Está difícil ser torcedor do Cincinnati Reds | Semana MLB
O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta uma nova edição
Uma das cenas mais famosas do filme “O Gênio Indomável” (Good Will Hunting), o doutor Sean Maguire (Robin Williams) conta a Will Hunting (Matt Damon) como foi a sensação de ver a vitória do Boston Red Sox sobre o Cincinnati Reds no jogo 6 da World Series de 1975. Foi um dos maiores jogos da história da World Series, decidido por um home run de Carlton Fisk na 12ª entrada. A jogada ocorreu há 47 anos e ainda é contada apaixonadamente por amantes do beiesbol.
Pois aquela foi a última vez que o torcedor dos Reds viu seu time perder uma partida de World Series. No jogo 7 da final daquele ano, o Cincinnati venceu os Red Sox e ficou com o título. No ano seguinte, mais uma decisão para a Big Red Machine, com varrida em cima do New York Yankees. A franquia voltou a disputar o título em 1990, e varreu um lendário Oakland Athletics de Rickey Henderson, José Canseco, Mark McGwire, Willie McGee e o técnico Tony LaRussa.
Tempos de um clube que projetava Cincinnati como um dos grandes centros do beisebol nos Estados Unidos. Era a terra do primeiro time profissional da história da modalidade, o Cincinnati Red Stockings (fundado em 1869). Era a cidade que tinha o privilégio – tem até hoje – de sempre receber uma das partidas do Opening Day, com direito a parada pelo centro para celebrar a volta das grandes ligas. Era a casa do time que superava a limitação econômica imposta pelo seu mercado para estar entre os principais campeões da MLB.
Muita coisa mudou. Os Reds tiveram altos e baixos, mas ainda não retornaram à World Series. Isso nem é um grande problema, considerando que o time foi competitivo em algumas temporadas nesses 32 anos. No entanto, a franquia foi perdendo sua conexão especial com a cidade tanto que a média de público da temporada atual (cerca de 16.899) é bem pouco acima da metade da marca de dez temporadas atrás (31.151 em 2013). Para piorar, o atual comando da equipe que parece não se importar mais em trabalhar para manter a longa e íntima relação de Cincinnati com o beisebol.
Os Reds montaram uma base que parecia promissora. Chegou aos playoffs em 2020 e chegaram perto no ano passado (se os playoffs de 2021 já adotassem as regras da atual temporada, o Cincinnati teria uma vaga). Sinais de evolução após algumas temporada reconstruindo o elenco? Menos. Os donos da franquia não gostaram dos termos do novo acordo trabalhista e decidiram apertar os cintos. Desfizeram-se de alguns jogadores importantes, dando claros sinais de que a equipe daria passos para trás.
A torcida reclamou, criando uma campanha para pedir à família Castellini vender o clube. A resposta de Phil Castellini, presidente dos Reds, em entrevista no dia da estreia do time nesta temporada: “Bem para onde vocês vão? Vender o time para quem? Você quer ter esse debate? O que você faria com esse time para ter mais lucros, ganhar mais dinheiro e competir mais no atual sistema econômico da liga? Seria pegar tudo e se mudar para outro lugar”.
Como imaginar uma Major League Baseball sem um time em Cincinnati? Inconcebível. Mas ele usou essa carta para ameaçar a própria torcida.
Já estava evidente que a temporada seria dolorosa para o torcedor dos Reds. Mas as coisas sempre podem piorar. O time foi prejudicado com uma tabela cruel nas primeiras semanas. Dos 23 primeiros jogos, apenas cinco foram contra equipes que não são consideradas candidatos aos playoffs, sendo que 11 das 13 partidas iniciais foram como visitante contra os fortes Atlanta Braves, Los Angeles Dodgers e San Diego Padres.
Dá para ser pior? Óbvio que dá!
Só no primeiro mês da temporada, os Reds perderam Joey Votto (melhor jogador da franquia neste século), Jonathan India (eleito estreante do ano em 2021) e Donovan Solano, entre outros nomes. Neste momento, são 14 jogadores no departamento médico do Cincinnati.
