NCAA (beisebol): UC Santa Barbara x UC Irvine
23h30 - LMB: Generales de Durango x Toros de Tijuana
Sábado, 7/mai
12h30 - NCAA (softbol): Auburn x Tennessee
13h - NCAA (softbol): Pittsburgh x Duke
14h30 - NCAA (softbol): Ole Miss x Georgia
15h - NCAA (beisebol): Florida State x Boston College
15h - NCAA (beisebol): North Carolina x NC State
16h30 - NCAA (softbol): Arkansas x Texas A&M
18h - NCAA (softbol): Oklahoma State x Oklahoma
18h30 - NCAA (beisebol): Arkansas x Auburn
19h - LMB: Diablos Rojos de México x Guerreros de Oaxaca
20h - LMB: Piratas de Campeche x Leones de Yucatán
20h30 - NCAA (beisebol): Florida x Mississippi State
21h30 - NCAA (beisebol): LSU x Alabama
Domingo, 8/mai
15h30 - LMB: Águila de Veracruz x Bravos de León
21h - LMB: Generales de Durango x Toros de Tijuana
Segunda, 9/mai
21h30 - LMB: Toros de Tijuana x Sultanes de Monterrey
Terça, 10/mai
21h30 - LMB: Mariachis de Guadalajara x Saraperos de Saltillo
21h30 - LMB: Pericos de Puebla x Águila de Veracruz
Quarta, 11/mai
21h30 - LMB: Tigres de Quintana Roo x Piratas de Campeche
21h30 - LMB: Diablos Rojos de México x Tecolotes de los Dos Laredos
21h30 - LMB: Bravos de León x Guerreros de Oaxaca
Quinta, 12/mai
21h30 - LMB: Acereros de Monclova x Rieleros de Aguascalientes
21h30 - LMB: Pericos de Puebla x Águila de Veracruz
Sexta, 13/mai
21h30 - LMB: Mariachis de Guadalajara x Algodoneros de Unión Laguna
21h30 - LMB: Bravos de León x Generales de Durango
Obs.: Horários de Brasília. Grades sujeitas a alteração
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