Não é de surpreender que os Reds tenham iniciado o ano como o pior time da MLB. Claro, apenas 3 vitórias em 23 jogos é de uma ruindade fora de escala, mas o retorno de alguns jogadores e a chegada de adversários mais acessíveis (estou falando de você, Pittsburgh Pirates) já permitiu ao Cincinnati vencer cinco dos últimos sete jogos. Ainda é a pior campanha da liga, mas os Vermelhos talvez evitem estabelecer novos recordes históricos de ruindade.
Mais difícil mesmo será retomar a relação com a torcida. Isso levará muito tempo. Ou exigirá um bilionário que pague uma quantidade significativa de dólares aos Castellini.
PERSONAGEM DA SEMANA
Reid Detmers? Sério? Salvo pessoas envolvidas diretamente no dia a dia do Los Angeles Angels — como torcedor ou como membro da mídia ligado à cobertura do clube –, ninguém merece condenação por estranhar o autor do mais recente no-hitter da história da MLB. Detmers já chegou a aparecer como uma promessa interessante entre os arremessadores dos Angels, mas parecia que ainda tinha um caminho maior a percorrer até se consolidar.
Há apenas dois anos, o abridor estava no beisebol universitário, brilhando no Louisville Cardinals (teve ERA de 1,23 em sua última temporada). Foi selecionado pelos Angels como a décima escolha geral do draft de 2020, e teve uma ascensão muito rápida no profissional. Em 2021, fez 12 partidas pelo Rocket City Trash Pandas (sim, é esse o nome do time) no nível AA, com ERA de 3,50, e mais duas no Salt Lake City Bees no nível AAA, com ERA de 1,13. Foi chamado pelos Angels rapidamente, abrindo cinco jogos na temporada passada.
O talento é evidente, assim como a dificuldade de adaptação ao nível das grandes ligas. Teve ERA de 7,40 em cinco jogos em 2021 e vinha com 5,32 após mais cinco jogos neste ano. Até que veio a partida contra o Tampa Bay Rays em Anaheim.
Foi um festival de controle e dominância, com nove entradas quase perfeitas (um walk e um erro defensivo afastaram o arremessador do jogo perfeito). Detmers deitou e rolou com seus arremessos secundários, forçando contatos ruins dos rebatedores dos Rays e completou a partida com apenas 108 arremessos e dois (sim, 2) strikeouts. Um no-hitter que pode simbolizar a entrada definitiva de Detmers ao nível de jogo da MLB. Potencial para isso ele já tinha mostrado.
O NÚMERO DA SEMANA
3. Rebater um ciclo – ter uma rebatida simples, uma dupla, uma tripla e um home run no mesmo jogo – é raro. Foram apenas 335 em cerca de 234 mil jogos na história da MLB (0,14%). Christian Yelich atingiu o terceiro de sua carreira na última quarta (dia 11). Apenas John Rilley e Trea Turner alcançaram esta marca. Mas o defensor externo do Milwaukee Brewers foi além: os três ciclos foram contra o mesmo time, o Cincinnati Reds.
VÍDEO DA SEMANA
Seu time está perdendo, aí você consegue um grand slam na nona entrada e força entradas extras. Na 11ª, você rebate um outro home run, agora de três corridas, e deixa seu time com a vitória na mão. Tudo isso contra um rival de divisão. Como celebrar o momento? Josh Naylor mostra:
O QUE VEM POR AÍ
Houston Astros e Boston Red Sox fizeram a final da Liga Americana na última temporada. Os confrontos foram quentes, e os torcedores dos Meias Vermelhas até agora não esquecem uma decisão da arbitragem que pode ter mudado o rumo da série, transformando no que poderia ser a terceira vitória do Boston na segunda do Houston, e transformando o embalo da decisão (terminou em 4 a 2 para os texanos). Nesta semana, as equipes voltam a se enfrentar em três jogos entre segunda e quarta. Os Red Sox precisam das vitórias para recuperar a confiança e entrar na briga pelos playoffs após um início de temporada bastante ruim. E a boa notícia: todos os jogos terão transmissão para o Brasil (veja abaixo).
PROGRAMAÇÃO #MLBnaESPN
Sexta, 13/mai
20h - Toronto Blue Jays x Tampa Bay Rays (ESPN 3 e Star+)
Sábado, 14/mai
20h - Boston Red Sox x Texas Rangers (Star+)
Domingo, 15/mai
20h - San Francisco Giants x St. Louis Cardinals (ESPN 3 e Star+)
Segunda, 16/mai
20h - Houston Astros x Boston Red Sox (Star+)
Terça, 17/mai
20h - Houston Astros x Boston Red Sox (Star+)
Quarta, 18/mai
19h - Houston Astros x Boston Red Sox (ESPN 3 e Star+)
Quinta, 19/mai
20h30 - Arizona Diamondbacks x Chicago Cubs (Star+)
Sexta, 20/mai
20h - Chicago White Sox x New York Yankees (Star+)
MAIS BEISEBOL E SOFTBOL NO STAR+
Sexta, 13/mai
21h30 - LMB: Mariachis de Guadalajara x Algodoneros de Unión Laguna
21h30 - LMB: Bravos de León x Generales de Durango
Sábado, 14/mai
13h - NCAA (beisebol): Kentucky x South Carolina
14h - NCAA (beisebol): Louisville x Virginia Tech
16h - NCAA (beisebol): Ole Miss x LSU
17h - NCAA (beisebol): Pittsburgh x Notre Dame
20 - LMB: Guerreros de Oaxaca x Águila de Veracruz
20h - NCAA (beisebol): Miami x Florida State
21h30 - LMB: Toros de Tijuana x Acereros de Monclova
Domingo, 15/mai
13h - NCAA (beisebol): Pittsburgh x Notre Dame
13h - NCAA (beisebol): Miami x Florida State
14h - NCAA (beisebol): Mississippi State x Texas A&M
16h - NCAA (beisebol): Clemson x Virginia
16h - NCAA (beisebol): Nebraska x Illinois
17h - NCAA (beisebol): Alabama x Auburn
19h - LMB: Bravos de León x Generales de Durango
20h - LMB: Mariachis de Guadalajara x Algodoneros de Unión Laguna
Segunda, 16/mai
21h30 - LMB: Leones de Yucatán x Tigres de Quintana Roo
Terça, 17/mai
21h30 - LMB: Diablos Rojos de México x Guerreros de Oaxaca
21h30 - LMB: Olmecas de Tabasco x Tigres de Quintana Roo
Quarta, 18/mai
21h30 - LMB: Leones de Yucatán x Pericos de Puebla
21h30 - LMB: Generales de Durango x Tecolotes de los Dos Laredos
Quinta, 19/mai
20h - NCAA (beisebol): Jogo a definir
20h - NCAA (beisebol): Notre Dame x Miami
21h - NCAA (beisebol): Jogo a definir
21h30 - LMB: Sultanes de Monterrey x Mariachis de Guadalajara
21h30 - LMB: Saraperos de Saltillo x Toros de Tijuana
Sexta, 20/mai
15h - NCAA (softbol): Jogo a definir
15h - NCAA (softbol): Jogo a definir
16h - NCAA (softbol): Jogo a definir
17h - NCAA (beisebol): Virginia x Louisville
18h - NCAA (softbol): Jogo a definir
19h - NCAA (softbol): Jogo a definir
20h - NCAA (beisebol): Notre Dame x Miami
20h - NCAA (softbol): Jogo a definir
20h - NCAA (softbol): Jogo a definir
21h - LMB: Piratas de Campeche x Diablos Rojos de México
21h - NCAA (beisebol): Jogo a definir
21h30 - LMB: Águila de Veracruz x Tigres de Quintana Roo
22h - NCAA (softbol): Jogo a definir
22h - NCAA (softbol): Jogo a definir
23h - NCAA (softbol): Jogo a definir
Obs.: Horários de Brasília. Grades sujeitas a alteração
Está difícil ser torcedor do Cincinnati Reds | Semana MLB
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